Apoio de elenco não salva técnico

POR GERSON NOGUEIRA

As imagens do elenco do Remo abraçando Antônio Oliveira, produzidas na reapresentação dos jogadores na segunda-feira (18), serviram para passar um recado óbvio: o grupo está fechado com o comandante. A intenção é desmentir especulações sobre uma suposta crise interna, que estaria por trás das pífias apresentações da equipe na Série B.

A rigor, não seria necessário organizar tal demonstração pública de harmonia. Afinal, o mínimo que se espera é que os jogadores sejam leais às ordens e determinações do técnico. E não há nenhuma informação que indique sinais de conspiração nas hostes remistas.

O problema que afeta o time não é de desobediência ao treinador; mas de obediência a ideias que até agora não deram certo. O Remo mudou o sistema de jogo das primeiras 10 rodadas, mas não apresentou um modelo para substituir. Não há sinal de entrosamento e organização.

Por essa razão – e não por má vontade dos jogadores – sofre terrivelmente mesmo quando enfrenta times que estão na parte inferior da classificação.

O fato é que os adversários já sabem como explorar os pontos fracos da equipe, localizadas no setor de meio-de-campo e expostas na ausência de conexão entre os setores, agravada pelo excesso de passes errados. 

Cuiabá, Novorizontino, Ferroviária e Botafogo-SP fizeram isso de forma cirúrgica e conseguiram sair do Mangueirão com resultados positivos, arrancados diante da passividade demonstrada pelo time azulino.   

Mesmo pressionada pela torcida e por conselheiros do clube, a diretoria deu um voto de confiança (e sobrevida) a Oliveira. Ele ganhou tempo para buscar formas de reagir na competição no confronto com o líder Coritiba, no próximo sábado, no Couto Pereira.

A missão é indigesta, mas abre a possibilidade de uma recuperação em grande estilo, capaz de fazer a torcida voltar a acreditar no sonho do acesso e apoiar o trabalho de Oliveira. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)

Papão qualifica comando das divisões de base

Com a contratação de Ignácio Neto, técnico que conduziu a Tuna na primeira fase da Série D do Campeonato Brasileiro, o PSC dá um passo importante no sentido de qualificar o comando de suas divisões de base. A experiência adquirida pelo técnico no torneio nacional será de grande valia para a formação de novos atletas no clube.

A presença de Ignácio no comando do Sub-20 e da base é também uma sinalização de que o PSC pretende levar a cabo a obra do Centro de Treinamento, com infraestrutura e campos disponíveis para a utilização do elenco profissional, do futebol feminino e das divisões de base.

A decisão de interromper a caminhada no futebol profissional foi motivada pelo projeto que o PSC promete desenvolver, investindo na formação de jogadores e forjando uma identidade desde a garotada do Sub-13.   

Na Tuna, Ignácio Neto permaneceu por dois anos, realizando um grande trabalho e enfrentando os desafios normais de um clube que luta com dificuldades para voltar a ser realmente grande e respeitado.

Com ele, a Lusa conquistou o Campeonato Paraense Sub-20 com 100% de aproveitamento, em 2023. Venceu também a Copa Pará e a Supercopa Grão-Pará da categoria, passando então a dirigir o time principal.

Logo após a eliminação da Tuna para o Maranhão, no estádio do Souza, o treinador deu entrevista em tom de despedida. O anúncio de sua contratação pelo PSC representa um reconhecimento a tudo que Ignácio conseguiu fazer na Série D e no Parazão.

Amarelou: presidente da CBF veta camisa vermelha

Fiel à linha conservadora que segue na política partidária, o presidente da CBF, Samir Xaud, confirmou o veto à produção da camisa vermelha da Seleção Brasileira, que havia sido sugerida na gestão de Ednaldo Rodrigues. Xaud fez reunião de urgência com a Nike para parar a produção da camisa vermelha, que seria uniforme alternativo da escrete.

Xaud assumiu ser contra a ideia de usar a cor vermelha. Alegou que não houve motivação política, mas optou por seguir as cores da bandeira brasileira, como se isso tivesse algo a ver com futebol.

“Eu fui contra a camisa vermelha, não por questão política. Realmente estava em produção. Fiz uma reunião urgente com a Nike, pedi que parasse a produção. Eu particularmente não gostei”, explicou. A reunião entre ele e o fabricante selou o retorno do velho padrão para o segundo uniforme.

