Botafogo demite técnico após eliminação no Mundial de Clubes

A forma recuada e até medrosa de atuar contra o Palmeiras nas oitavas do Mundial de Clubes causou a demissão do técnico Renato Paiva pela diretoria do Botafogo. O comunicado veio na madrugada desta segunda-feira (30). O português foi informado da decisão na noite do domingo. A diretoria já está na busca por um novo comandante. O clube carioca informou a demissão por meio das redes sociais. O clube agradeceu pelos serviços e destacou a vitória contra o PSG.

“O Botafogo informa que Renato Paiva não é mais o técnico da equipe principal. A decisão foi comunicada ao profissional na noite deste domingo (29). O Clube agradece Paiva e seus auxiliares pelos serviços prestados ao Glorioso nos últimos meses – com destaque para a vitória histórica contra o Paris Saint-Germain, na Copa do Mundo de Clubes, e a classificação para as oitavas de final da Libertadores e Copa do Brasil”, diz parte da nota.

A direção da SAF Botafogo, à frente o norte-americano John Textor, ficou inconformada com a atuação do time contra o Palmeiras. Cauteloso em demasia, o Botafogo foi pressionado ao longo dos 90 minutos e só reagiu depois de sofrer o gol palmeirense na prorrogação. Nem a histórica apresentação contra o PSG ajudou a salvar Paiva. Fontes da delegação alvinegra revelaram que Textor ficou profundamente irritado com a estratégia adotada pelo técnico no jogo de sábado.

O último jogo de Paiva à frente do Botafogo foi a derrota por 1 a 0 diante do Palmeiras, no sábado (28), pelas oitavas de final do Mundial de Clubes. O técnico português foi contratado em fevereiro. Renato Paiva finaliza a passagem no Botafogo com 12 vitórias, três empates e oito derrotas em 23 partidas. Paiva foi escolhido para substituir o compatriota Artur Jorge, que deixou o Glorioso para comandar o Al Rayyan-CAT.

O próximo técnico do Botafogo será o 11º na era SAF – considerando também os interinos que comandaram o time no período. No início do ano, o Alvinegro conversou com nomes como André Jardine, Tite, Roberto Mancini, Tata Martino, Rafa Benítez, Vasco Matos e Hernán Crespo antes de acertar com Renato Paiva.

Após a eliminação no Mundial, o Botafogo vai se preparar para a retomada do Campeonato Brasileiro e a disputa da Libertadores e da Copa do Brasil.

A NOTA OFICIAL DO BOTAFOGO

O Botafogo informa que Renato Paiva não é mais o técnico da equipe principal. A decisão foi comunicada ao profissional na noite deste domingo (29). O Clube agradece Paiva e seus auxiliares pelos serviços prestados ao Glorioso nos últimos meses – com destaque para a vitória histórica contra o Paris Saint-Germain, na Copa do Mundo de Clubes, e a classificação para as oitavas de final da Libertadores e Copa do Brasil.

John Textor e a diretoria do Departamento de Futebol estão no mercado em busca de um novo técnico para o desafio de continuar no caminho dos títulos, lutando pelos bicampeonatos da Libertadores e do Brasileiro e pelo inédito título da Copa do Brasil.

Decisão do Congresso que aumentou conta de luz equivale a 6 anos de bandeira vermelha

“Foram decisões políticas, súbitas e contrárias a todas as expectativas da população”, diz a FNCE sobre o Congresso

A Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE) confirmou o aumento na conta de luz causado pela derrubada dos vetos presidenciais no Marco Regulatório de Energia Offshore por parte do Congresso. Segundo a entidade, a decisão dos deputados e senadores equivale à decretação da bandeira vermelha patamar 1 na conta de luz por seis anos, além de 19 anos subsequentes com bandeira amarela.

A informação foi dada em resposta a manifestação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que tentou negar o impacto da da decisão dos congressistas sobre o gasto com energia. Na sessão de quarta-feira (25), Alcolumbre (foto) repudiou “com veemência os ataques levianos” dirigidos ao Congresso após a derrubada dos vetos.

“O objetivo, lamentavelmente, parece ser um só: espalhar o pânico e a confusão entre os consumidores brasileiros, atribuindo ao Congresso Nacional a responsabilidade por um falso aumento da tarifa energética”, declarou.

A FNCE argumenta, em texto publicado em seu site, que Alcolumbre “demonstra o tamanho do desconhecimento do Parlamento acerca dos aspectos técnicos e regulatórios do setor elétrico”. “Ao contrário do que o senador declarou, as decisões tomadas no Congresso acerca da derrubada dos vetos não foram técnicas, nem tampouco transparentes e muito menos voltadas ao interesse público”, critica a nota.

O projeto de lei 576/2021, que estabelecia o marco regulatório, teve acréscimos feitos por parlamentares sem relação com o tema original ao passar pela Câmara dos Deputados. São os chamados “jabutis”, que atendem a lobbies do setor elétrico e oneram a população.

