Com atuação confusa, Leão perde para o Avaí e complica luta pelo acesso

Com desempenho abaixo do esperado, o Remo foi derrotado pelo Avaí por 3 a 1, no estádio da Ressacada em Florianópolis (SC), na tarde deste sábado, valendo pela 37ª rodada da Série B. Com o resultado, o time de Guto Ferreira caiu para o 4º lugar na classificação e será ultrapassado por Criciúma, Goiás ou Novorizontino, que ainda jogam na rodada. De favorito a subir para a Série A, o Remo encerrou o giro de dois jogos fora de casa com apenas um ponto conquistado e situação difícil na tabela de classificação, dependendo de outros resultados.

A partida começou equilibrada e o Remo buscava marcar a saída de bola do Avaí. Conseguiu criar boas situações antes dos 15 minutos. Teve chances claras logo no começo, com Diego Hernández (2 vezes), Panagiotis e Nico Ferreira, mas o Avaí reagia em contragolpes rápidos, principalmente pela esquerda de seu ataque, explorando a improvisação de Pedro Castro na lateral azulina.

Com dificuldades para marcar os rápidos atacantes do Avaí, Castro recebeu um cartão amarelo e se lesionou em seguida, sendo substituído por Freitas, também improvisado na posição. Pedro Costa, reserva imediato de Marcelinho, não foi escalado e nem relacionado para a partida.

A partida era equilibrada até a marcação do pênalti. No lance, Freitas e Emerson Ramon se chocaram dentro da área e o o árbitro apontou falta no lance. Na cobrança, Cléber converteu a penalidade. O Remo tentou esboçar reação, mas parou na firme marcação do Avaí.

Logo no início do 2º tempo, Marquinhos Gabriel tocou para Cléber finalizar, sem marcação, e ampliar para 2 a 0. O lance surgiu de uma falha no lado direito da zaga. Foi uma ducha de água fria na tentativa de reação do Remo, que passou a se expor ainda mais na busca pelo gol.

Guto Ferreira fez quatro mudanças, colocando Marrony, Nathan Pescador, Cantillo e João Pedro em campo. O time ficou com a bola e botou pressão pelos lados, com Hernández e Nico. Chegou ao gol em investida de Nathan, que bateu em direção ao gol, a bola desviou no caminho e Pedro Rocha tocou para João Pedro descontar, aos 25′.

O gol animou a torcida azulina que lotava um bloco da arquibancada do estádio. O Remo seguiu pressionando, mas não conseguiu acertar o gol. Com a zaga exposta, pois apenas Klaus e Reynaldo não tinham proteção de volantes, o Avaí atacava esporadicamente, mas chegou ao terceiro gol, aos 36′, em contra-ataque fulminante, finalizado por Léo Reis.

Apesar do esforço dos azulinos, a vitória catarinense se consolidou e o jogo terminou com briga nas arquibancadas entre torcedores do Avaí e do Remo. A confusão deixou a partida paralisada por cinco minutos. Quando o jogo ia terminar, surgiu um tumulto generalizado em campo, resultando na expulsão de quatro jogadores do Avaí e dos remistas Diego Hernández e Nico, que caíram na pilha dos adversários. Ambos desfalcam o time na partida final contra o Goiás, em Belém.

Leão a dois passos do paraíso

POR GERSON NOGUEIRA

A importância da partida entre Avaí e Remo, neste sábado (16h30), vai além dos três pontos em disputa. Representa a chance de chegar à antessala de um salto gigantesco do clube, saindo do bloco intermediário para ocupar um lugar no banquete das elites do futebol no Brasil. Financeiramente, significa triplicar a receita atual (cerca de R$ 50 milhões).

Caso vença o Avaí e supere o Goiás, o Remo conseguirá um feito esperado pela torcida há três décadas: a volta à Primeira Divisão nacional. Pelo lado técnico, o acesso colocará o Leão no patamar mais alto do Campeonato Brasileiro, sonho acalentado pela diretoria, mas que poucos acreditavam ser possível no início da Série B.  