Em tempo: Zeca Xaud, pai de Samir, dirige com mão de ferro a Federação Roraimense há 42 anos, mais tempo do que a idade do filho presidente da CBF e, pelo visto, um patriota empedernido. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 20)

Rock na madrugada – Elvis Presley, “Burning Love”

Elvis foi aclamado nos anos 50/60 como Rei do Rock, mas nas décadas seguintes sofreu a contestação de puristas do gênero, que sempre apontaram Chuck Berry como o verdadeiro pai do gênero. Discussão tola, própria das resenhas inúteis alimentadas por críticos e velhos roqueiros. Não importa se Elvis merece ou não ser chamado The King. Com a voz espetacular que tinha e a fenomenal presença de palco, ele poderia ser basicamente qualquer coisa que quisesse.

A fase dos filmes estilo “sessão da tarde” responde pelos questionamentos ao Elvis rocker. Foram várias jabuticabas cinematográficas onde a música entrava apenas como mero pretexto para Elvis brincar de ator e encher ainda mais os cofres. Em termos musicais, um período absolutamente descartável. Como construção de um astro pop, porém, a exposição nas telas foi decisiva para consolidar a idolatria em torno dele.

Burning Love (Amor ardente) é um rock básico, acelerado e dançante, digno de fazer parte de qualquer discografia de ases do gênero. No repertório de Elvis virou uma joia temporã, juntando-se a clássicos como Jailhouse Rock, Heartbreak Hotel, Kiss Me Quick, Love Me Tender, Don’t Be Cruel, It’s Now or Never, Can’t Help Falling in Love, That’s All Right e Suspicious Minds.

Sucesso de 1972, obtendo o 40º e último hit no Top 10 para Elvis, Burning Love foi um dos destaques do show Aloha From Hawaii, transmitido ao vivo para uma audiência estimada em 1,5 bilhão de espectadores. Um feito marcante de Elvis na TV e no mundo do entretenimento.

O espetáculo, realizado no Honolulu International Center Arena, na noite de 14 de janeiro de 1973, foi um evento mundial, mostrado via satélite Globecam para mais de 40 países. Estreou nos Estados Unidos em 4 de abril, pela Rede NBC, em formato editado. A versão americana incluiu quatro canções gravadas após o show.

No vídeo, Elvis aparece ainda no auge, driblando os sinais de decadências, acompanhado por uma banda entrosada e acostumada a acompanhá-lo nos shows realizados em cassinos e hotéis de Las Vegas. A letra segue o padrão romântico-malicioso de outras canções do repertório dele:

Senhor Todo-Poderoso,
Sinto minha temperatura subindo
Mais alto, mais alto
Está queimando minha alma
Garota, garota, garota
Você vai me incendiar
Meu cérebro está em chamas
Não sei para onde ir
Seus beijos me elevam mais alto
Como a doce canção de um coral
Você ilumina meu céu matinal
Com amor ardente

Ooh, ooh, ooh,
Sinto minha temperatura subindo
Socorro, estou em chamas
Devo ter 40 anos

Queimando, queimando, queimando
E nada pode me refrescar
Posso virar fumaça
Mas me sinto bem
.

O jornalismo de irrelevância e da notícia de dez linhas

O jornalismo virou isso: notas de menos de dez linhas, fontes em off, com declarações que podem ter sido feitas ou não

Por Luis Nassif, no Jornal GGN

“Ministros do STF estão ‘apavorados’ com Lei Magnitsky, diz político com acesso direto”, segundo nota na coluna de Lauro Jardim. O texto, para título com tal impacto, tem apenas 46 palavras:

“Um político influente, com décadas de Parlamento nas costas e acesso direto a vários ministros do Supremo relata que os magistrados estão apavorados com a possibilidade de serem atingidos pela Lei Magnitsky: “Imagine só isso acontecer no estágio de vida deles. Ninguém quer uma coisa dessas”.

Trata-se de uma ameaça feita por uma fonte em off que pode existir ou não, pode ter acesso ou não aos ministros, pode ter imaginado ou não a reação. Ou seja, com valor jornalístico zero.