CRÍTICAS AO CONGRESSO

No dia 17, os parlamentares derrubaram oito dos 24 vetos feitos pelo presidente Lula no PL das eólicas “offshore”. Os vetos atingiram a contratação obrigatória de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s), usinas de hidrogênio no Nordeste e parques eólicos na região Sul mesmo sem demanda, além da extensão de contratos do Proinfra, o Programa de Incentivos às Fontes Alternativas de Energia Elétrica.

A FNCE apontou que a decisão de senadores e deputados custará aos brasileiros R$197 bilhões até 2050, com aumento aproximado de 3,5% na conta de luz, o que também provocará “impacto no preço dos produtos e serviços, e consequente alta na inflação”.

“Não há como negar a realidade. Foram decisões políticas, súbitas e contrárias a todas as expectativas da população. O aumento do custo da energia será inevitável como demonstram os estudos técnicos, posto que consumidores livres e regulados serão afetados. Não podemos mais normalizar a prática dos jabutis, fielmente descritos na doutrina corrente como ‘contrabando legislativo’, nem aceitar declarações de autoridades sem fundamento técnico consistente”, observa a nota. (Do ICL Notícias)

Vitória sofrida e importante

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo conseguiu finalmente vencer a primeira partida fora de casa. O triunfo, de virada, foi sobre o Athletic, em São João Del Rey, ontem à tarde. Depois de um 1º tempo apenas razoável, no qual sofreu com as investidas do adversário e teve que se valer novamente da excelente fase de Marcelo Rangel. Na etapa final, um contra-ataque gerou o gol dos mineiros, mas o artilheiro Pedro Rocha marcou duas vezes e garantiu a vitória.

Com o resultado, o Remo encosta de vez no G4, com 23 pontos, igualando-se em pontuação ao 4º colocado (Avaí), atrás apenas em gols marcados, 19 a 17. As mudanças feitas pelo técnico Antônio Oliveira reforçaram a proteção à zaga, mas os erros de passe continuaram a comprometer as articulações do time durante toda a primeira etapa.

Os volantes Pavani e Pedro Castro se dividiam na tarefa de organizar a transição, mas a bola não chegava com qualidade aos atacantes Pedro Rocha e Adailton. No corredor direito, Marcelinho e Janderson enfrentaram marcação dobrada e não conseguiram avançar até o ataque.

No 2º tempo, o Remo veio com outra postura, explorando mais as subidas de Sávio na esquerda. Em consequência, Pedro Rocha começou a aparecer mais. Tudo melhorou de vez com a entrada de Jaderson, aos 9 minutos, retornando após mais de um mês de ausência por contusão. Com ele, a meia-cancha cresceu em ritmo e intensidade. 

O gol do Athletic, aos 25 minutos, ocorreu quando o Remo se organizava melhor. Um lançamento pelo alto chegou ao centroavante Ronaldo, que se livrou do goleiro Marcelo Rangel e chutou rasteiro. Antes de entrar, a bola ainda desviou no zagueiro Camutanga, que havia acabado de entrar em substituição ao capitão Reynaldo, lesionado.

A reação foi imediata. Em duas jogadas pela esquerda, Pedro Rocha levou vantagem sobre a marcação e Marrony quase empatou em finalização dentro da área. O empate veio oito minutos depois. Lançado na área, Marrony foi derrubado pelo goleiro e Pedro Rocha converteu o pênalti.

O Remo foi premiado com o gol da vitória aos 48’. Jaderson saiu em velocidade, da direita para a esquerda. Entrou na área, driblou um zagueiro e chutou cruzado. No rebote do goleiro, Pedro Rocha limpou a jogada e chutou para as redes. Coincidência ou não, o gol da virada teve a presença dos jogadores mais decisivos do Leão na partida.

Sem Rossi, Papão luta pela terceira vitória

Diante da Ferroviária (13ª colocada, com 18 pontos), o PSC tenta completar três vitórias seguidas no campeonato, a fim de afastar-se da lanterna. A missão não é simples, principalmente porque o desgaste físico tirou Rossi, principal jogador da equipe, da partida.

Sem ele, o técnico Claudinei Oliveira tem as opções de Denner, André Lima e Anderson Leite para o setor de meio-campo, levando em conta o sistema 3-5-2 que ele tem utilizado desde a estreia no comando do Papão.

Certeza mesmo só há em relação à presença da dupla de ataque, Maurício Garcez e Diogo Oliveira, de presença destacada no clássico Re-Pa. Como novidade, o PSC deve ter Bryan Borges na lateral-direita.

Será um jogo de paciência, no qual o PSC não pode se precipitar e nem ceder espaços ao time de Araraquara, conhecido pelo bom funcionamento do sistema defensivo em jogos fora de casa e as escapadas em contra-ataque visando aproveitar o oportunismo do artilheiro Carlão.

A Curuzu vai receber lotação máxima na partida desta noite (19h), o que aumenta ainda mais a pressão sobre os visitantes.

