Canalha

Por Heraldo Campos

Em 1979, em plena ditadura militar, Walter Franco cantou a sua música “Canalha” no Festival da Tupy com os seguintes versos: “É uma dor canalha / Que te dilacera / É um grito que se espalha / Também pudera // Não tarda, nem falha / Apenas te espera / Num campo de batalha / É um grito que se espalha / É uma dor canalha”.
Foi um delírio para quem estava na platéia e para quem viu ao vivo pela TV. A provocação estava lançada. Hoje vivemos numa democracia mas, os “filhotes da ditadura”, como dizia Leonel Brizola, continuam espalhados por aí e atuam como verdadeiros canalhas em vários setores da sociedade brasileira.
Recentemente o Senado Federal aprovou projeto de lei para a flexibilização do licenciamento
ambiental. “Em nota, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que o projeto de lei representa a desestruturação significativa do regramento existente sobre licenciamento e representa risco à
segurança ambiental e social no país. Para o Ministério, o projeto afronta a Constituição e viola
o princípio da proibição do retrocesso ambiental, que vem sendo consolidado na jurisprudência
brasileira.” [1]
Sem dúvida, esse projeto de lei é mais um passo lamentável dos nossos parlamentares que vem se juntar “(…) a boiada nas águas, os picaretas e a privatização das praias (…) detonando, ainda mais, pela ganância exacerbada, o ambiente em que vivemos.”
Pode ser repetitivo, mas qual seria uma das saídas, além da pressão popular sobre os políticos que pensam somente nos seu próprios umbigos e interesses excusos? Parece que está passando da hora de se pensar, mais uma vez, a médio prazo, numa reforma política “(…) com cláusula de barreira para os partidos, mandato de cinco anos, sem reeleição, em uma eleição geral para todos os cargos eletivos (…)”
E a curto prazo, o que podemos fazer? Tudo indica que o melhor caminho é aquela velha ladainha de sempre, ou seja, “(…) é votando certo nas eleições, nas forças progressistas e
democráticas, tanto numa escala local como em outra maior (…)” porque, daqui há pouco
mais de um ano, teremos novas eleições para governadores, deputados estaduais e federais,
senadores e presidente da república.
“Para viver, você deve respeitar o mundo, as árvores, as plantas, os animais, os rios e até a própria terra. Porque todas essas coisas têm espíritos, todas elas são espíritos, e sem os espíritos a Terra morrerá, a chuva irá parar e as plantas alimentares murcharão e morrerão também.” – Cacique Raoni.

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Fontes
[1] “Senado aprova flexibilização do licenciamento ambiental” – reportagem de Gésio Passos da
Rádio Nacional de 22/05/2025.

[2] “Boiada, picaretas e privatização” – crônica de Heraldo Campos de 24/05/2025.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2025/05/boiada-picaretas-e-privatizacao.html
[3] “Bye, Bye, Blue Caps, Green Caps and White Caps” – crônica de Heraldo Campos de
01/07/2020.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2020/07/bye-bye-blue-caps-green-caps-and-white.html
[4] “Bozosaurus rex” – crônica de Heraldo Campos de 03/06/2025.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2025/06/bozosaurus-rex.html

* Heraldo Campos é geólogo (Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP, 1976), mestre em Geologia Geral e de Aplicação e doutor em Ciências (Instituto de Geociências da USP, 1987 e 1993) e pós-doutor em hidrogeologia (Universidad Politécnica de Cataluña e Escola de Engenharia de São Carlos da USP, 2000 e 2010).

Rock na madrugada – Wings, “Letting Go”

Música de lançamento do álbum triplo ao vivo “Wings Over America”, gravado durante a perna americana da turnê “Wings Over The World”, de 1975, destacando a canção “Letting Go”, com imagens do primeiro show, em Londres. Paul está acompanhado por Linda McCartney, Denny Laine, Jimmy McCulloch e Joe English. Wings era uma super banda com um líder bem definido: Paul comandava e controlava tudo pela primeira vez, depois de mais de uma década submetido ao sistema compartilhado com John Lennon nos Beatles.

A turnê foi um grande sucesso, tanto na Europa como nos Estados Unidos, confirmando a popularidade e o talento de Paul como melodista e hitmaker. “Letting Go” (Deixando ir) foi um dos hits do super álbum dos Wings, ao lado de “Jet”, “Maybe I’m Amazed”, “My Love”, “Live and Let Die”, além de alguns clássicos dos Beatles, como “Blackbird” e “Yesterday”, ambas compostas por Macca.

Um modelo em reconstrução

POR GERSON NOGUEIRA

Remo do começo do Campeonato Brasileiro tinha peças muito bem definidas para sustentar um sistema de jogo baseado em jogadas pelos lados e transições rápidas. Foi a forma encontrada por Daniel Paulista para injetar competitividade a um time com sérias limitações em alguns setores. Deu certo enquanto durou a permanência do técnico. 

