Deputados federais que aprovaram moção de louvor a Trump

A lista de deputados da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados que votaram a favor da moção de louvor a Donald Trump, o mesmo que, no mesmo dia, anunciou sanções brutais contra a importação de produtos brasileiros. Só para não esquecer:

Recorde: desemprego cai para 5,8% e atinge menor nível da história

Pela primeira vez, o desemprego no país ficou abaixo dos 6%: o índice atingiu 5,8% no trimestre encerrado em junho, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo IBGE desde 2012. É o menor nível já registrado na série histórica e um sinal claro de que o mercado de trabalho segue em recuperação, com mais empregos formais, renda em alta e políticas públicas fazendo a diferença na vida de milhões de brasileiros.

Em apenas três meses, 1,3 milhão de brasileiros deixaram o desemprego. Ao todo, o número de desocupados recuou para 6,3 milhões de pessoas, uma queda de 17,4% em relação ao trimestre anterior e de 15,4% na comparação com o mesmo período de 2024. O número de ocupados chegou a 102,3 milhões, também recorde da série, resultado da criação de 2,4 milhões de vagas em um ano.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, celebrou em suas redes sociais os ótimos índices, lembrando que eles refletem “o resultado do trabalho do governo do presidente Lula, que sabe muito bem de que lado está: ao lado do Brasil e da sua gente.”

A frase do dia

“Se Alexandre de Moraes, juiz de um país democrático cujas decisões são submetidas a um colegiado, é definido como ‘violador dos direitos humanos’, o que os EUA reservam, por exemplo, para quem mata em larga escala, até crianças, até de fome? Ou para ditaduras que esquartejam jornalistas?”

Mônica Bergamo, jornalista

A farsa de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo

Por Paulo Motoryn – Cartas Marcadas

Como você sabe, a ideia da newsletter é trazer ao mundo investigações sobre as tramoias da extrema direita e do Centrão. Foi isso o que fizemos nas últimas semanas e seguiremos fazendo até a eleição do ano que vem. Mas, hoje, vou trocar a reportagem que estaria nesse espaço – mais uma apuração sobre o uso questionável do fundo partidário do PL, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro – por um relato pessoal.

Farei isso porque tem me machucado profundamente a passividade com que temos encarado a hipocrisia protagonizada pelo empresário Paulo Figueiredo e pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, do PL de São Paulo, alçados a heróis pela extrema direita por estarem liderando o lobby anti-Brasil nos Estados Unidos. Vamos aos fatos.

No último dia 21 de julho, Figueiredo e Eduardo Bolsonaro participaram de uma sabatina no podcast Inteligência Ltda., comandado por Rogério Vilela, um dos programas com maior audiência da internet brasileira.

Não escrevo isso aqui para questionar se eles devem ou não ter espaço em podcasts ou emissoras de televisão, como a CNN Brasil — que, por sinal, tem dado amplo espaço para chantagens e ataques à democracia e à soberania brasileira.

Vou falar desse podcast porque, além de defenderem o que estão fazendo nos EUA, Figueiredo e Eduardo usaram o microfone para posar de paladinos da liberdade de expressão e do jornalismo. E isso me despertou o mais profundo asco. Sim, Figueiredo até afirmou que gostou muito da Vaza Jato, série que publicamos aqui no Intercept Brasil, e Eduardo performou certa simpatia diante dos jornalistas convidados para entrevistá-los.

Há quem acredite nesse papo furado. Não é o meu caso. Em fevereiro de 2024, fui um dos autores da reportagem que revelou imagens inéditas de Jair Bolsonaro escondido na Embaixada da Hungria com medo da Polícia Federal. O que aconteceu depois de a matéria ir ao ar?

Figueiredo passou mais de uma hora em uma transmissão ao vivo no seu canal de YouTube vasculhando meu perfil no LinkedIn, lançando ataques pessoais contra mim, contra o Jack Nicas e contra o Leonardo Coelho — meus colegas naquela investigação.

Na ocasião, o neto do ditador Figueiredo usou um argumento repetido: o fato de eu ter sido assessor de imprensa do governo federal em 2015, quando tinha pouco mais de 20 anos, para me acusar de parcialidade — algo que é munição para ataques constantes que sofro até hoje.

Um ano depois, em março de 2025, após revelar o paradeiro de um foragido do 8 de Janeiro na Argentina — condenado a 16 anos e meio de cadeia por envolvimento em atos violentos —, foi a vez de Eduardo Bolsonaro transformar minha vida em um inferno.

O filho de Jair Bolsonaro compartilhou um post me chamando de “cadela do tirano” e ameaçando que “a hora de vocês vai chegar”. O resultado? Uma avalanche de ameaças de morte, divulgação do meu endereço, ataques à minha família.

Foram semanas fechado em casa e um impacto que vivo até hoje. Vou evitar detalhes por questão de segurança, mas posso garantir que o ódio despejado por ele e seus apoiadores prejudicou profundamente minha vida e minha família.

Agora, Figueiredo e Eduardo sentam juntos em um podcast para falar de liberdade e democracia — ao mesmo tempo em que admitem, sem vergonha, que participaram de reuniões em Washington onde se discutiu impor sanções e tarifas comerciais ao Brasil.