A estratégia ousada que cercou a campanha justifica o entusiasmo dos principais responsáveis pela caminhada. Tudo isso, obviamente, só vai fazer sentido caso o time siga correspondendo em campo. Conforme palavras do próprio Guto Ferreira, nada está ganho e só o resultado final permitirá comemorações.

Contra o Avaí, que deve escalar sua melhor formação, o Remo terá que funcionar em alta rotação, corrigindo os erros vistos no jogo com o Novorizontino. A lentidão excessiva foi o problema mais preocupante. Afinal, o Remo conseguiu a arrancada de seis vitórias com transição rápida e muita velocidade nas manobras ofensivas.

O retorno de Caio Vinícius e Diego Hernández enche a torcida de esperança para o confronto na Ressacada. Ambos são peças essenciais no mecanismo de saída em velocidade e aproveitamento das ações pelos lados. Por isso mesmo, o caminho para chegar ao triunfo passa pela dupla. (Foto: Raul Martins/Ascom CR) 

Metade dos brasileiros vê um jogo por semana

Além de confirmar a devoção que o brasileiro nutre por futebol, um levantamento inédito da Nexus reforça o poder da TV aberta para a transmissão de jogos. A preferência absoluta é por partidas do futebol nacional em detrimento de torneios internacionais. Sete (73%) em cada dez brasileiros acompanham futebol sempre. Sendo que quase metade (47%) assiste a, pelo menos, um jogo por semana.

Oito em cada dez brasileiros têm um time de coração: 78% declararam torcer por algum time, enquanto 22% não apontam um time preferido. Importante: 41% acompanham fielmente mesas redondas, chamadas “resenhas”, sendo que 24% assistem ao menos uma vez por semana. E dois em cada dez preferem torcer diretamente nos estádios.

Bola na Torre

Giuseppe Tommaso apresenta o programa, a partir das 22h, na RBATV, com a participação de Valmir Rodrigues e deste escriba de Baião. Em análise, os resultados de Remo e PSC na 37ª rodada da Série B. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.

Craques já foram mais bem referenciados

O conceito de qualidade no futebol avacalhou tanto, anda tão esgarçado e vilipendiado, que nos últimos tempos até caneleiros históricos, como Hulk, são reverenciados como se fossem craques. Assombrosamente, setores mais doidivanas da mídia esportiva tratam licenciosamente o entroncado atacante do Galo como referência de atacante.

Houve, até recentemente, quem o considerasse – a sério – um candidato a defender a Seleção na Copa do Mundo-2026. Como se a tosca participação na Copa-2014, quando era 13 anos mais jovem, tivesse sido esquecida. O fato é que Hulk é um jogador mediano e esforçado, não mais que isso.  

Papão desperdiça pênalti; empate rebaixa a Onça

O jogo era de cumprimento de tabela, mas o PSC sonhava com uma vitória na partida final da Série B. Para o Amazonas, valia a sobrevivência na competição. Nenhum dos times conseguiu seu objetivo. 

A partida terminou empatada, após um 1º tempo repleto de erros nas finalizações. Vinni Faria e Wendell perderam chances pro Papão. Henrique Almeida, Rafael Tavares e Diego Torres desperdiçaram pro Amazonas. 

O time amazonense perdeu Erick Varão, expulso aos 29 minutos. O PSC só foi se beneficiar da superioridade numérica na segunda etapa, com André Lima, que acertou um belo chute e abriu o placar aos 25 minutos. 

O Amazonas reagiu rápido, marcando dois gols, aos 31 e 21 minutos, com Diego Torres e Joaquín Torres. O PSC reagiu à virada fulminante do adversário, aos 46′, com Bryan Borges. O mesmo Bryan podia ter cravado a vitória, mas desperdiçou um pênalti aos 52′. 

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 15/16)