
POR GERSON NOGUEIRA
Na estreia do técnico Guto Ferreira, o Remo aplicou uma goleada de 4 a 2 sobre o CRB no Mangueirão, aproximando-se do G4 e fazendo renascer o projeto do acesso. A atuação foi apenas regular no 1º tempo, com erros de passe e pouca criatividade, mas a virada empolgou. Na etapa final, com contra-ataques certeiros e pontaria bem calibrada, a vitória se consolidou.
O excelente resultado, com placar que o Remo ainda não havia alcançado na competição, fez a torcida festejar muito no Mangueirão, voltando a acreditar nas possibilidades do time. Tecnicamente, foi um dos melhores desempenhos dentro de casa, fazendo lembrar os bons momentos do período sob o comando de Daniel Paulista.
Duas peças foram fundamentais no comportamento ofensivo, principalmente no 1º tempo: os uruguaios Nico Ferreira e Diego Hernández. Ambos foram participativos tanto com a bola quanto na recomposição. Hernández fez sua melhor apresentação desde a chegada ao Remo, avançando sempre em velocidade e ajudando na marcação.
O começo do confronto deixou a torcida temerosa de nova decepção. O CRB explorava os avanços do Remo, criou duas chances e colecionava escanteios. Aos 23’, Matheus Ribeiro recebeu na intermediária e disparou um chute perfeito, sem chances para Marcelo Rangel.
A reação azulina foi fulminante, apenas quatro minutos depois: Diego Hernández arriscou de longe em cobrança de falta e a bola tomou o caminho das redes. A partida ficou muito presa aos embates no meio-campo, mas o Remo foi mais aplicado e virou o placar aos 35’.
Nico Ferreira acertou um chute cruzado, que o goleiro Matheus Albino defendeu parcialmente. O rebote pegou no rosto do zagueiro Fábio Alemão e a bola morreu nas redes, para delírio do Fenômeno Azul.
O 2º tempo começou com o CRB chegando com perigo, através de Léo Campos e Crystopher. Aos 10 minutos, em boa trama iniciada por João Pedro (que havia substituído Eduardo Melo), Caio Vinícius foi acionado por Hernández e cruzou rasteiro para Nico Ferreira fazer 3 a 1.
Aos 29’, o Remo consolidou a vitória. Em contra-ataque, Janderson avançou pela esquerda e a bola foi lançada para Caio Vinícius, que bateu rasteiro, no canto esquerdo de Matheus Albino, fazendo 4 a 1. O que era um jogo equilibrado de repente virou baile.
Nos minutos finais, a defesa relaxou e Gegê passou para Breno Herculano dentro da área. O centroavante dominou e bateu cruzado, sem dar chance a Marcelo Rangel, diminuindo para o CRB.
Caio Vinícius, Hernández, Nico e Jorge foram os melhores da equipe. A vitória faz o Leão galgar temporariamente cinco posições: sai da 12ª para a 7ª posição, a cinco pontos do G4. O efeito Guto Ferreira foi decisivo para a mudança de postura do time. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)
Papão, o terror dos líderes, volta a sonhar
Um embate que tinha como favorito o Criciúma, líder do campeonato, terminou com a surpreendente e merecida vitória do Papão por 4 a 2. Lanterna da Série B, há 11 rodadas sem vencer, o Paysandu não se amofinou diante do Tigre e partiu para o ataque, sem medo de ser feliz.
A estratégia foi um sucesso. Com saídas pelos lados, troca de passes em velocidade e contra-ataques certeiros, o Papão equilibrou o jogo no 1º tempo, levando perigo constante à defensiva catarinense.
Jonathan Robert abriu o placar logo aos 13 minutos, em lance rápido na entrada da área, mas o PSC não se abalou. Seguiu buscando o ataque, principalmente com Maurício Garcez pela esquerda.
Não demorou muito para o time de Márcio Fernandes chegar ao empate. Garcez arrancou pela esquerda, cruzou e no rebote a bola se ofereceu para Reverson, que disparou para o fundo das redes.
A virada veio aos 40 minutos. Marlon recebeu passe e colocou a bola na área, na cabeça de Garcez, que chegou testando para o gol. No último minuto, Marcinho cruzou sob medida para Nicolas cabecear e empatar.
Marcado pelo equilíbrio, o 2º tempo começou com o Papão mais agressivo e disposto a marcar. Aos 23’, Garcez sofreu falta de Felipinho na entrada da área e Marlon cobrou a falta com perfeição, fazendo 3 a 2. Na jogada, Felipinho recebeu o cartão vermelho.
Aos 33’, no lance mais bonito da tarde, Garcez, o dono do jogo, voltou a brilhar. Recebeu passe longo de Matheus Nogueira, se livrou de um marcador e driblou o goleiro Alisson, tocando depois para as redes.
Acima das expectativas, o triunfo foi grandioso e resgata esperanças. Lembrou a goleada sobre o então líder Coritiba no 1º turno. O fato é que, a 9 rodadas do fim, o pulso ainda pulsa.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 29)


