Papão tropeça nos próprios erros

POR GERSON NOGUEIRA

A impressionante série invicta de nove jogos do Papão chegou ao fim na segunda-feira (11) à noite, na Curuzu, sem que os 13 mil torcedores presentes conseguissem entender a estratégia usada diante do Vila Nova-GO. Por 90 minutos, a equipe de Claudinei Oliveira se mostrou tímida, confusa nas tentativas de ataque e sérias fragilidades defensivas.

Antes de abrir o placar, aos 26 minutos do 2º tempo, em golaço de João Vieira, o Vila Nova já era superior na quantidade de ações de ataque. Inicialmente, o visitante explorava o contra-ataque, mas aos poucos, percebendo que a marcação não era tão firme, passou a ter imposição com até cinco jogadores indo à frente.

Curiosamente, o PSC aceitou as condições de jogo propostas pelo Vila Nova e passou a ter problemas para conter os avanços do time goiano, sempre mais compactado e organizado. Dodô e Ruan Ribeiro perderam chances dentro da área alviceleste.

Para justificar o baixo rendimento, o técnico Claudinei Oliveira chegou até a alegar que a forte chuva afetou a produção de seus jogadores, como se o time paraense não estivesse acostumado a jogar sob torós como o que desabou na segunda-feira à noite. Não pegou bem.

O fato é que, com Ronaldo Henrique, Leandro Vilela e Denner, o meio-campo repetiu velhos problemas, como a falta de jogadas de infiltração e criatividade na troca de passes. Com nenhum criativo no setor de armação, o time usou e abusou dos cruzamentos inúteis na área adversária.

Foi uma atitude individual que gerou o melhor momento do Papão na primeira etapa. Diogo Oliveira saiu da área e enganou a marcação. Viu Denner se infiltrando pela esquerda e deu uma assistência perfeita. Pena que o meia retardou o chute e foi bloqueado pela zaga na pequena área.

Veio a segunda etapa e começaram as mudanças, mas sem alterar o comportamento da equipe. Até saiu o gol, em cruzamento que Garcez desviou de cabeça, mas Leandro Vilela foi flagrado em impedimento.

Aí veio o erro fatal que gerou o gol do Vila. André Luís foi lançado em profundidade e teve liberdade e nenhuma marcação para chegar até a área, onde cruzou para João Vieira. O volante pegou de primeira, quase um voleio, sem chances para Gabriel Mesquita, aos 26 minutos.

O Papão tentou buscar a igualdade, mas a pressa e a falta de inspiração prejudicaram as tentativas. No fim, em meio à desarrumação da equipe, Diogo Oliveira e Edilson se desentenderam e quase brigaram.  

A campanha de Claudinei continua excelente, mas a pontuação do PSC sofre os efeitos do início terrível sob o comando de Luizinho Lopes. É preciso voltar a vencer para sair da zona de rebaixamento. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

Pressão sobre a arbitragem pode gerar mais prejuízo

Durante o jogo contra o Vila Nova, a torcida atirou objetos no gramado, fato registrado pela arbitragem. Pior foi a pressão exercida pelo executivo de futebol Carlos Frontini sobre o árbitro Jonathan Benkenstein Pinheiro, com reclamações e xingamentos pelos minutos de acréscimo no 2º tempo. Esse tipo de comportamento quase sempre busca dar satisfação ao torcedor e desviar o foco das falhas do próprio time.

Uma atitude sempre equivocada, que pode ter efeito contrário ao desejado, e desnecessária porque obviamente pressionar árbitros depois do jogo não muda o placar. Como o PSC é reincidente em ações contra a arbitragem, o gesto de Frontini pode vir a provocar uma punição grave. Contra a Ferroviária, ele agiu do mesmo modo e foi citado na súmula.

E o mais surpreendente do episódio é que o árbitro não teve rigorosamente qualquer influência no resultado final. A anulação do gol de Garcez foi correta, pois Leandro Vilela estava impedido quando tocou na bola. Aliás, se alguém poderia se queixar era o Vila Nova, cujo segundo gol foi mal anulado pela arbitragem.

