Remo tem a maior torcida da Região Norte, aponta pesquisa Ipsos-Ipec

O Clube do Remo tem a maior torcida da Região Norte. Este é o resultado do levantamento do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), divulgado nesta segunda-feira, 28. O Leão Azul é o 21º colocado na pesquisa nacional sobre torcidas, encomendada pelo jornal O Globo. Uma série de reportagens do jornal do Rio de Janeiro vai retratar o perfil das maiores torcidas do Brasil.

Segundo a pesquisa Ipec, 0,5% dos entrevistados afirmaram que torcem ou simpatizam pelo clube de Periçá. Com isso, o Remo desponta como o mais bem colocado entre todos os clubes da Região Norte. Em 2022, quando o O Globo havia encomendado a última pesquisa Ipec, o Leão ocupava a 23ª posição, com 0,3%. Os dados atualizados mostram um crescimento de 66%.

O Paysandu, na pesquisa de três anos atrás, aparecia como o time nortista de maior torcida, com 0,9% das respostas. Contudo, no levantamento de 2025, não apareceu no top 21. Conforme o jornal O Globo, outros 29 clubes foram citados, mas somaram não superam o Leão Azul.

Realizada pelo Ipsos-Ipec, a pesquisa entrevistou 2 mil brasileiros maiores de 16 anos. As entrevistas ocorreram presencialmente em 132 municípios de todas as regiões do Brasil, entre os dias 5 e 9 de junho. A pergunta feita aos participantes foi: “Você torce ou tem simpatia por qual time brasileiro? E por mais algum?”.

O nível de confiança do levantamento é de 95%, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais (para mais ou para menos). O Flamengo segue como o clube com a maior torcida do Brasil. Em 2022, a mesma pesquisa Ipsos-Ipec apontou que o clube carioca era a preferência de 21,8% dos entrevistados. Já neste ano, o número caiu para 21,2%.

O mesmo ocorreu com o Corinthians, que tinha 15,5% da preferência e ficou com 11,9% neste ano. O São Paulo saiu do top 3 e caiu para quarto lugar, com 6,4%, enquanto o Palmeiras subiu para a terceira posição com 6,5% dos torcedores.

TOP 21 DAS MAIORES TORCIDAS

  • 1) Flamengo: 21,2%
  • 2) Corinthians: 11,9%
  • 3) Palmeiras: 6,5% 
  • 4) São Paulo: 6,4%
  • 5) Vasco: 3,4%
  • 6) Grêmio: 3,0%
  • 7) Cruzeiro: 2,3%
  • 8) Atlético-MG: 2,3% 
  • 9) Bahia: 2,2%
  • 10) Santos: 2,0%
  • 11) Inter: 1,7%
  • 12) Botafogo: 1,5%
  • 13) Sport: 1,3% 
  • 14) Fluminense: 0,9%
  • 15)  Seleção brasileira: 0,9%
  • 16) Vitória: 0,8%
  • 17) Fortaleza: 0,7%
  • 18) Ceará 0,7%
  • 19) Santa Cruz 0,6%
  • 20) Athletico-PR: 0,5%
  • 21) Remo: 0,5%

PESQUISA DATAFOLHA

No ano passado, o Remo apareceu em 1º lugar na Região Norte em pesquisa sobre as maiores torcidas do Brasil, realizada pelo Instituto Datafolha. O Flamengo vinha em primeiro em todo o país, com 19%. Em segundo lugar apareceu o Corinthians, com 14%, seguido pelo Palmeiras, com 7%, e o Tricolor Paulista figura em quarto (6%).

No levantamento, Remo e Paysandu foram os únicos clubes do Norte citados nas entrevistas. A equipe azulina aparece na lista com 4% das respostas, enquanto o bicolor obteve apenas 2%. Apesar de serem os maiores clubes da região, os times não apareceram entre os preferidos. No Norte, a preferência ficou assim: Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Remo, Vasco, Botafogo e Paysandu.

Relatório afirma que soldados abrem fogo contra palestinos nas chamadas “zonas de matança”

Por Rafael Custódio | Edição: Mariama CorreiaAgência Pública

Na Faixa de Gaza, soldados israelenses matam e agridem crianças palestinas, que vivem sob o iminente risco de morte e sem perspectivas de futuro. É o que afirma um relatório da ONG israelense B’Tselem, que denuncia genocídio em Gaza. O documento, intitulado “Our Genocide” (nosso genocídio, em português), divulgado nesta última segunda-feira, 28 de julho, aponta as consequências severas causadas pelo conflito na também na saúde física e psicológica de crianças e suas mães, que não conseguem amamentar os seus filhos, em decorrência dos traumas.

