Feito gigante: Botafogo vence o campeão da Europa

O Botafogo surpreendeu o mundo, na noite desta quinta-feira (19), ao vencer por 1 a 0 o Paris Saint-Germain, atual campeão da Champions League, em jogo válido pela 2ª rodada da Copa do Mundo de Clubes. Com a vitória histórica, os campeões da Libertadores chegam aos seis pontos no grupo B, com 100% de aproveitamento, e estão muito perto da vaga nas oitavas de final.

O gol foi marcado pelo centroavante Igor Jesus, aos 35 minutos do primeiro tempo, levando ao delírio a torcida do Botafogo presente ao estádio Rose Bowl, na Califórnia, palco da conquista do tetracampeonato da Seleção Brasileira.

O técnico do PSG, o espanhol Luis Enrique, mexeu em algumas peças do time após golear o Atlético de Madrid por 4 a 0 na estreia. Marquinhos, João Neves, Fábian Ruiz e Nuno Mendes foram substituídos por Beraldo, Zaïre-Emery, Mayulu e Hernandez.

Já o botafoguense Renato Paiva fortaleceu o meio de campo, escalando o volante Allan na vaga do atacante Mastriani, para diminuir os espaços e explorar possíveis contra-ataques.

Foi o que aconteceu: o PSG teve 75% da posse de bola no 1º tempo, assustou o goleiro John, mas foi para o intervalo perdendo para o time brasileiro graças a uma saída rápida do Botafogo.

Artur tirou a bola de Kvaratskhelia, tocou para Marlon Freitas, que passou para Savarino. O venezuelano lançou Igor Jesus na velocidade, o atacante fintou Pacho, bateu rasteiro, a bola desviou no zagueiro e matou o goleiro Donnarumma.

O Botafogo voltou para o 2º tempo na mesma toada do primeiro, deixando a bola com o PSG, mas fechando os espaços dos pontas Kvaratskhelia e Doué, armas mais fortes do time francês.

Ao longo da etapa final, a melhor chance do PSG saiu de uma bola parada. Vitinha cobrou falta aos 6 minutos, Mayulu desviou e John fez uma defesa espetacular, no reflexo.

Em todo o jogo, o PSG finalizou 14 vezes e acertou apenas duas delas no gol de John, uma em cada tempo. Já o Botafogo acertou suas quatro finalizações no gol de Donnarumma, e uma delas foi parar no fundo das redes parisienses.

REPERCUSSÃO NA IMPRENSA EUROPEIA

O triunfo do Glorioso diante do campeão da Champions League gerou diferentes reações da imprensa europeia. A começar pelo L’Équipe, da França. O jornal destacou a vitória “surpreendente” do clube brasileiro na California e definiu a atuação em campo dos parisienses como “sem inspiração”.

“O PSG caiu de sua fase de glória. Após uma vitória por 4 a 0 sobre o Atlético de Madrid na estreia, o campeão europeu foi surpreendentemente derrotado pelo Botafogo de John Textor. Sem inspiração e surpreendidos por um gol de contra-ataque de Igor Jesus no primeiro tempo, os comandados de Luis Enrique estão agora em segundo lugar no grupo”, escreveu o veículo.

Na Espanha, o As, jornal de Madri, chamou o Botafogo de “colossal” e ainda criticou o “excesso de confiança” das equipes europeias que estão no Mundial.

“Justamente quando todos presumiam, antes do torneio, que PSG e Atlético de Madrid se classificariam para as oitavas de final do Mundial de Clubes, um Botafogo colossal, campeão da Libertadores, virou o grupo de cabeça para baixo e deixou o time de (Diego) Simeone em uma situação crítica. O time brasileiro venceu o PSG por 1 a 0 em uma demonstração louvável de coragem, resiliência e determinação, segurando o campeão europeu com uma força titânica”, começou por dizer.

“O excesso de confiança dos times europeus neste Mundial de Clubes está tendo consequências inesperadas. O oposto se aplica aos clubes sul-americanos, que extrapolam sua competitividade para o torneio, uma marca inegociável em qualquer fase. O Botafogo não foi exceção, colocando os campeões da Liga dos Campeões em xeque logo no primeiro tempo.”

