Remo joga bem, vence Athletic e chega à vice-liderança da Série B

A sonhada volta ao G4 finalmente se confirmou para o Remo. O time derrotou o Athletic por 3 a 1, na noite deste sábado, no estádio Banpará Baenão lotado, mostrando bom desempenho coletivo e alguns destaques individuais. Pedro Rocha marcou duas vezes e ampliou sua marca na artilharia do campeonato, alcançando 14 gols. Diego Hernández voltou a marcar em cobrança de falta – havia feito o gol da vitória no Re-Pa. Deivid Braga descontou para o time mineiro.

O 1º tempo foi controlado pelo Remo, que impôs marcação alta e botou pressão desde os primeiros minutos, apesar de ter levado um susto logo no início. O atacante Ronaldo foi lançado, ganhou na corrida de Reynaldo e falhou na hora de disparar o chute em direção ao gol.

Depois disso, só deu Remo. As triangulações envolvendo Marcelinho, Pedro Rocha e Diego Hernández confundiam a marcação e criavam seguidas situações de perigo na área do Athletic. O primeiro gol veio aos 13 minutos: Panagiotis lançou Pedro Rocha, que entrou na área e tocou na saída do goleiro Adriel.

No minuto seguinte, Diego Hernández driblou um marcador e chutou no canto direito, mas o goleiro se esticou e mandou para escanteio. Aos 18′, porém, não houve jeito. Hernández cobrou falta no bico direito da área do Athletic e mandou uma bomba, sem chances para Adriel, ampliando a vantagem azulina para 2 a 0.

O Remo voltou com a mesma intensidade na segunda etapa e partiu para tentar fazer o terceiro gol, mas o Athletic se fechava mais, saindo em contra-ataques perigosos, puxados por Deivid Braga e Ronaldo. A defesa azulina começou a ceder espaços e o meio perdeu a disputa pela bola, fazendo o time visitante crescer no jogo.

Guto Ferreira trocou Nico Ferreira e Tassano por Janderson e Kayky, mas o Athletic seguiu melhor e levando perigo. Até que, aos 22′, Ezequiel lançou na área e Deivid Braga apareceu livre diante do goleiro Marcelo Rangel para fazer o primeiro gol do Athletic.

Só então Panagiotis, cansado, foi substituído por Nathan Pescador. Cinco minutos depois, Diego Hernández driblou dois marcadores e passou a bola para Pedro Rocha, que mandou no ângulo direito da trave de Adriel. Um golaço. Remo 3 a 1.

Com a vitória, o Leão passa a ocupar o 2º lugar na classificação, somando agora 54 pontos, mesma pontuação do Novorizontino, mas com vantagem na quantidade de gols marcados (42 a 36) e no saldo de gols (10 a 9). A permanência na vice-liderança vai depender de outros resultados desta 33ª rodada. Foi a quinta vitória consecutiva sob o comando de Guto Ferreira.

Vitória vale um lugar no G4

POR GERSON NOGUEIRA

O empate do Novorizontino com o Amazonas, na sexta-feira (17) em Manaus, dá ao Remo a chance de entrar no G4 caso vença o Athletic neste sábado (18) à noite, no estádio Banpará Baenão. Essa condição privilegiada só é possível porque o time paraense conseguiu o feito de vencer quatro partidas seguidas e voltar à disputa na parte de cima da tabela.

O Remo chega a 54 pontos se vencer a partida contra o Athletic, igualando-se ao Novorizontino em pontuação e número de vitórias (14), mas levando vantagem em gols marcados, 39 a 36.  

Já parece até distante, mas faz menos de um mês que o Remo estava mergulhado em crise de confiança, após duas derrotas – para Atlético-GO, em casa, e Volta Redonda, fora. Foi um divisor de águas, determinante para a troca de comando técnico, depois de duas semanas de dúvidas quanto ao desligamento de Antônio Oliveira.

