Lula: “Quero colocar Belém aos olhos do mundo”

“A COP é um pretexto para a gente fazer tudo o que Belém precisa que seja feito. Estamos fazendo um investimento de praticamente R$ 6 bilhões na cidade e, quando o evento terminar, as obras vão ficar. É o povo que vai tirar proveito”.
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República 

Lula visita Belém para entregar obras da COP30 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Em Belém para uma série de entregas e visitas a obras de infraestrutura conectadas à Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista à TV Liberal (PA) na manhã desta sexta-feira, 3. Lula ressaltou o significado do evento, os investimentos para garantir o sucesso do encontro agendado para o mês que vem e o legado que a conferência vai deixar para a capital paraense. 

“A COP é um pretexto para a gente fazer tudo o que Belém precisa que seja feito. Estamos fazendo um investimento de praticamente R$ 6 bilhões na cidade e, quando o evento terminar, as obras vão ficar. É o povo que vai tirar proveito, que vai visitar as coisas boas que aconteceram”, disse.
 

Lula justificou a escolha de um estado amazônico para receber o evento com o duplo argumento de que historicamente todos falam sobre a Amazônia, mas poucos conhecem, e que é necessário aproveitar as oportunidades para desenvolver todas as regiões do país. “Eu poderia simplesmente fazer em São Paulo, no Rio de Janeiro, que estão mais preparados com infraestrutura. Porém, se a gente não for ousado, se não tiver coragem, se não for destemido, a gente não faz o Brasil crescer de forma equânime”, argumentou.

COP DA VERDADE – O presidente voltou a enfatizar a projeção de que a COP30 será a COP da Verdade. “Vamos ter que decidir uma coisa importante: acreditamos ou não na ciência? O mundo está em crise ou não? Se o mundo aquecer acima de um grau e meio, nós vamos ter problemas. O mar vai crescer, muitos países vão desaparecer. Está nas nossas mãos a responsabilidade de salvar o planeta que moramos, a nossa casa”, disse. “O ser humano precisa parar com essa mentalidade destruidora que tem”, reforçou.

CONVITES A TODOS – Ele explicou a interlocução construída com líderes mundiais convidados para participar da COP30. “Estamos separando a reunião de chefes de Estado, que será dois dias antes, da reunião da COP da Sociedade Civil e Especialistas do Clima. Quero que os chefes de Estado venham. Mandei carta ao presidente Trump (Estados Unidos); ao presidente Xi Jinping (China), a todos os presidentes, até ao Papa mandei. Quero que essa COP seja a COP que fale com o mundo. Se a gente não fizer as coisas adequadamente, a sociedade começa a perder a confiança”, frisou.

HOSPEDAGEM — O presidente também abordou a questão das hospedagens na capital paraense e assegurou que não faltará acomodação. “Tem quarto para todo mundo. O povo do Pará está sendo extraordinário. Alguns estão saindo das suas casas e alugando-as para quem quiser vir. Não vai faltar quarto, não vai faltar cama, não vai faltar carinho, não vai faltar comida”, listou. “Além disso, tem vários hotéis sendo construídos, dois navios que contratamos para atender. São quase cinco mil quartos”, afirmou. O presidente enalteceu ainda a diversidade da gastronomia paraense. “Acho que é a melhor do Brasil. Quero que norte-americanos, franceses, alemães, holandeses, ucranianos, venham para experimentar a culinária e conhecer o povo do Pará e a Amazônia”, frisou.

FUNDO FLORESTAS TROPICAIS — Lula comentou também sobre o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), que o Brasil vai oficializar durante a COP, e que propõe um modelo inovador de financiamento para a conservação das florestas tropicais. “É um fundo que não é doação de dinheiro, é investimento. O Brasil foi o primeiro país a colocar dinheiro nesse fundo para que a gente possa captar recursos e, com o lucro, cuidar da Amazônia. E cuidar não só da Amazônia, mas das florestas de outros países da América do Sul, da Indonésia e do Congo, que são os países que têm muitas florestas em pé”, explicou.

DESTINO – Lula incentivou ainda que os brasileiros também optem pela Amazônia como destino turístico com mais frequência. “Vamos conhecer o que é a grande reserva que a humanidade tem de sobrevivência, que é a nossa querida Amazônia, com a maior floresta tropical do mundo em pé, com 12% da água doce do mundo e com uma riqueza mineral que a gente ainda nem conhece. Quero que o Brasil conheça a Amazônia. Não quero que a Amazônia fique esquecida. Escolhi Belém por conta disso. Quero colocar Belém aos olhos do mundo”, complementou. 

