Aprendendo com os amigos

Por Heraldo Campos

Quando escrevi em 2021 que “A extinção em massa dos dinossauros, que começou há cerca de 65 milhões de anos atrás, provavelmente causada pela mudança climática provocada pela queda de um meteoro na Península de Yucatán (México), ou por causa de um fragmento de um cometa, como recente teoria divulgada, continua sendo um assunto apaixonante no campo das geociências. Caso outra extinção, que foge da escala humana o seu controle, voltasse a acontecer nesses tempos modernos, seria catastrófico o seu desfecho sem a menor sombra de dúvida.”[1] – um amigo, especialista em crateras meteoríticas, comentou que “a rigor, são os meteoritos ou asteroides os que se chocam com a Terra (e não os meteoros, que são fenômenos atmosféricos)”, pela citação errônea que fiz da “queda de um meteoro na Península de Yucatán”.
Num texto mais recente, quando citei o “Fac-símile do esqueleto fóssil do Tyrannosaurus,
dinossauro terópode do Cretáceo, o maior dos predadores terrestres conhecidos. Fonte: ‘História Geológica da Vida’ livro de A. Lee McAlester de 1969. Editora Edgard Blücher Ltda.” [2] – outro amigo, especialista em palinologia, me escreveu dizendo que “segundo algumas fontes, T. rex não é mais o maior terópode”, anexando uma figura para visualização e comparação que esclarece, pela atualização da informação, que o Spinosaurus aegyptiacus é mais longo (e maior) que o Tyrannosaurus rex.
Em tempo – na ficção do filme “Jussasic Park III” de 2001, dirigido por Joe Johnston, tem um “pega” entre esses dois populares terópodes gigantes, lembrando que no mundo real eles viviam em lugares diferentes: o Spinosaurus aegyptiacus viveu no Norte da África e o Tyrannosaurus rex habitava a América do Norte.
Como em momento algum duvidei dos amigos especialistas e com quem estou sempre aprendendo, somente tenho a agradecer, mesmo mantendo contato, circunstancialmente, à distância, concluindo com um pequeno trecho da música “Canção da América” de Fernando
Brandt & Milton Nascimento, do ano de 1979: “Amigo é coisa pra se guardar / No lado esquerdo
do peito / Mesmo que o tempo e a distância digam não…”.

Fontes
[1] “Extinção” artigo de Heraldo Campos de 07/03/2021.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2021/03/extincao.html
[2] “Bozosaurus rex” artigo de Heraldo Campos de 03/06/2025.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2025/06/bozosaurus-rex.html
*Heraldo Campos é geólogo (Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP, 1976),
mestre em Geologia Geral e de Aplicação e doutor em Ciências (Instituto de Geociências da
USP, 1987 e 1993) e pós-doutor em hidrogeologia (Universidad Politécnica de Cataluña e
Escola de Engenharia de São Carlos da USP, 2000 e 2010).

Bozosaurus rex

Por Heraldo Campos

“Os mais espetaculares de todos os répteis derivados dos tecodontes foram, sem dúvida alguma, os dinossauros, que dominaram a paisagem durante o jurássico e o cretáceo. O termo dinossauro é popular, relacionando-se a duas ordens distintas de répteis terrestres: Saurischia e Ornithischia, que diferem entre si na estrutura do esqueleto. (…).
(…) Nas cinco linhas correspondentes aos herbívoros nota-se a tendência evolutiva voltada à
defesa contra o mais terrível de todos, o conhecido Tyrannosaurus, carnívoro monstruoso que
faz jus ao nome que recebeu, (…).” [1]
“OTyrannosaurus rex é o mais famoso e o mais querido dinossauro do planeta. O gênero Tyrannosaurus contém apenas uma espécie, a T. rex. Esse nome significa, muito apropriadamente, ‘rei lagarto tirano’. (…). O T. rex foi o maior predador da América do Norte no
Cretáceo superior, o último período em que viveram os dinossauros (não incluídas as aves),
entre 68 e 66 milhões de anos atrás. Muito do que sabemos do T. rex vem do meio-oeste
americano. Ele era um terópode (o grupo dos dinossauros predominantemente carnívoros) que
chegava a 12 m de comprimento e talvez pesasse até 8 t, ou seja, muito mais do que o elefante
africano!” [2]
1