No podcast, eles próprios confirmaram que não apenas sabiam da possibilidade de que Donald Trump taxasse produtos brasileiros, mas que deram opinião favorável. Tudo isso para, segundo eles, defender a liberdade de expressão no Brasil.

Eu sei que você que está lendo isso não acredita nessa balela. Mas nunca é demais lembrar que Figueiredo e Eduardo gostam, sim, de jornalistas. Desde que estejam torturados ou mortos, como fazia a Ditadura Militar que eles tanto admiram.

VOCÊS DA IMPRENSA

Essa edição é uma boa oportunidade para recomendar um livro que, infelizmente, dialoga diretamente com o que contei até aqui. Vocês da Imprensa, de João Paulo Saconi, é uma obra urgente sobre o impacto da violência política no jornalismo brasileiro. Aos 29 anos, Saconi reuniu histórias suas e de dezenas de colegas perseguidos, ameaçados e calados por fazerem seu trabalho.

O ponto de partida foi uma reportagem que ele publicou em 2019, ainda no início da carreira — e que rendeu a ele ameaças de morte e a necessidade de mudar de endereço por segurança.

Sobre quem foi a reportagem? Sim, Eduardo Bolsonaro. E, seis anos depois do episódio, o filho do ex-presidente — esse defensor implacável da liberdade de expressão – segue perseguindo Saconi por ter feito seu trabalho. Inclusive, voltou a atacá-lo no famigerado podcast que tratei nesta edição.

O livro é um retrato cru de uma profissão sob ataque, com capítulos que expõem não só o crescimento dos episódios de violência a partir de 2013, mas principalmente como o bolsonarismo institucionalizou esse ódio.

A publicação tem o mérito de dar nome aos agressores, contexto histórico aos ataques e, acima de tudo, humanidade a quem os sofre.

À beira de um ataque de nervos

POR GERSON NOGUEIRA

O festival de gols perdidos no jogo com o Goiás, anteontem, deixou a torcida remista com os nervos à flor da pele. Apesar de ter conquistado um empate fora de casa diante do líder do campeonato, a insatisfação surgiu pelo péssimo rendimento dos atacantes do Leão, que desperdiçaram pelo menos cinco claras oportunidades de gol ao longo do 2º tempo.

Pedro Rocha, goleador máximo do Brasileiro com 10 gols, contribuiu com a perda de dois gols, daqueles que se costuma dizer que até vovó faria. No caso do camisa 32, há crédito suficiente: ele é um dos responsáveis pela excelente campanha azulina na Série B.

Aliás, a importância da campanha foi deixada de lado no último jogo do turno. As facilidades encontradas pelo Remo permitiam obter uma vitória tranquila. As chances desperdiçadas por Rocha, Matheus Davó (2) e Janderson foram amplificadas pelo gol de empate nos minutos finais.

O torcedor não costuma olhar para o copo meio cheio, quase sempre se abraça ao meio vazio. É próprio do futebol, mas neste caso específico caberia uma leitura mais generosa. O Remo fez um bom jogo, obteve um ponto e poderia ter se saído melhor.

Com organização e estratégia, a equipe cumpriu sua melhor apresentação fora de casa, superior até à vitória sobre o Athletic, a única até agora obtida longe de Belém. Méritos do espírito coletivo e das ideias do técnico Antônio Oliveira, que optou por Pavani no meio-campo, ao lado de Cantillo e Caio Vinícius.

Foi de Pavani o lançamento perfeito para Pedro Rocha marcar aos 15 minutos. Foi dele também outro passe açucarado para Rocha perder outro gol no 2º tempo. Apesar disso, Oliveira também cometeu pecados, quase despercebidos diante da boa atuação.

Poderia ter lançado Jaderson quando Pavani cansou. Felipe Vizeu podia ter sido o homem de referência quando Marrony saiu. Por fim, Reynaldo não precisava ter entrado nos minutos finais. A dupla Camutanga-Kayky fazia uma partida estupenda. O gol do Goiás saiu em cima do capitão azulino.

São problemas normais em meio às complexidades da Série B. Apesar da insatisfação gerada pelo resultado, o Remo terá amanhã a oportunidade de voltar ao G4. Para isso, mesmo sem tempo para treinar entre um jogo e outro, tem potencial para superar a Ferroviária no Mangueirão. (Foto: Samara Miranda/Ascom CR)

Papão pronto para os desafios do 2º turno

É compreensível a preocupação da torcida com a situação do PSC, que fechou o turno da Série B na zona de rebaixamento. Por outro lado, a excelente arrancada após a chegada de Claudinei Oliveira não pode ser desconsiderada. Graças à fase de invencibilidade, o time parte de uma base de 20 pontos conquistados para a busca da recuperação no 2º turno.

A missão é desafiadora, principalmente porque a disputa vai se tornar naturalmente mais difícil na metade final do campeonato. O Papão terá que conquistar mais 23 pontos para permanecer na Série B. Serão 10 jogos como mandante, incluindo o Re-Pa previsto para 17 de outubro.

Desses 30 pontos em casa, o PSC terá que vencer oito para afastar qualquer risco de queda. A missão, mesmo complicada, é plenamente possível. A ajuda do torcedor, que tem lotado a Curuzu em todas as partidas, será um reforço e tanto nessa empreitada.

