
POR GERSON NOGUEIRA
Sem poder contar com jogadores importantes, normalmente utilizados como titulares, o técnico Antônio Oliveira tem a necessidade e a oportunidade de lançar um time bastante modificado hoje à noite (21h35) contra o Novorizontino, um confronto de seis pontos dentro do estádio Jornalista Edgar Proença.
Sem Luan Martins, Pavani e Klaus, o Remo encara a sexta partida sob o comando de Oliveira sem repetir escalações. Do time que enfrentou a Chapecoense, domingo, estão em condições de atuar Marcelo Rangel, Marcelinho, Kayky, Sávio, Jaderson, Janderson, Adailton e Marrony.
É improvável, porém, que Oliveira mantenha Pedro Castro na equipe, bem como Adailton, que cumpriu seu segundo jogo com baixo rendimento. A meia-cancha, setor essencial e mais complexo do Remo atual, deve ter mudanças importantes.
Um trio formado por Caio Vinícius, Jaderson (Natan Camargo) e Régis (Cantillo), inédito até agora na Série B, pode ser escalado para começar a partida. As equipes costumam ser montadas com base na forma de atuar do adversário. O Novorizontino, terceiro colocado, é um time que atua fechado como visitante e com poucas variações nas tentativas de ataque.
Diante disso, o Remo deverá ter um meio-campo mais voltado para atacar e contribuir com as subidas dos laterais Marcelinho e Sávio, que não apareceram tanto na parte ofensiva desde que Antônio Oliveira assumiu o time. Nos tempos de Daniel Paulista, os laterais eram decisivos e participavam de praticamente todos os lances de gol.
Com dúvidas quanto à presença de Pedro Rocha, que não atuou em Chapecó, o Leão pode ter Marrony novamente. O jogador se recuperou dos problemas apresentados contra a Chapecoense e deve ser uma das peças do setor de ataque, ao lado de Matheus Davó e Janderson.
O fato é que, para seguir firme na linha de projeções para o acesso, é fundamental que o Remo consiga uma vitória nesta noite. Com 28 pontos, o Leão se aproximará dos líderes Coritiba e Goiás, com chances de ampliar a pontuação na partida com o Avaí, na semana que vem, no Mangueirão.
No setor defensivo, sem Klaus e Reynaldo, Oliveira terá que lançar mão de Camutanga, Kayky, Alvariño ou Kawan, que ainda não estreou. É um Remo que terá que se adaptar às circunstâncias e intempéries de uma Série B que testa constantemente a capacidade de resiliência física dos times.
Dal Pozzo arma barraco e perde a compostura
As cenas deploráveis que marcaram o pós-jogo entre Chapecoense x Remo, domingo, na Arena Condá, deveriam ser analisadas detalhadamente pela Justiça Desportiva. O técnico Gilmar Dal Pozzo teve uma atitude completamente insana, correndo em direção aos jogadores do Remo e chamando para briga.
O alvo da ira era, aparentemente, o meia Régis. A não ser que tenha havido algum incidente entre ambos que as câmeras não mostraram, Dal Pozzo estava furioso porque Régis foi o autor do belíssimo cruzamento em arco para o cabeceio certeiro de Luan Martins, empatando a contenda.
Lance normal, mas o técnico parece não ter assimilado a decepção de sofrer um gol nos acréscimos, quando seu time parecia ter o controle da situação. Ocorre que, com um jogador a menos (Bruno Matias foi expulso por um carrinho violento em Pavani), os donos da casa resolveram apelar para o antijogo, retardando cobranças e caindo a todo instante.
Caso sofrer gol no final fosse motivo justificado para puxar briga, o Remo teria motivos de sobra para ficar saindo no tapa, visto que é um dos times que mais sofreu gols nos instantes derradeiros dos jogos. Dal Pozzo, normalmente pacífico, se descontrolou sem motivo. Precisará de muito equilíbrio para suportar as pressões que o campeonato ainda vai oferecer.
Reverson vira opção preferencial pela esquerda
A boa atuação contra o Atlético Goianiense, no sábado (12), praticamente garantiu a Reverson a condição de titular inquestionável da lateral-esquerda do Papão para a sequência do campeonato. Além de um desempenho seguro na cobertura defensiva, transformou-se em ala ofensivo no 2º tempo, fazendo o cruzamento na medida para o gol salvador de Anderson Leite.
Reverson cumpre uma trajetória curiosa no elenco bicolor. Sob o comando de Luizinho Lopes experimentou altos e baixos, nem sempre por culpa sua. O técnico chegou a inventar uma posição diferente para o lateral contra o Bahia, pela Copa do Brasil: Reverson entrou como meia-esquerda, com a missão de se aproximar dos atacantes Rossi e Benítez.
Chegou a ser improvisado no meio-de-campo e teve que se virar nos 30 para jogar como um terceiro zagueiro improvisado em algumas partidas. É preciso contextualizar o drama que Luizinho Lopes encarava àquela altura, precisando inventar novas funções para driblar a falta de atletas em condições de jogo.
O fato de ter encarado bem esse período de sacrifícios parece ter contado pontos a favor de Reverson. Claudinei Oliveira tem prestigiado o lateral, colocando-o sempre para atuar na sua posição, com funções que conhece bem. Diante do Atlético, essa nova realidade contribuiu para o bom desempenho de Reverson, afastando-se da imagem de instabilidade.
(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 17)