Atacante arruma as malas e artilheiro volta ao time

Quase três meses depois de ser contratado, o atacante Felipe Vizeu encerrou ontem o ciclo no Remo, assinando a rescisão de contrato. Maior salário do elenco e grande decepção do pacote de contratações azulinas, o jogador não conseguiu manter regularidade e fracassou na missão de fazer gols. Só marcou três vezes e, por isso, virou alvo das críticas da torcida.

Depois de boa temporada pelo Criciúma em 2024, fazendo dupla de ataque com Pedro Rocha, Vizeu não teve o mesmo rendimento do companheiro. Seguidas lesões aumentaram o desgaste junto aos torcedores e encurtaram a passagem do ex-rubro-negro pelo Evandro Almeida.

Enquanto Vizeu arruma as malas, o atacante Pedro Rocha volta ao time na partida deste sábado (16h), no estádio Jornalista Edgar Proença, contra o Botafogo-SP, pela 22ª rodada da Série B. Suspenso após ser expulso contra a Ferroviária, o artilheiro reforça a ofensiva azulina em jogo fundamental para tentar voltar ao G4.

Rocha tem 10 gols marcados e lidera a tábua de goleadores da Série B, três gols à frente de Carlão e Anselmo Ramon, ambos com 7. Um dos grandes destaques da campanha do Leão, o camisa 32 não balança as redes desde o jogo com o Goiás, na 19ª rodada.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 13)

Outro picareta do time “Deus + Pátria + Família”

Bolsonarista, fascista, financiador do golpe contra Dilma, adversário do Governo Lula, opositor do Farmácia Popular e dos programas sociais do governo federal: Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, é preso por falsificação e fraudes junto à Secretaria da Fazenda de São Paulo, em operação conduzida pelo Ministério Público de SP. Aliado do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas, o empresário já declarou que programas sociais de governos do PT “atrapalham os negócios”.

Efeito Lula: CadÚnico concentra 80% dos empregos formais criados no país

O mercado de trabalho brasileiro manteve trajetória positiva no primeiro semestre de 2025, com um saldo de 1.222.591 empregos com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Um recorte realizado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), a partir do cruzamento com o Cadastro Único para Programas Sociais do governo Lula (CadÚnico), mostrou que 977.690 dessas vagas, 80% do total, foram ocupadas por pessoas em situação de vulnerabilidade social identificadas pela base de dados federal. 

Os dados desmontam a narrativa da extrema direita de que beneficiários de programas sociais não têm interesse em ingressar no mercado de trabalho. O CadÚnico é a principal ferramenta para seleção de beneficiários de programas como o Bolsa Família, Tarifa Social de Energia Elétrica e Benefício de Prestação Continuada (BPC). Sua abrangência permite mapear o perfil socioeconômico das famílias e direcionar políticas públicas de forma mais assertiva.

O levantamento revelou crescimento expressivo da participação feminina entre os contratados. Entre os inscritos no CadÚnico, as mulheres representaram 52,9% do saldo de empregos e 55,5% das admissões, com 2.737.997 contratações formais no semestre. Os homens, por sua vez, registraram 44,5% das admissões (2.196.442).

Esse protagonismo também se manteve entre os beneficiários do Bolsa Família, que somaram 711.987 vagas líquidas no período, correspondendo a 58,2% do saldo geral de empregos do país.

Dentro desse grupo, as mulheres foram responsáveis por 55,5% das vagas líquidas e 59,7% das admissões (1.410.133 contratações), frente a 40,3% dos homens (951.292).

Segundo o MDS, os números refletem a atuação de programas que associam proteção de renda, qualificação profissional e estímulo à formalização, como o Acredita no Primeiro Passo, instituído em 2024. Voltada a pessoas inscritas no CadÚnico, a iniciativa tem como foco grupos historicamente mais vulneráveis: mulheres, jovens, negros, pessoas com deficiência e comunidades tradicionais e ribeirinhas.

