Gastão Moreira, que mantém o celebrado canal Kazagastão, denuncia aqui o cerco implacável exercido por gravadoras e produtoras sobre canais e blogs de música. Vídeos são bloqueados sem qualquer critério, numa ação que constitui um verdadeiro tiro no pé na medida em que impede a divulgação de críticas e informações sobre música, deixando de atender um expressivo segmento de público que consome esse tipo de conteúdo.
Por essa razão, o blog tem diminuído a frequência da seção Rock na Madrugada em função dos bloqueios ao uso de vídeos antigos, alguns de músicas gravadas há mais de meio século.
Todo ano é assim. À medida que o campeonato avança, começam os cálculos e projeções sobre acesso, permanência e rebaixamento. O torcedor passa a não ter mais sossego, ansioso pelas expectativas de sucesso e pelo natural temor do fracasso.
Desde que a competição começa as perguntas sobre as chances de êxito se repetem, mas com o tempo passam a dividir espaço com as dúvidas em relação à permanência. O Remo teve um excelente início, com 11 jogos de invencibilidade, mas enfrenta problemas para manter o ritmo.
O PSC iniciou mal, com 11 partidas sem vencer e viu-se obrigado a trocar de comando. Apesar de tardia, a providência deu certo. Sob o comando de Claudinei Oliveira, o time não perdeu mais. Ocorre que o acúmulo de resultados ruins no começo mantém o time na parte baixa da tabela.
Os matemáticos mapeiam e projetam as chances de cada equipe. Naquele que é considerado o mais competitivo campeonato dos últimos anos, os representantes paraenses ocupam posições opostas. O Remo continua com chances de acesso, 22,6%, mas já desfrutou de números melhores (46%).
Na lista de cotados para subir, o Leão é hoje o sétimo, atrás de Goiás (87%), Coritiba (86,3%), Novorizontino (55,6%), Chapecoense (54,8%), Criciúma (24,6%) e Avaí (24,5%). Cuiabá é o 8º, com 21,5%.
Invicto há 9 partidas e ainda na vice-lanterna, o PSC tem 51,38% de chances de queda. É o 3º time mais ameaçado, à frente apenas de América-MG, com 54%, e Botafogo-SP, com 77,5%. Fica atrás de Volta Redonda (40%), Atlético-GO (30,2%, Ferroviária (23,8%) e Athletic (23,8%).
Os especialistas baseiam suas projeções não apenas na pontuação e na colocação, mas no desempenho e na evolução de cada time. Por essa linha de raciocínio, o PSC tende a melhorar sua performance, desde que melhore o rendimento como mandante, enquanto o Bota de SP já está condenado, com o pior saldo da competição e nove derrotas.
Por outro lado, o América-MG tem tradição de boas campanhas na Série B, o que faz crer que ainda pode se recuperar. Algumas situações inesperadas servem para mudar a cotação dos times. É o caso da Ferroviária, que, ao vencer o Remo em Belém após seis rodadas sem vencer, viu cair de 39,4% para 23,8% as chances de queda.
Um detalhe serve de consolo para quem vai mal na classificação: é muito curta a distância entre os times do G4 e do Z4. Apenas 12 pontos separam o último da zona de acesso (33 pontos) do primeiro da zona de queda (21).
Impressiona ainda a vantagem do líder Goiás sobre o lanterna: 18 pontos. Os dois últimos colocados, PSC e Amazonas, ostentam as maiores pontuações na história da Série B, com 21 e 20 pontos, respectivamente. A baixa diferença permite alimentar sonhos. Nem tudo (ainda) está perdido. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)
Criatividade é palavra de ordem no Leão
Enfrentar o desesperado América, sábado, em Belo Horizonte, é um desafio e tanto para o Remo de Antônio Oliveira. É ao mesmo tempo a chance de se reaproximar do G4 e a possibilidade de dar uma resposta ao torcedor, ainda chateado com a pífia apresentação contra a Ferroviária.
Os planos de uma vitória passam necessariamente pelo setor de criação, onde repousam no momento as principais limitações do time. Sem um meia que seja capaz de articular jogadas, o Remo se tornou previsível demais, sujeito ao domínio de times que se preparam para marcar.
Contra a Ferroviária, ficou patente a diferença de qualidade no meio entre as duas equipes. De um lado, Fabrício Daniel, organizador e responsável pelos passes para os gols do time visitante. Do lado azulino, um vazio tremendo, com excesso de volantes e nenhum jogador criativo.
Em BH, Antônio Oliveira já poderá contar com Régis, único meia de ofício existente no elenco. Em situação normal, deveria entrar de cara, pois Dodô não consegue armar e Jaderson e Cantillo, apesar de hábeis, são volantes.