DESMATAMENTO ZERO — Lula ainda detalhou compromissos assumidos pelo Brasil para dar exemplo no enfrentamento à mudança do clima. “Assumi um compromisso de que até 2030 teremos desmatamento zero na Amazônia. Por isso, fizemos um pacto com os prefeitos das cidades da Amazônia. Temos que construir com eles a parceria, porque o prefeito está mais próximo da área que pega fogo, e teremos incentivos aos prefeitos que tiverem menos desmatamento, menos incêndio, e as pessoas vão ser motivadas. Estou convencido de que até 2030 vamos ter desmatamento zero nesse país”.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Com show da torcida, Papão decepciona e vê aumentar chance de queda

Mais de 13 mil torcedores compareceram à Curuzu para ver Paysandu x Cuiabá, na noite desta quinta-feira (2). No final, apesar do empate conquistado nos minutos finais, a multidão saiu frustrada com o placar de 1 a 1, que mantém o PSC na lanterna da Série B, com 26 pontos. A atuação foi decepcionante em comparação com o excelente desempenho na rodada anterior diante do Criciúma.

O primeiro tempo foi dominado amplamente pelo Cuiabá, que atacou muito, mostrou mais objetividade e criou várias situações perigosas na área do Papão. Logo aos 7 minutos, Mateusinho apareceu livre na direita e bateu com perigo. Aos 11, Carlos Alberto driblou um marcado e chutou forte, para boa defesa de Matheus Nogueira.

O Paysandu tinha dificuldades para sair de seu campo e aceitava passivamente a pressão do Cuiabá. A melhor oportunidade ocorreu aos 20 minutos: Marlon cobrou falta com perigo e Luan Polli espalmou para o lado. Foi o primeiro chute a gol do PSC no jogo.

Aos 31 minutos, o paraguaio Alejandro Martinez recebeu passe de David Miguel, dominou a bola sem marcação junto à meia-lua da grande área e disparou um chute no canto esquerdo de Matheus Nogueira. O gol do Cuiabá retratava a superioridade do visitante na partida.

Em desvantagem, o PSC ficou ainda mais atrapalho e tentou reagir à base de bolas cruzadas na área, todas desperdiçadas ou neutralizadas pela defesa.

Com Rossi no lugar de Denilson, o PSC iniciou o segundo tempo correndo perigo. Aos 2 minutos, Carlos Alberto deu passe para Alejandro, que chutou por cima do gol. Aos 3′, David Miguel deu belo passe em profundidade para Carlos Alberto, que desperdiçou chance clara de gol. Ele entrou livre na área, mas demorou a finalizar e acabou facilitando a defesa de Matheus Nogueira.

Aos 12′, o PSC finalmente criou uma grande jogada no ataque. Rossi deu um passe cruzado em direção à área e Marlon bateu de primeira, mas Luan Polli defendeu com os pés.

O cansaço do Cuiabá, que trocou toda a linha ofensiva e mexeu na zaga, permitiu ao PSC atacar com mais insistência, estabelecendo posse de bola superior a 60%. O problema é que o domínio era improdutivo, com raros momentos de perigo ao gol adversário.

Um lance inusitado acabou vindo em socorro do PSC, aos 40 minutos. O goleiro do Cuiabá retardou a reposição de bola e o árbitro aplicou a regra dos 8 segundos, marcando escanteio para o Papão – segunda vez que a norma foi aplicada na Série B. Na cobrança, a bola sobrou para Carlos Eduardo, que foi derrubado por Jadson. O atacante Garcez se encarregou da cobrança e empatou a partida em 1 a 1.

“Não posso chegar aqui e falar que será fácil. Não é fácil, mas não posso nunca desistir. Enquanto tivermos chances vou continuar lutando, acreditando que é possível, mesmo sabendo das dificuldades que teremos”, disse o técnico Márcio Fernandes após o jogo, comentando a difícil situação do time na tábua de classificação do campeonato.

Na 31ª rodada, o Paysandu vai enfrentar na próxima terça-feira, 7, às 21h35, contra o Botafogo-SP, na Arena Nicnet, em Ribeirão Preto.