Lula na China: a vitória dos idiotas da mediocridade

O modelo da mídia tupiniquim não é mais o The New York Times, Financial Times, Reuters, BBC; são as mídias sociais

Por Luis Nassif

Quando o Brasil saiu da longa ditadura, especialmente depois que Lula assumiu a presidência, a informalidade tornou-se uma das ferramentas do soft power brasileiro. A informalidade de Lula cativou governantes de todos os quadrantes. Foi peça chave para a simpatia despertada em George Bush, pai. Na cerimônia de escolha do país-sede da Copa do Mundo, o Brasil ganhou da Espanha. Imediatamente Lula foi até o presidente espanhol José Luis Rodríguez Zapatero e deu-lhe um abraço de solidariedade. No final do ano, a mídia indagou de Zapatero qual seu momento mais emocionante. E ele mencionou o abraço de Lula.

O trabalho realizado por Domenico Di Masi sobre a Cara do Brasil, definiu como pontos centrais o Carnaval carioca e as festas populares do nordeste. A (falsa) democracia social das praias, mulheres bonitas, ritmos alegres, a informalidade contagiante do maior símbolo brasileiro nos Estados Unidos – Carmen Miranda – tudo isso contribuiu para fortalecer esse lado alegre do brasileiro.

Nos anos 2000-2010, praias francesas e italianas passaram a ostentar as cores verde-amarela. Na época, almocei com executivos de empresas italiana e francesa que me explicaram o motivo: a informalidade brasileira.

Apenas um invencível sentimento de viralatice, dos internacionalistas apud Miami, envergonham-se dessa informalidade.

Certa vez fui convidado para uma entrevista na MTV. Em determinada hora abriu-se o “momento de desancar Lula”. A apresentadora dizia do ridículo de Lula recomendando aos futuros turistas, que viriam para o Panamericano e para a Copa, evitarem ruelas escuras, por questão de segurança. “O presidente da República comportando-se como um guia turístico!”, comentou a âncora.

Na minha vez, falei do maior ativo brasileiro: a informalidade e o abraço. E dei como exemplo a cena de nascimento de Zé Carioca. Aparece Pato Donald na cena. Depois, um pincel vai construindo Zé Carioca. Quando termina o desenho, Zé Carioca ganha vida e dá um enorme abraço em Pato Donald – que recebe com os olhos esbugalhados de satisfação.

A reação enorme dos jornalistas brasileiro à tal fala de Janja, alertando para os problemas do TikTok obedecem ao chamado “apito de cachorro”, uma enorme bobagem ao qual aderiram jornalistas experientes. De repente, novas âncoras, baluartes do feminismo, renderam-se ao sexismo mais primário. Uma delas chegou a dizer que Janja abusava das intervenções porque seu marido, Lula, permitia. Natuza de Deus, até você?

Enviados especiais da Folha, um deles até pouco tempo atrás titular de uma excelente coluna sobre a imprensa mundial, deixaram de lado qualquer veleidade analítica e debruçaram-se sobre essa loucura, de Jecas envergonhados pelo suposto papelão de conterrâneos na China.

Tenho um aplicativo do The New York Times. Toda notícia que entra obedece ao conceito de relevância. É esse conceito que, para o bem ou para o mal, tornou a grande imprensa mundial co-partícipe na construção das grandes políticas públicas.

Hoje em dia, no Brasil, o modelo da mídia tupiniquim não é mais o The New York Times, Financial Times, Reuters, BBC; são as mídias sociais. Os idiotas da mediocridade venceram e passaram a dominar toda a cobertura. As poucas matérias analíticas ficam relegadas ao pé de página e longe das manchetes.

É A GEOPOLÍTICA, ESTÚPIDOS!

A diplomacia brasileira, de volta ao tabuleiro internacional depois da gestão terraplanista de Ernesto, tem uma estratégia mantendo a tradição do Itamaraty de não alinhamento automático. Na atual guerra das tarifas manteve-se equidistante, sem enfrentar Donald Trump e sem ceder às suas ameaças.

Em um momento em que a geopolítica mundial é revirada de ponta cabeça, há grandes possibilidades de alianças que, se bem conduzidas, permitirão um salto para o país. Com a desagregação do império norte-americano, o Brasil tornou-se um player cobiçado pela Europa, China, Rússia, Índia e todos os grandes países do globo.