Fazer o dever de casa é item obrigatório
Desde que Givanildo Oliveira conquistou a Série B 2001 comandando o PSC, nenhum torcedor bicolor esquece as lições deixadas pelo técnico pernambucano: campeonatos são ganhos a partir das vitórias em casa. A atual edição da Série B confirma essa máxima.
Mesmo dono de expressiva invencibilidade, o Papão vai muito mal quanto ao mando de campo, posicionando-se como o mais fraco anfitrião da Série B. Em nove partidas disputadas em Belém, o time ganhou apenas duas, empatou quatro e perdeu três. Somou apenas 10 pontos.
É um quantitativo preocupante. Caso mantivesse essa média no 2º turno, com apenas duas vitórias em casa, o time de Claudinei Oliveira estaria irremediavelmente rebaixado. O caminho óbvio é mostrar força dentro da Curuzu, derrotando o máximo de adversários.
Essa postura tem que começar pelo Vila Nova, na próxima segunda-feira. O time deve manter a escalação que Claudinei vem utilizando, sem mudanças no ataque e com um meio-de-campo que compensa a falta de criatividade com um apetite excepcional para marcar.
No setor defensivo, a novidade pode ser Edilson, que entrou nos minutos finais contra o Atlético-PR e deu a assistência salvadora para o gol de Diogo Oliveira, empatando a partida.
(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 06)
Em situação normal, o empate conquistado pelo PSC fora de casa seria um resultado a ser comemorado, mas a herança negativa do início da competição continua a manter a equipe na parte baixa da tabela. A situação é até esquisita: invicto há 9 partidas, com 21 pontos, o time segue na 19ª posição da Série B, embora com pontuação igual ou próxima aos times que estão acima na tabela.
Na Arena da Baixada, ontem, o confronto se desenvolveu sem grandes emoções ao longo do 1º tempo, embora o PSC tenha sido superior ao Atlético na maior parte do tempo, sem ceder espaços e aproveitando para desenvolver um jogo de contra-ataques. Com isso, levou perigo ao gol de Santos em vários momentos.
Em ataque agudo, logo no começo, o goleiro atleticano fez grande defesa e depois foi a vez de Belezi evitar uma finalização perigosa. Já o Furacão não conseguiu se impor e teve dificuldades para atacar. Gabriel Mesquita fez apenas uma defesa mais difícil ao longo da primeira etapa.
A situação mudou por completo no 2º tempo, quando o Atlético passou a pressionar com mais insistência, aumentou o número de atacantes e criou mais situações perigosas. Zapelli teve a melhor oportunidade, mas disparou à direita da trave de Gabriel.
Denner perdeu uma chance preciosa, errando a finalização. Já no desespero, aos 36 minutos, o Furacão chegou ao gol: o meia Dudu recebeu passe junto à área, avançou e tocou na saída do goleiro.
Aos 40’, em grande manobra, Edilson recuperou a posse de bola pela direita e passou para o centroavante Diogo Oliveira empatar o jogo, calando a torcida atleticana que ainda comemorava o gol.
Apesar dos problemas enfrentados por Claudinei Oliveira, com lesões e suspensões, o time teve um bom rendimento dentro da estratégia reativa de jogar em cima dos erros do time adversário. Mostrou outra vez grande capacidade de se recuperar logo após sofrer o gol. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)
No futebol, o técnico é sempre o suspeito
Na literatura policial inglesa, o culpado é sempre o mordomo. Para o torcedor remista mais empedernido, o culpado pelas oscilações do time tem nome e sobrenome: Antônio Oliveira. Ele não é absolvido nem mesmo pelas falhas individuais grosseiras que impediram a vitória em Goiânia e contribuíram para o revés em casa.
Jogadores erram à beça, mas são sempre perdoados. Pior ainda: o acúmulo de erros em campo só desaba sobre as costas do treinador. Não é exclusividade do Remo. Ocorre em todos os times e divisões. O torcedor é extremamente rigoroso no julgamento dos técnicos, mas costuma passar pano para barbeiragens de jogadores.
No caso de Pedro Rocha, cabe uma explicação. Ele perde trocentas chances de gol, mas já marcou 10 vezes e é o principal artilheiro do time e do campeonato. Quando falha, é criticado, mas seus méritos falam mais alto.
Enquanto isso, o técnico paga caro pelos tropeços do time, motivados pelas lambanças defensivas e pelos gols que o time deixa de marcar. Ou podem ser atribuídos ao treinador os erros crassos cometidos pelo jovem zagueiro Kayky, que assinou a parceria no gol do Avaí e foi participante direto nos dois gols da Ferroviária de Araraquara?