Para que tudo se encaminhe favoravelmente é claro que o time precisa continuar a mostrar consistência e organização. O sistema executado sob o comando de Claudinei tem sido muito bem sucedido, mesmo com as normais perdas de peças.

Claudinei tem feito os ajustes necessários, com o aproveitamento de jogadores recém-contratados, como Anderson Leite, Denner, Garcez e Diogo Oliveira. São os sustentáculos deste novo PSC e devem ganhar em breve a companhia de Rossi, que se recupera de contusão.

Mesmo que o problema com o Transfer Ban impeça a contratação de novos reforços, o PSC tem plenas condições de ir em busca dos pontos necessários para seguir na Série B ou até mesmo empreender uma arrancada em busca de classificação mais tranquila na competição.

Omissão aos chiliques de Abel vira consentimento

Em rede nacional, ontem à noite, os jogadores que participaram do clássico paulista Corinthians x Palmeiras (válido pela Copa do Brasil) conviveram com um concorrente inesperado: ao lado do campo, gesticulando e xingando em alto volume, o técnico palmeirense Abel Ferreira detonava a arbitragem a cada marcação que julgava injusta, seguido pelas câmeras da transmissão.

Corte rápido para a participação do treinador português em jogos e entrevistas no recente Mundial de Clubes nos EUA, quando abria seu melhor sorriso e um leque de mesuras para tratar árbitros e repórteres.

Seria um caso de dupla personalidade? Penso que a questão é mais simples. No Brasil, sob a medrosa complacência de árbitros e mídia, Abel se comporta como bad boy de língua irrefreável e grosseria explícita. Nos States, aos olhos da imprensa internacional, agiu como um legítimo fidalgo europeu, aceitando até eventuais erros de arbitragem.  

Em resumo, a estupidez é seletiva e conveniente, ao sabor das circunstâncias. Como sabe que no Brasil o muro é baixo, faz e acontece, sem medo de vir a ser punido como realmente merece.   

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 31)

Remo tem a maior torcida da Região Norte, aponta pesquisa Ipsos-Ipec

O Clube do Remo tem a maior torcida da Região Norte. Este é o resultado do levantamento do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), divulgado nesta segunda-feira, 28. O Leão Azul é o 21º colocado na pesquisa nacional sobre torcidas, encomendada pelo jornal O Globo. Uma série de reportagens do jornal do Rio de Janeiro vai retratar o perfil das maiores torcidas do Brasil.

Segundo a pesquisa Ipec, 0,5% dos entrevistados afirmaram que torcem ou simpatizam pelo clube de Periçá. Com isso, o Remo desponta como o mais bem colocado entre todos os clubes da Região Norte. Em 2022, quando o O Globo havia encomendado a última pesquisa Ipec, o Leão ocupava a 23ª posição, com 0,3%. Os dados atualizados mostram um crescimento de 66%.

O Paysandu, na pesquisa de três anos atrás, aparecia como o time nortista de maior torcida, com 0,9% das respostas. Contudo, no levantamento de 2025, não apareceu no top 21. Conforme o jornal O Globo, outros 29 clubes foram citados, mas somaram não superam o Leão Azul.

Realizada pelo Ipsos-Ipec, a pesquisa entrevistou 2 mil brasileiros maiores de 16 anos. As entrevistas ocorreram presencialmente em 132 municípios de todas as regiões do Brasil, entre os dias 5 e 9 de junho. A pergunta feita aos participantes foi: “Você torce ou tem simpatia por qual time brasileiro? E por mais algum?”.

O nível de confiança do levantamento é de 95%, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais (para mais ou para menos). O Flamengo segue como o clube com a maior torcida do Brasil. Em 2022, a mesma pesquisa Ipsos-Ipec apontou que o clube carioca era a preferência de 21,8% dos entrevistados. Já neste ano, o número caiu para 21,2%.

O mesmo ocorreu com o Corinthians, que tinha 15,5% da preferência e ficou com 11,9% neste ano. O São Paulo saiu do top 3 e caiu para quarto lugar, com 6,4%, enquanto o Palmeiras subiu para a terceira posição com 6,5% dos torcedores.

TOP 21 DAS MAIORES TORCIDAS

  • 1) Flamengo: 21,2%
  • 2) Corinthians: 11,9%
  • 3) Palmeiras: 6,5% 
  • 4) São Paulo: 6,4%
  • 5) Vasco: 3,4%
  • 6) Grêmio: 3,0%
  • 7) Cruzeiro: 2,3%
  • 8) Atlético-MG: 2,3% 
  • 9) Bahia: 2,2%
  • 10) Santos: 2,0%
  • 11) Inter: 1,7%
  • 12) Botafogo: 1,5%
  • 13) Sport: 1,3% 
  • 14) Fluminense: 0,9%
  • 15)  Seleção brasileira: 0,9%
  • 16) Vitória: 0,8%
  • 17) Fortaleza: 0,7%
  • 18) Ceará 0,7%
  • 19) Santa Cruz 0,6%
  • 20) Athletico-PR: 0,5%
  • 21) Remo: 0,5%

PESQUISA DATAFOLHA

No ano passado, o Remo apareceu em 1º lugar na Região Norte em pesquisa sobre as maiores torcidas do Brasil, realizada pelo Instituto Datafolha. O Flamengo vinha em primeiro em todo o país, com 19%. Em segundo lugar apareceu o Corinthians, com 14%, seguido pelo Palmeiras, com 7%, e o Tricolor Paulista figura em quarto (6%).