Palmeiras avança, Bota e Fla saem de cena

Chega a ser comovente o zelo de parte da mídia esportiva em passar pano para a eliminação do Flamengo, apontado por alguns aloprados como favorito ao título do Mundial de Clubes. As previsões exageradas não resistiram ao duro choque de realidade. O Bayern precisou de apenas 9 minutos para abrir 2 a 0, chegou ao terceiro gol e completou o placar em 4 a 2, tirando o pé quando a vitória se consolidou.  

Dois espasmos rubro-negros ainda deram esperanças aos milhares de torcedores presentes à partida. Gerson marcou um golaço e Jorginho fez outro gol (de pênalti), já no 2º tempo. O Bayern, porém, sempre manteve a vantagem. Letal, fez o terceiro e o quarto gols e sacramentou a vitória. 

Uma vitória tranquila e previsível, que somente o pachequismo delirante não permitia ver como normal dadas as imensas diferenças de estrutura e poder econômico entre os clubes. Isso turvou a visão de muita gente, fazendo crer num equilíbrio de forças que não existe.

Registre-se a lucidez do técnico Filipe Luís, que na entrevista pós-jogo deu a letra fria sobre o jogo: contra um adversário tecnicamente superior não é permitido cometer erros primários, como o Flamengo cometeu de forma primária logo no início da partida.

Já o Botafogo foi castigado pela covardia tática do técnico Renato Paiva. Depois de falar mais do que o necessário nos últimos dias, ele esqueceu de montar uma estratégia agressiva. Em campo, enquanto o time de Abel Ferreira criou várias chances de abrir o placar, o Fogão manteve uma posição recuada, cautelosa em excesso.

Ironicamente, somente depois de sofrer o gol é que a equipe partiu para o ataque, mas não havia tempo para muita coisa. O Palmeiras fez o básico, lutou para vencer e chegou com justiça às quartas. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 30)

A final brasileira do Mundial

POR GERSON NOGUEIRA

Botafogo e Palmeiras têm feito jogos emocionantes e quase sempre decisivos nos últimos três anos. É um clássico que recuperou importância com a guinada alvinegra após virar SAF. Em 2023, um título quase certo foi frustrado pela virada palmeirense por 4 a 3, no estádio Nilton Santos, que levou ao triunfo na temporada. Em 2024, veio a revanche do Glorioso, com triunfos que pavimentaram a conquista da Série A.   

Em plena Filadélfia, cariocas e paulistas têm um encontro marcado, decidindo a passagem às quartas de final de um torneio mundial. Por força dos resultados, eles se enfrentam a partir das 13h. Um jogo que tem todos os ingredientes para ser eletrizante. Mas, nos últimos sete prélios, o Botafogo venceu quatro, o Palmeiras um e ocorreram dois empates.

Em primeiro lugar, a partida vale muito mais que as batalhas domésticas, pois a visibilidade é incomparavelmente maior – a premiação também. Outro atrativo é a chance de seguir em frente, pegando Chelsea ou Benfica nas quartas. Qualquer um que se classifique entre os europeus é adversário que pode ser superado por Palmeiras ou Botafogo.  

As equipes chegaram ao Mundial cercadas de expectativas diferentes, com maior destaque para o Palmeiras, que vive um momento ligeiramente melhor no Campeonato Brasileiro. Abel Ferreira tem um trabalho de cinco anos no Verdão. Renato Paiva está no Fogão há quatro meses.

Os jogos realizados na Copa desfizeram todas as premissas. O Botafogo foi o time brasileiro que conseguiu a maior façanha, derrotando o PSG, campeão europeu e favorito ao título. Além disso, encarou de igual para igual o Atlético de Madrid, terceira força da liga espanhola.

Sem maior brilho, ao Palmeiras coube um empate sem gols com o mais fraco FC Porto da história e dificuldades terríveis diante do Inter Miami de Messi e Suárez, quando chegou a estar perdendo por 2 a 0.

Nada disso significa que exista um favorito para este sábado. O clássico não permite entrever uma equipe mais cotada. O equilíbrio é real, o que torna a batalha uma espécie de final brasileira do Mundial. Igor Jesus e Estêvão são as atrações, mas decisões costumam ungir heróis improváveis.

De minha parte, espero que os deuses da bola não brinquem com este coração botafoguense cansado de guerra. Que a decisão saia com bola rolando. Série extra de penalidades é uma crueldade.

Superar as oscilações é o desafio do Leão

O Remo enfrenta o Athletic-MG, domingo (às 16h), em São João Del Rey, no segundo desafio de Antônio Oliveira no comando da equipe. E não é um desafio qualquer. Estacionado em 20 pontos, com apenas uma vitória nos últimos seis jogos, o Leão precisa afastar a fase de oscilações no campeonato.

Quem disputa a Série B precisa estar preparado para altos e baixos normais da caminhada, mas é necessário reagir rápido quando a crise técnica se aproxima. Problemas seguidos de lesões, associados à inesperada troca de comando, resultaram num cenário indesejável para o Remo, cuja campanha até a 11ª rodada foi quase impecável.  