É claro que existem alguns pontos que devem ser cobrados do treinador. A ausência de um modelo de jogo que permita ao time se impor como mandante, evitando sofrer nas mãos de adversários bem organizados.
Outro detalhe de responsabilidade direta de Oliveira é a montagem do time e as trocas durante os jogos. Diante da Ferroviária, quando vários titulares sofreram os efeitos do curto intervalo em relação ao jogo com o Goiás, faltou lançar mão de atletas que estavam descansados.
Jaderson, que não atuou em Goiânia, deveria ter entrado de cara. Pedro Castro, que jogou apenas por alguns minutos, também podia ter sido escalado para compor o meio-de-campo. Marcelinho, Nathan Camargo, Freitas, PH e Felipe Vizeu também estavam disponíveis.
Como o desgaste era previsível, o técnico optou por mandar a campo praticamente o mesmo time que havia atuado em Goiânia, uma opção temerária que terminou por afetar o desempenho geral da equipe.
Goleiro paraense é destaque na Shangai Cup
Um garoto paraense foi um dos destaques na conquista da Shangai Future Star Cup Sub-16 pelo Fluminense, ontem, na China. O torneio internacional reuniu grandes clubes do mundo inteiro e, na partida final, no Pudong Football Stadium, o Flu triunfou sobre o Benfica por 2 a 0, com gols de Gabriel Justen e Danilo Melo.
A campanha invicta teve vitórias sobre Olympique de Marseille, Chelsea e Vissel Kobe. Dois atletas se destacaram no time: Carlos Miguel foi o artilheiro e eleito craque do torneio e Zafir foi o menos vazado e acabou premiado como melhor goleiro da Copa, segundo o Canal Flu News.
Cria das divisões de base do Remo, Zafir se transferiu há dois anos para o Flu e agora conquista sua primeira competição internacional.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 04)
Uma conquista histórica que coloca o Brasil novamente como referência mundial, a saída do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) pela segunda vez reflete o grande êxito do presidente Lula no compromisso com a retomada de todos os programas sociais desarticulados de 2016 a 2022.
Reconduzir o país a um patamar de dignidade é resultado de decisões que priorizaram a redução da pobreza, o apoio à agricultura familiar e o estímulo à geração de emprego e renda, entre outras iniciativas que formam uma grande rede de proteção social composta por diversas políticas públicas integradas e eficazes, que começaram a ser implantadas em 2003, no primeiro ano do primeiro mandato de Lula.
Agora, a saída do Brasil novamente do Mapa da Fome em apenas dois anos é a prova cabal de mais um grande êxito dos governos petistas. “Políticas públicas finalmente voltaram a ser foco de um governo”, comemorou Kiko Afonso, diretor-executivo da Ação Cidadania em entrevista ao jornalista Alan Severiano do site G1.
Programas de transferência de renda como o Bolsa Família e outros de acesso à alimentação, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), tiveram papel estratégico, junto com ações estruturantes nas áreas de desenvolvimento regional, crédito rural, irrigação e apoio à agricultura familiar, paralelamente ao aumento real do salário mínimo, da massa salarial e queda recorde dos índices de desemprego.
O presidente Lula reestruturou o Programa de Merenda Escolar, reconstruiu os estoques reguladores com a retomada dos armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), integrou as Cozinhas Solidárias às iniciativas de combate à fome e priorizou o aumento do emprego e da renda, além de fortalecer os Arranjos Produtivos Locais (APLs) e efetuar importante “pente fino” no CadÚnico. As ações do governo resultaram em crescimento constante do PIB com distribuição de renda, sob a premissa de “colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda”.
Abriram a porteira do curral bolsonarista neste domingo, né? E o gado vestido de verde-amarelo botou as patas na rua. Primeiro, nem era tanto boi assim. Segundo, o mugido da boiada toda é por nada. O julgamento do golpista-mor e de seu entourage fascista vai começar logo, logo no STF. E não adianta Mr. Trump Taco pressionar, taxar e posar de imperador do mundo. Aqui ele não apita, viu? E Bolsonaro será condenado. Sobram provas contra o dito cujo. Algumas produzidas estupidamente por ele mesmo. Resumo da ópera: Boi Bozo está colhendo apenas o que plantou.
Pérola extraída do discaço Titanomaquia (1993): “Nem sempre se pode ser Deus” é uma composição assinada por todos os Titãs (Nando Reis, Tony Belloto, Charles Gavin, Sérgio Brito, Branco Melo, Marcelo Fromer e Paulo Miklos) sinalizando na letra a preocupação em desafiar limites e questionar as imposições sociais:
Não é que eu me arrependi / Eu tô com vontade de rir / Não é que eu me sinto mal / Eu posso fazer igual / Não é que eu vou fazer igual / Eu vou fazer pior
Titanomaquia foi produzido pelo norte-americano Jack Endino, consagrado por trabalhos com as bandas de Seattle, principalmente Nirvana e Soundgarden, e apontado como um dos responsáveis por moldar o som grunge. A contratação de Endino foi uma guinada dos Titãs no sentido de voltar ao rock de pegada pós-punk e de sonoridade fincada nas guitarras.