No levantamento, Remo e Paysandu foram os únicos clubes do Norte citados nas entrevistas. A equipe azulina aparece na lista com 4% das respostas, enquanto o bicolor obteve apenas 2%. Apesar de serem os maiores clubes da região, os times não apareceram entre os preferidos. No Norte, a preferência ficou assim: Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Remo, Vasco, Botafogo e Paysandu.

Relatório afirma que soldados abrem fogo contra palestinos nas chamadas “zonas de matança”

Por Rafael Custódio | Edição: Mariama CorreiaAgência Pública

Na Faixa de Gaza, soldados israelenses matam e agridem crianças palestinas, que vivem sob o iminente risco de morte e sem perspectivas de futuro. É o que afirma um relatório da ONG israelense B’Tselem, que denuncia genocídio em Gaza. O documento, intitulado “Our Genocide” (nosso genocídio, em português), divulgado nesta última segunda-feira, 28 de julho, aponta as consequências severas causadas pelo conflito na também na saúde física e psicológica de crianças e suas mães, que não conseguem amamentar os seus filhos, em decorrência dos traumas.

O relatório da ONG é baseado em dados de entidades, reportagens e relatos. Desde que a guerra começou, em outubro de 2023, mais de 55 mil pessoas morreram em Gaza, sendo mais da metade mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde local.  As mortes aconteceram em bombardeios ou fuziladas pelas forças armadas do exército israelense, a mando do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que passou a sofrer críticas internacionais e foi condenado à prisão por “crime de guerra” pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

POR QUE ISSO IMPORTA

  • O relatório do grupo de defesa de direitos humanos B’Tselem é uma das primeiras iniciativas de ONGs israelenses a denunciar o genocídio em Gaza;
  • Os dados e depoimentos da publicação revelam um cenário desolador de mortes na guerra, sendo mais da metade de crianças.

Segundo o relatório da B’Tselem, os ataques israelenses não ocorrem somente por meio aéreo ou ataques a bombas. Há lugares conhecidos como “zonas de matança”, onde soldados do Exército de Israel abrem fogo deliberadamente contra cidadãos palestinos, incluindo crianças. “Essas práticas foram reforçadas por declarações de comandantes sobre assassinatos indiscriminados e por testemunhos de médicos voluntários em Gaza, incluindo evidências visuais de assassinatos deliberados por atiradores de elite contra crianças”, descreve o relatório.

As “zonas de matança” foram descritas por soldados israelenses como um lugar onde “era dada a permissão para atirar em qualquer um que fosse visto dentro delas” e os limites dessa área não eram bem claros até mesmo aos militares.

Um dos relatos trazidos no documento é o de Raja al-Harbiti, de 35 anos. Ela, o marido e os três filhos foram atropelados por um tanque de guerra israelense, mesmo segurando bandeiras brancas que pediam paz. O pai da família e uma das crianças foram dilacerados pelo veículo blindado, sobrevivendo apenas a mãe e os dois filhos que ficaram gravemente feridos.

“Ibrahim [um dos filhos sobreviventes] continua revivendo o momento em que o tanque atingiu seu pai e seus irmãos. Ele continua descrevendo como a cabeça de Muhammad [irmão que morreu] foi decepada, e como Ahmad [o pai] sangrou muito. Ele se tornou agressivo e bate nas outras crianças ao seu redor. Ele grita muito, tem pesadelos à noite e urina na cama”, contou a mãe sobrevivente.

“Toda vez que Sanaa [a segunda filha sobrevivente] ouve um barulho alto, ela fica muito assustada, coloca as mãos nos ouvidos e diz: ‘Tanque’. Ela também sofre de incontinência urinária. Sinto como se estivéssemos vivendo em um filme de terror”, declarou al-Harbiti.

CRIANÇAS CONVIVEM COM O MEDO DA MORTE

Segundo o relatório, 96% da população infantil em Gaza acredita que vai morrer logo e outros 50% desejam a morte, em decorrência dos traumas gerados pelo conflito. Os dados são da ONG Save The Children, vinculada à ONU. Outro estudo citado foi divulgado pela organização Médicos Sem Fronteiras, em dezembro de 2024, e aponta que crianças palestinas apresentaram “ideação suicida, ansiedade, depressão e necessidade de apoio psicossocial”.

De acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, divulgados aos Médicos Pelos Direitos Humanos de Israel (PHRI), cerca de 4,7 mil pessoas tiveram membros do corpo amputados, incluindo quase mil crianças. Pela escassez de analgésicos, parte dos procedimentos foram feitos sem anestesia, inclusive em crianças.

Hala Rajabi, de 50 anos, contou à B’Tselem que soldados israelenses invadiram a sua casa, em julho de 2024, deliberadamente e a agrediram junto com os filhos, incluindo as crianças.

“Muhammad [um dos filhos] ainda sofre com dores nos testículos e com ansiedade. Ele tem tido dificuldades para dormir desde o ataque. Diz que tem pesadelos com os soldados correndo atrás dele e o espancando. […] Eu realmente não me recuperei desde então. É muito difícil ficar ali parada, impotente, e ouvir soldados espancarem seus filhos dentro da sua própria casa”, contou a matriarca.

