O Paysandu sofreu sua 17ª derrota na Série B 2025, neste sábado à noite, na Curuzu, aumentando a aflição da torcida enquanto o time afunda em direção ao rebaixamento. Em partida válida pela 34ª rodada da competição, o Avaí marcou dois gols no primeiro tempo, os bicolores descontaram na etapa final e chegaram a pressionar, mas não tiveram forças para conseguir o empate.
O alviceleste catarinense foi superior durante os primeiros 45 minutos. Jonathan Costa abriu o placar aos 17 minutos, testando para as redes. O segundo gol veio logo depois. Thayllon recebeu cruzamento de Marcos Vinícius, girou e marcou um golaço, aos 25′. O PSC teve chances, com Marcelinho e Wendel Jr., mas as finalizações foram parar nas mãos do goleiro César. A torcida protestou, chegando a gritar “olé” sempre que o Avaí trocava passes.
No 2º tempo, o Paysandu fez trocar no meio-campo, com a entrada de Anderson Leite, e mexeu no ataque, com Peterson substituindo Marcelinho. O time ficou mais ofensivo e pressionou nos primeiros minutos. Em rebote do goleiro César, Marlon perdeu um gol com a trave escancarada.
Aos 26′, Petterson avançou pela esquerda, fintou um marcador e chutou no ângulo esquerdo de César. Um golaço. Apesar da beleza do lance, o gol foi anulado porque houve falta na origem da jogada. Aos 29′, Petterson sofreu pênalti e Marlon converteu, recolocando o Papão na busca pelo empate. Mas, apesar da insistência, o ataque bicolor não conseguiu mais levar perigo.
Com a vitória fora de casa, o Avaí subiu para a 10ª posição, com remotas esperanças de brigar pelo acesso. O Paysandu, derrotado, segue na lanterna da competição com 27 pontos, 10 pontos atrás do primeiro time fora do Z4. O PSC volta a campo na próxima sexta-feira, 31, às 19h, para enfrentar o Atlético-GO, no estádio Antônio Accioly, em Goiânia, pela 35ª rodada.
Com a dramática vitória de 3 a 1 sobre o Cuiabá, nesta sexta-feira à noite, o Remo encostou no líder Coritiba, com direito à confirmação de um recorde em suas participações em campeonatos brasileiros: esta é a maior sequência vitoriosa (seis triunfos) desde 1971.
A partida foi disputada em ritmo forte e muitas alternâncias na busca pelo gol. O Cuiabá começou pressionando, mas o Remo foi mais objetivo. Aos 14 minutos, Hernández cobrou escanteio e Panagiotis testou para as redes, abrindo o marcador na Arena Pantanal.
Pedro Rocha quase marcou com um tiro forte de fora da área, aos 21 minutos. Aos 25’, Klaus desviou de cabeça com muito perigo, tirando tinta do travessão. Aos 27’, um susto: Carlos Alberto cabeceou no poste esquerdo do gol de Léo Lang.
O Remo sofreu um baque com a perda de Panagiotis, lesionado, aos 29’. Além do gol, o meia grego fazia uma partida impecável na distribuição de jogo e nos lançamentos para os pontas Hernández e Nico Ferreira. Foi substituído por Nathan Pescador.
Aos 42’, o segundo gol azulino: Nico recebeu passe de Pedro Rocha e disparou um chute forte no canto esquerdo do gol do Cuiabá. O Remo se impunha diante do Dourado, que se desestruturou com passes errados e tentativas inócuas de cruzamentos na área.
Veio a etapa final e o Remo trocou Marcelinho por Pedro Costa. O time começou no ataque, com Caio Vinícius cabeceando com perigo. Aos poucos, porém, o Cuiabá assumiu as rédeas da partida, explorando a queda de rendimento do meio-campo azulino
Bolas cruzadas na área intranquilizavam a defesa do Leão, que resistiu bravamente. Até que, aos 28 minutos, Carlos Alberto aproveitou cruzamento da esquerda e diminuiu para o Dourado.
Em meio ao sufoco, o Remo conseguiu organizar um contra-ataque mortal aos 49’: foi à linha de fundo e passou para Jaderson bater rasteiro. O goleiro Guilherme Nogueira deu rebote e João Pedro, apagado até então, tocou rasteiro para sacramentar a vitória leonina.
Importantíssima vitória, com três gols de jogadores estrangeiros, fazendo o Remo chegar a 57 pontos e se aproximar ainda mais do limite de pontuação que garante acesso à Primeira Divisão.
Meta do Papão agora é escapar da lanterna
Uma vitória sobre o Avaí, neste sábado, vai mudar pouca coisa na situação do PSC na classificação da Série B, mas pode deixar o time mais perto de sair da lanterna, onde se encontra há 10 rodadas. A rigor, é a única meta que o time tem nas cinco rodadas finais do campeonato.
A essa altura, nem cabe falar em motivação, pois o objetivo é modesto demais para um clube que iniciou a Série B apostando até em brigar pelo acesso. A conquista da Copa Verde em cima do Goiás alimentou ainda mais as expectativas quanto ao desempenho no Brasileiro.
O que veio depois sufocou as esperanças e só trouxe frustração à torcida. Os muitos erros de planejamento respondem pela parte principal do drama bicolor na Série B. Questões de fundo administrativo, como atrasos de pagamentos e gratificações, também contribuíram para o desastre.
Contra o Avaí, todo o peso da má campanha entra em campo junto com um time combalido mentalmente e desfalcado ao extremo. Sem sua dupla de ataque, Garcez e Diogo Oliveira, o PSC perde força e potência ofensiva. O meio-campo padece do crônico problema de ausência de criatividade.
Márcio Fernandes terá Marlon para articular jogadas ou atuar pelos lados. Os volantes, porém, são fonte de preocupação. Ronaldo Henrique, Denner, André Lima e Nicola não inspiram a mínima confiança.
Bola na Torre
Guilherme Guerreiro apresenta o programa a partir das 22h, na RBATV, com participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em destaque, os resultados da 34ª rodada da Série B. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.
Sonho da Série A é reação aos anos de acomodação
No meio da semana, o executivo Marcos Braz deu entrevista a um canal nacional de esportes, admitindo que os problemas estruturais são um desafio em meio ao sonho da Série A. Cenário compatível com os anos de desambição que marcam a trajetória azulina em competições nacionais.
Os três anos sem divisão e a permanência excessiva na Série C fizeram o clube introjetar um conceito de baixa pretensão, quase um complexo de inferioridade em relação a outros clubes brasileiros do mesmo porte.
A gestão de Fábio Bentes deu partida a um projeto de engrandecimento das ambições, sustentado por fortes avanços na organização. Isso criou as condições para que, sob a presidência de Antônio Carlos Teixeira, o Remo se preparasse para abraçar uma causa maior: conquistar vaga na Série A.
Essa pretensão talvez não se confirme agora, mas o simples passo nessa direção já é algo extremamente positivo. Faz com que o clube volte a pensar grande, saindo do imobilismo e da acomodação de décadas.
(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 25 e 26)