A viagem de Lula à Rússia e à China fazem parte de uma estratégia maior, de tirar vantagens em um mundo em disputa. Foi a estratégia que permitiu ao país o grande salto de industrialização dos anos 30 e 40. Primeiro, conseguindo maquinário alemão, na base do escambo, de troca por alimentos, driblando a falta de divisas de ambos os países. Depois, aliando-se aos Estados Unidos e conseguindo o investimento libertador que permitiu a construção da Companhia Siderúrgica Nacional. Agora, tem-se um quadro muito mais complexo, em um mundo multipolarizado.

Em países desenvolvidos, a mídia corporativa é participante ativa na construção de políticas públicas, identificando os temas relevantes e contribuindo com opiniões consistentes, à altura dos atores envolvidos na história. Um jornal como The New York Times fala de igual para igual com a diplomacia e com o Departamento de Estado levantando fatos e análises.

O Brasil já tem um bom quadro de acadêmicos especializados em geopolítica. Mas a cobertura das viagens de Lula à China é de uma pobreza humilhante, com o uso do chamado “apito de cachorro”, fazendo com que a maioria absoluta dos jornalistas da imprensa corporativa se comportassem como meros repórteres de variedades, visando transformar a não-notícia em notícia.

Lula traz uma conjunto expressivo de vitórias.

  • Acordos comerciais e investimentos.
  • Fortalecimento da cooperação em infraestrutura.
  • Compromisso com o multilateralismo.
  • Promoção de nova governança global

Quem quis análises aprofundadas da viagem precisou ler a Reuters, a RTP (Rádio e Televisão de Portugal).

Há inúmeros temas relevantes a serem discutidos e questionados. Por exemplo, nos investimentos em ferrovias, qual a parte que caberá à indústria brasileira, tanto a ferroviária quanto a siderúrgica? Na vida de montadoras chinesas ao país, quais os compromissos fechados sobre a nacionalização da indústria de componentes e a transferência de tecnologia? Nos acordos de pesquisa conjunto, como assegurar o aproveitamento dos resultados por empresas brasileiras?

Mas por aqui, foi um horror de cobertura, oscilando entre as críticas à Lula por ter ido a países não democráticos, e a fala de Janja no jantar.

Globonews quase conseguiu aumentar o período de prisão de Lula

Do Jornal GGN

Meu artigo sobre as 4 jornalistas do impeachment despertou lembranças em outros colegas. E recebi o seguinte depoimento de colega. Uma das grandes tacadas da Lava Jato, visando ampliar o período de prisão de Lula, ocorreu usando a repórter Andrea Sadi, da Globonews.

Lula já estava com a prisão decretada, acampado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Na frente, uma multidão solidária a Lula. A caminho de São Bernardo, um carro com uma jornalista e o advogado Marco Aurélio de Carvalho, quando a jornalista Andrea Sadi deu a notícia de que Lula resistiria à prisão. 

Não era verdade. Lula já tinha acertado com seus advogados que se entregaria. Mas a notícia tinha dois desdobramentos terríveis. O primeiro, a possibilidade de se ordenar a invasão da sede do Sindicato pela Polícia Federal. A segunda, do juiz Sérgio Moro ordenar uma condução humilhante de Lula.

Imediatamente, entraram em contato com Sadi, para que desmentisse a notícia, mas ela se recusou. Liguei para Marco Aurélio para saber o desfecho da história. Quem evitou o desastre foi a jornalista Natuza Nery. Marco ligou para ela que, imediatamente, desmentiu a notícia, desmanchando a trama.

Atuação de Eduardo nos EUA pode agilizar a prisão de Jair Bolsonaro

Confissão de que Jair está bancando o filho no exterior para atuar contra o país e Alexandre de Moraes pode configurar obstrução de Justiça

Por Camila Bezerra

O ex-presidente Jair Bolsonaro pode ter os bens bloqueados por sustentar as ações contra o país anunciadas pelo filho Eduardo, radicado nos Estados Unidos. Na última semana, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado deu início a uma campanha de arrecadação para o Pix de Jair Bolsonaro, uma vez que não é barato morar nos EUA e, por isso, o pai estaria sustentando Eduardo e sua família. 

Da vaquinha anterior, quando o clã arrecadoi R$ 17 milhões, Bolsonaro já teria gastado R$ 8 milhões. Parte do dinheiro foi enviada para Eduardo, para que o deputado federal licenciado articule sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, pelo governo de Donald Trump.

