Sem espetáculo: Moraes e PF dão aula de responsabilidade jurídica

Por Kakay, no DCM

Uma nota em homenagem ao ministro Alexandre de Moraes e à Polícia Federal: toda a operação de hoje foi cuidadosa e sem nenhuma espetacularização. Fosse na época da Lava Jato, com Moro e seus procuradores adestrados, as televisões estariam na frente da casa. Aquela palhaçada das entrevistas logo após as operações policiais, onde havia uma extrema exposição dos investigados, seria a regra.

Fazer o óbvio e cumprir a legislação para não expor a pessoa investigada não deveria ser motivo de elogio. Mas, logo depois da operação Lava Jato, que instrumentalizou o Judiciário para fins políticos, humilhando o Poder Judiciário, penso ser importante o registro.

Quando o processo criminal contra a cúpula da República de Curitiba tiver início, estes que fizeram da operação um instrumento de poder darão valor ao direito à intimidade, à presunção de inocência.

Que não lhe falte oxigênio

“Bolsonaro em entrevista diz que o STF o sufoca aos poucos. Felizmente, ele terá acesso a oxigênio, para não morrer como os mortos por Covid em Manaus que ele negou assistência”.

Carolina Botelho, cientista política

Lula defende soberania nacional e critica “traidores da pátria”

Em pronunciamento em rede nacional nesta quinta-feira (17), o presidente Lula (PT) disse que o tarifaço anunciado pelos EUA é uma “chantagem inaceitável” e criticou políticos “traidores da pátria” que apoiaram a decisão americana. Lula classificou a taxação como uma ameaça ao país e criticou apoiadores. “Minha indignação é ainda maior por saber que esse ataque ao Brasil tem o apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria. Apostam no quanto pior, melhor. Não se importam com a economia do país e os danos causados ao nosso povo.”

Ele lembrou que o governo brasileiro enviou proposta para negociar tarifas há dois meses, mas não obteve resposta. “Esperávamos uma resposta, e o que veio foi uma chantagem inaceitável, em forma de ameaças às instituições brasileiras, e com informações falsas sobre o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos”.

O presidente disse que a tentativa de interferir na Justiça brasileira é “um grave atentado à soberania nacional”. Ao anunciar as taxas de 50% sobre os produtos brasileiros, Trump criticou o julgamento do STF contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe, que chamou de “caça às bruxas”.

Lula também defendeu regras para a atuação das big techs – outro motivo citado por Trump para a taxação. O petista ressaltou que, para operar no país, todas as empresas nacionais e estrangeiras são obrigadas a cumprir as leis do Brasil.

No pronunciamento, Lula ainda citou o Pix. A investigação comercial contra o Brasil anunciada pelos Estados Unidos mencionou o sistema de pagamentos. “Não aceitaremos ataques ao Pix, que é um patrimônio do nosso povo. Temos um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo, e vamos protegê-lo.”

Por fim, o presidente disse que usará todos os instrumentos legais para defender a economia. Isso inclui, segundo ele, recursos à Organização Mundial do Comércio e a Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso Nacional.

“A primeira vítima de um mundo sem regras é a verdade. São falsas as alegações sobre práticas comerciais desleais brasileiras. Os Estados Unidos acumulam, há mais de 15 anos, robusto superávit comercial de US$ 410 bilhões de dólares”, disse Lula.

“Não há vencedores em guerras tarifárias. Somos um país de paz, sem inimigos. Acreditamos no multilateralismo e na cooperação entre as nações. Mas que ninguém se esqueça: o Brasil tem um único dono — o povo brasileiro”, finalizou.

Mais cedo, Lula disse que Trump “não foi eleito para ser imperador do mundo”. Ele concedeu uma entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, e criticou Trump.

A Casa Branca rebateu. “O presidente certamente não está tentando ser o imperador do mundo”, disse a secretária de Comunicação da Casa Branca, Karoline Leavitt. Mas ele é “o líder do mundo livre”, afirmou ela.

O presidente também disse que “gringo não vai dar ordem” no país. Durante o 60º Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), em Goiânia, ele voltou a reclamar da postura do presidente dos EUA e disse que Trump “não se dignou nem sequer a mandar uma carta”.

Lula também prometeu taxar e regulamentar as big techs, debate que não tem avançado no governo. “Eu queria dizer para vocês que a gente vai julgar e vai cobrar imposto das empresas americanas digitais. Nós não aceitamos, em nome da liberdade de expressão, você ficar utilizando [as redes] para fazer agressão, para fazer mentira, para prejudicar”, disse.