Os laterais Marcelinho e Sávio eram responsáveis pelas ações engendradas nos corredores laterais, dando suporte e trocando passes com Janderson e Pedro Rocha, respectivamente. No meio, Caio Vinícius era a peça de proteção à defesa na condição de primeiro volante.

Jaderson e Pavani ajudavam na marcação e cuidavam da movimentação de arrasto rumo ao ataque, cobrindo as subidas dos laterais. O esquema se mostrou eficiente o bastante para garantir ao Remo vitórias seguidas em Belém e uma invencibilidade que perdurou pelas 11 rodadas iniciais.

A partir da entrada em cena de Antônio Oliveira, substituto de Daniel Paulista, o Remo mudou de configuração. Sobrou muito pouco do time impetuoso e intenso nas transições. A preocupação era fustigar a zaga adversária, sem preocupação em reter a bola.

Desde a estreia no clássico, a equipe passou a cadenciar os movimentos, buscando ter mais controle das ações, mas perdendo força e presença no ataque. Essa mudança foi mal assimilada diante do maior rival e prevaleceu até o 1º tempo do confronto com o Athletic.

A partir da 2ª etapa, o Remo mudou de atitude em campo. O time avançou suas linhas, com Jaderson e Marrony atacando a defesa adversária, conseguindo com isso construir a primeira vitória fora de casa.

Não é tarefa simples implantar um novo modelo de jogo. O Remo ainda tentando ser mais consistente nos três setores voltou a ter problemas diante do Cuiabá, situação que gerou um frustrante 0 a 0 diante do Fenômeno Azul. 

Mais confusa ainda foi a apresentação diante da Chapecoense, embora o placar de 1 a 1 tenha sido um excelente resultado. O mesmo escore aconteceu na rodada seguinte, em Belém, diante do Novorizontino.

É claro que todos esses adversários – Cuiabá, Chapecoense e Novorizontino – estão naquela faixa de competidores diretos pelo G4, como a coluna observou antes.

A boa notícia é que diante do Avaí já surgiram os primeiros sinais de êxito nas tentativas de reconstrução, com a entrada em cena de novos atletas no corredor direito – Natan Santos e Marrony – e um meio-campo renovado com a presença de Cantillo.

Para os próximos jogos, que marcam a virada de turno, o Remo passará a ter um jogador mais agressivo pelos lados. O uruguaio Diego Hernandez, que teve passagem pelo Botafogo, é a bola da vez para adicionar intensidade ofensiva ao time idealizado por Antônio Oliveira.

Baixas forçam Claudinei a mexer na articulação

Sem poder contar com Leandro Vilela, novamente suspenso, e diante da incerteza quanto ao aproveitamento de Rossi, o técnico Claudinei Oliveira terá que fazer mudanças no setor de articulação do PSC para o estratégico confronto com o Athletic, segunda-feira (28), na Curuzu.

Ronaldo Henrique, que tem sido aproveitado em todas as partidas desde que Claudinei assumiu, será o substituto de Vilela no meio. Anderson Leite tem boas possibilidades de entrar, com Denner completando o trio de meia-cancha.

Caso Rossi não possa jogar, o ataque segue com o trio responsável pelo alto rendimento ofensivo da equipe nas seis últimas rodadas: Marlon, Diogo Oliveira e Garcez.

A defesa, porém, terá que seguir com Thalison e Maurício, já que Novillo (expulso em Manaus) cumprirá suspensão. Quintana é outra alternativa. Thiago Heleno, vetado nas últimas partidas, continua de fora.  

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 23h, na RBATV. Participações de Valmir Rodrigues e deste escriba de Baião. Em pauta, a 19ª rodada para os clubes paraenses na Série B.

Refeição pós-jogo é inspirada em ideia de Guardiola

Depois da festejada vitória sobre o Avaí, na quinta-feira (24) à noite, o jantar dos atletas do Remo foi servido em espaço montado dentro dos vestiários do Mangueirão. Ideia do Departamento de Nutrição do clube, em conexão direta com a comissão técnica de Antônio Oliveira.

Os responsáveis pela iniciativa são o coordenador Pedro Bastos, o nutricionista Rodrigo Pamplona e o chef de cozinha Danniel Skyrme. O jantar pós-partida visa contribuir para a recuperação física e metabólica dos atletas, diante do calendário intenso, com dois jogos por semana.

A notícia causou surpresa, mas não é exatamente nova. Quando treinou o Bayern de Munique, de 2013 a 2016, Pep Guardiola provocou uma pequena revolução no clube, implantando novos horários e hábitos. Entre outras coisas, introduziu as refeições servidas após as partidas.   