Em Portugal, o Record, da capital Lisboa, ainda destacou o feito do técnico Renato Paiva, que é português. “Botafogo de Renato Paiva consegue vitória histórica frente ao campeão da Europa PSG no Mundial de Clubes.”

PAIVA REVELA “SEGREDOS”

Renato Paiva revelou os “segredos” por trás da vitória por 1 a 0 sobre o PSG, nesta quinta-feira (19), no Rose Bowl, em Pasadena (EUA), pelo Mundial de Clubes. E disse como motivou os seus jogadores antes do duelo. Em coletiva após o triunfo, o comandante português disse que falou para os jogadores do Glorioso “não perderem a oportunidade de serem eles mesmos”. E revelou ter ficado orgulhoso do resultado conquistado dentro das quatro linhas.

“Essa vitória é de cada um da gigantesca vitória do Botafogo. Cada vez que a equipe faz um feito desse gênero, orgulha a torcida. Isso é histórico. Cada vez que se ganha um jogo, sei que eles ficam felizes, mas existem jogos especiais, mesmo que sejam só 3 pontos e nem classificados nós estejamos. Para mim, é histórico cada vez que eles ficam orgulhosos do nosso trabalho. As perguntas eram sobre os confrontos dos continentes, mas estou muito feliz pelo Brasil, pelo jogador brasileiro, pelo treinador brasileiro, pelo estrangeiro que trabalha no Brasil. Hoje é um dia que orgulha muito. Estava em campo o confronto do vencedor da Champions League e o clube detentor da Libertadores, mas sem a metade daquela equipe. Mérito aos que ganharam a Libertadores, mas hoje somos um grupo diferente”, disse.

Remo sob novo comando

POR GERSON NOGUEIRA

Levou um pouco mais de tempo do que o razoável, mas o Remo finalmente oficializou ontem a contratação do técnico Antônio Oliveira, colocando um ponto final na interinidade do auxiliar Flávio Garcia. Significa que, amanhã (21), no clássico Re-Pa, o time já terá um comandante à beira do gramado.

O português que fez carreira na Série A brasileira – treinou Cuiabá, Corinthians e Sport – estava em Belém desde o começo da semana, mas questões burocráticas adiaram a formalização do contrato.

Depois que Daniel Paulista foi anunciado como técnico do Sport e Oliveira acertou as contas com o rubro-negro pernambucano, o caminho ficou livre para o treinador assinar contrato com o Leão. O mais importante, porém, é que já na quarta-feira ele comandou os treinos no Evandro Almeida.

Para o bem ou para o mal, o time montado para o clássico já levará a assinatura de Antônio Oliveira. Jogo mais importante da competição para os azulinos, por tudo que representa quanto à rivalidade, o Re-Pa não poderia abrir mão de seu técnico efetivo.

Os treinos com Oliveira trouxeram boas notícias para os azulinos. Jogadores que estavam praticamente descartados do jogo foram liberados pelo Nasp (departamento médico). Marcelinho e Jaderson eram os casos mais complicados, mas estão na relação de atletas disponíveis.

O lateral-direito é titular absoluto e peça fundamental na campanha do Remo na Série B. Mesma situação do lateral-esquerdo Sávio, que não atuou contra o Athletico-PR e também era dúvida para o clássico.

O zagueiro Klaus e o goleiro Marcelo Rangel, que também se lesionaram no confronto em Curitiba, já estão treinando normalmente. Pedro Rocha, que apresentou incômodo muscular, é outro pronto para atuar amanhã.

Como é praxe no clássico-rei, mesmo para técnicos estreantes, a escalação do Leão só será conhecida antes da partida. Algumas características dos trabalhos anteriores de Oliveira, porém, podem indicar algumas possibilidades.

Uma delas é o gosto por times formatados no 3-5-2, sistema que o Remo chegou a utilizar com pequenas variações sob o comando de Rodrigo Santana na Série C do ano passado e por Daniel Paulista em algumas partidas na Série B. A conferir.

Papão pode ter novidade no setor de criação

Denner, meia de 25 anos que estreou no 2º tempo contra o Botafogo-SP, na última sexta-feira, é um dos novatos mais cotados para entrar de cara no Re-Pa. A boa participação dele, dinamizando a movimentação ofensiva do PSC na partida, é a principal credencial para conquistar a titularidade.