Rock na madrugada – Bad Company, “Rock’n’Roll Fantasy”

Com o grande Paul Rodgers nos vocais, este é um registro ao vivo de um clássico do Bad Company, com a formação original praticamente completa no palco: Mick Ralphs na guitarra solo; Howard Leese, guitarra base; Lynn Sorensen no baixo e Simon Kirke na bateria. O show foi um dos muitos comemorativos de reunião da banda e aconteceu na Wembley Arena, em Londres, em 2013.

Reconhecido como uma das melhores vozes do rock, elogiado publicamente por Jimmy Page e Freddie Mercury, Paul Rodgers foi a mola propulsora do Bad Company desde a fundação em 1973, conseguindo fazer com que a banda produzisse pelo menos quatro discos excelentes e sobrevivesse por mais tempo aos muitos conflitos internos.

O estilo básico de formação com duas guitarras, bateria e baixo foi mantido na década dourada do Bad Company, mas, a partir de 1984, Rodgers partiu para experiências com outros músicos, como o efêmero The Firm, com Jimmy Page, Chris Slade e Tony Franklin.

Outra parceria marcante de Paul Rodgers foi com o Queen, entre 2004 e 2009, com duas turnês mundiais e um álbum de estúdio, “The Cosmos Rocks”. Apesar do relativo êxito comercial, a experiência terminou em 2009 por decisão de Rodgers.  

“Rock’n’Roll Fantasy” é do disco Desolation Angels, de 1979. Sob a liderança de Rodgers, o Bad Company viveu seu auge entre 1973 e 1980, emplacando vários sucessos nas paradas dos EUA e Reino Unido. Curiosamente, passou para a história como uma espécie de dinossauro do rock, quase esquecido depois dos anos 90.

Michael Geoffrey Ralphs foi o instrumentista que moldou o som do Bad. Além da guitarra marcante, compôs em parceria com Rodgers vários dos hits da banda. Foi fundador também de outro grande grupo inglês, o Mott the Hoople. Morreu em 25 de junho deste ano. Outro músico fundador do Bad Company, o baixista Raymond ‘Boz’ Burrell, morreu em 2006. Tanto Burrell quanto Ralphs passaram primeiro pela usina criativa do King Crimson, de Robert Fripp.

Derrotado em casa, Papão segue na vice-lanterna da Série B

Era um jogo aguardado com ansiedade pela torcida alviceleste, pois o Paysandu tinha a chance de deixar a zona de rebaixamento em caso de uma vitória. Ocorre que atuando abaixo do esperado e com pouca presença ofensiva, o Papão acabou derrotado por 1 a 0 e perdeu a invencibilidade de nove partidas dentro da Série B. Com isso, permanece na 19ª colocação, com 21 pontos.

Os primeiros minutos deram a impressão de que o PSC dominaria a partida, mas os seguidos erros no ataque consolidaram a segurança defensiva do Vila Nova, que organizava contra-ataques perigosos. A chuva forte que caiu sobre o estádio da Curuzu esfriou a partida, mas o Vila passou a cercar a área bicolor. Aos 17 minutos, após cruzamento na área, o atacante Ruan Ribeiro perdeu uma chance clara, sozinho na pequena área. 

A chuva foi embora ainda no 1º tempo, mas o PSC seguiu jogando de forma lenta e errando muitos passes. Concentrava muito as ações no lado esquerdo, com Reverson e Garcez, mas a marcação não permitia que ambos fizessem muita coisa. Em outra chegada forte, aos 25′, Pedro Romano lançou Dodô, que chutou cruzado, levando muito perigo ao gol de Gabriel Mesquita.

A situação estava difícil e Garcez tentou cavar um pênalti aos 40′, mas a arbitragem não foi na onda. Em seguida, o próprio Garcez escorou um cruzamento de cabeça e a bola foi parar no fundo das redes, para delírio da torcida que lotava a Curuzu. O lance, porém, foi invalidado: Leandro Vilela estava impedido na origem da jogada.