Pep não aprovava a saída dos atletas para jantar na noite germânica, sempre com o risco de excessos prejudiciais ao condicionamento físico. Por isso, fez o Bayern montar um restaurante dentro da Allienz Arena para que todos jantassem ali, após os jogos, sob suas vistas. Os sete títulos que conquistou provam que estava certíssimo.

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo)

Depois de virada sobre o Avaí, técnico do Leão mostra otimismo para as “20 finais” que restam

O técnico Antônio Oliveira, eufórico com a vitória de virada sobre o Avaí, na noite de quinta-feira, no Mangueirão, afirmou na entrevista coletiva pós-jogo que o resultado mostrou a qualidade da equipe e reforça a necessidade de seguir buscando vitórias na Série B. “Queria expressar o meu orgulho dos meus jogadores e desta equipe. O caminho é longo e haverá muitas pedras. Vamos tentar ultrapassar os obstáculos sendo sempre resilientes. Hoje (ontem), mais importante do que jogar, era provar a nossa força”, destacou.

“A nossa obrigação maior e responsabilidade era obter os três pontos. Mais do que qualquer coisa, o resultado era importante, como serão nas 20 finais que teremos pela frente”, afirmou Oliveira, dizendo-se preparado para suportar críticas – “bombas e mísseis” que eventualmente ocorram.

O técnico falou sobre o aspecto emocional do time. Segundo ele, é fundamental que os jogadores não levem para o campo a pressão que vem de fora. “Muito do que eu falo para a equipe é que eles não transportarem a ansiedade do externo. Sempre que formos pacientes e tivermos a capacidade de circular a bola, o adversário entra em crise de raciocínio”, avaliou.

De virada, Leão vence o Avaí e encosta no G4 da Série B

Depois de três empates consecutivos na competição, o Remo voltou a vencer e se reaproximou do G4 da Série B. A vitória sobre o Avaí foi de virada, por 2 a 1, na noite desta quinta-feira, no estádio Jornalista Edgar Proença (Mangueirão), em Belém. Os gols saíram no 1º tempo. Emerson Ramon abriu o placar logo aos 3 minutos, em falha do zagueiro Kayky. O Leão virou com Matheus Davó e Pedro Rocha (cobrando pênalti).

O Remo se dedicou a explorar as ações ofensivas desde o início da partida, verticalizando o jogo, principalmente pelo lado direito com o estreante Nathan. Apesar de duas investidas remistas no começo, o Avaí foi mais feliz, chegando ao gol numa falha do zagueiro Kayky, aos 3 minutos. Ele tentou cortar a bola, mas o atacante Emerson Ramon chegou desviando para as redes.

Apesar do abalo, o time azulino voltou a pressionar, criando duas situações de perigo com Marrony e Davó, mas se perdia nas dificuldades para finalizar com acerto. Aos 28′, após cruzamento perfeito de Caio Vinícius na cabeça de Matheus Davó, que girou e desviou para as redes, empatando a partida.

O Remo seguiu pressionando e chegou ao segundo gol após falta sofrida por Davó na área, que o árbitro puniu com a penalidade máxima, confirmada na consulta ao VAR. Pedro Rocha cobrou e converteu, marcando 2 a 1 no placar e seu nono gol na competição.

Na etapa final, o Remo buscou controlar o jogo, fez mudanças no meio. Cantillo e Jaderson foram substituídos por Natan Camargo e Régis, o que não alterou a forma de atuar. Na zaga, Camutanga se consolidou com grande atuação, levando a melhor no duelo com o ataque catarinense.

Matheus Davó foi parado com falta por Jonathan, quando ia invadir o campo de defesa do Avaí. O zagueiro foi expulso no lance, o que ampliou as possibilidades de contra-ataque do Remo. Janderson teve duas boas chances, após jogadas conduzidas por Régis, mas desperdiçou quando se aproximava da zona de tiro. Nos minutos finais, o Remo conteve o ímpeto do Avaí e garantiu a primeira vitória em casa sob o comando de Antônio Oliveira.

HOMENAGENS PÓSTUMAS

Durante o intervalo da partida no Mangueirão, o Clube do Remo prestou homenagem à estudante Ana Letícia, uma das quatro vítimas do acidente ocorrido na semana passada com um micro-ônibus que conduzia estudantes da UFPA para o Congresso da UNE, em Goiás. A imagem da azulina Letícia foi mostrada no telão do estádio, recebendo os aplausos da torcida remista.

O roqueiro inglês Ozzy Osbourne, que morreu na terça-feira (22), também foi homenageado pela torcida com uma imensa bandeira estendida nas arquibancadas.

Médicos Sem Fronteiras e mais de 100 organizações denunciam o uso da fome como arma de guerra em Gaza

Organizações que seguem os princípios da ONU têm capacidade para responder à crise, mas têm sido reiteradamente impedidas de trabalhar pelas autoridades israelenses

À medida que o cerco imposto pelo governo israelense mata a fome da população de Gaza, os profissionais humanitários também entram nas mesmas filas de distribuição de alimentos, se arriscando apenas para tentar garantir o sustento de suas famílias. Agora, com os suprimentos totalmente esgotados, as organizações humanitárias veem seus próprios colegas e parceiros se definirem diante de seus olhos.