O vídeo acima é do show gravado na fortaleza de S. José da Ponta Grossa, em Florianópolis, em 12 e13 de agosto de 2005, com os músicos remanescentes do grupo. É uma versão suavizada em relação à gravação original, mas ainda assim soa pesada em comparação com a cena roqueira atual, mantendo a força das guitarras.
Agentes da inteligência da PF ligados ao bolsonarismo pedem licença e se mudam para cidade de Eduardo Bolsonaro nos EUA
Por Thalys Alcântara, no Intercept_Brasil
Nove anos. Esse é o tempo que o Intercept Brasil tem de estrada. E fazemos aniversário no contexto da maior crise entre Brasil e Estados Unidos dos últimos séculos. E é exatamente em meio a essa nova linha de frente da articulação internacional da extrema direita que continuamos fazendo o que fazemos de melhor: investigar histórias que provocam impacto e responsabilizam poderosos.
Cheguei ao Intercept há cinco meses e, desde então, venho trabalhando incansavelmente ao lado de outros repórteres e editores para descobrir o que os poderosos tentam esconder. Parece papo de LinkedIn, mas é bem mais que isso: o nosso jornalismo tem foco no impacto porque queremos, de fato, transformar a sociedade.
Roteiro de filme Foi com essa mentalidade que tropecei numa história que, no começo, até parecia roteiro de filme B: um casal de agentes da inteligência da Polícia Federal, ligado ao bolsonarismo, simplesmente abriu mão do salário e se mudou para a mesma cidade que Eduardo Bolsonaro, nos Estados Unidos.
Todo mundo sabe que Eduardo trabalha dia e noite contra o Brasil para livrar o pai da prisão. Agora, tem dois especialistas em inteligência brasileira – um deles seu ex-colega de turma na academia da Polícia Federal – morando na mesma cidade. A situação levanta uma questão: qual o risco de vazamento de informações sensíveis?
Nosso desafio diário: qual história contar?
Todo dia chegam denúncias de diferentes cantos do Brasil. Desvio de recursos públicos, assédio, grupos paramilitares, organizações criminosas — a lista não para de crescer. O maior desafio? Nosso time é pequeno (mas faz barulho, né?). Precisamos escolher em qual história apostar nosso tempo e energia. É por isso que seu apoio é tão importante. A gente precisa de independência para investigar com liberdade — e ela só existe quando quem financia nosso trabalho é você e não uma empresa ou bilionários. Faltam menos 48h para o fim da nossa campanha de captação. Faça uma doação agora e nos ajude a seguir investigando histórias que ninguém mais tem coragem de contar.
Quando essa denúncia sobre agentes da inteligência ajudando Eduardo chegou até nós, confesso: soou como ficção. Mas começamos a cavar. Fontes foram ouvidas, documentos lidos, conexões mapeadas. E tudo começou a ficar interessante.
Os detalhes que ninguém vê
André Valdez, agente da Polícia Federal que está em Arlington, no Texas, conseguiu uma licença não remunerada em 16 de abril, menos de um mês após Eduardo dizer que iria “se exilar” no país norte-americano.
Valdez é especialista em escuta ambiental, que é a instalação de aparelhos para captar áudios de forma escondida. Ele era responsável, inclusive, por fazer varreduras em gabinetes de autoridades, como o do ministro Alexandre de Moraes, segundo fontes com quem conversei.
Confirmar esses detalhes demandou uma busca minuciosa, pois os dados nem sempre são públicos. Com a ajuda de fontes e técnicas de jornalismo investigativo, conseguimos documentos que eles não queriam que a gente revelasse, incluindo a função do agente Valdez dentro da Inteligência da PF.
Nem toda tentativa vira furo jornalístico. Para uma investigação como essa, seguimos diferentes caminhos e abrimos várias linhas de apuração. Nem todas levam a algum lugar relevante. Muitas vezes, gastamos muito tempo pesquisando histórias que não chegam a lugar algum.
Assisti a horas de cultos da igreja frequentados pela agente da PF Letícia Padilha em Arlington, na tentativa de conseguir alguma informação nova. Resultado? Nada muito relevante. Padilha foi para os Estados Unidos com o agente Valdez, com quem é casada, e também trabalhava na inteligência da PF.
