Leão faz o jogo da década

POR GERSON NOGUEIRA

A missão é ao mesmo tempo difícil e extremamente honrosa para o Remo, que luta pelo acesso à Primeira Divisão. Vencer a Chapecoense neste domingo (2), às 18h30, representa mais que uma obrigação: será um passo decisivo na caminhada para realizar o sonho acalentado pela torcida. Sem dúvida, é o jogo mais importante desta década.  

Com 57 pontos, na 3ª colocação (quando a rodada começou), o Remo passou a semana em preparativos para fechar todos os espaços e aproveitar o fator campo/torcida para superar o vice-líder e adversário direto no G4, que tem time forte e que faz uma campanha de regularidade.

Diante de um Baenão lotado, o time de Guto Ferreira terá que ir além do modelo reativo que garantiu a vitória diante do Cuiabá fora de casa. Com a provável postura mais cautelosa dos visitantes, caberá ao Remo se organizar e buscar alternativas criativas para chegar ao gol.

Sempre que há uma partida de importância máxima no Baenão, um caldeirão nesses momentos, vem junto a preocupação com os efeitos colaterais provocados pela ansiedade da torcida pela vitória.

E a maneira mais apropriada de superar essas dificuldades é jogar com determinação em construir o placar desde o início e encaixar de um jogo intenso e competitivo para conquistar o resultado.

Os obstáculos são imensos, principalmente contra um adversário de bom nível técnico e com as mesmas ambições. Diante do Athlético-PR, o Remo enfrentou o mesmo desafio que terá contra a Chapecoense.

O que entusiasma e empolga o torcedor é a campanha desenvolvida desde a chegada de Guto Ferreira. Nos seis confrontos vitoriosos, que impulsionaram a arrancada azulina, o time sempre passou muita confiança e capacidade de obter os resultados buscados.

Em termos de performance, as melhores atuações foram contra o CRB, o Athletic e o Athlético-PR, que mostraram um Remo em evolução depois de um período de baixa na competição, exibindo maturidade técnica, força no meio-campo e agressividade pelos lados do campo.

Não por acaso, os pontas Diego Hernández e Nico Ferreira foram têm se destacado. Ao mesmo tempo, a consistência demonstrada pelo meio-campo funcionou como ponto de equilíbrio, com Caio Vinícius passando a desempenhar tarefas de finalização que surpreendem a marcação adversária e aumentam o arsenal ofensivo do time.

Para um time que chegou a visitar a segunda página da classificação, ocupando a 12ª colocação, o Remo é prova viva de resiliência e reação. A impressionante sequência de seis vitórias recolocou o time na briga pelo G4, com méritos indiscutíveis do comando técnico de Guto Ferreira. (Foto: Raul Martins/Ascom Remo)

Crônica de uma queda anunciada

Tudo o que precisava ser dito sobre a vergonhosa campanha está claramente exposto nos números do Paysandu nesta Série B. Em 35 rodadas, 27 pontos, cinco vitórias e 18 derrotas. A matemática é implacável e não há milagre possível diante de tanta incompetência.

Critica-se a diretoria do clube porque a responsabilidade maior pelo desastre cabe aos que detêm poder e autonomia. Antes de apontar os equívocos nas contratações e a falta de critérios na escolha dos técnicos,

São erros que costumam se repetir em campanhas de rebaixamento. Desta vez, porém, há o fato agravante de o PSC ter escapado de cair no ano passado, o que deveria ter servido de lição para esta temporada.

Não serviu. Todos os maus passos foram repetidos, com mais afinco, acabando por deixar o time fora da disputa já no começo do returno. O último suspiro foi o período de vitórias e empates sob o comando de Claudinei Oliveira, mas a fase positiva durou poucas rodadas.

A derrota diante do Atlético, em Goiânia, oficializou um rebaixamento que já era inevitável há pelo menos 10 rodadas. A partida que selou a queda trouxe o mesmo cardápio de sempre. Poucos recursos para reagir a situações adversas e falta de alternativas no banco de suplentes.

Maurício Garcez, único destaque do time no campeonato, fez seu sétimo gol e deu esperanças de uma vitória honrosa, embora inútil quanto à classificação. Apesar do esforço do time, a virada ocorreu no 2º tempo, repetindo várias situações vividas pela equipe na competição.

Em erros primários de marcação, a zaga permitiu que Lelê fizesse o gol de empate e Robert decretasse a vitória goiana minutos depois. Não foi um vexame, apenas uma derrota a mais, sem reação ou lamento. É como se o time estivesse anestesiado pela rotina de tropeços.

A única manifestação mais emocional ficou por conta do executivo Carlos Frontini, que chegou a lacrimejar quando se dirigia à torcida, lamentando pela decepcionante participação na Série B. Só resta agora recomeçar.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 22h, na RBATV, com a participação de Valmir Rodrigues e deste escriba de Baião. Em destaque, a participação paraense na 35ª rodada da Série B. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado. 

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 01/02)