O relatório da ONG é baseado em dados de entidades, reportagens e relatos. Desde que a guerra começou, em outubro de 2023, mais de 55 mil pessoas morreram em Gaza, sendo mais da metade mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde local.  As mortes aconteceram em bombardeios ou fuziladas pelas forças armadas do exército israelense, a mando do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que passou a sofrer críticas internacionais e foi condenado à prisão por “crime de guerra” pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

POR QUE ISSO IMPORTA

  • O relatório do grupo de defesa de direitos humanos B’Tselem é uma das primeiras iniciativas de ONGs israelenses a denunciar o genocídio em Gaza;
  • Os dados e depoimentos da publicação revelam um cenário desolador de mortes na guerra, sendo mais da metade de crianças.

Segundo o relatório da B’Tselem, os ataques israelenses não ocorrem somente por meio aéreo ou ataques a bombas. Há lugares conhecidos como “zonas de matança”, onde soldados do Exército de Israel abrem fogo deliberadamente contra cidadãos palestinos, incluindo crianças. “Essas práticas foram reforçadas por declarações de comandantes sobre assassinatos indiscriminados e por testemunhos de médicos voluntários em Gaza, incluindo evidências visuais de assassinatos deliberados por atiradores de elite contra crianças”, descreve o relatório.

As “zonas de matança” foram descritas por soldados israelenses como um lugar onde “era dada a permissão para atirar em qualquer um que fosse visto dentro delas” e os limites dessa área não eram bem claros até mesmo aos militares.

Um dos relatos trazidos no documento é o de Raja al-Harbiti, de 35 anos. Ela, o marido e os três filhos foram atropelados por um tanque de guerra israelense, mesmo segurando bandeiras brancas que pediam paz. O pai da família e uma das crianças foram dilacerados pelo veículo blindado, sobrevivendo apenas a mãe e os dois filhos que ficaram gravemente feridos.

“Ibrahim [um dos filhos sobreviventes] continua revivendo o momento em que o tanque atingiu seu pai e seus irmãos. Ele continua descrevendo como a cabeça de Muhammad [irmão que morreu] foi decepada, e como Ahmad [o pai] sangrou muito. Ele se tornou agressivo e bate nas outras crianças ao seu redor. Ele grita muito, tem pesadelos à noite e urina na cama”, contou a mãe sobrevivente.

“Toda vez que Sanaa [a segunda filha sobrevivente] ouve um barulho alto, ela fica muito assustada, coloca as mãos nos ouvidos e diz: ‘Tanque’. Ela também sofre de incontinência urinária. Sinto como se estivéssemos vivendo em um filme de terror”, declarou al-Harbiti.

CRIANÇAS CONVIVEM COM O MEDO DA MORTE

Segundo o relatório, 96% da população infantil em Gaza acredita que vai morrer logo e outros 50% desejam a morte, em decorrência dos traumas gerados pelo conflito. Os dados são da ONG Save The Children, vinculada à ONU. Outro estudo citado foi divulgado pela organização Médicos Sem Fronteiras, em dezembro de 2024, e aponta que crianças palestinas apresentaram “ideação suicida, ansiedade, depressão e necessidade de apoio psicossocial”.

De acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, divulgados aos Médicos Pelos Direitos Humanos de Israel (PHRI), cerca de 4,7 mil pessoas tiveram membros do corpo amputados, incluindo quase mil crianças. Pela escassez de analgésicos, parte dos procedimentos foram feitos sem anestesia, inclusive em crianças.

Hala Rajabi, de 50 anos, contou à B’Tselem que soldados israelenses invadiram a sua casa, em julho de 2024, deliberadamente e a agrediram junto com os filhos, incluindo as crianças.

“Muhammad [um dos filhos] ainda sofre com dores nos testículos e com ansiedade. Ele tem tido dificuldades para dormir desde o ataque. Diz que tem pesadelos com os soldados correndo atrás dele e o espancando. […] Eu realmente não me recuperei desde então. É muito difícil ficar ali parada, impotente, e ouvir soldados espancarem seus filhos dentro da sua própria casa”, contou a matriarca.

Como consequência do conflito, a população palestina perdeu 30 anos de expectativa de vida ao nascer, diz o relatório. Homens antes viviam, em média, 75 anos e agora não ultrapassam os 40. Para as mulheres, a diminuição foi de 77 para 47 anos.

FOME E DESNUTRIÇÃO

A falta de alimentos adequados e o acesso à água potável também faz com que crianças nasçam com baixo peso e mães não consigam produzir leite para alimentar os recém-nascidos, o que resulta na morte de bebês, de acordo com o documento.