Cheguei aos endereços que a agente Padilha frequenta por meio de publicações públicas nas redes sociais (que foram apagadas após a publicação da nossa reportagem, vale dizer) e verifiquei que eles estão localizados a poucos minutos de carro de locais ligados a Eduardo Bolsonaro e sua esposa, Heloísa. Também descobri uma informação bastante relevante: que o ex-chefe dela foi um dos indiciados no inquérito da Abin Paralela.
O “outro lado” que se esconde
Depois que terminamos a investigação, chega uma parte que parece simples, mas é igualmente desafiadora e, muitas vezes, frustrante: ir atrás do outro lado, entrar em contato com as pessoas investigadas e ouvir as explicações delas.
Nesse caso dos agentes da inteligência, tinha uma dificuldade extra: Valdez é muito discreto nas redes sociais. Eu precisava de um contato dele nos Estados Unidos e minhas fontes não tinham essa resposta. Mas eu precisava falar com ele. Após um dia inteiro de pesquisa, encontrei o contato telefônico dele escrito à mão em um procedimento administrativo que ele sofreu na PF em 2012, quando foi suspenso por 90 dias depois de xingar um delegado.
Ele me disse apenas que não compartilharia informações dele e da sua família. “Você está insinuando que eu estou envolvido de alguma forma nessa trama”, escreveu.
A apuração não acaba com a publicação Uma coisa que aprendi desde que cheguei ao Intercept é que a publicação da reportagem não é o fim da linha. É só o começo. Precisamos continuar acompanhando a história e não deixar que ela seja esquecida. Não queremos que o texto traga apenas audiência e engajamento nas redes sociais: queremos que nossa investigação provoque transformações concretas.
Os agentes da PF seguem sem dar respostas satisfatórias aos nossos questionamentos detalhados. O deputado de extrema direita e amigo do casal, Ubiratan Sanderson, do PL, ignorou nossos contatos e segue em silêncio. Eduardo também.
Mas nós seguimos aqui, apurando a próxima denúncia. E te adianto: essa história já tem desdobramentos. Mas você pode imaginar que não é nada fácil cobrir esse assunto.
Para isso precisamos de você! A gente só chegou até aqui porque milhares de pessoas decidiram nos apoiar. Nestes nove anos, enfrentamos governos autoritários, empresas bilionárias, ameaças e tentativas de silenciamento — e seguimos firmes porque existe uma comunidade que acredita no poder do jornalismo independente.
A nossa campanha de arrecadação se encerra em menos de 48h e ainda faltam R$ 50 mil para bater a nossa meta. Assim, garantiremos que mais histórias como essa e a Vaza Jato, por exemplo, sejam reveladas. Torne-se doador hoje mesmo!
“Os anfíbios primitivos podem ser imediatamente distintos de seus ancestrais (os peixes) pelo fato de adquirirem novas estruturas ósseas, os membros, que são reconhecíveis nos esqueletos fósseis. Por outro lado, a transição entre os anfíbios e os seu descendentes répteis é menos clara no registro fossilífero, porque as principais diferenças entre ambos não são as encontradas na configuração do esqueleto mas sim, no modo como se reproduzem. Depois de completar seu desenvolvimento embrionário, o animal rompe a casca do ovo e sai completamente formado.” [1] “Mosasaurus (Mosassauro) é um genero de lagartos marinhos mosassaurídeos que viveram em torno de 90 milhões de anos atrás no oceano Atlântico, e tem um certo parentesco com os atuais varanídeos. O nome é devido a seus primeiros fósseis, encontrados em 1770 por George Cuvier, terem sido encontrados no vale do rio Mosa, na Holanda. As afinidades exatas do Mosassauro como escamado permanecem controversas e os cientistas continuam a debater se seus parentes vivos mais próximos são lagartos ou cobras.” [2] “Nos últimos dois filmes da criação de Steven Spielberg, da série Jurassic Park, esse réptil marinho escamoso aparece em cenas muito especiais.” [3] Mas será que em tempos pretéritos os Mosassauros verdadeiros conviveram (e sobreviveram) com as ressacas marítimas de sua época e, também, com as mudanças climáticas? Provavelmente a resposta é sim. “Ressaca marítima é um fenômeno natural que ocorre quando ondas muito grandes e fortes atingem o litoral. No caso desta semana, o fenômeno tem sido provocado pela frente fria e por um ciclone extratropical que atingiu o Centro-Sul do país. No Litoral Norte de São Paulo, ventos de até 85 quilômetros por hora causaram estragos nesta segunda-feira (28) e provocaram a ressaca marítima. Ubatuba também registrou o fenômeno.” [4] No caso particular de Ubatuba, as brigas com o mar [5] são antigas, onde o mar anda comendo pelas beiradas [6] um trecho da Praia do Itaguá, por exemplo, e agora agravado pelas recentes ressacas marítimas. Para encerrar, o que poderíamos falar dos terrestres Bozosaurus rex [7], botadores de ovos que eclodem, dia a dia, para espanto de boa parte da população brasileira? Será que sobreviverão num determinado clima político e para uma ressaca eleitoral ou vão continuar insistindo na sua proliferação, como uma espécie predadora da democracia? No domingo, 03/08/2025, a Avenida Paulista vai ser, de novo, palco para o desfile “patriótico” do B. rex e suas crias. Até quando? “Se um dia a democracia for possível neste país, ela nascerá dos movimentos sociais e populares, do contrapoder social e político que transforma a plebe em cidadã e os cidadãos em sujeitos que declaram suas diferenças e manifestam seus conflitos.”- Marilena Chaui.
