Lula e Trump se reúnem na Malásia e avançam em negociação sobre tarifaço

Encontro abriu espaço para novas rodadas de negociação, que devem prosseguir ainda hoje. Presidente brasileiro considerou a reunião “franca e construtiva”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu neste domingo, 26 de outubro, em Kuala Lumpur, na Malásia, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar das tarifas impostas às exportações brasileiras. Durante a conversa, descrita por Lula como “franca e construtiva”, os líderes discutiram caminhos para a suspensão das medidas e reforçaram o compromisso de aprofundar o diálogo econômico entre os dois países. 

“Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras”, afirmou o presidente Lula nas redes sociais. 

Segundo o governo brasileiro, a imposição das tarifas ao país carece de base técnica e desconsidera o fato de que os Estados Unidos mantêm superávit na balança comercial em relação ao Brasil. No encontro com Trump, Lula renovou o pedido brasileiro de suspensão das tarifas, propondo um período de negociação. 

“O presidente Lula começou dizendo que não havia assunto proibido e renovou o pedido de suspensão das tarifas impostas à exportação brasileira durante um período de negociação, da mesma forma a aplicação da lei Magnitsky a algumas autoridades brasileiras, e disse que estava pronto a conversar”, relatou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. 

Segundo o ministro, os dois presidentes tiveram uma conversa “muito descontraída e muito alegre”, que foi aberta à imprensa por alguns minutos. O presidente Trump expressou “admiração pelo perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente da República, perseguido no Brasil, provado sua inocência e vitoriosamente conquistado o terceiro mandato à frente da presidência da República”. 

Durante o diálogo, Trump afirmou admirar o Brasil, e concordou com a necessidade de um processo de revisão tarifária. “A conclusão final é de que a reunião foi muito positiva, e nós esperamos em pouco tempo agora, em algumas semanas, concluir uma negociação bilateral que trate de cada um dos setores da atual tributação americana ao Brasil”, afirmou o chanceler. 

NEGOCIAÇÕES — As negociações deverão prosseguir, ainda hoje, em Kuala Lumpur, entre ministros brasileiros e suas contrapartes dos Estados Unidos. 

DIÁLOGO — O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Rosa, também destacou o caráter franco do diálogo. “O diálogo foi franco, o presidente Lula deixou claro que a motivação utilizada pelos Estados Unidos para impor a elevação de tarifas para o restante do mundo não se aplica ao Brasil por conta do superávit da balança comercial para os Estados Unidos”, afirmou.

Rosa ressaltou ainda o papel estratégico do Brasil na região: “O Brasil tem um papel muito importante na América do Sul, por isso também nos colocamos à disposição para colaborar com os Estados Unidos nos outros temas que possam ser pertinentes.” 

LEI MAGNITSKY — Durante o encontro, Lula também citou a Lei Magnitsky, utilizada pelos Estados Unidos para impor sanções a autoridades estrangeiras. Segundo o presidente, a aplicação da lei em relação a ministros do Supremo Tribunal Federal brasileiro é “injusta”, uma vez que “respeitou-se o devido processo legal e não houve nenhuma perseguição”. 

A reunião contou também com a presença do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio; do secretário do Tesouro, Scott Bessent; e do representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Após nova derrota, técnico do PSC cobra coragem e planejamento sério para 2026

Na entrevista coletiva pós-jogo, o técnico Márcio Fernandes não economizou palavras para analisar a postura do time do PSC diante do Avaí, sábado à noite, na Curuzu. Na lanterna há 12 rodadas e há 31 rodadas no Z4, o time deu mais um passo em direção ao rebaixamento.

“O momento é até difícil da gente ficar falando, mas eu não posso admitir que falte coragem para jogar, isso não dá não dá para admitir. Faltou coragem para gente no primeiro tempo, não conseguimos chegar nos jogadores e, na verdade, eu teria que trocar mais alguns jogadores, mas não dava, porque a gente já tinha trocado três jogadores [no intervalo], tínhamos que esperar alguma coisa podia acontecer. (…) Aí o que a gente fez foi colocar jogadores que pelo menos corressem mais, que lutassem mais, honrassem a camisa do Paysandu”, disse Márcio.

Com apenas 12 pontos em disputa, o time está a 10 do Athletic, 16º colocado. Situação praticamente irreversível. Para Márcio, o PSC deve começar logo o planejamento de 2026, incluindo a definição sobre sua permanência ou não no clube.

“Eu já estava pensando há muito tempo [no planejamento]. Acho que a gente tem que já estar com a cabeça e ter certeza do que a gente quer, isso eu estou falando. Se é o Márcio Fernandes que tem que ficar, nós temos que ter convicção para ele ficar. Se é o Frontini, que é o nosso executivo, que está fazendo um trabalho sensacional, tem que chamar e conversar e acertar, ou então falar: ‘Olha, muito obrigado’ e dar sequência, porque o clube não pode parar”. 

Segundo ele, o Paysandu tem que pensar grande, à altura de sua grandeza. “Independentemente da situação que vai acontecer, nós não podemos achar que acabou o mundo, nós temos que ter força para levantar, e é isso que eu peço todo dia, meu Deus, que me ajude, me dê força para levantar e vir aqui e trabalhar e dar o melhor o melhor de mim. E é isso, não posso também ficar aceitando algumas coisas que realmente às vezes acontece”, observou.

Rasgou elogios ao executivo Carlos Frontini, dizendo que se não fosse pela presença dele a situação estaria muito pior. “O Frontini contratou 10 jogadores, e vou falar com toda a certeza do mundo, se esses 10 jogadores que ele contratou, não tivessem aqui, o Paysandu já tinha caído há muito tempo, há muito tempo. É graças ainda essas contratações que a gente está lutando, com muita dificuldade, mas a gente tá lutando e a gente ainda tem a dificuldade de perder alguns que seriam muito importantes, aí as coisas ficam realmente muito difíceis”.

Sobre as queixas da torcida sobre o trabalho da diretoria interferem no desempenho em campo, o técnico admitiu que sim e reforçou a necessidade de planejamento para 2026.

“Por mais que a gente venha aqui e fale que não estamos preocupados com isso, a gente está. É uma pura mentira, interfere muito né?. O torcedor escuta o que vocês [imprensa] falam. Aí os caras vêm e já com outra cabeça também, porque realmente está acontecendo. Não é mentira o que vocês estão falando, a coisa não está tão fácil assim, você encontra muitos obstáculos, muitos obstáculos para você fazer o que você quer. E é por isso que eu falo, ou a gente vai começar isso (planejamento), não quer dizer que tenha que ficar comigo não, mas tem que definir”.