Nos últimos tempos, o jornalismo virou isso, notas de menos de dez linhas, com fontes em off, com declarações que podem ter sido feitas ou não, que podem exprimir uma percepção individual apenas.

É o mesmo teor da nota: “Gilmar Mendes reconhece excessos em decisões, mas mantém blindagem a Moraes”.

“A semana passada em especial foi (mais uma) de intensa romaria de políticos, advogados e empresários no gabinete de Gilmar Mendes. A propósito, em alguns desses encontros, Gilmar reconhece certos excessos em decisões de Alexandre de Moraes. Mas deixa claro que não deixará de apoiá-lo”.

Ou este símbolo maior da mesmice: “’Estamos de novo nas mãos do Arthur (Lira)’” encimando o substancioso texto: “De um petista graúdo, depois de Arthur Lira ter negociado a rendição dos bolsonaristas amotinados por 30 horas no Congresso na semana passada: ‘Estamos de novo nas mãos do Arthur. Vai ser difícil o Hugo (Motta) restabelecer sua autoridade’”.

É a praga do jornalismo de impressão, de caça likes, abrindo mão de princípios jornalísticos consagrados. É da mesma natureza de uma colega de Jardim, que, dia sim, dia não, pespegava notas informando sobre o “mal estar” dos militares com toda sorte de notícias. 

É a face mais primária do jornalismo declaratório. Levanta qualquer tema, por mais banal que seja, consulta um oficial, existente ou não, ou alguma fonte, que diz ter fontes junto aos militares, e pergunta o que achou do caso. A manchete invariável era: “Episódio tal causou mal-estar entre os militares”. Mas ajudava a preencher a cota de notas diária e engordar as estatísticas de like. E ajudando a viciar o leitor nos truques mais primários das redes sociais.

Portanto, não trate essas notas como jornalismo. Mas apenas como impressões colhidas pelo colunista em conversas informais, que podem ter existido ou não, com fontes reais ou imaginárias, para cumprir com a cota de notas diárias.

Rei do empate, Leão refaz planos

POR GERSON NOGUEIRA

Até o jogo com o Botafogo-SP, no sábado, o Remo apostava tudo na busca pelo acesso. O empate – 10º na competição – frustrou a torcida e abalou convicções dentro do Baenão. Ainda em 5º lugar, com 34 pontos, o acesso continua como principal alvo, mas a prioridade imediata passa a ser a permanência na Série B. Para isso, é preciso somar mais 11 pontos.

A 16 rodadas do final, para conquistar o acesso serão necessários mais 33 pontos. Assegurar essa pontuação é tarefa que exige mentalidade vencedora e qualidade técnica. Não é o que o time de Antônio Oliveira vem demonstrando. Desde que assumiu, na 13ª rodada, o técnico tem enfrentado uma bateria de críticas por parte da torcida.

Fora de casa, o time foi razoavelmente bem, vencendo duas partidas, contra Athletic e América-MG. O problema é o baixo rendimento nos jogos disputados em Belém. Mesmo com a torcida dando um show de comparecimento e apoio, o time se comporta de forma decepcionante.

Desperdiçou até o momento 14 pontos como mandante – 2 derrotas e quatro empates. A regra não escrita do Campeonato Brasileiro ensina que nenhum time alcança o acesso perdendo tantos pontos em casa.

Diante do Botafogo, com 32 mil espectadores no estádio Jornalista Edgar Proença, o Remo voltou a decepcionar com um comportamento lento e apático ao longo do 2º tempo. Abriu o placar na etapa inicial, com Caio Vinícius, e parecia pronto a controlar as ações.

Repentinamente, baixou as linhas e permitiu os avanços do visitante. Exatamente como nos últimos jogos, incluindo a derrota para a Ferroviária, por 2 a 0. Quando faz o gol, o time recua e entrega a bola ao adversário.

Pois mal começou o 2º tempo e o desastre se desenhou. Aos 4 minutos, depois de uma saída errada de Reynaldo, o Botafogo chegou com perigo pela esquerda. Jefferson Nem superou a marcação de Camutanga, avançou com a bola até a entrada da área e deu um chute rasteiro no canto esquerdo do gol de Marcelo Rangel. Um belo gol para igualar o placar.