Para o historiador e cientista político Carlito Neto, o que Eduardo está fazendo é agilizar a prisão do próprio pai, tendo em vista que tal atuação configura novos crimes. A Jair Bolsonaro, membros do Centrão já tinham adiantado que até o final de julho o ex-presidente da República estaria preso. 

“O que o Eduardo Bolsonaro esqueceu é que ao fazer o que ele está fazendo, ele está complicando a situação do próprio pai. Porque há muito tempo Bolsonaro já preenchia os critérios técnicos presentes no artigo 312 do Código de Processo Penal para ter a prisão preventiva decretada contra ele”, explica o historiador. 

Ainda que Jair já tenha elementos suficientes para ser preso, o cientista político afirma que, por conta do preciosismo do STF e da Procuradoria Geral da República (PGR), o ex-presidente segue em liberdade. 

Mas quando Eduardo faz um vídeo para dizer que não voltará ao Brasil porque sua principal função agora é atuar nos EUA para punir os “algozes” do pai, investigado por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes, ele complica ainda mais a situação do patriarca do próprio clã.

“O que o Ministério Público entendeu: ‘peraí, ele tá lá procurando punição contra nós, para impedir que o devido processo seja cumprido e que aquele que cometeu o crime seja julgado, quando ele [Jair] está admitindo que está bancando essa ação?’ Pode ter a prisão de Jair Bolsonaro a qualquer momento”, continua Carlito Neto. 

O entrevistado do programa TVGGN 20H da última terça-feira (27) acredita que Jair não passará o Dia dos Namorados com a esposa, Michelle. “A denúncia é robusta, porque estaria sendo cometido, em tese, o crime do Eduardo Bolsonaro de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, previsto no artigo 359L”, observa Neto. 

As declarações de Eduardo podem configurar ainda a tese de obstrução de Justiça, uma vez que ele admitiu publicamente querer atrapalhar, embaraçar e impedir que Jair seja responsabilizado.

“Se ele continuar fazendo  o que ele está fazendo, o pai dele vai ser preso, provavelmente vai morrer na cadeia e ele não vai nem poder vir ao Brasil para o enterro do pai. É o que vai acabar acontecendo”, conclui o historiador.

Depois de anunciar Matheus Davó, Remo mira em Paulinho Boia

O Remo anunciou na terça-feira (27) a contratação do atacante Matheus Davó, que defendia o Mirassol. Sua apresentação deve ocorrer ainda nesta semana em Belém para realizar exames e assinar contrato para a sequência da Série B. O Remo adquiriu 60% dos direitos federativos do jogador, que pertencia ao Cruzeiro. Ele assinará contrato com validade até abril de 2026, com possibilidade de ampliação do vínculo em caso de acesso à Primeira Divisão.

O interesse na contratação de Davó havia sido admitido tanto pelo técnico Daniel Paulista, em entrevista coletiva no último dia 23, como pelo executivo de futebol Sérgio Chapelin, que havia revelado que o negócio estava bem adiantado.

Atacante habilidoso e que atua pelos lados do campo, Matheus Davó estava no Mirassol, disputando a Série A do Brasileiro. No clube paulista, ele fez 10 jogos e marcou um gol. Acumula passagens por América-MG, Cruzeiro, Bahia, Corinthians, São Bernardo, Guarani (na base e profissional) e Philadelphia Union, dos Estados Unidos.

O novo contratado azulino poderá estrear a partir do dia 2 de julho, quando abre a janela de transferências do Mundial de Clubes, e irá reforçar o setor ofensivo, que já conta com Adailton, Felipe Vizeu, Gabryel Martins, Maxwell (lesionado), Pedro Rocha, PH e Ytalo.

PAULINHO BOIA NA MIRA

Outro nome que está próximo de acordo com o Remo é o atacante Paulinho Bóia, que no ano passado defendeu o PSC. Ele estava no Nacional da Ilha da Madeira (Portugal) e é disputado também por outras equipes da Série B, casos do PSC e Avaí. A proposta azulina foi oficializada junto aos empresários do atleta.

Aos 26 anos, Bóia acumula experiências no futebol brasileiro, europeu e asiático. No primeiro semestre, realizou 15 jogos, marcou 1 gol e deu 1 assistência pelo Nacional-POR.

