Remo derrota o América em BH e encosta no G4 da Série B

O Remo derrotou o América-MG na tarde deste sábado (9), no estádio Independência, em Belo Horizonte, com um gol solitário de Marrony cobrando pênalti, logo aos 4 minutos. A vantagem obtida no início da partida foi controlada com competência pelo Leão, que volta a vencer após duas rodadas e se reaproxima do G4 da Série B, ocupando a 5ª colocação com 33 pontos.

O lance que decidiu o jogo nasceu de uma bola roubada por Marrony na intermediária do Remo. O atacante avançou e lançou Matheus Davó em profundidade. Ele entrou na área e foi derrubado pelo goleiro Matheus Mendes. Marrony cobrou a penalidade com perfeição, mandando a bola no ângulo esquerdo da trave.

Em novo contra-ataque puxado por Marrony, aos 8 minutos, Matheus Davó recebeu outro passe precioso nas costas da zaga. Invadiu a área sozinho, mas tocou rasteiro à direita do goleiro Matheus Mendes, perdendo excelente oportunidade para fazer 2 a 0.

Depois do impacto com o gol azulino, o América-MG tentou reagir e teve duas boas chances. Willian Bigode recebeu cruzamento na pequena área e chutou para fora, aos 16′. Logo depois, aos 22′, Miquéias quase empatou com um chute forte da entrada da área. Marcelo Rangel, bem colocado, espalmou para escanteio.

Na 2ª etapa, mesmo com o Remo mais fechado atrás e cadenciando as ações, o América não conseguiu se impor à equipe paraense. Com Pedro Castro no lugar de Pavani, o Leão perdeu agilidade na transição, mas seguiu mais organizado em campo.

Marrony se lesionou e Janderson entrou, criando duas ótimas situações na área americana. Na melhor delas, foi mais rápido que os zagueiros e tocou na saída do goleiro, mas a bola foi desviada para escanteio. O melhor momento do América foi em chute de Artur Souza, que estourou na trave direita, aos 33 minutos. A bola bateu no ombro do goleiro Marcelo Rangel e ficou livre para Stênio, mas Reynaldo apareceu para afastar e evitar o gol de empate.

A vitória no Horto foi um excelente resultado para o Remo, obtido com boa atuação e capacidade de organização ao longo dos dois tempos. Nas arquibancadas, muita festa por parte da expressiva torcida azulina presente ao estádio. O Leão agora vai se preparar para receber o Botafogo-SP, no próximo sábado (16), no estádio Jornalista Edgar Proença, em Belém, com previsão de lotação máxima. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)

Bolsonaro saiu no lucro; Xandão foi brando

Artigo do jurista Lenio Streck neste sábado (9), na Folha de S. Paulo.

Pombinhas da paz

Por Heraldo Campos

“Que gracinhas”, talvez diria Hebe Camargo sobre as pombinhas da paz como se apresentam
alguns políticos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, querendo passar na força bruta a anistia para os invasores [1], canalhas [2], o impedimento de ministro e a derrubada do foro priviligiado para, claro, o benefício do “papai legal”. Pode uma aberração dessa? Parece que o ditado popular de que “agosto é mês de cachorro louco” continua valendo, porque a primeira semana desse mês foi de lascar com os motins nas duas casas.
Esse tipo de movimento, muito bem pensado e articulado, nada tem de espontâneo mas, sim,
espelha, no discurso proferido, de que estamos numa suposta ditadura para prejudicar, perseguir, entre outros fajutos “companheiros de luta”, o “grande comandante”, de comprovado passado duvidoso no exército brasileiro e que está agora, numa boa, confortavelmente, em prisão domiciliar. Ou não?
Ora bolas, vamos e convenhamos, quem são os patriotas desses nossos tempos do Bozosaurus rex [3] e de sua fiel companhia? Os sinais de mais uma transgressão estão sendo dados há tempos e a “moleza jurídica”, para esses reptilianos do golpe, nos deixa com a pulga atrás da orelha se vão ter ou não o fardo da justiça que merecem, há tempos e pelas comprovadas ações golpistas.
Mas, é uma coisa meiga e fofa essas pombinhas da paz, joias de rapazes patriotas [4] de araque, não é mesmo? O que esses nobres parlamentares fizeram para o país e o povo brasileiro nos últimos mandatos? Foram eleitos, hipoteticamente, para atender os anseios de gente carente de serviços públicos essenciais, como saúde, educação, moradia, segurança, etc. E, vamos lá, eles trabalharam nesse sentido ou atuaram para seus próprios interesses, na perpetuação no cargo em que foram eleitos, sustentados pelos seus currais eleitorais e emendas secretas?
“O tempo que passa nos dá golpes muito duros, nossos rostos não se estragam como os dos lutadores de boxe, mas é a mesma coisa e acontece comigo como com todo mundo. Não aceito a degradação da vida, ou antes, não aceito que o amor se acomode a isso.” – François Truffaut.