Desorganizado, o Remo esboçou uma reação com as entradas de Diego Hernández, Freitas e Régis, que substituíram Nico Ferreira, Jaderson e Caio Vinícius, mas o que estava ruim ficou pior: a zaga se abriu ainda mais.

A única oportunidade criada pelo Remo foi aos 36’, com Diego Hernández, que chutou forte para uma defesa difícil de Victor Souza. Depois disso, o time exibiu um desgaste físico assustador e passou a ser dominado pelo Botafogo, que teve ainda duas chances para marcar.

A pífia atuação gerou um tsunami de críticas a Oliveira, que balança no cargo, e deu ao Leão a pouca lisonjeira condição de time que mais empatou na Série B. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)

Chape supera Papão, que permanece na zona

O jogo transcorria razoavelmente bem para o PSC, que marcava bem e tentava pressionar com Garcez pela esquerda. O empate se manteve por 19 minutos. Foi quando a Chapecoense, mais efetiva e consistente, abriu o placar, após cruzamento de Mailton para finalização de Walter Clar.

O Papão manteve suas linhas recuadas e conseguiu uma boa oportunidade, aos 31′, com Luan Freitas, que deu um cabeceio forte e superou o goleiro Léo Vieira. A bola só não entrou porque Bruno Leonardo salvou em cima da linha. Aos 37′, Marlon cruzou e Benitez desviou por cima do gol.

No 2º tempo, a Chape voltou mais empolgada e botou pressão logo de cara com Marcinho finalizando com perigo. Aos 10 minutos, o ala Walter Clar voltou a pontificar, aproveitando a liberdade dentro da área para acertar um disparo cruzado, sem chances para Gabriel Mesquita.

Diogo Oliveira, que foi poupado no 1º tempo, substituiu Benitez e deu nova movimentação ao ataque. Cabeceou com perigo, aos 21’. Em seguida, o PSC teve seu melhor momento, com duas chances dentro da área. Anderson Leite e Garcez chutaram e a bola bateu na zaga. Em novo rebote, Garcez finalizou fraco nos braços de Rafael Santos.

As várias mudanças efetuadas por Claudinei Oliveira injetaram força, mas nenhuma inspiração visível. Delvalle, Marcelinho, Ronaldo Henrique e Edilson pouco acrescentaram à atuação da equipe.

No final da partida, a Chape podia ter ampliado a vantagem. O rápido Mailton acertou uma bola no travessão. Neto Pessoa meteu a cabeça e o goleiro do PSC foi buscar na gaveta. No acréscimo, Walter Clar finalizou da pequena área, mas Gabriel evitou o gol.

Vasco renasce com chinelada no Peixe de Neymar

Uma goleada improvável aconteceu ontem à tarde no Morumbi, em São Paulo. O Santos, comandado por Neymar, foi atropelado pelo Vasco de Fernando Diniz, por 6 a 0. O 1º tempo foi equilibrado, com vitória vascaína por 1 a 0. O barraco desabou mesmo no início da segunda etapa.

Antes dos 10 minutos, o Vasco já vencia por 4 a 0. Em consequência do desespero do Peixe, a goleada se consolidou com mais dois gols. Coutinho marcou dois gols e foi o craque da partida. Neymar passou em branco, de novo. É a contagem mais elástica em 98 anos de história entre os times. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 18)

Chape marca 2 vezes e mantém Papão na vice-lanterna da Série B

A Chapecoense não teve dificuldades para se impor em casa e derrotar o Paysandu por 1 a 0, na tarde deste domingo (17). Com mais de 11 mil torcedores na Arena Condá, em Chapecó (SC), a Chape fez um gol em cada tempo e assumiu a terceira posição na Série B, com 37 pontos. Já o Papão se mantém com 21 pontos, na vice-lanterna da competição.

O nome do jogo foi o lateral-esquerdo Walter Clar, da Chape, que abriu o placar aos 19 minutos do 1º tempo, escorando para as redes um cruzamento rasteiro de Mailton. O gol refletiu a superioridade do time da casa, que já havia ameaçado com Marcinho e Giovanni Augusto.

O PSC teve boa oportunidade aos 31′ com Luan Freitas, que deu um cabeceio forte e venceu o goleiro Léo Vieira, mas a bola foi afastada por Bruno Leonardo, que estava na linha do gol. Aos 37′, Marlon cruzou para Benitez desviar por cima do gol.