O relatório descreve que a fome também é uma forma de morte causada pelos ataques israelenses. “Todas são resultado direto da destruição das condições de vida na Faixa de Gaza, das restrições impostas por Israel à entrada de ajuda humanitária e do ataque israelense ao sistema de saúde, que se tornou incapaz de lidar com o fluxo contínuo de vítimas”, apontou o documento.

“Meu filho mais novo, ‘Az a-Din, chorava muito e ficava repetindo: ‘Estou com fome’. Partia meu coração ouvir isso, e chorei por causa da situação dele, mas essa era a situação de todos. Expliquei a ele que todos estavam com fome e que não havia nada que eu pudesse fazer”, disse a matriarca de cinco filhos, Hala Sha’sha’ah, de 40 anos, ouvida pela ONG.

Sha’sha’ah é moradora da Cidade de Gaza, a maior do território palestino. Ela contou à  B’Tselem que há dificuldade em encontrar carnes, vegetais e até mesmo farinha. “Chegamos a um ponto em que as pessoas estão comendo qualquer tipo de carne que conseguem encontrar, não importa a origem”, afirmou.

No último domingo, 27 de julho, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que “não há fome em Gaza” e que Israel havia permitido a entrada de ajuda humanitária durante a guerra, em um discurso proferido em um evento cristão, em Jerusalém. 

Entretanto, a Classificação Integrada de Segurança Alimentar (IPC, em inglês) divulgou um estudo, na última segunda-feira, 28 de julho, que classifica a Faixa de Gaza como o “pior cenário de fome neste momento” em todo o mundo. 

Leão desperdiça caminhão de gols e cede empate ao líder Goiás

O resultado poderia ter sido outro. A boa partida que o Remo fez, principalmente no 2º tempo diante do Goiás, no estádio da Serrinha, proporcionou chances de gols que foram desperdiçadas pelos atacantes. No final das contas, o empate de 1 a 1 mantém o Leão junto ao G4, ocupando a 5ª posição da Série B, com 30 pontos, mesma pontuação da Chapecoense, 4ª colocada.

Os primeiros minutos da partida registraram uma pressão do Goiás em busca do gol, mas a zaga azulina se defendia bem e não deu chances ao ataque alviverde. Aos 14 minutos, no primeiro ataque do Remo, Pavani fez um belo lançamento para Pedro Rocha, que dominou a bola e partiu em velocidade até a área, onde finalizou para as redes. Foi o 10º gol do artilheiro do campeonato.

O Goiás seguiu pressionando e, aos 20′, Jajá recebeu na área e parou em Marcelo Rangel. Na sobra, Camutanga mandou para escanteio. O Remo explorava os contra-ataques. Aos 35′, Marrony invadiu a área e armou o chute, mas foi desarmado por Willean Lepo na hora do chute.

Aos 44′, Anselmo Ramon chutou em direção ao gol, mas a bola tocou no braço de Caio Vinicius. O árbitro consultou o VAR e marcou a penalidade. O goleiro Tadeu, cobrador oficial do Goiás, foi para a cobrança, mas Marcelo Rangel defendeu espetacularmente com o pé. Aos 48′, Jajá finalizou à queima-roupa e Rangel usou o ombro para impedir a passagem da bola.

No 2º tempo, o Remo enfileirou oportunidades de gol. Aos 10′, Pedro Rocha recebeu livre na área, mas mandou por cima da trave. Quatro minutos depois, Rocha ficou sozinho em frente a Tadeu, driblou o goleiro, mas perdeu o ângulo e bateu em cima do zagueiro Titi, que estava na linha do gol. Aos 22′, Moraes invadiu a área e chutou forte para uma boa defesa de Marcelo Rangel.

Em seguida, o Remo desperdiçou mais duas chances claras. Primeiro, com Matheus Davó, que errou o domínio e permitiu a defesa de Tadeu. Em seguida, o mesmo Davó recebeu passe de Pedro Rocha, mas escorregou e saiu com a bola pela linha de fundo. Aos 37′, outra grande oportunidade: Janderson (que havia substituído Marrony) desperdiçou na pequena área um passe perfeito de Pedro Castro, chutando para fora.

Como a bola pune, já dizia o filósofo Muricy Ramalho, o Remo pagou caro pelos gols perdidos e viu Anselmo Ramon empatar o jogo aos 45′, aproveitando cruzamento de Willean Lepo no primeiro pau.

Na sexta-feira (01), o Remo volta a campo para enfrentar a Ferroviária, no Mangueirão, às 19h.