Fontes
[1] “Invasores” crônica de Heraldo Campos de 23/01/2023.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2023/01/invasores.html
[2] “Canalha” crônica de Heraldo Campos de 26/07/2025.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2025/07/canalha.html
[3] “Bozosaurus rex” crônica de Heraldo Campos de 03/06/2025.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2025/06/bozosaurus-rex.html
[4] “Matando a Amazônia” crônica de Heraldo Campos de 11/11/2020.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2020/11/matando-amazonia.html

  • Heraldo Campos é geólogo (Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP, 1976),
    mestre em Geologia Geral e de Aplicação e doutor em Ciências (Instituto de Geociências da
    USP, 1987 e 1993) e pós-doutor em hidrogeologia (Universidad Politécnica de Cataluña e
    Escola de Engenharia de São Carlos da USP, 2000 e 2010).

A frase do dia

“Querem aprovar uma proposta pra tirar do STF casos de quem tem prerrogativa de foro. Isso pode beneficiar deputados golpistas, quem está envolvido na investigação do orçamento secreto e até o próprio Bolsonaro. E quem está no centro dessa articulação? Ele mesmo, mais uma vez: Arthur Lira”.

Glauber Braga, deputado federal (PSOL/RJ)

Reabilitação é o foco do Leão

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo de Antônio Oliveira tem missão desafiadora neste sábado (às 16h), no estádio Independência, em Belo Horizonte. Busca uma vitória para quebrar a sequência ruim e voltar a se aproximar do G4. Na Série B, quase tão importante quanto estar entre os quatro primeiros colocados é se manter às proximidades do pelotão principal.

A pressão que se instalou no Evandro Almeida eclipsou a excelente campanha no 1º turno. Tudo porque na 19ª rodada a equipe perdeu gols em série diante do líder Goiás, fora de casa, mostrando uma assustadora incapacidade de definir jogadas fáceis. Em seguida, perdeu em casa para a Ferroviária, que estava sem vencer há seis rodadas.  

As duas exibições acabaram por desmentir o que a equipe mostrou ao longo do campeonato, o que deixou a torcida não apenas irritada, mas preocupada com o futuro do time na competição. O jogo com o América se insere nesse cenário de desconfiança, que se concentra principalmente na figura do técnico Antônio Oliveira.

Com a troca de comando, o time sofreu mudanças significativas na forma de atuar, o que representou uma quebra no entrosamento. Novos jogadores entraram em cena e outros deixaram de ser aproveitados, mas a principal alteração foi na forma de jogar.

O Remo de Daniel Paulista usava e abusava da velocidade pelos lados, com duas duplas afiadas, e transição rápida pelo meio. Na direita, Marcelinho e Janderson. Na esquerda, Sávio e Pedro Rocha. Atuando assim, o time se manteve ofensivo na maior parte dos jogos, embora quase sempre “entregasse” a bola pro adversário.

Isso ocorreu nas vitórias sobre América-MG, Coritiba, Amazonas, Vila Nova e Operário-PR dentro do Mangueirão, sempre com extrema funcionalidade. Tudo mudou com a chegada de Antônio Oliveira, que optou por um jogo mais ritmado, com troca de passes e praticamente sem explorar as jogadas pelas pontas.

Coincidência ou não, o Remo deixou de ser uma equipe contundente no ataque. Até cria chances, mantém um contra-ataque poderoso, mas é pouco efetivo quando as oportunidades aparecem. É claro que o torcedor precisa eleger um culpado e o técnico acaba alvejado, mas existem problemas de ordem técnica individual, que também têm a ver com o comando, mas precisam ser analisados também na perspectiva dos jogadores.

Para o confronto deste sábado, o Remo terá três mudanças em relação ao jogo com a Ferroviária. Reynaldo volta à zaga, formando dupla com Camutanga. Caio Vinícius começa como primeiro volante, ao lado de Pavani e Cantillo. No ataque, Nico Ferreira estreia. Substitui Pedro Rocha pelo lado esquerdo. Marrony e Matheus Davó completam a linha ofensiva.

Vencer em casa é obrigação na Série B, mas os times que sonham com o acesso precisam também buscar vitórias como visitantes. Para isso, é fundamental explorar o ataque sem descuidar da defesa. É o que o Leão terá que fazer diante do desesperado América, 16º colocado. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 22h, na RBATV, com participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, a 21ª rodada da Série B para a dupla Re-Pa e a batalha da Tuna na Série D. Edição de Lourdes Cezar e Lino Machado.

Só uma goleada salva a Tuna na Série D 

A Tuna precisa de quatro gols de diferença sobre o Maranhão para se classificar à 3ª fase da Série D. A derrota por 4 a 1 no jogo de ida trouxe um desafio inédito para a equipe na competição. Com excelente campanha na fase inicial do Brasileiro, a Águia se classificou sem dificuldades.

Venceu três jogos em casa e um fora pelo placar de 3 a 0, fato que funciona como estímulo extra para a partida deste domingo (15h), no estádio do Souza. Caso consiga repetir esse escore, ganharia a chance de disputar a classificação na série extra de penalidades.