Dia Nacional do Futebol: ídolos estrangeiros viram referência no país pentacampeão mundial

Em tempos de globalização, futebol europeu cresce como inspiração para jovens jogadores; especialistas comentam 

O dia nacional do futebol, criado para celebrar o futebol brasileiro, reconhecido globalmente como celeiro de craques e pelos cinco títulos mundiais, é comemorado neste sábado (19). Reconhecido pela excelência e pelo jogo bonito, o futebol nacional naturalmente proporcionou ídolos ao longo dos anos, os quais inspiraram gerações, desde Pelé, Garrincha, Zico, Ronaldo, Ronaldinho, Kaká e muitos outros.

Ao longo dos anos, o Brasil se acostumou a ter grandes atletas tanto em clubes brasileiros quanto na Seleção. Na Copa do Mundo de 1962, por exemplo, os times nacionais tinham os principais craques da Seleção Canarinha, a exemplo do Botafogo, que contava com os titulares Nilton Santos, Didi, Garrincha, Zagallo e Amarildo, e o Santos, com nomes como Mengálvio, Coutinho, Pepe, Gylmar, Mauro, Zito e Pelé. 

Já na última das conquistas, em 2002, a presença de atletas que atuam no Brasil ainda era majoritária (13 dos 23 convocados jogavam no Brasil), embora as principais estrelas já atuassem no exterior, casos de Roberto Carlos (Real Madrid), Cafu (Roma), Ronaldo (Inter de Milão) e Ronaldinho (PSG).

Atualmente, entretanto, diante do cenário econômico, os principais craques nacionais vão para a Europa cada vez mais novos, a exemplos de atletas como Endrick e Estêvão (foto acima), negociados pelo Palmeiras com Real Madrid e Chelsea, respectivamente, antes mesmo de completarem 18 anos.

“O futebol na América do Sul ainda está muito abaixo do nível europeu, especialmente em termos de treinamento e exigências. Como resultado, os clubes europeus buscam negociar com jovens atletas antes dos dezoito anos, para integrá-los às suas estruturas assim que atingem a idade legal. Para um jogador de elite, limitar seu desenvolvimento ao cenário sul-americano por uma década ou mais não é vantajoso”, explica Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, agência norte-americana que gerencia as carreiras de atletas como Endrick e Vinicius Jr.

Ídolos e inspirações surgem no exterior

Como se já não bastasse a migração dos principais talentos brasileiros para a Europa, atualmente os olhares para competições do velho continente são cada vez mais frequentes em solo nacional. Um estudo do ano passado feito pela CLV Group, intitulado Global Fan Report, por exemplo, apontou que atualmente um em cada cinco brasileiros tem como time principal uma equipe de fora do país, sendo grande parcela das preferências representada por Real Madrid (30,48%) e Barcelona (16,05%).

Diante da saída precoce dos craques do país e a crescente identificação dos brasileiros com equipes europeias, Fábio Wolff, sócio-diretor da agência de marketing esportivo Wolff Sports, indica que tal conjuntura, além de dificultar a criação de uma conexão sólida dos atletas com seu país e com os clubes em que surgiram, também estimula a criação de ídolos estrangeiros para o futebol nacional. 

“O interesse do mercado europeu em adquirir atletas de futebol sul-americanos cada vez mais jovens pode impedir que os jogadores alcancem o status de ídolos e o reconhecimento pleno dos torcedores em seus países de origem. Com isso, o futebol europeu tem concentrado os principais craques e, naturalmente, tem atraído ainda mais a preferência até mesmo dos brasileiros, que também passaram a assistir mais atletas estrangeiros e tê-los como grande inspiração”, explica Wolff.

Nesse contexto, entre os principais jogadores que dominaram o futebol nos últimos anos, faltam brasileiros e sobram atletas nascidos na Europa ou que fizeram a carreira no continente europeu, a exemplo de Cristiano Ronaldo, Modric, Neuer, Messi, Suárez, entre outros.

Talvez um dos principais exemplos, tanto pelos recordes conquistados quanto pela identificação com o público, seja o argentino Lionel Messi, sucesso dentro de campo e admirado por todo o mundo, superando inclusive rivalidades históricas como entre Brasil e Argentina.