Esses T. Rex, muito famosos (e queridos?), principalmente a partir da série de filmes “Jurassic
Park” do cineasta e diretor americano Steven Spielberg, iniciada nos anos 90 do século passado, aparecem muitas vezes como dinossauros mandachuvas do pedaço e até, em algumas oportunidades, como verdadeiros justiceiros esmagando outras espécies mais agressivas e violentas.
Sabemos que nesse ambiente jurássico, retratado pela indústria cinematográfica de Hollywood,
o T. Rex versus Homo sapiens não rolou de fato, uma ficção, porque não coexistiram esses seres na mesma época no Planeta Terra. Agora, nos dias de hoje, a presença de um Bozosaurus rex [3], que pode estar encarnado no síndico [4] de um condomínio de casas ou de apartamentos, praticando desmandos, como, também, representado por um tirano para governar a “Terra Brasilis”, como aconteceu no período de 2019 a 2022, de triste lembrança, e que nos atormenta (e ameaça) a todo momento, com suas maldades escancaradas.
Mas, então, como sair dessa enrascada moderna? Ao que tudo indica, é votando certo nas eleições, nas forças progressistas e democráticas, tanto numa escala local como em outra maior, porque como dizia minha mãe “a vida é uma luta, meu filho” e, por isso, não podemos baixar a guarda.
“Era uma vez, quando o Sol quente desapareceu atrás das montanhas / A sombra de um homem forte com uma arma na mão / Se ergueu para proteger as pessoas pobres das fazendas / Eles o chamam de: El Justiciero” – trecho da canção “El Justiciero” de 1971, composta por Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sergio Dias, da banda “Os Mutantes”.

Fontes
[1] “História Geológica da Vida” livro de A. Lee McAlester de 1969. Editora Edgard Blücher Ltda.
174 páginas.
[2] “O Tyrannosaurus rex era um predador feroz ou um fracote?” artigo de David W. E. Hone &
Jack Thomas Rhodes Wilkin de 25/05/2022.
https://parajovens.unesp.br/o-tyrannosaurus-rex-era-um-predador-feroz-ou-um-fracote/
[3] “Visão geral criada por IA” artigo de Heraldo Campos de 29/05/2025.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2025/05/visao-geral-criada-por-ia.html?view=magazine
[4] “O síndico” artigo de Heraldo Campos de 27/05/2021.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2021/05/o-sindico.html

  • Heraldo Campos é geólogo (Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP, 1976),
    mestre em Geologia Geral e de Aplicação e doutor em Ciências (Instituto de Geociências da
    USP, 1987 e 1993) e pós-doutor em hidrogeologia (Universidad Politécnica de Cataluña e
    Escola de Engenharia de São Carlos da USP, 2000 e 2010).

Pachecadas e delírios do Mundial

POR GERSON NOGUEIRA

Bons jogos têm embalado este divertido Mundial de Clubes. Para gáudio de muitos, o futebol sul-americano se mantém invicto após a primeira rodada, feito significativo principalmente nos confrontos contra europeus, mas nada além disso. Nesse sentido, o Fluminense se destacou por encurralar o Borussia Dortmund, esquadrão de primeira linha do futebol germânico.

Com postura audaciosa e segura, o Flu soube conduzir o jogo de acordo com a característica de seus jogadores e foi ofensivo sem sofrer com o forte ataque do Borussia. Renato Gaúcho já foi muito criticado por montar times taticamente dispersivos, mas desta vez acertou a mão.

Apesar do empate sem gols, foi a melhor atuação de um brasileiro na competição, superando a estreia do Palmeiras diante do Porto e as vitórias de Botafogo e Flamengo. Pode-se dizer que só faltou o gol. Com grande movimentação e jogadas de efeito, Arias foi o melhor tricolor em campo.

Os argentinos também sobreviveram ao primeiro giro. O River Plate, do prodígio Mastantuono (17 anos), passou pelo Urawa Reds por 3 a 1, em Seattle, anteontem. O Boca Juniors fez o mais do mesmo: abusou das artimanhas milongueiras para arrancar um 2 a 2 diante do Benfica.

