A difícil rota que leva ao acesso

POR GERSON NOGUEIRA

Nada é fácil na Série B mais imprevisível dos últimos anos. Não há um favorito destacado para acesso e título e 10 times estão na briga pelas quatro vagas que levam ao paraíso da Série A. Só isso já atesta o grau de dificuldades desta Segundona. Com uma campanha consistente, o Remo está no páreo, mas tem um dos caminhos mais duros até o acesso.

Nos 6 jogos que terá pela frente, o Leão precisa de mais 12 pontos, o que lhe permitiria terminar o campeonato com 63 pontos, limite que os matemáticos consideram suficiente para o acesso, embora em 2024 e 2023 os times que ficaram em 4º lugar, Ceará e Atlético-GO, respectivamente, tenham terminado com 64 pontos.

Athletic, Chapecoense e Goiás em casa; Novorizontino, Avaí e Cuiabá fora. São os obstáculos do Remo na rota do acesso, nada menos que quatro adversários diretos na luta por uma vaga no G4. O Athletic é o único time da parte inferior da tabela, ocupando a 15ª posição.

A essa altura, é fundamental para o Remo de Guto Ferreira vencer os três jogos como mandante e conquistar pelo menos uma vitória como visitante. Tudo vai depender do clima positivo gerado pela sequência de quatro triunfos, que precisa ser valorizada ao máximo.

Diante do Athletic, amanhã, no Baenão, o Remo busca a quinta vitória consecutiva e vai apostar tudo na pressão da torcida, na capacidade de se impor dentro de casa e no bom momento vivido desde a chegada de Guto.

Todas as expectativas se concentram em Pedro Rocha, artilheiro da competição, que está há várias rodadas sem marcar. Esteve perto disso contra o Athlético-PR, quando desperdiçou um pênalti. É o homem de referência no ataque, ao lado de Nico Ferreira e do criticado João Pedro.

A dúvida é se o técnico vai escalar Diego Hernández, o herói do Re-Pa, ou manter como opção para o 2º tempo. Um imenso ponto de interrogação.

Papão reencontra seu melhor técnico na temporada

Claudinei Oliveira foi o técnico mais produtivo do Paysandu nesta Série B. Substituiu Luizinho Lopes e, em sua curta passagem, conquistou quatro vitórias e deu ao time o único sopro de vida e esperança na competição. Como não conseguiu manter o pique, acabou substituído por Márcio Fernandes.  

Por essas coincidências que a vida às vezes impõe, o PSC terá pela frente na próxima rodada o técnico que dispensou no mês passado. Claudinei treina hoje o time da Ferroviária de Araraquara, adversário do Papão na segunda-feira. Não é um reencontro dos mais agradáveis, para ambos.

O Papão luta para seguir respirando na competição, agarrado à lanterna com 26 pontos. A Ferroviária de Claudinei está um pouco melhor. Está na 16ª com 37 pontos, correndo riscos também.

Será um jogo emocionante, de vida e morte. Para tentar superar a Ferroviária, Márcio Fernandes encara (pra variar) inúmeros problemas. Continua sem Diogo Oliveira e não poderá ter Marlon, suspenso. Bryan Borges será substituído por Reverson. E alguns jogadores já não estão nos planos, Rossi parece ser um deles.   

O desafio de vencer os próximos seis jogos é pesado demais, mas ao Papão não resta outra alternativa a não ser ir à luta, da melhor forma possível.

Dream Team da pesada à solta na noite paraense

Um autêntico Dream Team do rock tem se apresentado nas noites de Belém. O encontro de dois craques da guitarra, Marcelo Kahwage e Carlos Reimão, acontece sempre às quartas-feiras no tradicional palco do Cosanostra. Sou suspeito para falar sobre esses caras, ambos meus amigos, mas é fato indiscutível que a atração é de alto calibre.

No manejo de um repertório impecável, do rock sessentista ao pós-grunge, Reimão e Kahwage têm o suporte de uma dupla de respeito, o baixista Danilo e o baterista Fuad Farah.  

(Nos anos 70, Reimão ganhou diversas provas de natação de longa distância, defendendo o Clube do Remo. Cansou de ganhar provas de travessia da Baía do Guajará, competição que empolgava Belém à época.)

Em livro, a trajetória de superação de Jr. Furtado

Com emoção do início ao fim, o livro “Coração Ensinável”, escrito pelo jornalista Mauro Tavernard, conta a história real de Jr. Furtado, fisioterapeuta e atual coordenador de Saúde e Performance do Paysandu. Em primeira pessoa, ele narra a descoberta do diagnóstico de grave doença cardíaca, em 2022, e todo o processo de superação pelo qual passou até disputar a Maratona do Rio, em 2025.

O livro será lançado no dia 30 de outubro, especialmente para convidados, na Leal Moreira (rua João Balbi, 167) e vendido em breve nas principais livrarias da cidade e plataformas digitais.

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 17)