Como consequência do conflito, a população palestina perdeu 30 anos de expectativa de vida ao nascer, diz o relatório. Homens antes viviam, em média, 75 anos e agora não ultrapassam os 40. Para as mulheres, a diminuição foi de 77 para 47 anos.

FOME E DESNUTRIÇÃO

A falta de alimentos adequados e o acesso à água potável também faz com que crianças nasçam com baixo peso e mães não consigam produzir leite para alimentar os recém-nascidos, o que resulta na morte de bebês, de acordo com o documento.

O relatório descreve que a fome também é uma forma de morte causada pelos ataques israelenses. “Todas são resultado direto da destruição das condições de vida na Faixa de Gaza, das restrições impostas por Israel à entrada de ajuda humanitária e do ataque israelense ao sistema de saúde, que se tornou incapaz de lidar com o fluxo contínuo de vítimas”, apontou o documento.

“Meu filho mais novo, ‘Az a-Din, chorava muito e ficava repetindo: ‘Estou com fome’. Partia meu coração ouvir isso, e chorei por causa da situação dele, mas essa era a situação de todos. Expliquei a ele que todos estavam com fome e que não havia nada que eu pudesse fazer”, disse a matriarca de cinco filhos, Hala Sha’sha’ah, de 40 anos, ouvida pela ONG.

Sha’sha’ah é moradora da Cidade de Gaza, a maior do território palestino. Ela contou à  B’Tselem que há dificuldade em encontrar carnes, vegetais e até mesmo farinha. “Chegamos a um ponto em que as pessoas estão comendo qualquer tipo de carne que conseguem encontrar, não importa a origem”, afirmou.

No último domingo, 27 de julho, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que “não há fome em Gaza” e que Israel havia permitido a entrada de ajuda humanitária durante a guerra, em um discurso proferido em um evento cristão, em Jerusalém. 

Entretanto, a Classificação Integrada de Segurança Alimentar (IPC, em inglês) divulgou um estudo, na última segunda-feira, 28 de julho, que classifica a Faixa de Gaza como o “pior cenário de fome neste momento” em todo o mundo. 

Leão desperdiça caminhão de gols e cede empate ao líder Goiás

O resultado poderia ter sido outro. A boa partida que o Remo fez, principalmente no 2º tempo diante do Goiás, no estádio da Serrinha, proporcionou chances de gols que foram desperdiçadas pelos atacantes. No final das contas, o empate de 1 a 1 mantém o Leão junto ao G4, ocupando a 5ª posição da Série B, com 30 pontos, mesma pontuação da Chapecoense, 4ª colocada.

Os primeiros minutos da partida registraram uma pressão do Goiás em busca do gol, mas a zaga azulina se defendia bem e não deu chances ao ataque alviverde. Aos 14 minutos, no primeiro ataque do Remo, Pavani fez um belo lançamento para Pedro Rocha, que dominou a bola e partiu em velocidade até a área, onde finalizou para as redes. Foi o 10º gol do artilheiro do campeonato.

O Goiás seguiu pressionando e, aos 20′, Jajá recebeu na área e parou em Marcelo Rangel. Na sobra, Camutanga mandou para escanteio. O Remo explorava os contra-ataques. Aos 35′, Marrony invadiu a área e armou o chute, mas foi desarmado por Willean Lepo na hora do chute.

Aos 44′, Anselmo Ramon chutou em direção ao gol, mas a bola tocou no braço de Caio Vinicius. O árbitro consultou o VAR e marcou a penalidade. O goleiro Tadeu, cobrador oficial do Goiás, foi para a cobrança, mas Marcelo Rangel defendeu espetacularmente com o pé. Aos 48′, Jajá finalizou à queima-roupa e Rangel usou o ombro para impedir a passagem da bola.

No 2º tempo, o Remo enfileirou oportunidades de gol. Aos 10′, Pedro Rocha recebeu livre na área, mas mandou por cima da trave. Quatro minutos depois, Rocha ficou sozinho em frente a Tadeu, driblou o goleiro, mas perdeu o ângulo e bateu em cima do zagueiro Titi, que estava na linha do gol. Aos 22′, Moraes invadiu a área e chutou forte para uma boa defesa de Marcelo Rangel.

Em seguida, o Remo desperdiçou mais duas chances claras. Primeiro, com Matheus Davó, que errou o domínio e permitiu a defesa de Tadeu. Em seguida, o mesmo Davó recebeu passe de Pedro Rocha, mas escorregou e saiu com a bola pela linha de fundo. Aos 37′, outra grande oportunidade: Janderson (que havia substituído Marrony) desperdiçou na pequena área um passe perfeito de Pedro Castro, chutando para fora.

Como a bola pune, já dizia o filósofo Muricy Ramalho, o Remo pagou caro pelos gols perdidos e viu Anselmo Ramon empatar o jogo aos 45′, aproveitando cruzamento de Willean Lepo no primeiro pau.

Na sexta-feira (01), o Remo volta a campo para enfrentar a Ferroviária, no Mangueirão, às 19h.

