Deputados que votaram a favor da PEC da Blindagem se arrependem e pedem desculpas

A mobilização digital, que envolveu artistas, entidades da sociedade civil e usuários comuns, pressionou parlamentares e expôs divisões internas tanto na esquerda quanto na direita.

A aprovação da PEC da Blindagem pela Câmara, na última terça-feira, gerou forte reação nas redes sociais e levou deputados de diferentes partidos a recuarem e até pedirem desculpas pelo voto favorável. A mobilização digital, que envolveu artistas, entidades da sociedade civil e usuários comuns, pressionou parlamentares e expôs divisões internas tanto na esquerda quanto na direita.

A deputada Silvye Alves (União-GO) anunciou que deixará o partido após admitir que mudou seu voto sob pressão. Ela contou que inicialmente foi contra a PEC, mas recebeu ligações de “pessoas influentes” ameaçando retaliações. “Eu fui covarde, cedi à pressão”, disse em vídeo nas redes sociais, pedindo desculpas aos eleitores.

Merlong Solano (PT-PI) também justificou o apoio, afirmando que tentou viabilizar pautas como a isenção do Imposto de Renda e a taxação dos super-ricos. Porém, reconheceu que a estratégia fracassou e assinou, junto com Pedro Campos (PSB-PE), mandado de segurança no STF para anular a votação.

Pedro Campos admitiu erro de cálculo político. Disse que o campo progressista tentou negociar mudanças para barrar a anistia e suavizar pontos polêmicos, mas acabou derrotado tanto na PEC quanto na votação da anistia.

Outro a recuar foi Thiago de Joaldo (PP-SE), que afirmou ter refletido após críticas de especialistas e eleitores. “Reconheço que falhei, peço desculpas e trabalharei para corrigir”, declarou.

Levantamento da consultoria Bites mostra que a PEC gerou 1,6 milhão de menções desde terça-feira, com a esquerda dominando o debate on-line. Apesar disso, a repercussão ficou restrita ao campo político, sem atingir de forma ampla quem não acompanha o tema. A mobilização, porém, ajudou a consolidar oposição ao projeto no Senado, inclusive entre parlamentares de direita, segundo André Eler, diretor-adjunto da Bites.

Artistas como Anitta e Caetano Veloso também aderiram à campanha contra a PEC. Caetano chegou a chamar a proposta de “PEC da Bandidagem” e defendeu manifestações populares.

Dados da consultoria Arquimedes apontam que 89% dos perfis engajados no debate eram ligados ao campo progressista. Outros 4% eram de direita não bolsonarista, como simpatizantes do MBL, críticos ao texto. Já perfis bolsonaristas, que representaram 7%, buscaram justificar o acordo para aprovar a anistia.

Remo demite Antônio Oliveira depois de novo tropeço dentro de casa

A pressão da torcida chegou ao ponto máximo após a derrota para o Atlético-GO, no sábado à noite, e a diretoria do Remo não teve outra saída a não ser demitir o técnico Antônio Oliveira, que dirigiu o time por 15 rodadas na Série B, com 40% de aproveitamento. A saída dele era especulada desde a derrota para o Criciúma e se intensificou com o revés frente aos goianos, resultado que diminuiu as chances de acesso da equipe.

Em reunião na manhã deste domingo (21), por determinação da diretoria, o executivo de futebol Marcos Braz acertou a saída de Oliveira. Nas redes sociais, a repercussão do afastamento veio acompanhada de críticas à diretoria por ter demorado a tomar a decisão. Os maus resultados em casa prejudicaram a campanha azulina desde a chegada do técnico português. Invicto fora de casa há sete jogos, Oliveira usava o fato como argumento para defender seu trabalho.

Depois do vexame de sábado, Oliveira elogiou os jogadores e pediu paciência ao torcedor. “Eles são um grupo fantástico, não é fácil gerir um grupo de 40 jogadores, mas nesse aspecto a torcida do Remo pode ficar descansada, pois tem um grupo exemplar. Pena que os jogos em casa estão sendo o nosso calcanhar de Aquiles. Mas ainda temos 11 jogos, temos tempo, estamos fazendo um campeonato fantástico e ainda temos 33 pontos para disputar”, avaliou.

Na nota em que anunciou a saída de Antônio Oliveira, a diretoria informa que se dedica agora a buscar um novo comandante. Maurício Barbieri, especulado quando Daniel Paulista saiu, volta a ser cogitado, assim como Umberto Louzer e Guto Ferreira.

Leão perde em casa, frustra torcida e se distancia do sonho do acesso

O que começou em clima de festa terminou em frustração, na noite deste sábado (20), no estádio Baenão. O Remo perdeu para o Atlético-GO, por 1 a 0, em jogo válido pela 27ª rodada do Brasileiro, deixando escapar a chance de se aproximar do G4. O resultado irritou a torcida que lotava o estádio e gerou muitas vaias e críticas ao técnico Antônio Oliveira e aos jogadores.

A partida começou em alta intensidade, mas o time goiano levou mais perigo nas finalizações. Logo aos 13 minutos, o Atlético chegou ao gol. Em contra-ataque certeiro, Guilherme Romão mandou para as redes, aproveitando o rebote de um chute de Lelê na trave.

O gol abalou o time azulino, que perdeu o meia Régis aos 26 minutos, por lesão. O empate quase aconteceu aos 31 minutos, em chute forte de Sávio. Logo depois, Marrony teve grande chance após boa troca de passes no ataque, mas finalizou mal.

Na segunda etapa, o Remo veio mais organizado e buscando o gol. Pedro Rocha ameaçou em jogada individual, mas o goleiro Paulo Vítor defendeu. O Atlético ameaçava em contragolpes, sempre puxados por Lelê. Em dois momentos, o VAR entrou em cena para analisar a possibilidade de pênaltis, mas as infrações não se confirmaram.

Entre as mudanças processadas pelo técnico Antônio Oliveira, chamou atenção a estreia do grego Panagiotis, mas o Remo não conseguia transformar em gols o amplo domínio. Erros de passe e falta de inspiração nas jogadas irritavam ainda mais a torcida que lotou o estádio (14 mil espectadores). Alan Rodríguez substituiu Sávio e Marcelinho entrou no lugar de Nathan Santos.

Já no desespero, o Remo impôs pressão, mas a zaga atleticana conseguiu se safar. O time remista saiu vaiado de campo, bem como a comissão técnica. O resultado mantém temporariamente o Remo em 7º lugar, com 39 pontos, mais distante do G4 e dos planos de acesso. A próxima apresentação do Remo será na quarta-feira, 24, diante do Volta Redonda, no Rio de Janeiro.

Muito contestado pelos maus resultados em jogos como mandante, o técnico Antônio Oliveira pediu calma ao torcedor, argumentando que nada está perdido. Admitiu a apatia inicial da equipe, que só reagiu após tomar o gol, mas lamentou a perda de boas chances, com Marrony e Sávio. “Infelizmente não conseguimos marcar. O adversário baixou as linhas, explorou transições e foi eficaz”, disse o treinador.

Ele afirmou que não falta empenho ao time e pediu equilíbrio na análise do atual momento. “Entendo a emoção da derrota, mas sei que tenho um elenco comprometido, que luta e acredita. Vamos continuar unidos para buscar os pontos necessários e manter o Remo vivo na disputa pelo acesso”, observou Oliveira, que segue com a cabeça a prêmio.