Genocídio em Gaza: ataques de Israel já mataram mais de 54 mil

Anúncio marca 600º dia de massacre no enclave desde 7 de outubro de 2023; Hamas convoca ‘ações globais’ para condenar Tel Aviv

Do Opera Mundi

O número de palestinos mortos em decorrência do massacre promovido por Israel na Faixa de Gaza, iniciado em 7 de outubro de 2023, ultrapassou a marca de 54 mil nesta terça-feira (27/05), data que também marca o 600ª dia do genocídio em curso no enclave. 

Em comunicado, o Ministério da Saúde local divulgou que 79 corpos foram transferidos para hospitais nas últimas 24 horas, enquanto 163 ficaram feridos em ataques israelenses. No total registrado, pelo menos 54.056 pessoas foram assassinadas pelo exército de Tel Aviv, enquanto 123.129 ficaram feridas, desde o início das operações de ocupação.

“Muitas vítimas ainda estão presas sob os escombros e nas estradas, pois as equipes de resgate não conseguem alcançá-las”, acrescentou a pasta.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) retomaram seus ataques a Gaza em 18 de março, após violarem o acordo de cessar-fogo e libertação de reféns estabelecido com o Hamas, que entrou em vigor em janeiro. Desde então, as tropas intensificaram suas ofensivas e mataram ao menos 3.901 pessoas, além de ferir mais de 11 mil.

Nesta terça-feira, o Hamas pediu a organizações e instituições em todo o mundo que “intensifiquem todas as formas de ações globais” para condenar Israel, no âmbito do 600ª dia do genocídio conduzido por Tel Aviv no enclave. Em comunicado, o grupo palestino acusou o regime de Benjamin Netanyahu de estar realizando um “Holocausto sionista” contra os palestinos em Gaza, e convocou protestos na esfera global entre sexta-feira (30/05) e domingo (01/06).

“A ocupação sionista continua sua guerra brutal de genocídio e fome contra civis, crianças e mulheres indefesos”, afirma a nota, pedindo “indignação global” por meio de marchas, manifestações e mobilização pública em cidades de todo o mundo.

No dia anterior, o Hamas concordou com uma proposta apresentada pelos Estados Unidos para um cessar-fogo de 70 dias em Gaza, que prevê também a libertação de 10 prisioneiros israelenses em troca de uma suspensão temporária dos ataques sionistas e a libertação de reféns palestinos. Entretanto, Israel rejeitou o plano, segundo o jornal The Times of Israel, citando uma autoridade próxima às negociações.

COP30: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação apresenta propostas estratégicas

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, se reuniu na sexta-feira (23) com o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), para discutir a participação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no evento, marcado para ocorrer em novembro deste ano, em Belém (PA).

Durante a reunião, a ministra Luciana Santos apresentou diversas iniciativas e projetos em que a pasta está investindo na região amazônica como o programa Pró-Amazônia, um dos eixos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

“Na próxima reunião do FNDCT, que vai acontecer este mês, será aprovado mais um eixo estratégico, o de mudança do clima e aquecimento global”, acrescentou a ministra. Entre outros investimentos também estão as pesquisas em rede, as pesquisas com os países amazônicos e as Infovias de integração de cabos subterrâneos de fibra óptica feitas pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).

Também foi apresentado ao embaixador o AmazonFace, experimento realizado em parceria com Reino Unido, que está previsto para ser inaugurado em outubro de 2025. O objetivo do projeto é investigar como a floresta amazônica irá responder ao aumento do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, previsto para o futuro.

“É um experimento único no mundo. É um trabalho muito meticuloso para simular o aumento de CO₂ na floresta e fazer a avaliação de como o bioma vai reagir no futuro”, explicou a ministra.

Luciana Santos também ressaltou o programa de bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para pesquisadores da Amazônia, por meio de chamadas públicas visando apoiar projetos que abordem questões locais e globais relacionadas ao meio ambiente e mudanças climáticas.

Ações do MCTI para a COP30 

A pasta está preparando uma série de iniciativas focadas na contribuição científica do Brasil para o enfrentamento das mudanças climáticas. A ministra detalhou a criação de um Grupo de Trabalho que já recebeu mais de 600 propostas a serem debatidas na COP30, provenientes de unidades de pesquisa, instituições vinculadas e departamentos finalísticos do MCTI.

As propostas foram agrupadas em eixos temáticos que farão parte do evento “Espaço da Ciência do Brasil”, que será realizado no Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) durante o evento da ONU. O local contará com reuniões, mesas-redondas e discussões sobre setores estratégicos das mudanças climáticas, como o uso sustentável da Amazônia, o papel da ciência e da tecnologia no combate ao aquecimento global e as políticas públicas necessárias para enfrentar os desafios ambientais.