Brasil sai do Mapa da Fome

O Brasil não está mais no Mapa da Fome. O anúncio foi feito pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) nesta segunda-feira (28.07) em Adis Abeba, Etiópia. O resultado reflete a média trienal 2022/2023/2024, que colocou o país abaixo do patamar de 2,5% da população em risco de subnutrição ou de falta de acesso à alimentação suficiente. A conquista foi alcançada em apenas dois anos, tendo em vista que 2022 foi um período considerado crítico para a fome no Brasil.

“Sair do Mapa da Fome era o objetivo primeiro do presidente Lula ao iniciar o seu mandato em janeiro de 2023. A meta era fazer isso até o fim de 2026”, lembrou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. “Mostramos que, com o Plano Brasil Sem Fome, muito trabalho duro e políticas públicas robustas, foi possível alcançar esse objetivo em apenas dois anos. Não há soberania sem justiça alimentar. E não há justiça social sem democracia”, completou.

Os dados constam no Relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2025 – SOFI 2025 – lançado pela FAO durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+4). O encontro ocorre até 29 de julho na capital da Etiópia.

Brasil Sem Fome

A saída do Brasil do Mapa da Fome é resultado de decisões políticas do governo brasileiro que priorizaram a redução da pobreza, o estímulo à geração de emprego e renda, o apoio à agricultura familiar, o fortalecimento da alimentação escolar e o acesso à alimentação saudável.

Esta é a segunda vez que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva retira o país dessa condição: a primeira foi em 2014, após 11 anos de políticas consistentes. No entanto, a partir de 2018, o desmonte de programas sociais fez o Brasil retroceder e retornar ao Mapa da Fome no triênio 2018/2019/2020.

Em dois anos de governo, o Brasil teve reduções históricas da insegurança alimentar grave e da pobreza. Os números nacionais da fome, captados por meio da aplicação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) nas pesquisas do IBGE, mostraram que, até o final de 2023, o país retirou cerca de 24 milhões de pessoas da insegurança alimentar grave.

Redução da pobreza

Além disso, em 2023, o país reduziu a pobreza extrema a 4,4%, um mínimo histórico, refletindo a retirada de quase 10 milhões de pessoas dessa condição em relação a 2021. Em 2024, a taxa de desemprego chegou a 6,6%, a menor desde 2012, o rendimento mensal domiciliar per capita bateu recorde, chegando a R$ 2.020, e o índice de Gini, que mede a desigualdade, recuou para 0,506 — menor resultado da série histórica.

A queda da desigualdade reflete a dinâmica do mercado de trabalho, com a recuperação gradual do emprego e o aumento da formalização. Em 2024, a renda do trabalho dos 10% mais pobres do Brasil cresceu 10,7%. E o ritmo desse crescimento foi 50% maior do que o verificado entre os 10% mais ricos. A renda do trabalho subiu, em média, 7,1% no ano.

Além disso, de acordo com informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), das 1,7 milhão de vagas com carteira assinada criadas no Brasil em 2024, 98,8% foram ocupadas por pessoas cadastradas no Cadastro Único do Governo Federal. Entre os contratados, 1,27 milhão (75,5%) eram beneficiários do Bolsa Família.

Com aumento de renda ao conquistar um emprego estável ou uma melhor condição financeira como empreendedores, cerca de um milhão de famílias superaram a pobreza e deixaram de receber o benefício do Bolsa Família em julho de 2025.

Sair novamente do Mapa da Fome da ONU – no tempo recorde de dois anos -, com a população tendo mais acesso a alimentos saudáveis, reflete o efeito das políticas sociais do Governo Federal, que tem transformado a realidade de milhões de brasileiros com acesso à renda, ao emprego e à dignidade.

“Essa vitória é fruto de políticas públicas eficazes, como o Plano Brasil Sem Fome que engloba o Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Cozinha Solidária, a valorização do salário mínimo, crédito para a produção de alimentos pela agricultura familiar (PRONAF), incentivo à qualificação profissional, ao emprego e ao empreendedorismo, além do incremento da alimentação escolar. Todas as políticas sociais trabalhando juntas para ter um Brasil sem fome e soberano”, afirmou Wellington Dias.

Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza

Proposta pelo Governo do Brasil durante a presidência do G20, em 2024, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza tem o objetivo de unir esforços de países, organizações internacionais e instituições financeiras para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com foco na erradicação da fome e da pobreza até 2030. Atualmente, a Aliança conta com mais de 100 países membros, além de diversas fundações, instituições e organizações.

A ideia é fortalecer a cooperação internacional e atrair recursos e conhecimentos para implementação de políticas públicas e tecnologias sociais eficazes na redução da fome e pobreza por todo o mundo.

“O exemplo brasileiro pode ser adaptado em muitos países ao redor do globo. No Brasil, sair do Mapa da Fome é só o começo. Queremos justiça alimentar, soberania e bem-estar para todos”, destacou o ministro.

O titular do MDS afirmou ainda que, por meio das políticas públicas internas e de iniciativas como a Aliança Global, o Governo do Brasil tem reafirmado seu compromisso com a erradicação da fome e com a construção de um mundo mais justo e igualitário, garantindo que seja possível atingir os ODS da Agenda 2030.