O 2º tempo iniciou com a Chape ameaçando o gol de Gabriel Mesquita com um chute de Marcinho. Aos 10 minutos, Walter Clar apareceu de novo livre de marcação na área para bater forte e cruzado, sem chances para Gabriel. Chape 2 a 0.

O PSC respondeu com um cabeceio forte de Diogo Oliveira, que havia acabado de entrar. Aos 33′, duas chances para o Papão, com Anderson Leite e Garcez, mas a bola bateu na zaga catarinense. Garcez bateu de chapa da marca do pênalti, mas o goleiro Rafael Santos (que acabara de entrar no lugar do lesionado Léo Vieira) defendeu no chão.

Foram os melhores momentos do PSC na partida. Apesar das várias mudanças (Delvalle, Marcelinho, Diogo Oliveira, Ronaldo Henrique e Edilson) feitas por Claudinei Oliveira, o cenário não se alterou. O time não mostrou força e qualidade para superar a bem armada Chape.

Aos 38′, Mailton acertou o travessão de Gabriel Mesquita. Aos 40′, Neto Pessoa meteu a cabeça e o goleiro do PSC foi buscar na gaveta. No período de acréscimo, aos 47, Walter Clar finalizou da pequena área, mas a bola estourou no peito do goleiro e saiu.

O resultado mantém o PSC na vice-lanterna da Série B com 21 pontos. O próximo compromisso do time de Claudinei Oliveira será em casa contra o Operário-PR, domingo (24), às 16h.

Remo tropeça (de novo) em casa e torcida pede saída de Antônio Oliveira

O Remo tropeçou outra vez diante do Fenômeno Azul. Com 32 mil torcedores nas arquibancadas do Mangueirão, neste sábado à tarde, o Leão frustrou expectativas e ficou no empate (1 a 1) com o Botafogo-SP. No primeiro tempo, o domínio foi azulino, com quatro chances de marcar antes de chegar ao gol. Marrony, Nico Ferreira, Pedro Rocha e Davó levaram perigo em jogadas na área paulista, mas o gol veio aos 27 minutos: Pedro Rocha cobrou falta e Caio Vinícius se antecipou aos zagueiros, desviando para o fundo do barbante.

Depois de abrir o placar, o Remo recuou e passou a ser pressionado pelo Botafogo, que mostrava desenvoltura e organização nas manobras junto à área remista. Léo Gamalho e Jefferson Nem apareceram em dois lances perigosos, assustando a torcida.

No 2º tempo, o recuo azulino se acentuou e o Botafogo se aproveitou para empatar. Em erro de passe no meio-de-campo, o Remo entregou a bola e Jefferson Nem apareceu pela esquerda, driblando Nathan Santos antes de bater rasteiro no canto esquerdo do gol de Marcelo Rangel, aos 4 minutos. O gol silenciou o Mangueirão e desestabilizou o Leão.

Nos minutos seguintes, o Botafogo seguiu na pressão e explorando os muitos erros de passe dos zagueiros e volantes do Remo, principalmente Caio Vinícius. O visitante era melhor e mais organizado. Vieram as mudanças na equipe azulina e o que não estava bem ficou pior ainda.

Caio Vinícius, Jaderson e Nico Ferreira saíram para a entrada de Freitas, Régis e Diego Hernández. Um desmonte completo do meio-de-campo, deixando ainda mais exposta a linha de zaga. Na frente, caindo pela direita, Diego Hernández fez uma boa jogada, aos 26 minutos, fintando um zagueiro e chutando forte para grande defesa de Victor Souza.

O Remo ainda trocou Marrony e Pedro Rocha por PH e Janderson, mas continuou confuso e sem agressividade. O cansaço não permitia uma arrancada final em busca da vitória e a situação se inverteu perigosamente, a partir dos 35 minutos. O Botafogo tomou conta do jogo e por pouco não obteve a virada. Aos 36′, Jefferson Nem quase desempatou e, aos 49′, o estreante Gabriel Barros invadiu a área e chutou cruzado para defesa arrojada de Marcelo Rangel.