Dois meses após o início da Fundação Humanitária de Gaza — sistema de ajuda controlado por Israel — mais de 100 organizações soam o alarme. Apelamos aos governos pela abertura de todas as passagens terrestres e pela retomada total da entrada de alimentos, água potável, suprimentos médicos, itens de abrigo e combustível por meio de um mecanismo baseado em princípios e orientação pela ONU. Apelamos pelo fim do cerco e pela aprovação de um cessar-fogo agora.

“Todas as manhãs, a mesma pergunta ecoa em Gaza: você vem hoje?”, compartilha um profissional de uma agência.

Massacres em locais de distribuição de alimentos no território ocorrem quase diariamente. Até 13 de julho, a Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que 875 palestinos foram mortos enquanto buscavam alimentos, cerca de 201 deles estavam em rotas de ajuda humanitária e o restante em postos de distribuição. Milhares de pessoas ficaram feridas. Enquanto isso, as forças israelenses deslocaram à força quase 2 milhões de palestinos com a mais recente ordem de evacuação emitida em 20 de julho, confinando a população a menos de 12% do território de Gaza. O Programa Mundial de Alimentos da ONU alerta que as condições atuais tornam as operações insustentáveis. A utilização da fome civil como arma de guerra, por si só, é um crime de guerra.

Nos depósitos nos arredores de Gaza, e até mesmo dentro do próprio território, toneladas de alimentos, água contaminada, suprimentos médicos, itens de abrigo e combustível permanecem bloqueados, com as organizações humanitárias impedidas de acessá-los ou distribuí-los. As restrições, os atrasos e a fragmentação do trabalho humanitário, impostos pelo governo de Israel geraram caos, fome e morte em uma Gaza sitiada. Um trabalhador humanitário que presta apoio psicossocial falou sobre o impacto devastador nas crianças: “as crianças dizem aos pais que querem ir para o céu, porque pelo menos no céu tem comida.”

Os médicos relatam taxas de desnutrição aguda, especialmente entre crianças e idosos. Doenças como a diarreia aguda estão se propagando, os mercados estão vazios, o lixo está se acumulando e os adultos estão desmaiando nas ruas de fome e desidratação. A distribuição de ajuda humanitária em Gaza está restrita, em média, a 28 tráfegos por dia, o que é insuficiente para atender às necessidades de mais de 2 milhões de pessoas, muitas das quais passaram semanas sem assistência.

O sistema humanitário foi impedido de funcionar.

As agências humanitárias têm capacidade e suprimentos para responder em grande escala. No entanto, com o acesso negado, somos impedidos de chegar até as pessoas que necessitam de assistência, incluindo os nossos próprios profissionais. Em 10 de julho, a União Europeia e Israel anunciaram medidas para ampliar a ajuda. Mas essas promessas de “progresso” são vazias diante da falta de mudanças concretas na região. Cada dia sem uma entrada sustentada de suprimentos significa mais pessoas morrendo de doenças evitáveis. As crianças estão passando fome, enquanto esperam por promessas que nunca chegam.

Os palestinos estão presos em um ciclo cruel de esperança e frustração, esperando por assistência e pelo cessar-fogo, mas acordando todos os dias em meio a condições cada vez piores. O sofrimento não é apenas físico, é também psicológico. A sobrevivência se tornou uma miragem. O sistema humanitário não pode funcionar com base em promessas vazias. As equipes humanitárias não podem trabalhar com cronogramas instáveis ou depender de compromissos políticos que falham em garantir o acesso.

Os governos devem parar de esperar por permissão para agir. Não podemos continuar esperando que os acordos atuais funcionem. É hora de tomar medidas efetivas. Exigir um cessar-fogo imediato e permanente; suspender todas as restrições burocráticas e administrativas; abrir todas as passagens terrestres; garantir o acesso das pessoas à assistência em toda a Faixa de Gaza; rejeitar modelos de distribuição controlados pelos militares; restaurar uma resposta humanitária baseada em princípios e orientada pela ONU e continuar a financiar organizações humanitárias imparciais e baseadas em princípios. Os Estados devem adotar medidas concretas para pôr fim ao cerco, tais como a suspensão do fornecimento de armas e munições a Israel.

Negociações parciais e gestos simbólicos, como lançamentos aéreos de ajuda humanitária ou acordos falhos, funcionam como uma cortina de fumaça para a inação. Esses atos não substituem as obrigações legais e morais dos Estados de proteger os civis palestinos e garantir um acesso humanitário em grande escala e eficaz. Os Estados — e devem — agir agora para salvar vidas, antes que não haja mais vidas a serem salvas.