Duas derrotas seguidas, para Atlético-PR e Paysandu, agravaram ainda mais o quadro. O que parecia contornável começou a ingressar no terreno das incertezas quanto à capacidade reativa do time.

Antônio Oliveira tem a missão de reverter a fase negativa. Depende de um bom resultado diante do Athletic para fazer com que as coisas entrem nos eixos novamente. Para isso, tem que fazer o time voltar a jogar com a eficácia de antes. O retorno do capitão Reynaldo é uma boa notícia. Com ele, ao lado de Klaus, a zaga fica mais firme.

Ao mesmo tempo, o ataque precisa voltar a funcionar, após ficar duas rodadas em branco. A ausência de jogadas para Pedro Rocha, artilheiro da competição com 6 gols, explica em parte a seca de gols.   

Bola na Torre

Com apresentação de Guilherme Guerreiro, o programa começa às 23h, na RBATV, com participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em debate, os jogos das Séries B e D do Campeonato Brasileiro. A edição é de Lourdes Cézar e Lino Machado.

MPPA pede apuração dos tumultos no Re-Pa

As escaramuças envolvendo dirigentes e aspones de Remo e Paysandu, minutos depois do clássico do último sábado (21), no Mangueirão, podem render punição para os gestores dos clubes. O Ministério Público estadual, através do promotor Eduardo Falesi do Nascimento, solicitou à Delegacia do Torcedor e Grandes Eventos da Polícia Civil a abertura de procedimento investigatório para apurar os incidentes.

Imagens postadas em sites e redes sociais expuseram a confusão ocorrida no interior do túnel de acesso ao gramado, à zona mista e em frente aos vestiários dos times. A iniciativa visa responsabilizar penalmente os valentões envolvidos nos tumultos. Oportuna e exemplar iniciativa. 

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 28/29)

Rock na madrugada – Fun Lovin’ Criminals, “Scooby Snacks”

POR GERSON NOGUEIRA

São provavelmente os 3 minutos mais vibrantes e memoráveis de toda a história do mítico festival de Glastonbury. Para espanto até dos músicos do Fun Lovin’ Criminals, a plateia curte intensamente a música, transformando a apresentação em catarse coletiva. Simplesmente sensacional. O registro em vídeo é de 1999, quando a banda ainda tinha Huey Morgan como cantor, compositor e guitarrista.

No começo, o Fun Lovin’ Criminals criou uma mistura de rock, rap, blues, jazz e funk, emplacando logo de cara o hit “Scooby Snacks”, faixa do disco de estreia, “Come Find Yourself” (1996). A música surgiu numa improvisação em estúdio e acabou se tornando o maior sucesso da carreira do grupo. O título faz menção a um petisco de salsicha e bacon.

Fun Lovin’ Criminals (Criminosos divertidos e amorosos, em tradução livre) surgiu em Nova York na cena musical dos anos 1990. “Scooby Snacks” utiliza diálogos de filmes de Quentin Tarantino para formar uma base rítmica irresistível, sustentada por solos de guitarra e bateria empolgante. Outro êxito comercial do grupo foi “Love Unlimited”, referência ao grupo vocal que acompanhava o lendário Barry White.

Conhecido pelas apresentações espetaculares, com mais de 30 anos de carreira, seis discos de estúdio e dois EPs, o FLC é formado hoje por Brian ‘Fast’ Leiser (membro fundador, multi-instrumentista e produtor), Frank Benbini (baterista) e Naim Cortazzi (guitarrista). A banda está finalizando o sétimo álbum, que será lançado em agosto de 2025.

Alepa aprova projetos na área da segurança e criação do programa estadual para pessoas com TEA

Os deputados da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), liderados pelo deputado Chicão (MDB), aprovaram, na manhã desta terça-feira (24), o Projeto de Lei (PL) nº 411/2025, do Poder Executivo, que dispõe sobre a criação do Auxílio Uniforme para os servidores efetivos e comissionados, da área operacional, dos órgãos integrantes do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (SIEDS). A proposta foi aprovada com emenda modificativa de autoria do deputado Dirceu Ten Caten (PT), que altera o § 3º do artigo 4º do PL. A mudança não prejudica o andamento da proposição.

O Auxílio Uniforme tem por objetivo de custear as despesas, manutenção e reposição de uniformes adequados ao desempenho de suas funções, aos servidores da área operacional. O PL deverá considerar as necessidades de cada categoria profissional, as condições de trabalho e a padronização exigida para a identificação dos servidores. O valor da Auxílio Uniforme será de R$ 1.320.00, pago anualmente no mês de outubro, e tem caráter indenizatório e não serve de base de cálculo para o pagamento de qualquer vantagem pecuniária ou benefício, bem como não será incorporado aos proventos de servidor inativo. O valor do Auxílio Uniforme será atualizado no mesmo percentual do reajuste anual concedido aos servidores públicos do Estado do Pará.