A torcida, que fez novamente um grande espetáculo no estádio Jornalista Edgar Proença, vaiou o time e pediu a saída do técnico Antônio Oliveira, que estava suspenso e não esteve à beira do campo – foi substituído pelo auxiliar Diogo Faverin. Com 34 pontos, o Remo segue em 5º lugar na classificação, mas pode ser ultrapassado por outras equipes até o final da rodada.

O tropeço diante do Botafogo, 18º colocado, completou uma sequência de atuações inconsistentes. O Leão é o time que mais empatou na Série B e perdeu novamente a chance de emendar uma sequência de duas vitórias. Os planos de acesso começam a cair em descrédito junto ao torcedor, que desconfia da capacidade competitiva da equipe. O próximo jogo será no sábado contra o líder Coritiba, no estádio Couto Pereira. A dúvida é se Antônio Oliveira resistirá no cargo até lá.

Sob o comando do técnico português, o Remo disputou 10 partidas – 3 vitórias, 5 empates e 2 derrotas. Nos jogos disputados em Belém, foram 1 vitória, 4 empates e 2 derrotas – 14 pontos desperdiçados como mandante. Como se sabe, Série B é regularidade e campanha forte dentro de casa.

Para entrar de vez na briga

POR GERSON NOGUEIRA

Com 33 pontos e em 5º lugar na classificação, o Remo tem hoje (16, às 16h) a oportunidade de retornar ao Z4 e entrar definitivamente na disputa pelo acesso, desde que vença o Botafogo-SP por três gols de diferença. A partida representa ainda a possibilidade de emplacar uma sequência de duas vitórias, visto que derrotou o América-MG na 21ª rodada.

O projeto azulino de brigar pelo acesso passa pela estabilização da campanha e a permanência no G4 nas 17 rodadas que restam na competição. Para alcançar essa condição, o time precisa consolidar sua trajetória, acumulando pontuação para se aproximar dos primeiros colocados – Coritiba, Goiás, Novorizontino e Chapecoense.

No 1º turno, o Remo manteve invencibilidade contra esses adversários diretos. Derrotou o Coritiba e empatou com Goiás, Chapecoense e Novorizontino.

Para evitar surpresas desagradáveis, como a derrota para a Ferroviária e os empates com Volta Redonda e Cuiabá, o Remo terá hoje mudanças no meio. Sem Cantillo e Pavani, é provável que Caio Vinícius e Jaderson ganhem a companhia de Diego Hernandez, que atua como meia-atacante.

O ataque deve ser o mesmo da vitória sobre o América, com Marrony, Matheus Davó e Nico Ferreira. As dificuldades de enfrentar um adversário fechado, usando até duas linhas de marcação, exigirão movimentação e criatividade, tanto dos atacantes quanto dos laterais e meio-campistas.

Antônio Oliveira, suspenso, não comandará o time, que deve ter o auxiliar Flávio Garcia à beira do gramado. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)

Fenômeno Azul é líder de público na Série B 

Quando terminou a partida em BH contra o América, o técnico Antônio Oliveira convocou o torcedor a lotar o Mangueirão, com mais de 40 mil pagantes. O apelo funcionou, pois até a sexta-feira (15) mais de 26 mil ingressos tinham sido vendidos para o jogo com o Botafogo.

Arquibancada cheia no estádio Jornalista Edgar Proença virou rotina nos jogos do Remo nesta Série B. Em 11 jogos realizados em Belém, o Leão ostenta média de 20.955 pagantes, com um público pagante total de 230.510. O líder Coritiba é o 2º, com média de 20.388 e total de 203.882.

Em 3º lugar, aparece o Athletico-PR com 16.732 de média e total de 184.053. O PSC é o 4º colocado, com média de 12.202 e total de 122.019.

Para se ter ideia do gigantismo do Fenômeno Azul, o público somado dos três clubes goianos nem sequer encosta nos números do Remo. O Goiás tem a quinta média, 8.152 e total de 89.670; o Vila Nova tem 6.561 de média e total de 65.609 pagantes; e o Atlético-GO, 11º, tem média de 5.491 e total de 42.070. O trio, no total, teve 197 mil pagantes.  

Bola na Torre

O programa vai ao ar às 22h, na RBATV, debatendo as atuações de Remo e PSC na 22ª rodada da Série B. A apresentação é de Guilherme Guerreiro, com participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba baionense. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.