Leão pressionado a vencer

POR GERSON NOGUEIRA

A boa performance do Remo no Brasileiro da Série B é novamente colocada à prova, hoje à noite (21h35), contra o Avaí. Será a quarta partida da equipe em Belém sob o comando de Antônio Oliveira. Nas anteriores, uma derrota (PSC) e dois empates (Cuiabá e Grêmio Novorizontino). A necessidade de reeditar as boas atuações do início da competição gera uma pressão pelo resultado sobre o time azulino, que ocupa o 7º lugar.

Um triunfo sobre o Avaí significa subir duas posições, voltando à quinta posição, pois não conseguiria ultrapassar a Chapecoense (4º lugar), que tem 29 pontos, mas conquistou nove vitórias.

Aliás, o excesso de empates (8) é o maior problema do Remo na competição, cujo primeiro quesito de desempate é o número de vitórias. Time que mais empatou partidas, o Leão lamenta o desperdício dentro de casa, quando deixou escapar vitórias possíveis.  

É justamente para evitar um novo tropeço que a equipe deve ter uma postura agressiva contra o Avaí, que perdeu fôlego, mas continua colado ao Leão. A equipe de Jair Ventura é a oitava colocada, com 25 pontos.  

Com Cantillo confirmado no meio-campo, o Remo tenta estabelecer um equilíbrio no trabalho de ligação entre defesa e ataque, com o objetivo de criar oportunidades para o trio de atacantes, formado por Matheus Davó, Pedro Rocha e Marrony.

Nas três últimas rodadas, o time empatou com Cuiabá, Chapecoense e Novorizontino, demonstrando extrema dificuldade em controlar o jogo, problema provocado em grande parte pela baixa produção dos setores de meio-campo e ataque.

Oliveira, cobrado excessivamente pela torcida, sabe que o time não pode perder mais pontos em casa, sob pena de comprometer o planejamento para a reta final do primeiro turno. As projeções são de obtenção de 30 pontos para encarar o segundo turno com fôlego para buscar o acesso.

As ações pelos corredores laterais, grande trunfo do Remo nas 11 primeiras rodadas, foram substituídas por tentativas de inversão de jogadas e troca de passes junto à área. Em situação extrema, o time abriu mão das triangulações e abraçou os cruzamentos, quase sempre sem direção.

Foi o cenário do 2º tempo contra o Novorizontino, na semana passada. O Remo atacava com até cinco jogadores, mas era ineficiente na pretensão de romper as linhas de marcação. As jogadas chegavam até a linha da grande área e não avançavam, por absoluta falta de inspiração.

A esperança do torcedor é que o time seja mais intenso e competente na busca pelo gol. Além de seus principais destaques, Cantillo e Pedro Rocha, o Remo pode ter a estreia do lateral Nathan e do atacante Diego Hernandez.

No sufoco, Papão arranca empate importante

O empate final testou (e confirmou) a capacidade defensiva do PSC, jogando ontem à noite, em Manaus. Dominante no 1º tempo, com chute na trave no começo da partida e gol de Diogo Oliveira, o time de Claudinei Oliveira viu-se obrigado a recuar em função da expulsão do zagueiro Novillo. O 2º tempo foi todo do Amazonas, que empatou e esteve perto de virar. Nas circunstâncias, o resultado foi excelente.

Com o Amazonas muito encolhido, sem ameaçar até os 27 minutos, quando Kevin Ramírez arriscou de longe, o PSC se impôs e assumiu o controle. O cenário era inteiramente favorável aos bicolores. Aos 29’, Maurício Garcez invadiu a área pela esquerda e deu um passe rasteiro para o centroavante Diogo Oliveira tocar para o gol.

No final do 1º tempo, com auxílio do VAR, o zagueiro Novillo foi expulso após cometer falta dura em Henrique Almeida. O Amazonas se empolgou e Durmisi cruzou com perigo, mas Reverson afastou na pequena área.

Com um jogador a mais, o Amazonas voltou para o 2º tempo botando pressão no PSC. Teve uma boa chance com Kevin, mas a bola saiu por cima da trave. Aos 5 minutos, Diogo Oliveira foi lançado, ganhou espaço e mandou um chute violento no travessão.

Aos 8’, o esforço da Onça se converteu em gol. Joaquín Torres fez cruzamento, a bola resvalou no volante Anderson Leite e entrou. A virada quase aconteceu com Zaballa, que foi acionado na área e chutou muito perto do gol de Gabriel Mesquita.

Bruno Ramires quase marcou aos 15’, cabeceando para o gol, mas Gabriel apareceu bem para defender. O PSC se mantinha recuado para segurar as investidas. Aos 29’, Bruno ajeitou para Larry disparar rente à trave.