Recursos turbinam futebol paraense

POR GERSON NOGUEIRA

Quando o novo Mangueirão foi entregue ao público, no dia 9 de abril de 2023, surgia o símbolo grandioso de uma nova era no futebol paraense. A um custo total de R$ 500 milhões, o estádio foi revitalizado e modernizado pelo Governo do Estado, nivelado às arenas Fifa, com capacidade aumentada de 35 mil para mais de 50 mil espectadores.

O orgulho das torcidas com a imponência do Mangueirão foi ampliado com a forte ajuda do Estado, através da liberação anual de recursos aos clubes. Em 2024, Paysandu e Remo receberam quantias iguais de R$ 2 milhões; Águia e Cametá, também patrocinados pelo Banpará, R$ 300 mil cada.

“Nós sempre praticamos a igualdade, ou seja, o valor que vai para o Remo, também vai para o Paysandu. Este é um importante apoio que o Governo do Estado dá aos clubes. Lembrando que em 2023, foi R$ 1,5 milhão. Já para este ano, estamos aumentando o valor, passando para R$ 2 milhões, tanto para Remo, quanto para Paysandu”, disse o governador Helder Barbalho, por ocasião da assinatura dos contratos.

Em 2025, o campeonato passou a ser chamado “Parazão Banpará 2025”, com um investimento recorde de R$ 7 milhões, o maior já registrado na história da competição. Patrocinador do campeonato desde 2009, o Banpará ampliou o apoio, abrangendo também as séries A2 e A3.

Já em 2020, o Governo do Estado, por meio do Banpará, comprou o direito de dar nome (naming rights) aos estádios de Paysandu e Remo, que passaram a se chamar Estádio Banpará Curuzu e Estádio Banpará Baenão, respectivamente. A parceria rendeu R$ 1,5 milhão a cada clube, como apoio estratégico durante a pandemia de covid-19.

Nenhum outro Estado investe tanto em futebol quanto o Pará. Desportista, Helder também viabilizou a vinda da Seleção Brasileira para jogar no Mangueirão. Ele deixa claro, com a ajuda aos clubes, o interesse em garantir o êxito dos times paraenses no Campeonato Brasileiro (Paysandu e Remo na Série B, Tuna e Águia na Série D).  

A lembrança desse decisivo apoio ao futebol profissional se faz necessária para avivar memórias diante de uma covarde campanha de fake news lançada nas redes sociais, insinuando tratamento desigual na distribuição dos recursos. A motivação é óbvia: tentar diminuir a importância da ajuda aos clubes pelo governo do Estado. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

Papão tropeça e permanece no Z4

Ao empatar com o Athletic em 1 a 1, na noite desta segunda-feira, na Curuzu, o PSC encerrou o turno da Série B na zona do rebaixamento. Apesar de ter mostrado capacidade de reação, empatando a partida ainda no 1º tempo, o time paraense não teve forças para se impor e buscar a vitória. Gabriel Mesquita voltou a se destacar, salvando várias situações de perigo.

O 1º tempo foi equilibrado. O Athletic ameaçou logo aos 3 minutos, com uma finalização de Ronaldo Tavares, que parou nas mãos de Gabriel Mesquita. A resposta do Papão aconteceu aos 9 minutos, quando Garcez tentou driblar Adriel e a bola sobrou para Diogo Oliveira, que bateu em direção ao gol, mas esbarrou na zaga.

Aos 12’, o meia David Braga arriscou um chute de fora da área que a defesa bicolor afastou. Era o ensaio do gol mineiro: aos 23’, em rápido contra-ataque, Wellinton Torrão finalizou a jogada com um toque de categoria, encobrindo o goleiro Gabriel.

O Papão foi fulminante e empatou dois minutos depois. Denner chutou cruzado, a bola passou pelo goleiro e desviou em Rodrigo Gelado antes de entrar. Na sequência, Max finalizou com perigo.

Cinco minutos depois, um susto na torcida: Ronaldo Tavares cabeceou rente à trave bicolor. Aos 37’, Garcez invadiu a área e finalizou. Adriel defendeu parcialmente e Anderson Leite não aproveitou o rebote.

Ao contrário da etapa inicial, o 2º tempo foi disputado em ritmo mais cadenciado. Aos 12’, Ronaldo Tavares chutou no canto, mas o goleiro espalmou para escanteio. Aos 23’, nova chance para o Athletic: Alason Carioca mandou por cima do gol, com perigo.

O Athletic parecia mais empenhado em chegar ao gol. Aos 37’, David Braga finalizou de fora da área e Gabriel defendeu bem. Dois minutos depois, o PSC chegou com Garcez, que exigiu boa defesa de Adriel.

Leão desafia o líder do campeonato

O Remo depende exclusivamente de seus esforços para fechar o turno da Série B no G4. Caso conquiste a vitória hoje (21h30) contra o Goiás, no estádio da Serrinha, em Goiânia, o time de Antônio Oliveira somará 32 pontos, ultrapassando a Chapecoense e assumindo a 4ª colocação.

Para superar o líder da competição, o Remo terá que funcionar bem na defesa e mostrar dinamismo nas ações ofensivas, reproduzindo o 1º tempo contra o Avaí, quando pressionou até virar o marcador.

