Remo tropeça (de novo) em casa e torcida pede saída de Antônio Oliveira

O Remo tropeçou outra vez diante do Fenômeno Azul. Com 32 mil torcedores nas arquibancadas do Mangueirão, neste sábado à tarde, o Leão frustrou expectativas e ficou no empate (1 a 1) com o Botafogo-SP. No primeiro tempo, o domínio foi azulino, com quatro chances de marcar antes de chegar ao gol. Marrony, Nico Ferreira, Pedro Rocha e Davó levaram perigo em jogadas na área paulista, mas o gol veio aos 27 minutos: Pedro Rocha cobrou falta e Caio Vinícius se antecipou aos zagueiros, desviando para o fundo do barbante.

Depois de abrir o placar, o Remo recuou e passou a ser pressionado pelo Botafogo, que mostrava desenvoltura e organização nas manobras junto à área remista. Léo Gamalho e Jefferson Nem apareceram em dois lances perigosos, assustando a torcida.

No 2º tempo, o recuo azulino se acentuou e o Botafogo se aproveitou para empatar. Em erro de passe no meio-de-campo, o Remo entregou a bola e Jefferson Nem apareceu pela esquerda, driblando Nathan Santos antes de bater rasteiro no canto esquerdo do gol de Marcelo Rangel, aos 4 minutos. O gol silenciou o Mangueirão e desestabilizou o Leão.

Nos minutos seguintes, o Botafogo seguiu na pressão e explorando os muitos erros de passe dos zagueiros e volantes do Remo, principalmente Caio Vinícius. O visitante era melhor e mais organizado. Vieram as mudanças na equipe azulina e o que não estava bem ficou pior ainda.

Caio Vinícius, Jaderson e Nico Ferreira saíram para a entrada de Freitas, Régis e Diego Hernández. Um desmonte completo do meio-de-campo, deixando ainda mais exposta a linha de zaga. Na frente, caindo pela direita, Diego Hernández fez uma boa jogada, aos 26 minutos, fintando um zagueiro e chutando forte para grande defesa de Victor Souza.

O Remo ainda trocou Marrony e Pedro Rocha por PH e Janderson, mas continuou confuso e sem agressividade. O cansaço não permitia uma arrancada final em busca da vitória e a situação se inverteu perigosamente, a partir dos 35 minutos. O Botafogo tomou conta do jogo e por pouco não obteve a virada. Aos 36′, Jefferson Nem quase desempatou e, aos 49′, o estreante Gabriel Barros invadiu a área e chutou cruzado para defesa arrojada de Marcelo Rangel.

A torcida, que fez novamente um grande espetáculo no estádio Jornalista Edgar Proença, vaiou o time e pediu a saída do técnico Antônio Oliveira, que estava suspenso e não esteve à beira do campo – foi substituído pelo auxiliar Diogo Faverin. Com 34 pontos, o Remo segue em 5º lugar na classificação, mas pode ser ultrapassado por outras equipes até o final da rodada.

O tropeço diante do Botafogo, 18º colocado, completou uma sequência de atuações inconsistentes. O Leão é o time que mais empatou na Série B e perdeu novamente a chance de emendar uma sequência de duas vitórias. Os planos de acesso começam a cair em descrédito junto ao torcedor, que desconfia da capacidade competitiva da equipe. O próximo jogo será no sábado contra o líder Coritiba, no estádio Couto Pereira. A dúvida é se Antônio Oliveira resistirá no cargo até lá.

Sob o comando do técnico português, o Remo disputou 10 partidas – 3 vitórias, 5 empates e 2 derrotas. Nos jogos disputados em Belém, foram 1 vitória, 4 empates e 2 derrotas – 14 pontos desperdiçados como mandante. Como se sabe, Série B é regularidade e campanha forte dentro de casa.

Para entrar de vez na briga

POR GERSON NOGUEIRA

Com 33 pontos e em 5º lugar na classificação, o Remo tem hoje (16, às 16h) a oportunidade de retornar ao Z4 e entrar definitivamente na disputa pelo acesso, desde que vença o Botafogo-SP por três gols de diferença. A partida representa ainda a possibilidade de emplacar uma sequência de duas vitórias, visto que derrotou o América-MG na 21ª rodada.