O panorama não mudou no começo do 2º tempo. Apesar de buscar ir ao ataque, o PSC organizava mal as jogadas e facilitava o trabalho de marcação. Restava cruzar bolas na área, sem nenhum resultado prático. O Vila Nova se encolhia, à espera de brecha para explorar o contra-ataque.

Na melhor manobra do ataque do Papão, o meia Denner ficou livre na área, após receber passe de Diogo Oliveira, mas retardou o chute e a defesa travou a jogada.

Confuso em suas linhas, o PSC não conseguia pressionar e ainda abria espaços na defesa. Aos 26′, André Luís arrancou pela direita e deu um passe perfeito para o volante João Vieira, livre de marcação no lado esquerdo. Ele bateu de chapa e marcou um belo gol. A temida “lei do ex” puniu o Papão e deixou a Fiel enfurecida, vaiando a diretoria e atirando objetos no gramado.

O técnico Claudinei Oliveira fez mudanças (entraram Benitez, Edilson, Vinni e PK), mas o time seguiu na mesma toada. O time não se entendia e Diogo Oliveira e Edilson quase saíram no tapa. No final, o Tigre levou a melhor. A derrota quebrou a invencibilidade de nove jogos sob o comando de Claudinei.

(Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

Desafios do calendário brasileiro: Botafogo, Galo e Flu devem ter um jogo a cada 3 dias

CBF revelou que irá apresentar uma nova proposta de organização dentro dos próximos 60 dias

O calendário do futebol brasileiro deve ganhar uma nova versão conforme revelou o presidente da CBF, Samir Xaud, nesta segunda-feira (11). A ideia é que, dentro de 60 dias, uma nova proposta seja apresentada e encaminhada para avaliação dos clubes e das federações estaduais para solucionar críticas como o excesso de jogos e o pouco tempo para treinamentos e recuperação. Na atual temporada, por exemplo, Atlético-MG, Botafogo e Fluminense, clubes que ainda estão em três frentes, podem disputar mais 34 novos até o final da temporada caso sigam em todas as competições, o que representaria uma partida a cada 3,9 dias.

O momento atual é o de afunilamento das principais competições, com as quartas de final da Copa do Brasil já definidas e a volta da Libertadores e da Copa Sul-Americana nesta semana, na fase de mata-mata. O Campeonato Brasileiro, por sua vez, se estenderá até 21 de dezembro, por conta da paralisação no meio do ano durante o período do Mundial.

Até o final da temporada ainda haverá mais três paralisações por datas Fifa, que somam um total de 27 dias de pausa – de 1 a 9 de setembro, 6 a 14 de outubro e 10 a 18 de novembro. Sendo assim, o intervalo efetivo para a disputa dos jogos até o final do ano seria de 105 dias, o que poderia significar uma partida a cada 3,1 dias para Atlético-MG, Botafogo e Fluminense. No caso do alvinegro carioca, a equipe é a única brasileira que ainda disputa as três principais competições – Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil. Já o Galo e o Tricolor, além das competições nacionais, também jogam a Copa Sul-Americana. Os três times ainda contam com duas partidas atrasadas no Brasileirão.

Além da maratona de jogos, outro fator que pode levantar preocupações principalmente para Botafogo e Fluminense, que disputaram a Copa do Mundo de Clubes no meio do ano, é o fato de os atletas dessas equipes terem seguido em atividade no mundial enquanto os demais times que não participaram da competição aproveitaram o período para dar férias aos atletas e realizar uma intertemporada.

Guilherme Soares, Performance Manager da Volt Sports Science, plataforma de saúde e serviços para atletas de futebol de elite, ressalta que além das condições físicas também há maior desgaste mental acumulado pelos atletas que seguiram para a disputa do mundial. Tais fatores, entretanto, não significariam uma perda de competitividade caso haja a adoção de uma abordagem científica que seja abrangente e multidisciplinar. “Apesar de desafiador, é totalmente possível manter um bom rendimento até dezembro ao realizar uma boa gestão da carga de treinos, jogos e do descanso, encontrando o equilíbrio físico, mental e emocional do ser humano – que vem antes do jogador”, destaca.