 “A proposição visa a instituição do Auxílio Uniforme, verba de natureza indenizatória, destinada à aquisição, manutenção e reposição de uniformes adequados ao desempenho das funções da área operacional dos órgãos e entidades integrantes do SIEDS”, garante o Governo do Estado, em mensagem enviada à Alepa. A implementação do Auxilio Uniforme, além da identificação e valorização dos servidores dos órgãos que integram o SIEDS, promoverá uma imagem institucional sólida, fortalecendo a imagem e a eficiência dos serviços de segurança prestados à população paraense.

O Auxílio Uniforme será destinado aos servidores da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (SEGUP), da Polícia Civil (PC), da Polícia Científica do Estado (PCE), do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (DETRAN) e da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP). Ele é uma despesa de natureza não remuneratória e, portanto, não integra a remuneração do profissional, devendo ser classificada no elemento de despesa (Auxilio-Fardamento), haja vista se referir a despesa paga tanto a militar quanto a servidor.

Os deputados Neil Duarte (PL), Nilton Neves (PSD), Eraldo Pimenta (MDB), Martinho Carmona (MDB), Maria do Carmo (PT), Fábio Freitas (Republicanos), Iran Lima (MDB) e Rogério Barra (PL) se manifestaram em tribuna, a favor da proposta.

Foi aprovado o PL nº 413/2025, do Poder Executivo, dispõe sobre a Organização Básica e Fixa o Efetivo do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA). A proposta recebeu emendas modificativas do deputado Iran Lima (MDB). As mudanças são nos parágrafos 1° do art.11; parágrafos 1° e 2° do art. 14; parágrafo 1° do art. 15; parágrafo 1° do art. 16; parágrafo 4° do art. 18; parágrafo 1° do art. 19; parágrafo 1° do art. 20; parágrafo 1° do art. 21; parágrafo 1° do art. 28; e parágrafo 1° do art. 30 da matéria em pauta. “Faz-se necessária a emenda para atender aos preceitos normativos e para melhor interpretação da norma jurídica”, assegura o deputado Iran Lima.

Segundo o governador do Pará, Helder Barbalho, em mensagem encaminhada ao Poder Legislativo, “a proposta tem por objetivo a modificação e atualização na estrutura organizacional do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBM/PA). órgão que integra o Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (SlEDS)”.

De origem parlamentar foi aprovado o PL nº 22/2024, do deputado delegado Nilton Neves (PSD). A proposta dispõe sobre a criação do Programa Estadual de Capacitação Continuada de Servidores da Segurança Pública para atendimento de Pessoas com Deficiência, Transtorno do Espectro Autista – TEA e demais transtornos do neurodesenvolvimento, no Pará.

São objetivos do Programa: coibir a discriminação e a violência contra pessoas com deficiência, com TEA ou outros transtornos do neurodesenvolvimento; garantir a inclusão e a plena realização da dignidade das pessoas com deficiência, TEA, e demais transtornos do neurodesenvolvimento; fomentar a capacitação dos agentes de segurança pública para a realização de abordagens e atendimentos adequados às necessidades e particularidades das pessoas com deficiência, TEA ou outros transtornos do neurodesenvolvimento.

“A sensibilização e a capacitação dos profissionais de segurança para interagir com pessoas que possuem deficiências, incluindo o TEA e outros transtornos do neurodesenvolvimento, são fundamentais para assegurar a segurança e respeito aos direitos desses cidadãos, que é assegurado no Decreto Legislativo n° 186, de 2008”, diz o deputado, Nilton Neves, na justificativa do PL.

Ao final da sessão, o presidente da Alepa, deputado Chicão, informou que a próxima sessão deliberativa será no dia 05 de agosto.

(Fotos: Ozéas Santos/AID-Alepa)

São João das Bets: empresas de apostas avançam na festa junina de Campina Grande

Bet 7k se tornou uma das principais patrocinadoras do evento que recebe mais de 3,5 milhões de pessoas

Por Victoria Freitas – Agência Pública

A 42ª edição do Maior São João do Mundo, em Campina Grande, Paraíba, uma marca disputa atenção com o forró e as bandeirolas coloridas. A Bet 7K, plataforma de apostas e cassino online, tornou-se um dos nomes mais visíveis do evento. Neste ano, ela é uma das três principais patrocinadoras da festa junina.

Com início em 30 de maio e programação até 6 de julho, a festa atrai milhares de pessoas diariamente ao Parque do Povo. Segundo dados da Prefeitura de Campina Grande, a edição deste ano deve movimentar mais de R$ 740 milhões na economia local. A estimativa é que mais de 3,5 milhões de pessoas frequentem o evento.

“É viciante. A gente acha que uma hora vai dar certo, que vai conseguir recuperar o que perdeu, mas só vê o dinheiro escapando”, conta uma frequentadora da festa à Agência Pública. A mulher, que preferiu não ter seu nome divulgado, disse que começou a apostar por influência de uma amiga que dizia ganhar com frequência. “Uma amiga ganhava e me incentivava a jogar também, mas eu só perdia e cheguei a ficar sem dinheiro”, relata.