Com a saída de Oliveira e a chegada de Guto Ferreira, as coisas voltaram a engrenar e o time voltou a ser competitivo. A vitória sobre o CRB por 4 a 2, no Mangueirão, foi o primeiro sinal de que algo havia mudado. Na prática, as coisas voltavam a funcionar como no início da competição.

A mudança se verificou na maneira de atuar, que havia sido modificada (para pior) no período de Antônio Oliveira. O ponto alto da retomada foi a utilização das jogadas em velocidade pelos corredores laterais, aliada à transição ágil, a partir da recuperação de bolas no meio de campo.

Guto Ferreira nem teve muito tempo antes da estreia contra o CRB, mas foi cirúrgico no respeito ao que havia dado certo no início do campeonato. Marcelinho voltou à lateral-direita e o papel dos pontas Nico Ferreira e Diego Hernández foi redesenhado. Hernández, é bom lembrar, chegou a ser escalado como meia e até como volante por Oliveira.

Para o confronto deste sábado, o time terá mudanças na zaga, com o provável retorno de Reynaldo e a substituição de Sávio (contundido) por Jorge. No meio-campo, Pedro Castro entra no lugar de Nathan Camargo, que se lesionou no Re-Pa. O ataque não deve mudar: Nico Ferreira, João Pedro e Pedro Rocha.

Destaque da vitória sobre o PSC, Diego Hernández deve ser mantido como alternativa para o 2º tempo, assim como Janderson, que tem sido usado para puxar contra-ataques contra defesas cansadas.    

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, neste domingo, às 22h, na RBATV, com participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba baionense. Em pauta, a 33ª rodada da Série B. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.  

Papão começa a reavaliar contratações e apostas

A reta final do campeonato se desenha frustrante para o PSC, que segue na lanterna da Série B e vive a iminência de rebaixamento em meio a um cenário interno de discussões e incertezas. Há algo, porém, que entrou em pauta nas últimas rodadas e se configurou no Re-Pa: Rossi, jogador mais caro do elenco, foi barrado por razões técnicas.  

O questionamento sobre o papel de Rossi na campanha é compreensível. Ele chegou no início da temporada como principal reforço e status de candidato a ídolo. Até sua apresentação foi diferenciada, atestando o grau de importância que a diretoria conferia à aquisição.

Rossi não conseguiu manter a regularidade e esteve ausente de várias partidas no Campeonato Paraense, na Copa do Brasil e na Copa Verde, mas terminou se destacando na conquista do torneio regional. O problema se acentuou na Série B: as seguidas lesões afastaram o jogador de metade das 32 partidas disputadas pelo PSC até agora.   

Peça-chave na organização ofensiva da equipe até o início do Brasileiro, Rossi aos poucos foi perdendo espaço e importância, fato amplificado pela chegada de Maurício Garcez e Diogo Oliveira, contratados na segunda janela de transferências.

Fundamentais na produção de gols do time, Garcez e Diogo ajudaram a compensar a ausência de Rossi. Ao mesmo tempo, o destaque da dupla expôs a baixa produtividade do atacante paraense, contratado por decisão pessoal do presidente Roger Aguilera.

Na partida diante do Cuiabá, na Curuzu, Rossi entrou em campo, mas rendeu muito pouco e acabou recebendo a advertência que o poupou do jogo seguinte, diante do Botafogo-SP, em Ribeirão Preto.

Em consequência disso, o técnico Márcio Fernandes optou por tirá-lo da lista de relacionados para o Re-Pa. Surpreendeu quem está de fora, mas prestigiou alguns líderes do elenco, que mostram resistências crescentes em relação ao jogador. É provável que Rossi não atue mais pelo PSC.

Thiago Heleno e Anderson Leite também são nomes que sofrem questionamentos dentro do clube e do elenco. O volante não foi mais escalado e o veterano zagueiro, que veio para ser o xerife, coleciona lesões. Com isso, perdeu espaço para o eficiente Maurício Antônio. 

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 18/19)