Como a volta triunfal do Oasis expõe a má fase pop rock atual

O crítico musical Régis Tadeu, famoso por opiniões polêmicas, celebra a belíssima volta do Oasis aos palcos e analisa o quanto isso é revelador da estagnação do rock atual. O nível das performances da banda inglesa tem provocado uma onda de elogios e reconhecimento da importância histórica do grupo.

Abaixo, a íntegra do show realizado pelo Oasis na quarta-feira, 16, em Heaton Park (Manchester):

Bolsonaro é alvo de operação da PF e vai passar a usar tornozeleira eletrônica

A Polícia Federal (PF) cumpre mandados contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã desta sexta-feira (18). Advogados de defesa do ex-presidente confirmaram a operação. Ele é alvo de medidas restritivas determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Os mandados estão sendo cumpridos na casa do ex-presidente, em Brasília, e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL), legenda de Bolsonaro.

Entre as restrições, Bolsonaro passará a usar tornozeleira eletrônica e não poderá acessar redes sociais. Ele também terá de permanecer em casa entre 19h e 7h da manhã, e foi proibido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros (não podendo se aproximar de embaixadas), nem com outros réus e investigados pelo Supremo.

Os agentes da corporação apreenderam cerca de 14 mil dólares e R$ 8 mil na casa do ex-presidente, em Brasília. A ação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), também teve como objetivo a aplicação de medidas cautelares. A PF encontrou na casa cópia de uma ação movida nos Estados Unidos contra o ministro.

Segundo apurou a CNN, por determinação de Moraes, Jair Bolsonaro passará a usar tornozeleira eletrônica, ficar em recolhimento domiciliar noturno e aos finais de semana. O ex-presidente também está proibido de usar as redes sociais e de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros e com os outros réus e investigados.

A operação da PF, teve o aval do STF após parecer favorável da PGR (Procuradoria-Geral da República), pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução a Justiça e ataque a soberania nacional. O objetivo óbvio é adotar cautelas diante da possibilidade de fuga do ex-presidente, situação esboçada após a manifestação pública de Donald Trump.

A ação da PF está diretamente relacionada à pressão do governo norte-americano, através de ameaças do presidente Donald Trump, tentando forçar uma anistia a Bolsonaro, que é réu no processo que tramita no STF pela trama golpista de 2022/2023.

(Com informações da CBN, CNN, g1 e Folha de S. Paulo)

Apesar da posse de bola, Remo não consegue vencer o Novorizontino

A insatisfação da torcida azulina com o técnico Antônio Oliveira ganhou mais um capítulo na noite desta quinta-feira (17), pela 17ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O Remo empatou com o Novorizontino por 1 a 1, no estádio do Mangueirão, em Belém, frustrando a expectativa dos torcedores. Na saída das equipes, Oliveira foi bastante vaiado por trocas que comprometeram o desempenho da equipe no 2º tempo.

O início foi favorável ao Leão, que conseguiu atacar seguidamente e chegou ao gol logo aos 9 minutos, com Matheus Davó, após forte pressão na área adversária. Aos 17′, quase veio o segundo gol em chute de Jaderson. Depois dos 20 minutos, o Novorizontino cresceu de produção.

O empate veio quase ao final do 1º tempo. Em chute de fora da área de Matheus Frizzo, a bola resvalou em Robson e enganou o goleiro Marcelo Rangel, igualando o marcador.

No 2º tempo, o jogo foi mais truncado, com o Remo tendo a bola, mas sucesso prático nas tramas ofensivas. A saída do volante Cantillo, que fazia boa atuação, desarticulou a organização ofensiva azulina e fez diminuir o potencial ofensivo do time. Por seu turno, o Novorizontino passou a explorar os espaços (e o desespero) do Remo, criando duas boas chances. Na jogada mais aguda, Frizzo disparou para uma excelente defesa de Marcelo Rangel.

Quanto às atuações individuais, o atacante Pedro Rocha, artilheiro da Série B, que voltava ao time depois de se recuperar de lesão, não atuou bem. Janderson e Davó tiveram movimentação mais interessante na fase inicial. Caio Vinícius e Jaderson tiveram acentuada queda de rendimento, assim como Sávio. O desgaste físico também contribuiu para a atuação confusa do Leão nos 15 minutos finais da partida.

O resultado fez o Novorizontino chegar aos 31 pontos, consolidando o terceiro lugar. O Remo foi aos 26 pontos, assumindo provisoriamente o 4º lugar. Corre o risco de perder até quatro posições no desdobramento da rodada.