Pela conhecida carência do PSC no setor de criação, a escalação de Denner praticamente se impõe. Até a chegada do ex-meia do Noroeste (SP), o time vivia de improvisações no setor. Ora atuava com Matheus Vargas fingindo ser armador ou tentava fazer de Marlon um meia de criação. Ambas as tentativas se mostraram infrutíferas.

A chegada de um meia de ofício, depois de tão longa espera, é para ser saudada e aproveitada de imediato. Nada mais oportuno do que qualificar a meia-cancha para o principal desafio da equipe neste começo de Série B – o clássico Re-Pa.

Claudinei Oliveira conhece Denner e avalizou sua contratação. Somente algum tipo de restrição física pode impedir sua escalação. Ao lado dele, é provável que apareça outro novato, Anderson Leite, ex-Guarani, que também foi indicado pelo novo treinador.

É provável que o trio de meio-campo para amanhã tenha apenas um remanescente do time de Luizinho Lopes: Leandro Vilela, que é considerado titular absoluto e que foi o herói da primeira vitória bicolor na competição, marcando o gol salvador contra o Botafogo-SP.

Adeus a um velho companheiro de ofício

Gilson Faria partiu na madrugada de ontem, após longa batalha contra uma doença inclemente. Deixa saudades e o exemplo de dedicação à comunicação e ao bom jornalismo.

Foi editor, repórter, narrador e apresentador de TV, sempre com destaque na cobertura esportiva. Tinha 66 anos – seu aniversário é neste sábado (21) de Re-Pa. Que descanse em paz.  

Paragominas triunfa na 14ª etapa do Joapa

Com a conquista do Troféu Eficiência, o mais cobiçado da competição, a delegação de Paragominas foi o destaque na Regional Rio Capim da 14ª do dos Jogos Abertos do Pará (Joapa), o maior evento de esporte amador do Estado, realizada em Mãe do Rio.

Os atletas de Paragominas triunfaram nas modalidades basquetebol, futebol de areia, handebol, voleibol e tênis de mesa, somando a maior pontuação do evento: 53 pontos. Em 2º lugar, ficou a delegação de Mãe do Rio, com 42 pontos, e em terceiro a de Tomé-Açu, com 41 pontos.

O Troféu Eficiência premia a delegação que mais acumula pontos na competição. O evento reuniu cerca de 900 atletas, de 10 municípios, em seis modalidades, no período de 12 a 15 de junho.

O Joapa, que contempla os 144 municípios, é promovido pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel).

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 20)

A imagem do dia

Johnny Depp e Snoop Dogg vestem orgulhosamente o manto sagrado alvinegro, no Rose Bowl, durante o jogo entre o Botafogo e o PSG, nesta quinta-feira à noite.

Rock na madrugada – Leslie West, “House of the Rising Sun”

POR GERSON NOGUEIRA

Uma interpretação visceral de Leslie West para o clássico dos clássicos do rock sessentista, “House of the Rising Sun” (Casa do Sol Nascente), dos Animals. West, à frente de sua banda, gravou em 2008 essa versão fantástica da canção imortalizada na voz de Eric Burdon, líder dos Animals.

West é um dos mais subestimados guitarristas de todos os tempos. Brilhante, inventivo, um verdadeiro ourives nos arranjos de cordas. Surgiu para o mundo como um dos líderes do Mountain, banda que fez uma apresentação arrasadora em Woodstock e depois sumiu na voragem do tempo como tantas outras por aí.

No auge da carreira, West foi considerado um dos melhores guitarristas de todos os tempos em lista elaborada pela revista Rolling Stone. Morreu em 2020, aos 75 anos, em consequência de complicações do diabetes, mas antes deu um jeito de legar ao mundo algumas interpretações geniais, como esta de “House of the Rising Sun”.

A trajetória Mountain não foi tão longeva, mas teve várias reuniões entre 1981 a 2010. Após o fim definitivo do grupo, em 1974, ele abraçou o projeto West, Bruce and Laing, com Corky Laing (baterista do Mountain) e Jack Bruce, baixista lendário do Cream. Depois, West, que também gravou com o The Who, partiu para a carreira solo.

Apesar de doente, já em cadeira de rodas, ele seguiu se apresentando em bares e casas de shows norte-americanas, sempre acompanhado de grandes instrumentistas e sob a aclamação dos fãs.