Um aspecto que preocupa é o comportamento do Maranhão, que vem explorar os contra-ataques para explorar o desespero cruzmaltino. Por essa razão, o setor defensivo precisa funcionar sem erros. Jogadores experientes, como Vinícius e Marlon, serão importantes para dar equilíbrio ao setor.

Comissão técnica e jogadores avaliam que o desastre ocorrido em São Luís foi um acidente de percurso. Os times se equivalem e a Tuna não havia sofrido uma derrota tão fragorosa na competição. O problema é que o jogo começa com o MAC em grande vantagem, podendo perder por até dois gols de diferença.

À Tuna resta ter sangue frio e jogar ofensivamente desde os primeiros minutos, a fim de tentar tirar a diferença ou parte dela ainda no 1º tempo. A contratação do veterano Paulo Rangel, inscrito no BID na sexta-feira (8) à tarde, é um reforço importante.

Rangel foi o principal artilheiro tunante nos últimos anos. Tem frieza e experiência para encarar um jogo de tamanha importância. Pode fazer a diferença no jogo mais difícil da Lusa desde que foi eliminada pelo próprio MAC, também no Souza, na Série D 2023.  

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 09/10)

Rock na madrugada – Beatles, “Baby’s in Black”

POR GERSON NOGUEIRA

“Baby’s in Black” (Ela está de luto) é uma canção de autoria da dupla Lennon-McCartney lançada no álbum Beatles For Sale, de 1964. Típica da produção inicial da banda, é uma balada cadenciada discorrendo sobre um tema melancólico, com vocais dobrados e derramados de Paul e John. Foi feita inicialmente para ser um blues, mas virou valsa adaptada ao modelo pop até nas viradas de guitarra de George.

Além de cantar, Lennon toca guitarra base. McCartney canta e toca baixo, Harrison fica na guitarra solo e também participa de comentários vocais, com Ringo na bateria. A gravação ocorreu nos estúdios da Apple em 11 de agosto de 1964, em um take só.

Uma das primeiras parcerias entre John e Paul, “Baby’s In Black” foi escrita em um quarto de hotel enquanto os Beatles excursionavam no verão de 1964. “É melhor eu explicar o que John e eu queríamos dizer com este título. A história é sobre uma garota que está vestindo preto porque o cara que ela ama se foi para sempre. O cara que canta a música também está a fim dela, mas não está chegando a lugar nenhum. Nós a escrevemos originalmente em um estilo de valsa, mas terminou como uma mistura de valsa e balada”, contou Paul.

Especula-se que a música seja sobre Astrid Kirchherr, a fotógrafa e artista alemã amiga dos quatro músicos, que acompanhava a banda em Hamburgo. Ela era noiva do primeiro baixista dos Beatles, Stuart Sutcliffe, que morreu de hemorragia cerebral em abril de 1962, mas Lennon e McCartney não confirmam essa versão.

“Fizemos ‘Baby’s In Black’ porque gostamos de ritmo de valsa – costumávamos tocar ‘If You Gotta Make A Fool Of Somebody’, um blues 3/4 bem legal. E outras bandas percebiam isso e diziam: ‘Puta merda, cara, você está fazendo algo em 3/4’. E acho que John e eu também queríamos fazer algo com pegada blues, um pouco mais dark, mais adulto, em vez de apenas pop puro. Era mais ‘baby’s in black’ como em luto. Nossa cor favorita também era preto”, disse Paul anos depois.

“Baby’s In Black” é um exemplo de trabalho a quatro mãos. Lennon e McCartney começaram e terminaram a composição “juntos, na mesma sala”, como lembrou John, em 1980. A canção tornou-se parte fundamental dos shows ao vivo dos Beatles, até a última apresentação, em 29 de agosto de 1966, no Candlestick Park, em San Francisco. Ela também constava do setlist dos shows no Shea Stadium e no Hollywood Bowl.

Palestina exige reunião urgente na ONU para impedir ‘escalada perigosa’ de Israel

Embaixador palestino nas Nações Unidas falou em mecanismos de ação ‘nos níveis árabe e internacional’ para enfrentar plano de ocupação de Netanyahu

De Opera Mundi

O embaixador palestino nas Nações Unidas (ONU), Riyad Mansour, pediu nesta sexta-feira (08/08) uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU, após o governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ter anunciado que vai ocupar militarmente a Cidade de Gaza, principal município da Faixa de Gaza. De acordo com a mídia israelense, o plano é um passo para uma estratégia de ocupação total da região

“Gostaríamos que o encontro acontecesse o quanto antes”, disse o representante palestino, que cobrou uma ação conjunta para o que classificou de “plano louco” e “irresponsável”.

Citado pela agência de notícias Wafa, Mansour destacou que a reunião prevê discutir “mecanismos de ação nos níveis árabe e internacional para enfrentar os crimes israelenses, impedir sua continuidade e processar seus autores perante os mecanismos de justiça internacional”.

“Essa escalada contraria a vontade da comunidade internacional, da lei internacional e até da maioria dos israelenses. A comunidade internacional tem o dever de agir. Não precisamos de mais genocídios, de mais assassinatos, aquilo de que necessitamos é colocar fim à máquina de guerra”, afirmou o diplomata.