Papão luta contra o favoritismo da Chape

A rodada reserva fortes emoções ao torcedor do PSC. Ocupando a vice-lanterna da competição, o time comandado por Claudinei Oliveira tenta quebrar a sequência de quatro partidas sem vitória enfrentando a Chapecoense (4ª colocada) dentro de seus domínios, neste domingo (17), às 16h.

Sem poder contar com o técnico, que se recupera de um problema de saúde, a equipe terá que mostrar mais força e qualidade do que exibiu diante do Vila Nova, na Curuzu, quando perdeu por 1 a 0.

Durante boa parte do jogo de segunda-feira, o Papão mostrou timidez ofensiva e insegurança na defesa, preocupando a torcida em meio aos desafios da competição. A luta para se afastar das últimas posições passa pela obrigatoriedade de pontuar nas próximas rodadas.

Para reagir, o Papão deve adotar um sistema mais convencional, com a escalação de laterais de ofício. Edilson e Reverson devem entrar de cara, com o possível adiantamento de Luan Freitas para reforçar a marcação à frente da defesa, ao lado de Anderson Leite (foto).

O trio titular de ataque será mantido, com Marlon, Diogo Oliveira e Garcez. A estratégia é a mesma de outras atuações do PSC fora de casa, como na vitória sobre o Coritiba e no empate diante do Athletico-PR, quando o time foi reativo, sem se deixar dominar pelos donos da casa. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

(Coluna publicada na edição de sábado/domingo, 16/17)

Rock na madrugada – John Lennon/Plastic Ono Band & Elaphant’s Memory, “Come Together”

“Power to the People – One to One Concert” foi um show lendário de John Lennon em Nova York, logo após o fim dos Beatles, realizado em 30 de agosto de 1972. Com duas bandas afiadíssimas no palco, ele toca “Come Together”, rockão clássico do Fab Four reconhecidamente de sua autoria. A voz rouca e de grande alcance, apontada em pesquisa da revista Rolling Stone como a mais marcante do rock, sobressai em meio à pauleira sonora de Plastic Ono Band e Elephant’s Memory.

Organizado por Geraldo Rivera, em benefício da Willowbrook State School para crianças com deficiência intelectual, o concerto de 1972 foi filmado e gravado, sendo lançado em fevereiro de 1986 como o álbum Live In New York City.

Lennon formou a Plastic Ono Band imediatamente após a separação dos Beatles, incentivado por Yoko e pelo produtor Phil Spector. Recrutou amigos como Klaus Voorman (baixo), Billy Preston (órgão), Alan White (percussão), Nicky Hopkins (teclados) e Jim Keltner (bateria) para encorpar o projeto, que ia além do âmbito musical. O próprio John definiu a trupe como um supergrupo conceitual, de rock e avant-garde.

O grupo surgiu em 1970 e durou até 1975, apresentando-se regularmente e fazendo shows empolgantes. Além dos membros habituais, outros astros tocaram ocasionalmente com a Plastic Ono Band: Eric Clapton, George Harrison, Ringo Starr, Keith Moon (The Who) e Phil Spector fazendo até uma inédita participação como backing vocal e pianista.

Elephant’s Memory foi formada entre 1967 e 1968 pelo saxofonista Stan Bronstein, veterano da orquestra de Tito Puente, e pelo baterista Rick Frank. Fez sucesso no circuito da contracultura de Nova York. Em 1968, eles tiveram brevemente Carly Simon como vocalista. Em 1969, a formação passou a incluir John Ward (baixo), Chester Ayers (guitarra), Myron Yules (trombone baixo), R. Sussmann (teclados), Michael Shapiro (vocal), Guy Peritore (guitarra e vocal), Danny Adler (guitarra), David Cohen (guitarra, teclados) e Michael Rose na guitarra.

Leão sobe nas projeções de acesso

POR GERSON NOGUEIRA

A vitória sobre o América-MG, fora de casa, na 21ª rodada da Série B fez subir a cotação do Remo quanto à possibilidade de acesso, de 22,62% para 27,55%. Já o Paysandu viu o risco de queda aumentar de 51,38% para 58,87%. Restam 17 rodadas para o final do Campeonato Brasileiro.