O Amazonas empilhou chances aproveitando o recuo do Papão. Aos 34’, Zaballa cruzou para Gabriel Novaes, que desperdiçou a melhor oportunidade da segunda etapa. Fabiano arriscou de longe aos 40’, mas o chute saiu sem direção.

Uma das raras chegadas do time paraense foi através de Matheus Vargas, que bateu de fora da área. A última chance, já no período de acréscimo, mostrou que Gabriel Mesquita estava mesmo inspirado, salvando o Papão em cabeceio fulminante de Kevin Ramírez.

Apesar do sufoco, o time manteve a invencibilidade e a recuperação dentro do campeonato, conseguindo se manter fora da zona do rebaixamento, agora com 19 pontos conquistados.

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 24)

Psica é o festival brasileiro que mais destina ingressos a pessoas trans, travestis e não-binárias

Relatório “Listas Trans: um panorama dos festivais brasileiros de 2024” trouxe o dado em sua segunda edição

Dossiê completo aqui. Autoria de Iná Odara Cholodoski Monteiro Torres e Macaia Ferro  

Em 2024, o Psica, realizado em Belém, foi o festival brasileiro que mais destinou ingressos para pessoas trans, travestis e não-binárias. Foram um total de 539 passaportes distribuídos para o festival, o que totalizou 1.078 ingressos , pensando que foram 2 dias de ingressos pagos. O dado faz parte do relatório “Listas Trans: um panorama dos festivais brasileiros de 2024” , que acaba de ser lançado, assinado por Iná Odara Cholodoski Monteiro Torres e Macaia Ferro , pesquisadores com trajetória acadêmica nas áreas de sociologia e antropologia.

“Esse resultado é fruto de um trabalho de inclusão que a gente faz há anos. A gente olha a lista transfree como uma necessidade básica de todo projeto cultural, não como uma contrapartida”, afirma Gerson Junior, diretor do festival.

A publicação analisa iniciativas de inclusão externas a pessoas trans e não-binárias nos principais festivais de música do Brasil, considerando o impacto das chamadas listas T&NB . Além do número expressivo de beneficiários, o Psica se destacou pela política de acesso ampla: o festival não limita o número de ingressos destinados à iniciativa e, desde 2021, a Rede Paraense de Pessoas Trans organiza a administração da lista. No Psica, todos ganharam passaportes que davam direito a todos os dias de evento, aponta o documento que reúne dados quantitativos, entrevistas e análises qualitativas sobre inclusão e acesso em festivais. O festival não funciona com um número limitado de ingressos destinados à lista e, desde 2021, a Rede Paraense de Pessoas Trans organiza a administração da lista.

Diversidade no público, nos bastidores e nos palcos

Iná Odara, uma das responsáveis pela pesquisa, estende a reflexão com sua experiência no festival: “Sob a minha perspectiva é muito interessante ver que não é refletido apenas na inserção do público, mas sim no line-up, nas pessoas que estavam trabalhando no evento no backstage, fotógrafos. E, você vê um line-up que tem artistas trans em cima do palco. É muito chique você estar lá e ver essas pessoas, pessoas LGBT ocupando o front desses palcos, cantando junto, vendo as performances de dançarinos, dançarinas e dançarines. Isso é um retrato riquíssimo, a gente vê que a maior parte dos festivais tem um artista trans no line-up ou nenhum”.

Iná Odara Cholodoski Monteiro Torres é Doutoranda em Sociologia e Mestra em Sociologia pelo IESP – UERJ, realizou pesquisa ao lado de Macaia Ferro, Doutorando em Antropologia Social e mestre em Antropologia Social pelo Museu Nacional – UFRJ. O dossiê lança luz sobre o atual cenário das políticas de acesso e presença de pessoas trans, travestis e não-binárias em eventos culturais no Brasil. A pesquisa foi feita com base na análise dos dados de 15 listas, gerenciadas ou com consultoria realizada por Iná, entrevistas com profissionais da área de entretenimento e com artistas trans.

“O Festival Psica surgiu nesse contexto da periferia da região metropolitana de Belém, da periferia da Amazônia, que é um lugar muito diverso. A diversidade faz parte da nossa vida, então não teria como não nos preocuparmos com a inclusão. E não só liberando o acesso, mas também garantir que não será um ambiente hostil, educando nosso público para que o festival seja um lugar que consiga acolher todas as pessoas da melhor forma possível”, complementa Jeft Dias, diretor do Psica.

O Psica 2025 já está com data marcada, nos dias 12, 13 e 14 de dezembro , na Cidade Velha e no Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, com uma programação que celebra a potência decolonial dos povos da Pan-Amazônia. A política da lista T&NB segue firme nesta edição.

O Festival Psica 2025 tem patrocínio máster da Petrobras através da Lei de Incentivo à Cultura Rouanet. A realização é da Psica Produções, Ministério da Cultura e Governo Federal União e Reconstrução.