“Nosso objetivo é impedir que Israel tome essa escalada extremamente perigosa, e espero que coletivamente consigamos evitar um plano tão louco, irresponsável, perigoso e vicioso que a liderança política israelense, liderada pelo primeiro-ministro (Benjamin) Netanyahu, está pensando em fazer a qualquer momento”, acrescentou.

Estados árabes de toda a região denunciaram o plano de Netanyahu, com a Arábia Saudita se tornando a mais recente. O Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita disse que condena categoricamente a “persistência de Israel em cometer crimes de fome, práticas brutais e limpeza étnica contra o povo palestino irmão”.

Hamas também se manifestou nesta sexta-feira, classificando a nova medida como “um novo crime de guerra” que o regime sionista comete contra os palestinos. “Alertamos a ocupação criminosa que esta aventura criminosa lhe custará caro e não será uma jornada fácil”, garantiu.

O plano israelense foi aprovado pelo gabinete de segurança do governo Netanyahu após 10 horas de discussões. O texto prevê a evacuação de cerca de um milhão de habitantes da Cidade de Gaza, onde o exército de ocupação tem realizado intensos bombardeios nos primeiros meses do genocídio, em 7 de outubro de 2023. Para isso, Israel enviará tropas terrestres para 25% do território que ainda não está sob controle direto do regime sionista.

Vale lembrar que a cidade abriga aproximadamente metade da população do enclave palestino.

(Foto: Wikimedia Commons/Shareef Sarhan)

Papão prioriza responsabilidade

POR GERSON NOGUEIRA

Em entrevista ao programa Cartaz Esportivo de ontem (7), na Rádio Clube, o presidente do PSC, Roger Aguilera, revelou que a preocupação neste momento é honrar os compromissos com elenco e funcionários do clube, mantendo salários em dia. Só depois disso é que vem a preocupação com o Transfer Ban da Fifa, que impede a contratação de atletas na atual janela de transferências – que vai até 3 de setembro próximo.

Atento às cobranças da torcida, que sempre quer mais reforços, o presidente admite confiar na qualidade do atual elenco para garantir uma boa campanha no Brasileiro. Se for possível, o clube irá ao mercado, mas não de forma açodada. Segundo ele, dois nomes estão nos planos, mas neste momento a intenção é trabalhar com as opções disponíveis.

Para estimular a colaboração da torcida, uma nova campanha de marketing será lançada antes do jogo contra o Vila Nova, marcado para a próxima segunda-feira (11), na Curuzu. A ideia é garantir mais recursos para quitar a dívida que gerou o bloqueio no Transfer Ban.

Roger fez questão de destacar a satisfação com a recuperação empreendida pelo time na Série B, a partir da entrada em cena do técnico Claudinei Oliveira e a chegada de 10 reforços na última transferência. Ressaltou o acerto na escolha dos jogadores, o que soou quase como uma admissão dos maus passos iniciais do clube nas contratações para o Brasileiro.

Segundo ele, a diretoria tem procurado agir com responsabilidade, preocupando-se em não extrapolar os limites de gastos, que foram amplificados pelas últimas aquisições. Roger admitiu dificuldades para suportar a folha salarial superior a R$ 2 milhões, que impõe a necessidade de esforços para evitar a perda do controle financeiro.

Em campo, o Papão precisa vencer o Vila para finalmente sair da zona de rebaixamento. Para isso, terá praticamente todos os titulares, com exceção de Rossi, que continua lesionado e fora dos treinamentos. 

Fogão entre os cinco melhores do planeta

É uma façanha histórica para o futebol brasileiro: o Botafogo de Futebol e Regatas é um dos cinco indicados ao prêmio de Melhor Clube do Mundo em 2024 pela Ballon d’Or (Bola de Ouro), premiação da revista francesa France Football. O Glorioso suplantou simplesmente o Real Madrid, um dos gigantes do futebol mundial, que ficou de fora da lista de indicados.

A seleta relação de clubes foi divulgada ontem pela publicação francesa. A inédita indicação do Botafogo vem em consequência de uma temporada iluminada em 2024, repleta de conquistas inéditas e grandiosas, como a Copa Libertadores da América e o Campeonato Brasileiro.

Durante a caminhada consagradora, que culmina agora com a indicação ao prêmio Bola de Ouro, o Botafogo teve o protagonismo do atacante Luiz Henrique, nomeado Rei da América, e outros jogadores fundamentais, como Savarino, Almada, Marlon Freitas e Igor Jesus, sob o comando do técnico português Artur Jorge.

É tempo de Botafogo, realmente. Com 120 anos de existência, o clube da Estrela Solitária festeja a honra de ser o único representante incluído na lista da Bola de Ouro, acompanhado de gigantes, como PSG (campeão da Europa), Barcelona (campeão espanhol), Liverpool (campeão inglês) e Chelsea (campeão da Copa do Mundo de Clubes).