Fontes [1] “História Geológica da Vida” livro de A. Lee McAlester de 1969. Editora Edgard Blücher Ltda. 174 páginas. p.121. [2] “Mosasaurus” pesquisa feita na WikipédiA – A enciclopédia livre em 02/08/2025. https://pt.wikipedia.org/wiki/Mosasaurus [3] “Está faltando um mosassauro” crônica de Heraldo Campos de 02/04/2020. https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2020/04/esta-faltando-ummosassauro-cronica-de.html [4] “Ressaca do mar avança e surpreende grupo na faixa de areia de praia em Ilhabela, SP” reportagem de Léo Nicolini para G1 Vale do Paraíba e região de 30/07/2025.
Heraldo Campos é geólogo (Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP, 1976), mestre em Geologia Geral e de Aplicação e doutor em Ciências (Instituto de Geociências da USP, 1987 e 1993) e pós-doutor em hidrogeologia (Universidad Politécnica de Cataluña e Escola de Engenharia de São Carlos da USP, 2000 e 2010).
Com atuação decepcionante, o Remo foi derrotado pela Ferroviária de Araraquara na noite de sexta-feira (01), no Mangueirão, pela 20ª rodada da Série B, diante de 23 mil torcedores. Foi a pior apresentação dentro de casa, quebrando uma invencibilidade de seis partidas na competição.
Mais que isso: o resultado deixou a torcida em pé de guerra e desconfiada em relação ao potencial do time. Mesmo desgastado fisicamente pelo curto intervalo (66 horas) entre o jogo em Goiânia na segunda-feira e a partida contra a Ferroviária, o time foi excessivamente lento e apático.
O desenrolar do 1º tempo deu a falsa impressão de que o Remo tinha o controle do jogo. Criou três boas situações no ataque, com Pedro Rocha, Marrony e Matheus Davó, mas não conseguiu reproduzir a mesma movimentação ofensiva do jogo diante do Goiás. Faltou gás e apetite.
A coisa desandou nos minutos finais, quando uma bola longa foi lançada ao ataque da Ferroviária e a zaga parou, esperando a saída pela linha de fundo. Juninho não desistiu, foi atrás e cruzou para o centroavante Ronaldo girar em cima de Kayky e bater para o gol, abrindo o placar.
Veio o intervalo e, para espanto geral, o técnico Antônio Oliveira não mexeu no time. Davó perdeu um gol logo aos 8 minutos e na jogada seguinte, em contra-ataque mortal, a Ferroviária fez o segundo, com Juninho tocando no canto da trave, após passe de Netinho.
O Remo nem iniciou a tentativa de reação e tomou outra pancada: o atacante Pedro Rocha, artilheiro do time e da Série B, cometeu uma falta dura e tomou o segundo cartão amarelo. Se já estava difícil com 11, ficou praticamente impossível reverter a situação com apenas 10 em campo.
Aí começaram as mudanças, nenhuma capaz de sanar a situação. Jaderson, Janderson, Alan Rodriguez, Marcelinho e Caio Vinícius se juntaram à nau sem rumo e a Ferroviária só não ampliou porque não teve ambição.
Resultado ruim para quem busca seguir no pelotão de cima. Com 30 pontos, o Remo pode terminar a rodada em 9º lugar. O questionamento do trabalho de Antônio Oliveira tende a se ampliar, principalmente por não ter compreendido que o time precisava de reposição de peças.
A ausência de Pedro Rocha na próxima rodada, contra o América-MG, em Belo Horizonte, é outro ponto preocupante. Até o início da rodada, o Remo tinha 32,89% de chances de acesso à Série A. O vexame dentro de casa seguramente irá desidratar esse percentual.
Bola na Torre
O programa começa às 22h, na RBATV, com apresentação de Guilherme Guerreiro e participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, a rodada de abertura do 2º turno da Série B. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.