O projeto azulino de brigar pelo acesso passa pela estabilização da campanha e a permanência no G4 nas 17 rodadas que restam na competição. Para alcançar essa condição, o time precisa consolidar sua trajetória, acumulando pontuação para se aproximar dos primeiros colocados – Coritiba, Goiás, Novorizontino e Chapecoense.

No 1º turno, o Remo manteve invencibilidade contra esses adversários diretos. Derrotou o Coritiba e empatou com Goiás, Chapecoense e Novorizontino.

Para evitar surpresas desagradáveis, como a derrota para a Ferroviária e os empates com Volta Redonda e Cuiabá, o Remo terá hoje mudanças no meio. Sem Cantillo e Pavani, é provável que Caio Vinícius e Jaderson ganhem a companhia de Diego Hernandez, que atua como meia-atacante.

O ataque deve ser o mesmo da vitória sobre o América, com Marrony, Matheus Davó e Nico Ferreira. As dificuldades de enfrentar um adversário fechado, usando até duas linhas de marcação, exigirão movimentação e criatividade, tanto dos atacantes quanto dos laterais e meio-campistas.

Antônio Oliveira, suspenso, não comandará o time, que deve ter o auxiliar Flávio Garcia à beira do gramado. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)

Fenômeno Azul é líder de público na Série B 

Quando terminou a partida em BH contra o América, o técnico Antônio Oliveira convocou o torcedor a lotar o Mangueirão, com mais de 40 mil pagantes. O apelo funcionou, pois até a sexta-feira (15) mais de 26 mil ingressos tinham sido vendidos para o jogo com o Botafogo.

Arquibancada cheia no estádio Jornalista Edgar Proença virou rotina nos jogos do Remo nesta Série B. Em 11 jogos realizados em Belém, o Leão ostenta média de 20.955 pagantes, com um público pagante total de 230.510. O líder Coritiba é o 2º, com média de 20.388 e total de 203.882.

Em 3º lugar, aparece o Athletico-PR com 16.732 de média e total de 184.053. O PSC é o 4º colocado, com média de 12.202 e total de 122.019.

Para se ter ideia do gigantismo do Fenômeno Azul, o público somado dos três clubes goianos nem sequer encosta nos números do Remo. O Goiás tem a quinta média, 8.152 e total de 89.670; o Vila Nova tem 6.561 de média e total de 65.609 pagantes; e o Atlético-GO, 11º, tem média de 5.491 e total de 42.070. O trio, no total, teve 197 mil pagantes.  

Bola na Torre

O programa vai ao ar às 22h, na RBATV, debatendo as atuações de Remo e PSC na 22ª rodada da Série B. A apresentação é de Guilherme Guerreiro, com participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba baionense. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.

Papão luta contra o favoritismo da Chape

A rodada reserva fortes emoções ao torcedor do PSC. Ocupando a vice-lanterna da competição, o time comandado por Claudinei Oliveira tenta quebrar a sequência de quatro partidas sem vitória enfrentando a Chapecoense (4ª colocada) dentro de seus domínios, neste domingo (17), às 16h.

Sem poder contar com o técnico, que se recupera de um problema de saúde, a equipe terá que mostrar mais força e qualidade do que exibiu diante do Vila Nova, na Curuzu, quando perdeu por 1 a 0.

Durante boa parte do jogo de segunda-feira, o Papão mostrou timidez ofensiva e insegurança na defesa, preocupando a torcida em meio aos desafios da competição. A luta para se afastar das últimas posições passa pela obrigatoriedade de pontuar nas próximas rodadas.

Para reagir, o Papão deve adotar um sistema mais convencional, com a escalação de laterais de ofício. Edilson e Reverson devem entrar de cara, com o possível adiantamento de Luan Freitas para reforçar a marcação à frente da defesa, ao lado de Anderson Leite (foto).

O trio titular de ataque será mantido, com Marlon, Diogo Oliveira e Garcez. A estratégia é a mesma de outras atuações do PSC fora de casa, como na vitória sobre o Coritiba e no empate diante do Athletico-PR, quando o time foi reativo, sem se deixar dominar pelos donos da casa. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

(Coluna publicada na edição de sábado/domingo, 16/17)