A festa de premiação será no dia 22 de setembro, em Paris, reunindo a nata do futebol mundial. O Botafogo foi um dos representantes do Brasil na recente Copa do Mundo de Clubes, derrotando o Paris Saint-Germain por 1 a 0 na fase de grupos, com gol de Igor Jesus, sendo eliminado nas oitavas. O triunfo reforçou ainda mais a imagem do clube na cena mundial.

Águia Guerreira à espera de um milagre

A desastrosa goleada de 4 a 1 sofrida pela Tuna contra o Maranhão, em São Luís, pelo jogo de ida da 2ª fase da Série D, obriga a equipe de Inácio Neto a buscar um verdadeiro milagre na partida de volta neste domingo (10), às 15h, em Belém. Para se manter na competição, a Lusa precisa vencer o Bode Gregório por quatro gols de diferença ou três para provocar a série extra de penalidades.

Será um desafio e tanto para o time cruzmaltino. Vencer por goleada já é difícil em condições normais. Piora ainda mais quando há a necessidade imperiosa de golear. Ocorre que, nas circunstâncias, só resta à Tuna buscar uma reação épica dentro do estádio do Souza.

Nas redes sociais, as torcidas de Remo e PSC têm mostrado solidariedade com a Tuna e manifestado a disposição de reforçar a torcida. É um gesto que pode contribuir para empurrar o time à classificação. A essa altura, toda ajuda é bem-vinda.

Time por time, a Lusa tem condições de reverter o resultado, desde que consiga fazer uma atuação sem erros. O MAC entra com uma grande vantagem, podendo explorar o desespero dos paraenses. De toda sorte, será um jogo carregado de tensão emocional, dentro e fora de campo. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 08)

Veias abertas da soberania

Geopolítica, guerra híbrida e pressão diplomática: os riscos reais para o Brasil na corrida global por terras raras, nióbio e lítio

Por Reynaldo José Aragon Gonçalves (*)

Em meio à disputa geopolítica por recursos estratégicos, o Brasil se tornou alvo de pressão diplomática americana – parte de um pacote que envolve os Brics, a ferrovia bioceânica, a regulação das Big Techs e o desenvolvimentismo brasileiro. O Brasil sob mira no tabuleiro geoeconômico – No dia 24 de julho de 2025, durante cerimônia no Vale do Jequitinhonha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou com veemência:

“Temos todo o nosso petróleo para proteger. Temos todo o nosso ouro para proteger. Temos todos os minerais valiosos que vocês desejam, e que nós temos que proteger. E aqui, ninguém põe a mão”.

A frase, aparentemente genérica, é uma resposta direta a uma série de movimentações diplomáticas, comerciais e informacionais dos Estados Unidos, que colocam o Brasil no centro de uma das maiores disputas geoeconômicas do século XXI: a batalha pelos minerais estratégicos, especialmente as chamadas terras raras e elementos como nióbio, lítio, grafita e cobalto, essenciais para inteligência artificial, armamentos, supercondutores e transição energética.

Nos bastidores da geopolítica, os ataques à soberania mineral brasileira já estão em curso. Um deles ocorreu nesta mesma semana: o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil se reuniu com dirigentes do setor mineral para manifestar o “interesse direto” do governo americano nos minerais críticos brasileiros, conforme noticiado pelo G1 e confirmado pela Folha de S.Paulo. Simultaneamente, veículos como o Wall Street Journal e o Financial Times revelam que o Pentágono e o Departamento de Energia dos EUA estão pressionando mineradoras brasileiras a firmarem acordos bilaterais de fornecimento exclusivo de terras raras, à revelia do Itamaraty.

Esse avanço hostil não está isolado. Ele integra um conjunto articulado de frentes contra o atual redesenho estratégico do Brasil, que inclui:

A entrada de novos países no BRICS+ e o avanço de sistemas de pagamento alternativos ao dólar;

A aliança Brasil–China–Peru pela Ferrovia Bioceânica, que ameaça o controle logístico dos EUA na América do Sul;

E a regulação democrática das Big Techs, com o Brasil liderando iniciativas que preocupam diretamente o Vale do Silício.

Em resumo: o subsolo brasileiro virou campo de batalha, e as consequências dessa guerra mineral já estão em curso.

Minerais estratégicos e a aposta geoeconômica brasileira – O Brasil possui algumas das maiores reservas do mundo de minerais estratégicos: nióbio (98% das reservas globais conhecidas), lítio, grafita, manganês, cobalto, terras raras leves e pesadas – todos insumos essenciais para a nova economia digital, militar e energética. A Agência Nacional de Mineração (ANM) e o Serviço Geológico do Brasil (SGB) apontam que o país tem potencial para se tornar líder global no fornecimento e na transformação desses recursos, com destaque para os estados de Minas Gerais, Bahia, Amazonas, Goiás e Pará.

Com esse diagnóstico, o governo brasileiro lançou, em 2023, o Plano Nacional de Minerais Estratégicos e, em 2025, um conjunto de editais e chamadas públicas, com destaque para o investimento de R$ 73 milhões, coordenado por BNDES, FIEMG, FIESC e SENAI CIMATEC, para a verticalização da cadeia de ímãs permanentes – componente crucial de turbinas eólicas, motores elétricos, satélites e armamentos guiados.