Na festa, a 7K tem estande próprio, camarote, jogos e ações de cadastro para ganhar brindes como copos e chapéus, além de outdoors pelas ruas e avenidas da cidade.

Estande da Bet 7K. Empresa é uma das três principais patrocinadoras da festa de São João de Campina Grande
A Bet 7K é uma das três principais patrocinadoras da festa de São João de Campina Grande

Pública entrou em contato com a Prefeitura de Campina Grande, a Arte Produções — responsável pela organização do evento — e a empresa Bet 7K para questionar o valor investido no patrocínio. Até o momento, nenhuma das partes retornou com uma resposta.

A falta de transparência repete o padrão do patrocínio de outras festas, como o Carnaval. Em fevereiro, a Pública mostrou que casas de apostas estavam bancando carnavais pelo país sem que as empresas ou mesmo as prefeituras divulgassem os valores.

Por que isso importa?

  • As bets, como são chamadas as casas de apostas, estão dominando festas como as juninas e o Carnaval pelo Brasil, sem divulgar valores nem pelas prefeituras nem pelas empresas.
  • A Organização Mundial de Saúde classifica vício em apostas como transtorno grave.
Estimativa é que festa de Campina Grande deva receber mais de 3,5 milhões de pessoas

Não é a primeira vez que uma empresa do setor de apostas patrocina o São João de Campina Grande. Em 2024, a Vai de Bet se apresentou como uma das principais patrocinadoras do evento, tendo o cantor Gusttavo Lima como “garoto-propaganda”. Meses após o encerramento do evento, tanto a plataforma quanto o artista foram alvo de investigação por suposto envolvimento em uma organização criminosa ligada à jogos ilegais. O inquérito, no entanto, foi arquivado em 9 de janeiro de 2025.

Agora, em 2025, as bets operam em um mercado regulado. Como um “feliz ano novo” do setor, a regulamentação do mercado de apostas fixas entrou oficialmente em vigor no dia 1º de janeiro deste ano. A Bet 7K é uma das autorizadas a atuar no país.

Para quem ainda não associa o nome à plataforma, a imagem de um rosto familiar ajuda. O jogador de futebol Hulk, Givanildo Vieira de Sousa, natural de Campina Grande, estrela campanhas da marca e reforça a ligação entre a empresa e o evento.

Ano passado, uma reportagem do Estadão mostrou que a 7K teria um curso que ensinaria pessoas a criarem depoimentos falsos de ganhadores com a aposta. Nas aulas, as pessoas aprenderiam e forjar conversas no WhatsApp comemorando ganhos com a aposta, construir robôs e até usar o ChatGPT para gerar anúncios que redirecionaram para jogo do tigrinho e outros.

Reportagem do Estadão mostrou que a 7K teria um curso que ensinaria pessoas a criarem depoimentos falsos de ganhadores

Em 2025, além de patrocinar o São João de Campina Grande, a 7K também está em festas juninas de Petrolina e Surubim, em Pernambuco; São Luiz e Imperatriz, no Maranhão; e em Belém do Pará.

“Eu não conhecia [a Bet]. Só conheci através de um joguinho aqui no Parque do Povo para ganhar o chapéu [um dos brindes oferecidos pela 7K] e quando me cadastrei, vi que era uma casa de apostas”, contou Ana Paula, auxiliar de secretaria e turista vinda de João Pessoa.

Ana relata que já obteve bons ganhos em outras plataformas, mas evita grandes perdas ao interromper as apostas quando percebe uma sequência negativa. Ela admite que, após conhecer a 7K durante a festa, ficou interessada em experimentar a plataforma. “Foi a primeira coisa que eu pensei. Quando eu tiver com dinheiro, vou botar um pouquinho lá, apostar, depositar pelo menos uns 30 reais pra ganhar os giros grátis e ver o que é que dá”, afirma. 

Ana Paula não conhecia a Bet antes do São João: foi através de um jogo para ganhar o chapéu que ela descobriu a plataforma e agora pensa em apostar

Guilherme Araújo, estudante de computação, critica o patrocínio e afirma que os anúncios incentivam as pessoas a apostarem. “Dar espaço de publicidade num evento tão grande para esse tipo de coisa é prejudicial para a sociedade”, disse.

A mesma visão é compartilhada por Andreza Farias, também estudante de computação. Ela observa que a empresa mantém diversos estandes na festa, onde o principal objetivo é cadastrar novos usuários na plataforma, o que, segundo ela, estimula ainda mais a participação da população. “Uma festa do porte do Parque do Povo não deveria ter patrocínio de nenhuma bet. Tem que ter incentivo público e não de empresa de apostas”, acrescentou.

Quando os gigantes acordam

POR GERSON NOGUEIRA

Acabou a brincadeira. Quem pensou que os europeus iam seguir jogando em ritmo de amistoso no Mundial de Clubes está redondamente enganado. As apresentações de Internazionale e Manchester City, contra River Plate e Juventus, respectivamente, provam que os supertimes começaram a exibir suas armas. A coisa é mesmo pra valer, e ninguém foi aos EUA a passeio.