Papão quer explorar problemas do Furacão
É inevitável que, ao enfrentar o Athletico-PR, neste domingo (18h30, na Ligga Arena), em Curitiba, o PSC tenha como referência a grande vitória obtida sobre o Coritiba, por 5 a 2. Afinal, são os dois maiores clubes do Paraná, com projetos e investimentos de quem luta pelo acesso.
A lembrança da surpreendente goleada sobre o Coxa é um gancho de motivação, fazendo com que o time de Claudinei Oliveira busque explorar a instabilidade do Athletico, que faz uma campanha abaixo do esperado, ocupando o 12º lugar e sem vencer há quatro rodadas.
Com o mesmo ataque que fulminou a zaga do Coxa, uma das melhores da competição, Claudinei deve manter o desenho tático do time, que vem mostrando capacidade de marcação, segurança defensiva e potência ofensiva desde a 12ª rodada.
Será a estreia dos times no returno da Série B. Apesar da invencibilidade de 8 partidas, o Papão abre o Z4, com 20 pontos, e é apontado como o 3º time com mais chance de rebaixamento, com 46,12 %, à frente apenas do Amazonas (46,71%) e do Botafogo-SP (89,25%).
Klaus e o servilismo aos donos da casa
Existem árbitros no Brasil que parecem se sentir até orgulhosos com a (má) fama de “caseiros”. Notabilizam-se pela extrema boa vontade com os times mandantes, principalmente quanto estes têm grandes torcidas, pujança financeira e força política nos bastidores.
Depois de inúmeros casos em que se atrapalhou em jogos de Corinthians e Flamengo, quis o destino que Rafael Klaus fosse escalado para o confronto entre o Fla e o Atlético-MG pela Copa do Brasil, na quinta-feira (31).
Logo aos 7 minutos de bola rolando, Klaus mostrou sua compulsiva mania de distorcer lances e evitar marcações que desagradem a torcida da casa. O lateral rubro-negro Varela botou o braço na bola dentro da área, interceptando um cruzamento do ataque mineiro.
Foi praticamente uma cortada de vôlei, sem disfarces. Klaus, obviamente, não teve dúvida: entendeu o lance como inteiramente normal, apoiado pelo pessoal do VAR. Segue o jogo.
A presepada continuou no dia seguinte, com os canais esportivos fazendo a costumeira ginástica para justificar a não marcação do pênalti contra o Flamengo. Donde se conclui que não apenas árbitros podem ser caseiros. Jornalistas também jogam no mesmo time.
(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 02/03)
O Remo entra em campo hoje, às 19h, para enfrentar a Ferroviária, com dois expoentes da equipe nesta Série B: Marcelo Rangel e Pedro Rocha. Com defesas decisivas ao longo do turno, Rangel é o melhor goleiro da competição. O atacante marcou 10 gols e é o artilheiro isolado. Apesar da importância de ambos, a torcida tem olhares diferentes sobre os dois.
Rangel é o grande responsável pela segurança defensiva da equipe, com intervenções fundamentais em várias partidas. Titular absoluto na temporada, contribuiu também para o baixo número de derrotas do Remo em 2025. Levantamento nacional mostra que o Leão perdeu apenas seis vezes – a mesma quantidade do Flamengo.
Chama atenção o processo de evolução do arqueiro após chegar para substituir o ídolo Vinícius, que dominou as traves azulinas por sete temporadas. A rejeição inicial da torcida foi superada com muita dedicação e profissionalismo, resultando na plena aceitação atual.
Ao contrário da unanimidade em torno de Rangel, o atacante Pedro Rocha não desfruta da mesma aceitação, embora haja reconhecimento quanto à sua importância. Tão decisivo quanto o goleiro, tendo marcado 10 gols em 19 partidas, ele divide opiniões e coleciona críticas pelo excesso de gols perdidos na competição.
O que ocorreu na terça-feira (29), em Goiânia, foi apenas um exemplo da quantidade surpreendente de chances jogadas fora pelo artilheiro. Em situação normal, pelo número de oportunidades criadas a cada partida, Rocha já poderia ter pelo menos 15 gols marcados.
A falta de apuro na definição, provocada quase sempre pela afobação na resolução das jogadas, é o ponto crucial dos erros cometidos. Há, porém, quem defenda a tese de que só perde gol quem arrisca. Rocha tem o mérito de ser incansável e intenso na busca de vitórias.