Além disso, a política de reindustrialização verde, articulada pelo Ministério da Indústria e Comércio e pelo Ministério de Minas e Energia, prevê que o Brasil não apenas extraia, mas transforme e industrialize seus minérios críticos em solo nacional, com agregação de valor, inovação tecnológica e soberania sobre dados geológicos e cadeias produtivas.

Essa estratégia, no entanto, contraria interesses diretos dos EUA, que hoje dependem em 85% da China para seu abastecimento de terras raras, segundo o United States Geological Survey (USGS, 2024). Para Washington, reduzir essa dependência exige acesso rápido, estável e controlado a reservas em países “amigos”, como o Brasil.

É aqui que se instala o conflito: a aposta brasileira na soberania mineral colide com a lógica de controle estratégico americano sobre cadeias críticas globais – especialmente em um momento de transição energética e rearranjo geopolítico mundial.

Pressão americana: narrativa e atuação diplomática – Desde 2023, os Estados Unidos vêm intensificando ações diplomáticas, militares e empresariais para garantir acesso preferencial a minerais estratégicos fora da Ásia. O foco: América Latina, em especial o Brasil. Em documentos públicos e relatórios confidenciais, o Departamento de Estado, o Pentágono e a Casa Branca classificam os minerais críticos como questão de “segurança nacional” e alertam sobre a “dependência perigosa” da China.

Sob esse pretexto, Washington tem ampliado uma campanha silenciosa, mas cada vez mais explícita, para atrair, pressionar ou cooptar setores do governo e da indústria brasileira.

Exemplos concretos recentes:

Em 24 de julho de 2025, o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil participou de encontros com representantes de institutos estratégicos e do setor de mineração, declarando publicamente que os EUA têm “interesse direto e prioridade estratégica” nos minerais críticos brasileiros.

O Financial Times revelou, em julho, que executivos do Pentágono vêm se reunindo com mineradoras brasileiras para costurar acordos diretos com empresas norte-americanas, sem mediação do governo brasileiro, em uma tentativa de minar a política de industrialização soberana.

Paralelamente, think tanks americanos e organizações privadas estão pressionando pela liberalização de licenças e flexibilização de regras ambientais no Brasil, argumentando que “a burocracia verde atrasa o desenvolvimento sustentável”. A real motivação: facilitar o saque.

Além disso, empresas como Tesla, General Electric e Raytheon já sinalizaram interesse em operações conjuntas para “acesso estratégico” a reservas de nióbio, terras raras e lítio, especialmente no Vale do Jequitinhonha, no Norte de Minas, e no Alto Paranaíba.

Essa ofensiva diplomática é acompanhada por um discurso que mistura cooptação e ameaça: os EUA se apresentam como “parceiros preferenciais do Ocidente democrático”, mas alertam que, caso o Brasil fortaleça suas relações com China, BRICS e rotas bioceânicas, “haverá consequências no equilíbrio geopolítico do continente”. É a velha lógica da Doutrina Monroe reencenada no século XXI: ou o Brasil se submete, ou será alvo.

Conexões entre minerais raros, BRICS, bioceania e Big Techs – A atual pressão norte-americana sobre os minerais estratégicos brasileiros não é um movimento isolado. Ela se insere em uma arquitetura de contenção geoestratégica mais ampla, que mira três pilares do novo posicionamento soberano do Brasil: a política externa ativa com os BRICS+, a integração física com a Ásia via bioceania e o enfrentamento à dominação das Big Techs.

a) BRICS+ e a multipolaridade

A ampliação dos BRICS, em 2024, com a entrada de países produtores de energia e minérios (como Irã, Etiópia, Argélia e Arábia Saudita), reforçou a ideia de uma aliança econômica anticolonial, com foco em moedas alternativas ao dólar e cadeias de valor fora do eixo ocidental. O Brasil, como líder sul-americano e detentor de recursos minerais únicos, tornou-se peça-chave nesse tabuleiro – e, portanto, alvo.

Washington teme que o Brasil opte por exportar e transformar seus minérios sob padrões e circuitos liderados pela China, e não por Wall Street. Isso comprometeria décadas de domínio comercial sobre o continente e enfraqueceria a dependência histórica da América Latina ao dólar e às normas de Washington.

b) Ferrovia Bioceânica: a ruptura do eixo Panamá–Houston

A obra da Ferrovia Bioceânica Brasil–Peru–China, considerada estratégica por Lula e pela diplomacia sul-americana, é outro motivo de tensão. Ao conectar o Atlântico ao Pacífico sem passar pelo Canal do Panamá – tradicionalmente controlado pelos EUA –, a bioceânica pavimenta uma nova rota logística independente e pode escoar minérios brasileiros diretamente aos portos do Pacífico, com menor custo e sem a intermediação norte-americana.