Na quarta-feira, a Inter fez um jogaço, digno de uma vice-campeã da Europa. Atropelou o River Plate de Gallardo, embora o placar não tenha refletido a ampla superioridade. O desenvolvimento faz ações ofensivas italianas foi algo digno de aplausos. Transição veloz, com a bola nos pés de figuras como Bertoni, um beque que vira atacante em questão de segundos.   

Ágil e oportunista, Lautaro Martinez perdeu três chances claras de gol, coisa que não costuma acontecer. Botou uma bola na trave após driblar um zagueiro e dividir com outro na marca do pênalti. Um jogo sempre intenso e vibrante. Bem ao estilo italiano dos bons tempos, quando as equipes se impunham pela velocidade e força.

A missão foi mais facilitada pelo desmantelamento tático do River depois que o zagueiro foi expulso no 2º tempo. Todas as mexidas feitas no time por Gallardo resultaram infrutíferas, enquanto as mudanças na Inter se tornaram ainda mais eficazes.  

Impressionante também foi a apresentação do Manchester City diante da Juventus, ontem, em Orlando, com show da orquestra britânica dirigida por Pep Guardiola. O placar final, 5 a 2, poderia ter sido maior, caso todas as chances fossem aproveitadas.

Jérémy Daku, Bernardo Silva, Savinho e Haaland foram os protagonistas, embora seja até injusto destacar individualidades numa equipe que prima pelo coletivo. O apelido de “Tubarão” que o City conquistou na Europa não é em vão. Fica controlando o jogo, tocando de pé em pé em torno da área adversária, à espera do momento certo do bote mortal.

A Juve, com esquema surpreendentemente aberto, foi presa fácil do domínio do City, que cultiva ainda o hábito assustador de seguir martelando mesmo depois de fazer dois ou três gols. Não se acomoda nunca, quer sempre mais. Times insaciáveis são difíceis de serem enfrentados.

Os brasileiros – todos – terão imensos problemas se cruzarem com City e Inter, mas não terão vida mais tranquila se encararem a própria Juve, que também joga um futebol de alto nível.

O fato é que a Copa está cada vez mais próxima daquilo que o futebol merece ser.

Botafogo negocia aquisição de joia da base remista

Uma cria das divisões de base do Remo está prestes a levantar voo. Kadu, de 19 anos, revelação azulina nesta temporada, deve se transferir nos próximos dias para o Botafogo, que negocia seu empréstimo. Inicialmente, ele vai integrar o time sub-20 do Alvinegro, antes de ser incorporado ao elenco comandado por Renato Paiva.

Restam poucos detalhes para que o negócio se concretize. Lateral-direito promissor, ele ganhou visibilidade com boas apresentações ao longo do Campeonato Paraense 2025. Kadu participou de sete jogos na Série B, um apenas como titular. No total, foram 19 jogos com a camisa do Leão.

A estreia no time profissional do Remo ocorreu contra o São Francisco, na goleada de 5 a 0 na primeira rodada do Parazão. A ofensividade e a boa envergadura conquistaram a confiança do então técnico Rodrigo Santana e o apoio da torcida.

O sucesso garantiu a um reajuste salarial e a renovação do contrato até 2027, com multa rescisória de R$ 10 milhões. O acordo que está sendo negociado prevê que o Botafogo terá prioridade para ficar com os direitos federativos e econômicos do atleta.

A SAF do Botafogo adota como estratégia priorizar a aquisição de jovens valores para futuros negócios com o futebol internacional. Dois exemplos disso são o zagueiro Jair Cunha, titular no Mundial de Clubes, que foi contratado junto ao Santos; e Natan, atacante revelado pelo Grêmio.

Kadu deve chegar ao Botafogo por empréstimo após a Copa do Mundo de Clubes, quando se abrirá mais uma janela de transferências.

Novillo se consolida como referência defensiva

A reação do PSC dentro do Brasileiro joga luzes sobre o desempenho de atletas que até vinham atuando bem, mas não tinham reconhecimento por conta dos maus resultados da equipe. O zagueiro Ariel Novillo é um típico exemplo dessa situação.

As boas atuações que ele enfileira desde que foi lançado como titular pelo ex-técnico Luizinho Lopes constituíam exceção no festival de instabilidade que castigava a equipe até a 12ª rodada da Série B.

Cabe observar também que Novillo sofreu com o longo período de adaptação desde a chegada ao clube, situação agravada por uma contusão no tendão de aquiles e uma concussão cerebral na final do Parazão.  

A segurança nos desarmes e a facilidade para o jogo aéreo são as principais virtudes do beque argentino de 27 anos, que agora sob o comando de Claudinei Oliveira é peça fundamental no xadrez defensivo do Papão. Tornou-se referência e liderança. Virou o xerife da zaga bicolor. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 27)

STF decide que as plataformas digitais são responsáveis por posts de usuários

Por 8 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (26) que as plataformas que operam as redes sociais devem ser responsabilizadas diretamente pelas postagens ilegais feitas por seus usuários.