O Leão continua em 7º lugar na lista de clubes cotados para subir, atrás de Goiás (89%), Coritiba (79%), Novorizontino (48%), Chapecoense (48%), Avaí (33,49%) e Criciúma (33%). Curiosamente, Criciúma (6º) e Avaí (7º) são times que estão abaixo do Remo na classificação. O Leão é o quinto colocado, com 33 pontos.

Na análise das projeções, os dois times catarinenses aparecem com mais possibilidades de acesso em função do histórico de participação na Série A.

No outro extremo, o Papão perdeu a invencibilidade de nove jogos diante do Vila Nova, na Curuzu. Foi o primeiro revés da equipe sob o comando de Claudinei Oliveira e isso provocou um aumento de 7% nas projeções sobre o risco de rebaixamento.

A 21ª rodada parecia favorável ao PSC, que subiria para a 16ª posição caso tivesse derrotado o Vila Nova. Com 21 pontos, os bicolores seguem na 19ª colocação e em terceiro lugar na lista de times com possibilidade de queda.

O Papão tem 58,87% de chance de rebaixamento, atrás apenas de Botafogo-SP (84,05%) e América-MG (62,89%). Amazonas, com 55%, e Volta Redonda, com 49%, vêm a seguir.

Nas 17 rodadas que restantes, o Remo terá oito jogos em casa: Botafogo-SP, Criciúma, Atlético-GO, CRB, Athletico-PR, Athletic, Chapecoense e Goiás.

O PSC terá nove partidas como mandante: Operário, Volta Redonda, América-MG, Novorizontino, Cuiabá, Remo, Avaí, Coritiba e Amazonas.

Surge um novo candidato a caudilho

A última contratação anunciada pelo Remo para a disputa da Série B é o zagueiro uruguaio Cristian Tassano, de 29 anos, apresentado oficialmente na quarta-feira (13). Em treinamento intensivo para recuperar condicionamento, ele pode ser relacionado para enfrentar amanhã o Botafogo, mas admite que não teria condições de atuar por 90 minutos.

Candidato natural ao posto de xerife do Baenão, vaga em disponibilidade há muito tempo, Tassano vai ter que brigar por espaço na defesa com cinco concorrentes: Reynaldo, Camutanga, Kayky Almeida, Klaus e Kawan.

Fiel à tradição uruguaia, de raça e combatividade, Tassano vem por indicação do técnico Antônio Oliveira. O Remo marca a volta do defensor à América do Sul depois de cinco anos. Depois de jogar pelo Danúbio e Rosário Central, Tassano se transferiu para o futebol europeu.

Ele foi contratado para a vaga de Ivan Alvariño, que foi cedido ao Amazonas, e se junta-se à pequena comunidade estrangeira existente no Baenão, formada por Alan Rodriguez, Diego Hernandez e Nico Ferreira.

A falta que o grande garçom faz ao Papão

Dos últimos 10 jogos realizados pelo PSC na Série B, o atacante Rossi, jogador mais caro do elenco, esteve em campo somente três vezes, e não por 90 minutos. Do total de 21 rodadas do Brasileiro, ele jogou em 11 rodadas, praticamente a metade.

Essa longa ausência trouxe consequências para a produção do time. Rossi, desde que chegou à Curuzu, é destaque em participações nos lances de gol do PSC: foram 12 gols e seis assistências em 30 jogos. Na Série B, porém, o aproveitamento é baixo: foram apenas dois gols marcados.

Com Rossi em campo, o Papão ganha em movimentação do ataque e variação de repertório, pois é muito participativo, tanto na função de abrir espaços como na de finalizador. Os problemas de criação no meio-campo se acentuam sem a presença dele no time.

A maratona do PSC nos meses de abril e maio, com participação em quatro competições (Copa Verde, Parazão, Copa do Brasil e Série B), desgastou o time e afetou diretamente jogadores como Rossi, que precisou entrar em vários jogos na base do sacrifício.

Em fase de transição no processo de recuperação fisicamente, Rossi segue afastado das partidas. Deve voltar contra o Operário, na 23ª rodada.

Uma data histórica para os azulinos

O feriado de 15 de agosto, referente à Adesão do Pará à Independência, é também motivo de comemoração pelos azulinos por dois acontecimentos históricos: a reorganização do Clube do Remo, em 1911, e a inauguração do estádio Evandro Almeida, em 1917.

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 15)