Essa infraestrutura inviabiliza o controle absoluto dos EUA sobre cadeias logísticas críticas e é tratada por estrategistas do Pentágono como “ameaça à segurança continental” – linguagem idêntica à usada na Guerra Fria.

c) Regulação das Big Techs e soberania informacional

Por fim, o terceiro vértice da colisão: o embate entre o Brasil e as Big Techs, com epicentro na disputa pela regulação das plataformas digitais. A entrada do Brasil em debates globais sobre algoritmos, desinformação, transparência de dados e tributação de gigantes digitais ameaça o núcleo de poder simbólico e financeiro do complexo informacional ocidental.

As Big Techs, principais consumidoras globais de minerais estratégicos como terras raras e lítio, veem com preocupação a possibilidade de um país com enorme reserva mineral também se tornar regulador de sua arquitetura informacional. Trata-se de um duplo desafio à hegemonia norte-americana: matéria-prima e código-fonte sob controle nacional.

Perigos reais: soberania ameaçada e cenários possíveis – A disputa pelos minerais estratégicos é, no fundo, uma disputa por poder. E o Brasil, ao buscar verticalizar sua cadeia mineral e alinhar-se a projetos multipolares, coloca em risco décadas de submissão consentida aos interesses ocidentais – especialmente os dos EUA.

Esse reposicionamento traz riscos concretos, que já se desenham no horizonte:

1. Lawfare e sabotagem institucional

Assim como ocorreu na década passada com o pré-sal e a Lava Jato, é possível que estruturas do Estado brasileiro e figuras políticas ligadas à defesa da soberania mineral se tornem alvos de perseguição judicial, vazamentos seletivos e campanhas de desinformação. O método é conhecido: lawfare. Já há sinais de investigações, ataques e tentativas de constrangimento a técnicos e diretores de estatais ligados ao setor mineral.

2. Cooptação de elites e captura regulatória

Agentes e consultores ligados a think tanks e fundações estrangeiras atuam dentro do Congresso, das agências reguladoras e do mercado financeiro para impedir ou esvaziar qualquer iniciativa de nacionalização, agregação de valor ou controle soberano sobre os dados geológicos. A pressão pela “desburocratização do setor” é, muitas vezes, um eufemismo para desregulação pró-mercado estrangeiro.

3. Espionagem e guerra híbrida

Informações do próprio Exército e do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) indicam que há aumento no volume de ações de inteligência e espionagem industrial envolvendo áreas de prospecção mineral, especialmente na Amazônia Legal e no Norte de Minas. Mapas geológicos estão sendo hackeados, servidores públicos estão sendo assediados, e grandes empresas têm sido abordadas por agentes externos oferecendo “parcerias vantajosas”.

4. Isolamento internacional e retaliações econômicas

Caso o Brasil insista em seguir fora da órbita ocidental nos temas de minérios, IA e logística, é possível que sofra sanções veladas, boicotes comerciais, bloqueios a exportações de tecnologia e chantagens diplomáticas. Esse movimento já começa a se desenhar com o aumento de tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros, apresentado oficialmente como “medida de correção ambiental” mas, na prática, trata-se de retaliação.

Conflitos internos estimulados externamente – A pressão internacional pode agravar disputas territoriais no interior do país, especialmente com a expansão da mineração sobre terras indígenas, quilombolas e unidades de conservação. Ao estimular o conflito social interno, forças externas minam a governabilidade e fragilizam o ambiente político para justificar “intervenções diplomáticas” ou “missões humanitárias”.

Conclusão: a soberania mineral é a próxima trincheira – O Brasil está diante de uma encruzilhada histórica. O que está em disputa não é apenas o subsolo rico em nióbio, terras raras, lítio e cobalto. É o projeto de país. Ao reivindicar o direito de controlar, transformar e agregar valor a seus próprios recursos estratégicos, o Brasil desafia diretamente o sistema de dependência estruturado desde o século XX.

A pressão dos Estados Unidos – silenciosa, difusa, mas brutal – sobre os minérios críticos brasileiros não é apenas uma questão comercial. É uma operação geopolítica, híbrida e informacional, destinada a conter o avanço da soberania nacional e do multilateralismo do Sul Global. Essa pressão não é isolada: ela se soma aos ataques contra os BRICS, à sabotagem da ferrovia bioceânica e à tentativa de desestabilizar o protagonismo brasileiro na regulação das plataformas digitais.

Se o Brasil ceder, será reduzido novamente a um fornecedor colonial de matérias-primas, sem tecnologia, sem autonomia, sem futuro. Se resistir – com inteligência, coordenação institucional, apoio popular e articulação internacional – poderá se tornar líder de um novo modelo de desenvolvimento soberano, justo e tecnológico.

Este artigo é um alerta. A soberania mineral brasileira é a próxima trincheira da luta nacional. E cada cidadão, cada parlamentar, cada jornalista e cada servidor público precisa compreender o que está em jogo. Não se trata apenas de minérios: trata-se da alma do Brasil.