Após seis sessões seguidas para julgar o caso, a Corte decidiu pela inconstitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), norma que estabeleceu os direitos e deveres para o uso da internet no Brasil.

O dispositivo estabelecia que, “com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura”, as plataformas só poderiam ser responsabilizadas pelas postagens de seus usuários se, após ordem judicial, não tomarem providências para retirar o conteúdo ilegal.

Dessa forma, antes da decisão do STF, as big techs não respondiam civilmente pelos conteúdos ilegais, como postagens antidemocráticas, mensagens com discurso de ódio e ofensas pessoais, entre outras.

Com o final do julgamento, a Corte aprovou uma tese jurídica, que contém as regras que as plataformas deverão seguir para retirar as postagens. O texto final definiu que o Artigo 19 não protege os direitos fundamentais e a democracia. Além disso, enquanto não for aprovada nova lei sobre a questão, os provedores estarão sujeitos à responsabilização civil pelas postagens de usuários.

Pela decisão, as plataformas devem retirar os seguintes tipos de conteúdo ilegais após notificação extrajudicial:

  • Atos antidemocráticos;
  • Terrorismo;
  • Induzimento ao suicídio e automutilação;
  • Incitação à discriminação por raça, religião, identidade de gênero, condutas homofóbicas e transfóbicas;
  • Crimes contra a mulher e conteúdos que propagam ódio contra a mulher;
  • Pornografia infantil;
  • Tráfico de pessoas. 

VOTOS DOS MINISTROS

O último voto sobre a questão foi proferido na sessão desta quinta pelo ministro Nunes Marques, que votou contra a responsabilização direta das redes. O ministro defendeu que a responsabilização direta deve ser criada pelo Congresso. Segundo Nunes, a liberdade de expressão é clausula pétrea da Constituição e deve ser protegida. Dessa forma, a responsabilidade pela publicação de conteúdos é de quem causou o dano, ou seja, o usuário.

“A liberdade de expressão é pedra fundamental para necessária troca de ideias, que geram o desenvolvimento da sociedade, isto é, apenas por meio do debate livre de ideias, o indivíduo e a sociedade poderão se desenvolver em todos os campos do conhecimento humano”, afirmou.

Nas sessões anteriores, os ministros Flávio Dino,  Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia se manifestaram pela responsabilização. Os ministros André Mendonça e Edson Fachin votaram pela manutenção das atuais regras que impedem a responsabilização direta das redes.

Carmen Lúcia avaliou que houve uma transformação tecnológica desde 2014, quando a lei foi sancionada, e as plataformas viraram “donas das informações”. Segundo a ministra, as plataformas têm algoritmos que “não são transparentes”. 

Para Moraes, as big techs impõem seu modelo de negócio “agressivo”, sem respeitar as leis do Brasil, e não podem ser uma “terra sem lei”. No entendimento de Dino, o provedor de aplicações de internet poderá ser responsabilizado civilmente pelos danos decorrentes de conteúdos gerados por terceiros.

Gilmar Mendes considerou que o Artigo 19 é “ultrapassado” e que a regulamentação das redes sociais não representa ameaça à liberdade de expressão.

Cristiano Zanin votou pela inconstitucionalidade do artigo e afirmou que o dispositivo não é adequado para proteger os direitos fundamentais e impõe aos usuários o ônus de acionar o Judiciário em caso de postagens ofensivas e ilegais.

Os ministros Luiz Fux e Dias Toffoli votaram para permitir a exclusão de postagens ilegais por meio de notificações extrajudiciais, ou seja, pelos próprios atingidos, sem decisão judicial prévia.

Luís Roberto Barroso diz que a ordem judicial é necessária para a remoção somente de postagens de crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria”). Nos demais casos, como publicações antidemocráticas e terrorismo, por exemplo, a notificação extrajudicial é suficiente para a remoção de conteúdo, mas cabe às redes o dever de cuidado para avaliar as mensagens em desacordo com as políticas de publicação.

CASOS JULGADOS

O STF julgou dois casos concretos que envolvem o Marco Civil da Internet e que chegaram à Corte por meio de recursos. Na ação relatada pelo ministro Dias Toffoli, o tribunal julga a validade da regra que exige ordem judicial prévia para responsabilização dos provedores por atos ilícitos. O caso trata de um recurso do Facebook para derrubar decisão judicial que condenou a plataforma por danos morais pela criação de perfil falso de um usuário.

No processo relatado pelo ministro Luiz Fux, o STF discute se uma empresa que hospeda um site na internet deve fiscalizar conteúdos ofensivos e retirá-los do ar sem intervenção judicial. O recurso foi protocolado pelo Google.

A frase do dia

“Brasil, com 210 milhões de habitantes, terá 531 deputados. EUA, com 340 milhões, têm 435”.

Guga Chacra, jornalista