Até o público dos jogos parece ter melhorado desde a abertura da competição. Ontem, na partida entre Real Madrid e Al-Hilal, o público lotou as dependências do Hard Rock Stadium de Miami, mas a estreia de Xabi Alonso no Real terminou de forma frustrante.

Empate de 1 a 1, com boa atuação do Al-Hilal e muitos erros de finalização por parte dos merengues. Simone Inzaghi, ex-Inter de Milão, também estreante, saiu mais feliz. O Real perdeu pênalti aos 47’ do 2º tempo.

Divertido também, quase um espetáculo à parte, é acompanhar a pachecagem da mídia brazuca, com sentimentos de puro amor por Palmeiras e Flamengo, apontados pelos mais afoitos até como candidatos ao título. Os delírios se repetem em todas as mesas-redondas: houve quem louvasse a atuação rubro-negra contra o desconhecido Esperance como “coisa de cinema”.

Para hoje, fortes emoções para as torcidas de Palmeiras e Botafogo. Os periquitos encaram uma bela garapa pela frente: o Al Ahly do Egito, às 13h. Já o Fogão pega uma carne de pescoço: o campeão europeu PSG, que descascou o Atlético de Madrid logo na estreia, metendo 4 a 0.

Que Mané Garrincha, Nilton, Carlito Rocha e até o místico cãozinho Biriba se materializem para ajudar a Estrela Solitária a fazer um papel digno, a partir das 22h, no tapete do Rose Bowl (California). É, sem dúvida, o embate mais aguardado deste início de Mundial. Oremos.

(Foto: David Ramos/Getty Images via AFP)

Claudinei mantém cautela às vésperas do Re-Pa

Enquanto o rival vem treinando sob o comando de um técnico não oficial ainda, o PSC já tem Claudinei Oliveira no cargo há 10 dias. A estreia oficial foi na sexta-feira passada, com vitória difícil e importante contra o Botafogo-SP. O Papão não havia vencido ainda na Série B. O triunfo por 1 a 0 (gol de Leandro Vilela) gerou alívio e entusiasmo na torcida.

Consciente dos perigos da empolgação excessiva, as declarações de Claudinei revelam cautela em relação ao clássico, que ele só conhece dos tempos de atleta – foi goleiro do Remo na temporada de 2000.

O técnico tem lá seus motivos para conter excessos. Além da condição de lanterna do campeonato (7 pontos), o PSC ainda precisa definir os três setores do time para o clássico. Existem vários ajustes a serem feitos em relação à equipe que enfrentou o Botafogo paulista.

Alguns jogadores recém-chegados poderão entrar de cara – Diogo Oliveira, Thalison, Garcez, Denner –, mas é o nível de condicionamento que vai determinar o aproveitamento ou não desses atletas. Um ponto é evidente: tecnicamente, mostraram mais qualidade que os antigos titulares.

Outro motivo de preocupação para Claudinei é a dúvida quanto a peças importantes, como o lateral-direito Edilson, que se recupera de lesão.

Cartão vermelho para o racismo no futebol

No Re-Pa deste sábado (21), o Ministério Público do Estado (MPPA) vai lançar oficialmente a campanha “Cartão Vermelho para o Racismo”, no Estádio Olímpico Jornalista Edgar Proença. (Mangueirão). A iniciativa visa transformar os estádios em espaços de respeito, inclusão e igualdade racial.

A ação será conduzida pelo procurador-Geral de Justiça Alexandre Tourinho e pelo promotor de Justiça Eduardo Falesi, marcando a adesão do MPPA à campanha nacional promovida pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF), em parceria com a CBF.

Com o lema “Não é só falta grave, é cartão vermelho para o racismo”, a campanha prevê a distribuição simbólica de cartões vermelhos aos torcedores na entrada do estádio. A ideia é promover uma manifestação coletiva de repúdio ao racismo, com envolvimento direto do público.