Apesar dos cuidados necessários contra o líder Goiás, o Remo tem condições de fazer um jogo pragmático, explorando as saídas em velocidade para Marrony, Matheus Davó e Pedro Rocha.

O Remo está invicto há cinco partidas, sob o comando de Antônio Oliveira, com duas vitórias (Athletic e Avaí) e três empates. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 29)

Hora de avançar na tabela

POR GERSON NOGUEIRA

Vencer o Athletic hoje à noite (21h30) na Curuzu é prioridade máxima para o PSC. O jogo pode permitir ao Papão virar o turno definitivamente fora da zona de rebaixamento. Os resultados de ontem fizeram a equipe cair novamente para a 18ª posição.

É primordial conquistar os três pontos para chegar à 15ª colocação, afastando-se duas posições do Z4. O empate em Manaus deixou a torcida insatisfeita, apesar de reconhecer a excelente recuperação empreendida desde a chegada de Claudinei Oliveira.

São sete jogos sem derrota, campanha digna de G4, que tem semelhança com a impressionante sequência de cinco vitórias do Athletic nas últimas sete rodadas. A evolução do time mineiro deve-se à entrada em cena do técnico português Rui Graça e do atacante Ronaldo.

Para a partida desta segunda-feira, o técnico Claudinei Oliveira tem mudanças na zaga em função da suspensão de Novillo, expulso em Manaus. Maurício e Quintana são as alternativas.

No meio-de-campo, sem contar com Leandro Vilela (suspenso outra vez), o PSC terá Ronaldo Henrique, Anderson Leite e Denner. O ataque não sofrerá mudanças, seguindo com Marlon, Diogo Oliveira e Maurício Garcez.

As próximas cinco rodadas reservam uma maratona logística ao Papão. O time visitará o Athlético-PR, a Chapecoense e o CRB, recebendo Vila Nova e Operário-PR na Curuzu. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

Leão mira em novo triunfo fora de casa

Com o time novamente modificado em relação ao último jogo, o Remo encara amanhã (às 21h35) o líder Goiás, no fechamento do 1º turno da Série B. Em quinto lugar, com 29 pontos, o Leão Azul vai tentar vencer a segunda partida fora de casa, resultado que lhe garante voltar ao G4.

Depois da vitória de virada sobre o Avaí, no Mangueirão, o Remo vai em busca de consolidação na parte superior da classificação. Com a provável volta de Reynaldo à zaga, no lugar de Kayky, e a escalação de Alan Rodríguez na lateral esquerda, o time deve manter a postura ofensiva.

No ataque, está confirmada a presença do trio Marrony-Davó-Pedro Rocha, cujo rendimento foi muito elogiado contra o alviceleste catarinense. A maior dúvida paira sobre o rendimento do meio-campo, onde Cantillo e Jaderson devem dividir a responsabilidade pela transição ofensiva, além de ajudar Caio Vinícius na marcação.

O recém-contratado Diego Hernandez ainda não tem presença confirmada, bem como o zagueiro Klaus, que se recupera de lesão no rosto.

Depois do confronto com o Goiás, o Leão vai receber a Ferroviária, o Botafogo-SP e o Criciúma, e vai visitar o América-MG e o Coritiba.

Maxwell e Adailton rendem bons negócios

Com o mercado da bola bastante movimentado na atual janela de transferências, o Remo tem se destacado com o fechamento de negócios lucrativos. Primeiro, vendeu Adailton ao futebol japonês por R$ 1 milhão. Agora, Maxwell foi negociado com o futebol da Indonésia, por um valor aproximado de R$ 400 mil.

Como o atacante tinha contrato até o final de 2026, o Remo vai economizar algo em torno de R$ 1,6 milhão, um lucro aproximado de R$ 2 milhões, levando em conta o que teria que gastar com os salários de Maxwell.

A presença de Marcos Braz como principal executivo do futebol azulino é apontada como responsável pelos resultados obtidos pelo clube. Antes, o Remo havia arrecadado cerca de R$ 800 com as multas indenizatórias de Sérgio Papellin e Daniel Paulista, liberados para Fortaleza e Sport, respectivamente.

Outras transações podem ser viabilizadas ainda na atual janela, que só termina no início de setembro. 

Amazônia e S. Raimundo estão de volta à elite

O Amazônia e o S. Raimundo estão classificados à divisão de elite do futebol paraense, fazendo com que Santarém volte a ter três representantes no Parazão 2026, pois o São Francisco já estava garantido. Os dois times se enfrentarão na grande final da Série A2.  

Presidido e dirigido por Walter Lima, o Amazônia derrotou o Urumajó por 1 a 0, no estádio Estrelão, em Augusto Corrêa, no sábado à tarde, com um gol marcado por Júnior Morango no 2º tempo.

O jogo de volta foi disputado em Augusto Corrêa após o time de Santarém ter vencido na ida em Belém por 4 a 3. O Urumajó, apesar da derrota, teve boa atuação e chegou a ameaçar a defensiva do Amazônia.

O S. Raimundo está de volta à Série A do futebol paraense após empatar em 0 a 0 com o Canaã, no Mangueirão, em Belém, pela partida de volta das semifinais da Série A2. A equipe treinada por Robson Melo só precisou empatar por ter vencido o jogo de ida por 2 a 1, em Canaã dos Carajás.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 28)