(Texto: Gil Sóter)

“Meu corpo está fraco, não consigo mais”: jornalistas também passam fome em Gaza

“Fome e abandono em meio a genocídio de Israel: “se nada for feito, os últimos jornalistas vão morrer”, diz AFP

Por Leandro Barbosa – Agência Pública

Em meio ao genocídio imposto por Israel à Faixa de Gaza, os últimos jornalistas da Agência France-Presse (AFP) ainda presentes no território alertam: “vamos morrer de fome”. A declaração dramática foi feita pela equipe local da agência, que enfrenta não apenas os perigos da guerra desproporcional, mas também o colapso total das condições de sobrevivência na região. Sem acesso a comida, água potável, assistência médica ou possibilidade de saída segura, os profissionais relatam estar à beira de uma catástrofe humanitária pessoal.

Desde o ataque de um grupo do Hamas em 7 de outubro de 2023, Gaza tornou-se o cenário de um genocídio que já deixou cerca de 60 mil mortos, segundo autoridades de saúde locais. Nesta semana, a ONU denunciou um ‘show de horrores’ e disparada de desnutrição em Gaza. Além disso, mais de 100 ONGs denunciam ‘fome em massa’. Israel disse não ter identificado fome extrema em Gaza e nega acusações. No entanto, admitiu que pouca ajuda chega aos palestinos, e culpou a ONU por isso.

O chefe da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, chegou a ressaltar que Gaza é agora “um inferno” para mais de 2 milhões de pessoas e observou que as crianças continuam morrendo de desnutrição e desidratação.

Essa escalada da crise alimentar é confirmada por Médicos Sem Fronteiras (MSF), que relatou em julho níveis sem precedentes de desnutrição aguda em duas clínicas mantidas na região, uma em Cidade de Gaza, no norte, e outra em Al-Mawasi, no sul do país. Mais de 700 mulheres grávidas e lactantes e quase 500 crianças estão em situação de desnutrição moderada ou grave. Em uma das unidades, o número de crianças desnutridas entre 6 e 23 meses triplicou entre maio e julho, atingindo 326 casos, o maior registrado pela organização no território até hoje.

Para Mohammed Abu Mughaisib, coordenador clínico da MSF, a situação é inédita: “É a primeira vez que testemunhamos uma prevalência tão grave de casos de desnutrição em Gaza. A fome poderia acabar amanhã se as autoridades israelenses permitissem a entrada suficiente de alimentos”, disse o coordenador em um texto publicado no site da organização. 

A médica Joanne Perry reforça o alerta: “Mães me pedem comida para seus filhos. Mulheres grávidas de seis meses muitas vezes não pesam mais do que 40 quilos”. Além disso, a organização denuncia o colapso do saneamento e a superlotação de abrigos, com bloqueio de alimentos, medicamentos e combustível, agravando o quadro de colapso total da saúde pública.

Nesse cenário de devastação, os jornalistas locais tornaram-se tanto testemunhas quanto vítimas. Em carta assinada pela Sociedade de Jornalistas da AFP (SDJ), publicada em 21 de julho de 2025, a agência alerta que seus últimos repórteres em Gaza estão prestes a morrer de fome: “Vemos a situação deles piorar. São jovens, estão perdendo peso e muitos já não têm mais forças físicas para trabalhar. Pedir ajuda virou parte da rotina diária”, afirma a nota, enfatizando que “se nada for feito imediatamente, os últimos jornalistas em Gaza vão morrer”.

Um dos casos mais emblemáticos é o de Bashar, fotógrafo freelancer da AFP desde 2010. Vivendo entre os escombros da casa do irmão em Cidade de Gaza, ele publicou nas redes: “Não tenho mais forças para continuar trabalhando para a imprensa. Meu corpo está fraco e não consigo mais.” Ele relatou que seu irmão mais velho havia morrido de fome. A família enfrenta extrema precariedade e casos de infecção intestinal, sem sequer conseguir usar transporte motorizado devido ao alto risco de bombardeio.

Mesmo recebendo salário mensal simbólico da AFP, os jornalistas não conseguem comprar alimentos. O sistema bancário colapsou e taxas de até 40% encarecem qualquer transação. A AFP diz não conseguir abastecer veículos; os deslocamentos só ocorrem a pé ou em carroças de tração animal.

CRIMES DE GUERRA

Para Cilene Victor, jornalista e professora da Universidade Metodista de São Paulo, o bloqueio da ajuda humanitária em Gaza configura uma grave violação das normas internacionais. “Provocar a morte por inanição é uma forma horrenda de crime de guerra. Israel conseguiu atualizar todas as formas de violação de direitos humanos, e isso inclui jornalistas sendo colocados sob risco real de morrer de fome”, afirma Cilene, que também é líder do grupo de pesquisa Jornalismo Humanitário e Media Interventions, da universidade. 