(*) Jornalista especializado em geopolítica da informação e da tecnologia, com foco nas relações entre tecnologia, cognição e comportamento

A frase do dia

“A imprensa norte-americana está defendendo mais o Brasil do que a imprensa brasileira”.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Raça uruguaia a serviço do Leão

POR GERSON NOGUEIRA

O anúncio da contratação pelo Remo de dois uruguaios – Diego Hernandez e Nicolás Ferreira – parece sob medida para responder às reclamações da torcida contra a falta de alma e gana vencedora do time nas últimas rodadas da Série B. O critério certamente priorizou o perfil técnico, mas o torcedor acredita que a dupla pode contribuir com raça para que o time se recupere dentro da competição.  

A confirmação do acerto com o atacante Nicolás Ferreira, de 23 anos, veio anteontem. É uma peça importante para a sequência do Brasileiro e, pelas características, surge como alternativa natural para brigar por uma posição na linha ofensiva, ao lado de Pedro Rocha, ou eventualmente até no lugar dele, pois é um ponta esquerda. Ele vem por empréstimo do Montevideo Wanderers, da 1ª divisão do Uruguai.

Esperar aguerrimento e transpiração de jogadores platinos é algo quase redundante. Há muito tempo que o futebol uruguaio é conhecido pela característica mercurial de seus jogadores. É um diferencial que costuma valorizar os atletas daquele país.

Com histórico de 10 gols marcados em 100 jogos pelo Wanderers, Nico Ferreira chega em momento de crise do setor ofensivo do Remo. Nas últimas três partidas, o ataque chamou atenção mais pelo desperdício do que pela eficácia. O jogo diante do Goiás simboliza bem a deficiência nas finalizações. Foram cinco chances claras perdidas naquela noite.

Contra a Ferroviária, o time deixou de marcar no 1º tempo e acabou duramente castigado, perdendo por 2 a 0. Nico e Diego Hernandez chegam e têm possibilidades de entrar de imediato na equipe, principalmente o primeiro, pois Diego ainda está em processo de recondicionamento.

Como Pedro Rocha, expulso na última partida, está fora do confronto com o América, Nico pode ser uma das novidades no ataque. Com raça ou oportunismo, terá que fazer o que Matheus Davó, Marrony, Janderson e outros não conseguiram: aproveitar as oportunidades de gol. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)

Boa campanha no turno é pouco valorizada

A oscilação nas últimas rodadas deixou em segundo plano a grande campanha do Remo no 1º turno da Série B. Foram 30 pontos conquistados nas 19 partidas, melhor desempenho no formato de pontos corridos, superando em quatro pontos a campanha de 2021, última participação azulina no Brasileiro da 2ª Divisão.

Somente a participação no 2º turno de 2006 foi superior à pontuação deste ano. Naquela ocasião, o Remo fez 31 pontos e terminou em 12º lugar, livrando-se de um rebaixamento que parecia praticamente certo. Em 2007, o Remo fechou o turno com 18 pontos (19º lugar), e fez exatamente 18 no returno, saindo da competição na 19ª posição.

Em relação ao que ocorreu em 2021 cabe observar que os 26 pontos obtidos não garantiram uma progressão tranquila na segunda metade do campeonato. O Remo caiu de rendimento, acumulou apenas 17 pontos e terminou rebaixado, na 17ª posição. Essa lembrança é um dos tormentos da torcida em relação a esta temporada.  

Um artilheiro do jeito que a Fiel gosta

Fazia algum tempo que o PSC não tinha um centroavante de força e presença de área como Diogo Oliveira. O último talvez tenha sido Nicolas nos bons momentos de sua primeira passagem pelo clube. Cassiano, porém, é o camisa 9 mais comparado ao novo goleador alviceleste.

Aliás, os cinco gols marcados pelo camisa 9 só ficam abaixo do início arrasador de Cassiano em 2018, marcando seis gols em suas primeiras sete partidas pelo Papão na Série B.

Além da facilidade para fazer gols, Diogo Oliveira tem se sobressaído como pivô ofensivo, controlando bem a bola à espera de companheiros bem colocados. A altura não o impede de se movimentar com agilidade, conseguindo envolver a marcação adversária.

Apesar de abaixo da marca de Cassiano, Diogo se destaca sobre outros artilheiros recentes. Esli Garcia, por exemplo, fez cinco gols nas primeiras nove partidas, embora não fosse um atacante de área. Bergson, goleador da Série B 2017 com 16 gols, só chegou a cinco gols na 11ª rodada.

Copa do Brasil despacha três favoritos  

Palmeiras, São Paulo e Flamengo foram eliminados da Copa do Brasil ontem à noite. O fato não ocorria há bastante tempo. Nas últimas edições, esses times estiveram sempre entre os finalistas e semifinalistas do torneio. A coincidência pode ser meramente acidental, mas deixa a reta final da competição mais emocionante e imprevisível.

Atlético-MG, Corinthians, Botafogo, Fluminense, Atlético-PR e Bahia se classificaram às quartas de final. Dois outros times tradicionais entram em campo hoje à noite: Vasco e Cruzeiro encaram os alagoanos CSA e CRB, respectivamente. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 07)