Na carreira, Rocha raramente teve desempenho tão positivo em termos de anotação de gols. Como um atacante de lado, não foi goleador nos times que defendeu. No Remo, chegou junto com Felipe Vizeu, que tinha a missão de fazer os gols. A situação se inverteu e Pedro Rocha ganhou o protagonismo, com méritos, mesmo que a torcida critique e queira sempre mais. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)
Cansaço é o maior adversário dos azulinos
Para superar a Ferroviária, o Remo terá que inicialmente superar o cansaço físico da maratona iniciada com a viagem para o jogo em Goiânia, na terça-feira, sem o tempo adequado para a recomposição física. A delegação retornou na quarta-feira e fez um treino leve ontem como preparação para a estreia no returno da Série B, hoje à noite.
Quando a partida terminou no estádio da Serrinha, o técnico Antônio Oliveira não escondeu a irritação com o “castigo” imposto ao Remo: jogar no último horário da terça-feira e encarar 66 horas depois o novo compromisso, sexta-feira, às 19h.
Soa incompreensível que a partida com a Ferroviária não tenha sido programada para sábado ou domingo, visto que o PSC joga fora de Belém nesta rodada. A explicação banal de que é um problema de grade de programação não esclarece absolutamente nada.
Os clubes nortistas têm, de maneira geral, sido muito penalizados com as questões logísticas e os problemas da malha aérea. Deslocamentos extensos demais minam o condicionamento dos times, embora nem sempre isso seja devidamente mensurado.
O PSC de Luizinho Lopes é prova viva dessa situação. Durante 11 rodadas, o time sofreu com as viagens e os jogos de quatro competições simultâneas (Série B, Parazão, Copa Verde e Copa do Brasil). Mesmo que técnicos, jogadores e dirigentes protestem, nada de prático é feito para resolver o problema.
Papão terá a volta de volante recordista
O compromisso é dos mais difíceis, mas Claudinei Oliveira terá dois retornos importantes no sistema defensivo do PSC para o jogo com o Atlético-PR, em Curitiba. Novillo recompõe a zaga e Leandro Vilela, volante titular, está de volta após cumprir nova suspensão automática e reassume o papel de cão de guarda à frente da zaga alviceleste.
Aliás, a expressão “cão de guarda” talvez seja levada a sério demais pelo volante, que ostenta a questionável marca de jogador mais indisciplinado da Série B, tendo recebido nove cartões amarelos e um cartão vermelho em 16 jogos realizados.
Tecnicamente, Vilela é um dos mais efetivos e competentes marcadores do elenco do PSC, mas costuma se exceder em alguns lances e termina por receber cartões que poderiam ser evitados.
Sem ele, Claudinei lançou Ronaldo Henrique na partida diante do Athletic, mas com Vilela o setor fica bem mais seguro. Além de mais entrosado com os companheiros, é um dos líderes da equipe. Terá papel importante no jogo em Curitiba, de preferência sem ser amarelado.
Com Novillo garantido, a zaga deve ter novamente a composição ideal, com a manutenção de Thalyson. Há, ainda, a possibilidade de escalação de três zagueiros, com a possível entrada de Maurício.
(Colunapublicada na edição do Bola desta sexta-feira, 01)
Declaração do presidente Lula em solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que virou alvo de retaliações do presidente norte-americano Donald Trump:
O Brasil é um país soberano e democrático, que respeita os direitos humanos e a independência entre os Poderes. Um país que defende o multilateralismo e a convivência harmoniosa entre as Nações, o que tem garantido a força da nossa economia e a autonomia da nossa política externa. É inaceitável a interferência do governo norte-americano na Justiça brasileira. O governo brasileiro se solidariza com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, alvo de sanções motivadas pela ação de políticos brasileiros que traem nossa pátria e nosso povo em defesa dos próprios interesses.
Um dos fundamentos da democracia e do respeito aos direitos humanos no Brasil é a independência do Poder Judiciário e qualquer tentativa de enfraquecê-lo constitui ameaça ao próprio regime democrático. Justiça não se negocia. No Brasil, a lei é para todos os cidadãos e todas as empresas. Qualquer atividade que afete a vida da população e da democracia brasileira está sujeita a normas. Não é diferente para as plataformas digitais.
A sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a democracia. O governo brasileiro considera injustificável o uso de argumentos políticos para validar as medidas comerciais anunciadas pelo governo norte-americano contra as exportações brasileiras. O Brasil tem acumulado nas últimas décadas um significativo déficit comercial em bens e serviços com os Estados Unidos. A motivação política das medidas contra o Brasil atenta contra a soberania nacional e a própria relação histórica entre os dois países.
O Brasil segue disposto a negociar aspectos comerciais da relação com os Estados Unidos, mas não abrirá mão dos instrumentos de defesa do país previstos em sua legislação. Nossa economia está cada vez mais integrada aos principais mercados e parceiros internacionais. Já iniciamos a avaliação dos impactos das medidas e a elaboração das ações para apoiar e proteger os trabalhadores, as empresas e as famílias brasileiras.