O psicopata e os moradores em situação de rua em Washington

Por Oliveiros Marques

A justificativa apresentada pelo bilionário presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para perseguir pessoas em situação de rua em Washington é a de que a criminalidade estaria aumentando na capital federal norte-americana.

É verdade que determinados índices de criminalidade têm crescido de forma expressiva em Washington, DC. Mas não é fato que esses crimes estejam ocorrendo nas ruas por causa das pessoas em situação de rua. Ao contrário: a incidência de crimes violentos nas ruas vem caindo. O que cresce, dia após dia, são os crimes políticos e diplomáticos cometidos a partir do Salão Oval – com ação direta ou cumplicidade presidencial – contra imigrantes, contra o povo palestino e contra cidadãos de diversos países, por meio de tarifas arbitrárias e injustificáveis.

No Brasil, o crime tarifário se mostra ainda mais grave, pois caracteriza uma tentativa objetiva de interferir no funcionamento das instituições democráticas para livrar da prisão um possível condenado por crimes contra o Estado Democrático de Direito.

Trump não tem qualquer autoridade legal para intervir contra pessoas em situação de rua em Washington. O governo federal, por lá, só tem jurisdição sobre prédios e áreas federais. Mas, como sabemos, isso pouco importa para _Galactus_ – ele se alimenta do descumprimento das leis e do desprezo pelos direitos humanos. Se até tocaia com agentes de imigração escondidos em caminhões ele patrocina para caçar imigrantes, imagine se alguma lei o impediria de promover uma espécie de “higienismo social” em torno de sua residência temporária, com essa tentativa de sequestrar dos espaços públicos aqueles considerados indesejáveis.

A psique de _Galactus_ parece encarar a perseguição a imigrantes -, lembremo-nos de que mais de 1.200 brasileiros já foram deportados pro Trump – e a pessoas em situação de rua como uma espécie de “faixa de Gaza” pessoal. Um teatro onde, assim como Benjamin Netanyahu faz com os palestinos, se persegue um grupo não por necessidade real, mas pelo prazer de afirmar força e domínio.

Trata-se de um padrão condizente com traços de psicopatia: ausência de empatia, ausência de remorso, manipulação sistemática. Os rompantes, as contradições e o descontrole são típicos de indivíduos com esse desvio de personalidade, que têm dificuldade em controlar impulsos e tendem a projetar a culpa no outro. Não, _Galactus_ não é um doente mental no sentido clínico; ele apresenta um transtorno de personalidade grave. Afinal, sua empatia é seletiva – reservada a interesses e pessoas que lhe convêm, como, por exemplo, Jeffrey Epstein e sua lista.

Enquanto isso…

“The Economist, El Pais, New York Times, jornais e revistas do mundo todo elogiando Lula por não se submeter a Trump, menos a nossa mídia que é vira-lata demais”.

Ricardo Pereira, professor e jornalista

A frase do dia

“O Estado genocida de Israel já matou 186 jornalistas em Gaza, mais que os 69 de toda a 2ª Guerra Mundial. A ação é planejada para ocultar crimes de lesa-humanidade, com a imprensa estrangeira proibida de ir às frentes de guerra. O regime sionista é uma cloaca dos piores bandidos”.

Breno Altman, jornalista

Nem vitória acalma torcida do Leão

POR GERSON NOGUEIRA

A vitória de 1 a 0 sobre o América-MG, sábado à tarde, em Belo Horizonte, deixou o Remo colado ao G4 da Série B, a um ponto da Chapecoense (4º colocada). Um resultado excelente, que recoloca o time paraense no pelotão dos clubes que brigam pelo acesso à Série A. Apesar disso, boa parte da torcida reagiu criticamente à apresentação da equipe.

A principal queixa dos torcedores diz respeito à falta de apetite do time para buscar marcar mais gols e obter uma vitória mais tranquila. Nem mesmo o fato de ser um jogo fora de casa atenuou as críticas à performance do time dirigido por Antônio Oliveira.

É como se o Remo tivesse atuado mal, sem convencer tecnicamente. Apesar da queda de rendimento ao longo da partida, a apresentação foi satisfatória. Na prática, o time procurou controlar as ações depois de abrir o placar logo aos 4 minutos, quando Marrony cobrou pênalti sofrido por Matheus Davó – em jogada iniciada pelo próprio Marrony.