“São muitas contribuições para mostrar como a ciência está contribuindo para o enfrentamento das mudanças do clima”, disse Luciana.

Além disso, o MCTI lançará um livro que vai destacará as contribuições da ciência na identificação dos impactos das mudanças climáticas no Brasil e projetar os efeitos futuros. O livro também servirá como um guia para a formulação de políticas públicas eficazes para mitigar os impactos ambientais nas próximas décadas.

O embaixador André Corrêa do Lago explicou como será o espaço brasileiro no pavilhão da COP30. Ele acredita que o MCTI terá um espaço amplo no debate dentro da agenda oficial do evento. “Teremos um pavilhão brasileiro na área Azul, um pavilhão brasileiro na área verde, que será aberto ao público. E estamos criando salas temáticas (energia, floresta, agricultura, cidades e temas transversais) que estarão relacionados aos estudos científicos relacionados ao ministério”, finalizou o embaixador.

Também participaram da reunião a secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Andrea Latgé, o diretor do Departamento de Clima e Sustentabilidade, Osvaldo Moraes, o subsecretário de Ciência e Tecnologia para a Amazônia, Eliomar da Cunha, e o chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais da pasta, Carlos Matsumoto.

Eletrobras paga cerca de R$ 200 milhões ao Pará em royalties pelo uso da água na geração hidrelétrica

As usinas operadas pela Eletrobras destinaram, em um ano, aproximadamente R$ 200 milhões ao Estado do Pará. Deste montante, R$ 143,5 milhões foram repassados a municípios e R$ 55,2 milhões ao governo estadual. Os recursos, referentes ao ano de 2024, são referentes à chamada Compensação Financeira pela utilização dos Recursos Hídricos para Fins de Geração de Energia Elétrica, a CFURH. O pagamento funciona como uma espécie royalty pelo uso da água na geração de energia elétrica.
As cidades mais beneficiadas foram Novo Repartimento que recebeu R$ 39,6 milhões, Altamira com R$ 21 milhões, Vitória do Xingu com R$ 20,3 milhões, Tucuruí com R$ 17 milhões e Goianésia do Pará que recebeu R$ 15 milhões dos recursos. Os valores são provenientes da geração de energia das usinas de Tucuruí e Teles Pires, operadas integralmente pela Eletrobras, além de Belo
Monte e São Manoel, onde a empresa tem participação.
De acordo com o vice-presidente de Regulação, Institucional e Mercado da Eletrobras, Rodrigo Limp, a distribuição de recursos contribui com as regiões em que a empresa atua. “A Eletrobras, além de ser a maior geradora e transmissora de energia elétrica do país, tem um papel fundamental no desenvolvimento do Brasil. Nossas operações garantem segurança energética
e, por meio da CFURH, contribuímos diretamente com os estados e municípios que estão nas áreas de influência das nossas usinas. Essa compensação fortalece os orçamentos locais, permitindo investimentos que impactam positivamente a vida da população”, afirma o executivo.
A legislação estabelece que parte da receita gerada pela produção de energia elétrica seja repassada a estados e municípios com reservatórios de usinas hidrelétricas. Do total arrecadado, 65% são destinados aos municípios impactados pelos reservatórios, conforme a área alagada, enquanto 25% vão para os estados. Os 10% restantes são distribuídos a órgãos federais para
aplicação em políticas de meio ambiente e ciência e tecnologia. O recurso é utilizado para reforçar o orçamento público e pode ser aplicado em áreas como infraestrutura, educação e saúde.
Em 2024, a Eletrobras destinou mais de R$ 930 milhões a essa compensação. O Pará foi o Estado mais beneficiado com esses recursos da empresa.

A paisagem (e os riscos) da janela

POR GERSON NOGUEIRA

A diretoria do Paysandu e o técnico Luizinho Lopes agarram-se à próxima “janela” de contratações como a grande esperança de redenção dentro do Brasileiro da Série B. É natural que haja essa expectativa, afinal o elenco é curto – e ficou ainda mais com a maratona de jogos – e precisa urgentemente de reforços. A campanha é fraca, muito abaixo das previsões, o que obriga o clube a apostar todas as fichas nas contratações que o treinador tanto precisa e cobra.