Os jogadores de Remo e Paysandu também irão aderir à causa, entrando com faixas da campanha. De acordo com dados do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, os casos de racismo nos estádios cresceram 444% em menos de uma década: de 25 registros em 2014, saltaram para 136 casos em 2023. Segundo o levantamento, 41% dos jogadores negros brasileiros afirmam já ter sido vítimas de racismo. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 19)

Lula: “Belém será teste para líderes globais mostrarem compromisso com o futuro do planeta”

Durante sessão ampliada da Cúpula do G7, nesta terça (17), no Canadá, o presidente convocou representantes do bloco de países que comparecerão à COP 30, em novembro, em Belém

O presidente Lula aprovou a participação na sessão ampliada da Cúpula do G7, nesta terça-feira (17), no Canadá, para convidar os líderes presentes à reunião do bloco a participarem da COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O evento está previsto para novembro, na cidade de Belém, no Pará. O primeiro-ministro canadense e apresentador do G7, Mark Carney, confirmou presença.

“Conto com a participação de todos os presentes na COP 30, em pleno coração da Amazônia. Belém será um teste para os líderes globais mostrarem a seriedade de seu compromisso com o futuro das pessoas e do planeta”, convocou Lula.

O presidente também investiu no Fundo Florestas Tropicais para Sempre, a ser lançado durante o evento em Belém e cujo objetivo fundamental é remunerar serviços ecossistêmicos em países situados na região dos trópicos, entre eles, o Brasil. 

“Estamos desenvolvendo uma ferramenta que nos permitirá proteger esses biomas por meio de incentivos positivos, sem recorrer a medidas punitivas”, falou Lula. O presidente reiterou ainda a necessidade de os países firmarem metas ambiciosas para evitar que o aquecimento global supere 1,5°C. O Brasil se compromete a eliminar, de todos os setores da economia, as emissões de gases que causam o efeito estufa entre 59% e 67% até 2035.

A respeito da transição ecológica justa e inclusiva defendida pelo governo brasileiro, Lula manifestou preocupação com a escassez de recursos para financiá-la. “Às promessas não cumpridas somam-se cortes e retrocessos deliberados. O Protocolo de Kyoto foi um símbolo do nosso fracasso coletivo. Os US$ 100 bilhões anuais previstos na COP 15 de Copenhague nunca foram atingidos”, lamentou.

“Em 2024, os países ricos reduziram em 7,1% sua Ajuda Oficial ao Desenvolvimento. No ano passado, saímos da COP de Baku com resultados decepcionantes. Por meio do mapa do caminho Baku-Belém, a presidência brasileira da COP 30 e o Azerbaijão estão trabalhando para esse quadro reverter”, disse. 

Lula reiterou a proposta brasileira de tributar os super ricos, medida que viabilizaria US$ 250 bilhões ao ano para o enfrentamento de catástrofes sociais e ambientais, e cobrou a democratização do sistema financeiro internacional. “Países individualizados não fornecidos de meios para transformar suas matrizes energéticas. Instrumentos como a troca de dívida por desenvolvimento e a emissão de direitos especiais de saque podem mobilizar recursos importantes”, defendeu.

FUNDO DE PROTEÇÃO ÀS FLORESTAS

A proposta é que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, sigla em inglês) adote um modelo de financiamento misto, sendo 20% subsidiado pelos governos dos países patrocinados. Para garantir a estabilidade financeira e mitigar a dependência de ciclos de financiamento imprevisíveis, os restantes 80% serão captados juntamente com os mercados de capitais.

Durante o recente discurso em defesa da Amazônia, compartilhado pelo deputado federal Paulo Pimenta (RS) no Instagram, o ator estadunidense Leonardo DiCaprio, engajado nas questões ambientais, fez questão de mencionar o Fundo Florestas Tropicais para Sempre e a relevância da COP 30 e dos povos indígenas. 

“O mundo se prepara para um momento crítico de virada na COP 30. Em novembro, a COP 30 ocorrerá na Amazônia, será uma oportunidade histórica para transformar promessas em ações”, afirma DiCaprio. 

“Duas iniciativas vão moldar esse legado. A primeira: o Fundo Florestas Tropicais para Sempre. O mundo precisa financiar U$ 1,5 bilhão para recompensar países e comunidades que mantêm essas florestas intactas, incluindo o Brasil, a Indonésia e a República Democrática do Congo”, argumenta o ator.   

Da Redação , com informações do site do Planalto