Entre os principais desafios apontados como comuns às equipes que ainda seguem vivas em mais de uma competição, destaca-se a gestão da carga de trabalho, de modo a garantir o máximo rendimento e a redução de lesões. “Nessa maratona de jogos, treinar bem muitas vezes significa treinar menos, mas com mais qualidade; para que haja um maior desempenho durante os jogos que estão nas fases decisivas”, pontua a Dra. Morgana Américo, fisioterapeuta das categorias de base e sócia da Sonafe (Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva).

Ela também destaca a ciência do esporte como um diferencial competitivo para o atual momento da temporada, com destaque para técnicas como crioterapia, massagens, compressão pneumática, alimentação e hidratação específicas, além da importância do sono de qualidade e de um planejamento que respeite a individualidade de cada atleta. Para saber a melhor forma de dosar a carga dos atletas, ainda podem ser utilizadas alternativas como testes para análise da produção de força de diferentes músculos, marcadores bioquímicos através da coleta do sangue e análise dos dados do sono com o auxílio da tecnologia.

Além do controle de carga e do trabalho individualizado para cada atleta, os trabalhos preventivos contra lesões também são apontados pelos especialistas como fundamentais na preparação. O profissional da Volt Sports Science destaca que, apesar das lesões fazerem parte do ambiente de alta exigência física e mental, há trabalhos para diminuir ao máximo as chances. “Sempre colocamos o atleta em condições protetivas, por isso as avaliações periódicas e monitoramento diário são cruciais no processo, pois muitas vezes o corpo nos dá sinais importantes, e quando estamos atentos a isso, temos a capacidade de evitar problemas maiores”.

“A medicina preventiva é um dos pilares centrais para sustentar a performance dos atletas nesse cenário de alta exigência física e sequência intensa de jogos. Trata-se de antecipar o problema — identificar sinais precoces de sobrecarga, desequilíbrios musculares ou fadiga antes que se tornem lesões. Hoje, o fisioterapeuta não atua apenas na reabilitação após lesão, mas na prevenção, com protocolos específicos de avaliação funcional, testes de força, flexibilidade, controle motor e estabilidade articular. Um bom exemplo prático disso é o uso do chamado PSR, um questionário sobre fadiga, dor, sono, etc., no qual conseguimos identificar como está a recuperação do atleta, e com isso adaptar o treino dele diariamente”, complementa a profissional da Sonafe.

Momento atual é o de máximo rendimento

Além da utilização da ciência e da tecnologia para garantir o melhor rendimento dos atletas, também há técnicas que possibilitam planejar a carga de trabalho para a temporada de modo que o atleta garanta o melhor rendimento somente em estágios mais avançados do ano. Trata-se de um conceito chamado periodização do treinamento, que organiza a carga física, técnica e emocional ao longo do ano, de forma estratégica, conforme explica a Dra. Morgana Américo.

“A ideia é que o atleta não esteja no seu ápice físico em fevereiro ou março, mas sim em agosto, setembro e outubro, que são meses decisivos para quem está vivo em várias competições, como Copa do Brasil, Libertadores, Sul-Americana e também o Brasileirão. Para isso, o trabalho precisa ser planejado desde o início da pré-temporada, alternando momentos de maior carga com períodos de recuperação, e ajustando continuamente a preparação conforme a resposta dos jogadores”, afirma.

“Nesse contexto, a fisiologia, a fisioterapia e a medicina têm um papel essencial. Monitorar o desgaste, prevenir lesões e ajustar cargas individualmente permite que o grupo chegue ao segundo semestre com o maior número de atletas disponíveis — e em boas condições para performar. É o que chamamos de pico de forma planejado”, complementa.