Há, porém, algo que merece ser ponderado. A janela, que vai de 2 a 10 de junho, não pode se transformar em panaceia para o Papão. É possível que torne o elenco mais rico qualitativamente, mas não é um tiro certo. Existe sempre o risco de frustrações com as aquisições prometidas – sete no total, segundo informação do presidente Roger Aguilera.

Serão sete chances para virar a chave e fazer com que o time finalmente reaja na Série B. É uma tremenda responsabilidade sobre os jogadores que irão chegar, alguns provavelmente ainda fora das condições ideais. Por parte do torcedor, que reza dia e noite pela chegada da janela, é prudente ter cautela em relação aos reforços.

Por outro lado, os jogadores disponíveis nem sempre são de qualidade indiscutível. Ao mesmo tempo, alguns dos atletas sondados já demonstraram pouco interesse em fechar contrato com um clube em crise, e sob risco de rebaixamento – sim, embora distante, a ameaça existe. O atacante Junior Todynho, do Vila Nova, foi procurado e decidiu ficar por lá mesmo. Thiago Heleno, veterano zagueiro que jogou pelo Atlético-PR, também faz suspense.

Na lanterna e sem conseguir vencer na competição, após nove rodadas, a crise se instalou no PSC. Para sair dessa situação, a alternativa é contratar – e o desafio é contratar bem. Roger Aguilera, na entrevista de segunda-feira (26), pretende trazer um total de até sete jogadores: “Estamos fazendo todo o esforço. Outros atletas deverão sair. Vamos compor esse orçamento e vamos buscar atletas que venham para somar, jogar e buscar a titularidade”.

Ao mesmo tempo em que anunciou o volante Ronaldo Henrique, ex-Avaí, o PSC definiu as saídas de Giovanni e Espinoza. Nicolas, segundo o presidente, também pode sair.

Por conta das dificuldades enfrentadas desde que assumiu, o técnico Luizinho Lopes foi preservado no cargo. Dispensá-lo seria incoerente, avalia Roger corretamente, mas o próprio Luizinho sabe que ganhou um voto de confiança, que será posto à prova no desdobramento da campanha pós-janela. Com os reforços, ele terá a obrigação de iniciar uma reação imediata em busca dos pontos para fugir à zona de rebaixamento.

Até porque esperar pela janela seguinte, que abre em 10 de julho e vai até 2 de setembro, seria brincar excessivamente com o perigo, ainda mais para times que estão na parte inferior da tabela de classificação e precisam se salvar.

(Fotos: Matheus Vieira e Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

Poucas novidades na convocação inicial de Carlo Ancelotti para a Seleção Brasileira

O novo técnico da Seleção Brasileira, Carlo Ancelotti, anunciou nesta segunda-feira (26) sua primeira convocação, um dia após chegar ao Brasil. Destaques para o retorno de Casemiro, a chamada do corintiano Hugo Souza e a ausência de Neymar, que só voltou a jogar recentemente pelo Santos. No geral, uma lista de nomes previsível e até conservadora.

Também chamou a atenção o retorno do atacante Richarlison, do Tottenham Hostpur, com quem o treinador italiano possui ótima relação. Antes da convocação, ele se disse muito feliz por ter sido o escolhido para comandar “a maior seleção do mundo”.

A lista conta com surpreendentes cinco nomes do Flamengo, vice-líder da Série A, incluindo Léo Ortiz, Alexsandro e Danilo, que é reserva no time rubro-negro. Do futebol nacional, há ainda uma dupla de times paulistas: Corinthians e Palmeiras. Em certo sentido, a lista reflete mais o papel da comissão técnica brasileira do que propriamente escolhas do técnico.

“Primeiras impressões muito bonitas. É uma honra e um orgulho comandar a maior seleção do mundo. Tenho adiante um grande trabalho, tenho muita ilusão para que o Brasil volte a ser campeão. Vamos juntos, precisamos de todos vocês. Fui recebido com muito carinho desde a primeira vez, estou muito feliz. Estou muito animado”, disse.

“É um trabalho de muita responsabilidade. Quero agradecer à CBF para me trazer para cá, agradecer ao Real Madrid por me dar a oportunidade de negociar com a CBF. Estou muito contente, muito feliz. O desafio é muito grande. Eu sempre tive uma conexão especial com esse país. A recepção de ontem, de hoje foi muito especial. Tentarei entregar um trabalho de nível máximo”, completou.