Quatro minutos depois, o lance se repetiu e Davó foi novamente lançado por Marrony. O centroavante entrou na área, mas errou ao finalizar, tirando do goleiro e mandando a bola à direita da trave do América.

A rigor, o Remo só teve problemas em dois lances de Willian Bigode, que recebeu dentro da área e falhou nos arremates. Ainda assim, a postura do Leão foi tranquila, conseguindo neutralizar as articulações do América.  

O 2º tempo teve o América com mais posse de bola, mas criando apenas duas situações de perigo. O primeiro com Figueiredo, que bateu cruzado para grande defesa de Marcelo Rangel. Depois, uma bola na trave, aos 33 minutos, que Reynaldo conseguiu afastar a tempo.

Não foi a primeira vitória “contestada” pela torcida. Desde que Antônio Oliveira assumiu, no Re-Pa da 13ª rodada, o time tem sido frequentemente criticado. Em alguns momentos, são questionamentos cabíveis. A demora excessiva em mexer no time é de fato um problema sério.

Diante do América, com alguns jogadores visivelmente desgastados e baixa movimentação no meio-campo, Oliveira custou a lançar Jaderson e Régis. Demorou também em substituir Davó, que sumiu do jogo na etapa final.

De maneira geral, porém, soa estranho reclamar de uma campanha de 33 pontos na Série B mais equilibrada dos últimos tempos. O Remo não pratica um futebol vistoso, mas tem se sobressaído em meio ao equilíbrio reinante. Está no mesmo nível de Coritiba e Goiás, que se revezam na liderança. É óbvio que há mérito nisso. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)

Tuna faz 2 a 0, mas está fora da Série D

Como em 2023, o Maranhão veio ao Souza e se deu bem. Perdeu por 2 a 0, mas comemorou a passagem à 3ª fase da Série D. A Tuna, ao contrário, teve que se contentar com uma despedida honrosa diante de sua apaixonada torcida, depois de ser fragorosamente goleada em São Luís por 4 a 1.

O jogo começou como a Tuna queria. Meteu um gol logo no primeiro minuto. Após escaramuça na área, Ronaldy abriu o placar. Era o cenário dos sonhos para o desafio de vencer por quatro gols de diferença. Ficou a impressão de que a Lusa iria fazer mais gols ainda no 1º tempo.  

Durante os 45 minutos iniciais, a Tuna se desdobrou em cruzamentos e tentativas de pressionar a defensiva maranhense, mas a falta de qualidade comprometeu a armação de jogadas, facilitando o bloqueio do MAC.

Uma chuva de verão caiu sobre o Souza e refrescou o ambiente, mas o confronto continuou pegado e indefinido. A Tuna tinha Alex Silva, Paulo Rangel e Ronaldy avançados, mas o meio-campo errava muitos passes. Inexplicavelmente, Germano e Gabriel Furtado permaneciam no banco.

Quando o técnico Inácio Neto resolveu mexer, o jogo já havia entrado no modo desespero. Gabriel entrou junto com Marlon e Emerson, mas a Tuna seguiu martelando cruzamentos sem maior perigo.

O segundo gol veio aos 44’, quando não havia mais tempo para uma reação. Em novo tumulto na área, que começou com pênalti sobre Gabriel Furtado, a bola sobrou para Paulo Rangel estufar o barbante. Germano não entrou e o meio-campo seguiu errando passes e a defesa dando chutão.

A partida terminou com um gosto de frustração para a torcida cruzmaltina. O time se despede do Brasileiro com a marca de melhor mandante, mas derrubado por uma partida infeliz e desastrosa fora de casa.

Papão lança força máxima para superar o Vila

A partida pode marcar a sonhada saída da zona de rebaixamento. Com 21 pontos, o PSC precisa da vitória para deixar a vice-lanterna da competição. O Vila Nova vive uma fase de instabilidade, tem vários desfalques e traz um novo técnico, Paulo Turra.  

O ataque que garantiu ao Papão a impressionante campanha de nove jogos de invencibilidade está confirmado para a partida: Marlon, Diogo Silva e Garcez. No meio, uma alteração. Ronaldo Henrique substitui Anderson Leite. A zaga terá Luan Freitas (foto) ao lado de Novillo e Thalison.

A Curuzu deve ter um grande público para empurrar a equipe na busca pelos três pontos. O técnico Claudinei Oliveira mantém a receita que vem garantindo a boa fase: time organizado e intenso, do começo ao fim, sem jamais abrir mão de brigar pela vitória.   

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 11)