A pesquisadora denuncia o apagamento da importância dos jornalistas locais. “Parece que esses jornalistas valem menos para a sociedade internacional, como se fossem só mais um palestino entre os outros deixados para trás. Mas são eles que conhecem cada curva daquele território, são eles que garantem que a informação continue saindo mesmo quando o mundo se cala”, pontua.

O testemunho da jornalista Ahlam reforça o cenário de abandono: “Toda vez que saio para uma entrevista, não sei se voltarei viva.” Para ela, “o maior problema é a falta de comida e água.”

A FDJ destaca: “Desde que a AFP foi fundada, em agosto de 1944, alguns de nossos jornalistas foram mortos em conflitos, feridos ou feitos reféns. Mas nunca houve registro de que tivéssemos de assistir colegas morrerem de fome.”

Cilene conclui que “é urgente que Israel permita a entrada da imprensa internacional. Gaza virou um lugar onde o jornalismo praticamente desapareceu.”

Em 2024, mais de 60 veículos internacionais assinaram uma carta conjunta pedindo a proteção dos jornalistas que ainda atuam na região. O documento cobra a criação de corredores humanitários seguros e acesso à ajuda internacional para trabalhadores da imprensa, que seguem expostos a bombardeios, fome e doenças. Porém, a realidade piorou. “Gaza inteira hoje é uma cena de tamanha afronta moral e humanitária. É o inaceitável se tornando cotidiano”, resume Cilene Victor.

Crédito da foto: Jaber Jehad Badwan/Wikimedia Commons

Sobre o legado do Príncipe das Trevas

Um papo afetuoso do crítico André Barcinski com jornalistas e fãs sobre a vida, a obra e o legado de Ozzy Osbourne. Participações especialíssimas dos jornalistas Sergio Martins e Bernardo Araújo e do técnico de palco/produtor Silvio “Bibika” Gomes. Vale a pena ouvir.

Abaixo, o comentário emocionado de Régis Tadeu sobre Ozzy. Também vale alguns minutos de atenção.

Há espaço também para algumas palavras de Gastão Moreira, um grande fã de Ozzy.

Pra arrematar, Casão fala sobre a importância de Ozzy para a formação roqueira de toda uma geração.

Rock na madrugada – Ozzy Osbourne, “Mr. Crowley”

POR GERSON NOGUEIRA

Ozzy Osbourne virou um ícone do rock pesado, persona muitas vezes superior à própria música que produziu ao longo de cinco décadas. Amado por milhões de fãs espalhados pelo mundo, sobreviveu à mitologia em torno do Black Sabbath, banda que ajudou a fundar, embarcando a partir de 1980 numa carreira solo bem-sucedida. “Mr. Crowley” é um de seus maiores hits, já da fase pós-Sabbath.

A parceria com Tony Iommi gerou uma série de discos que demarcaram os limites do metal nos anos 1970. “Mr. Crowley” é uma canção de Ozzy sobre o polêmico ocultista inglês Aleister. Obcecado por ele, Ozzy evoca na música a figura provocativa do mago. A composição foi lançada em 1980, no primeiro álbum de Ozzy após ser expulso do Sabbath um ano antes. Excessos no consumo de álcool e drogas levaram ao rompimento.

Depois de se livrar de Ozzy, o Black Sabbath lançou um de seus melhores álbuns — Heaven and Hell — com o novo vocalista Ronnie James Dio, enquanto Osbourne lançou o excelente Blizzard of Ozz (que continha “Mr. Crowley“) em resposta, estreando numa prolífica carreira solo.

A letra acentua dúvidas sobre Crowley e questiona suas crenças: “O que se passava na sua cabeça?” e “Você conversava com os mortos?”. Opta por um tom desconfiado e inquisitorial ante o legado místico do misterioso personagem, conhecido pelo uso de drogas e substâncias alucinógenas, mais ou menos como os caminhos tortuosos do próprio Ozzy.

Os arranjos de Don Airey e o marcante solo de guitarra de Randy Rhoads dão à canção uma atmosfera sombria e marcial, contribuindo para o clima de mistério e autodestruição que a música carrega. Era um dos números mais solicitados nos shows do Príncipe das Trevas, que morreu nesta terça-feira (22), aos 76 anos.

Em 2009, Ozzy moveu processo contra Iommi por direitos da marca Black Sabbath. Um ano depois, os velhos parceiros chegaram a um acordo e o assunto foi esquecido. A paz foi restabelecida e ambos voltaram inclusive a tocar juntos em shows de reunião do Sabbath.

Ao saber da morte do amigo, Iommi lamentou em nota pública: “É uma notícia tão dolorosa que não consigo encontrar palavras, nunca haverá outro como ele. Geezer, Bill e eu perdemos nosso irmão. Meus pensamentos estão com Sharon e toda a família Osbourne. Descanse em paz, Oz”, escreveu Tony.