A estreia de Ancelotti no comando da Seleção será em 5 de junho, contra o Equador, no estádio Monumental de Guayaquil, às 20h (de Brasília). A partida será válida pela 15ª rodada das eliminatórias da Copa 2026. Já o primeiro contato com a torcida brasileira será em 10 de junho, contra o Paraguai, na Neo Química Arena, às 21h45 (de Brasília), pela 16ª rodada do qualificatório.

OS CONVOCADOS

GOLEIROS

  • Alisson (Liverpool)
  • Bento (Al Nassr)
  • Hugo Souza (Corinthians)

DEFENSORES

  • Alex Sandro (Flamengo)
  • Alexsandro (Lille)
  • Beraldo (PSG)
  • Carlos Augusto (Inter de Milão)
  • Danilo (Flamengo)
  • Léo Ortiz (Flamengo)
  • Marquinhos (PSG)
  • Vanderson (Monaco)
  • Wesley (Flamengo)

MEIO-CAMPISTAS

  • Andreas Pereira (Fulham)
  • Andrey Santos (Strasbourg)
  • Bruno Guimarães (Newcastle)
  • Casemiro (Manchester United)
  • Éderson (Atalanta)
  • Gerson (Flamengo)

ATACANTES

  • Antony (Betis)
  • Estêvão (Palmeiras)
  • Gabriel Martinelli (Arsenal)
  • Matheus Cunha (Wolverhampton)
  • Raphinha (Barcelona)
  • Richarlison (Tottenham Hotspur)
  • Vinicius Jr. (Real Madrid)

Papão sofre virada do Novorizontino e cai para a lanterna da Série B

O Novorizontino superou o Paysandu de virada, por 3 a 1, na tarde deste domingo (25), pela 9ª rodada da Série B do Brasileiro. A partida foi disputada no estádio Jorjão, em Novo Horizonte (SP). O Papão abriu o placar, com André Lima, mas o Tigre contou com Nathan Fogaça, que marcou três vezes mais: o camisa 99 fez um hat-trick (o primeiro de sua carreira) e liderou a reação vitoriosa da equipe. Foi a nona partida sem vitória do time paraense na Série B.

O Novorizontino começou melhor, mas o Papão foi mais objetivo e abriu o placar logo aos 12 minutos. Em contra-ataque pela esquerda, Borasi chutou em cima da defesa e, após corte parcial, o volante André Lima emendou de primeira de fora da área: 1 a 0.

O gol abalou o time da casa, mas aos poucos o Tigre foi se recompondo e chegou ao empate logo aos 26 minutos. Marlon avançou sobre a zaga do PSC, passou pelo lateral PK e cruzou para Nathan Fogaça desviar de cabeça, sem chances para Matheus Nogueira.

Na etapa final, o Novorizontino aproveitou uma falha bisonha dos zagueiros na saída de bola e chegou à virada, aos 14 minutos. Marlon ficou com a bola e tocou para Oscar Ruíz, que deixou Nathan Fogaça livre para fazer o segundo gol. O Papão tentou sair do sufoco e arriscou dois chutes perigosos de fora da área, com Marcelinho e Matheus Vargas.

Mas, aos 36′, Nathan Fogaça aproveitou um corte errado de Luan Freitas após cruzamento de Waguininho e acertou um chute de primeira na gaveta, decretando o placar final de 3 a 1.

Com o resultado, o PSC volta a ocupar a lanterna do Campeonato Brasileiro, com 4 pontos. O Novorizontino avançou para o 5º lugar, com 16 pontos.

LUIZINHO COMENTA A DERROTA

Na entrevista coletiva após a derrota por 3 a 1 para o Tigre, o técnico Luizinho Lopes citou a falta de opções no banco, observou o desgaste a que seus jogadores têm sido submetidos e como isso foi determinante para a quinta derrota do Papão na Série B:

“Longe de ser desculpa falar do impacto real, mas não tínhamos nenhum meio-campista no banco, nem volante. O Vilela sentiu um desgaste no adutor. Nós já estávamos defendendo com três, construindo em alguns momentos com cinco. O Vilela estava fazendo aquela entrada. Então, colocamos o Luan Freitas. Impacta, porque um jogo de Série B desse nível, com um time tão competitivo, que tem um elenco tão forte, se você olhar as trocas, você percebe que é um elenco extremamente forte”, disse Luizinho.

Leão empata a primeira em casa, mas mantém invencibilidade na Série B

O Remo cedeu seu primeiro empate como mandante, na tarde deste sábado (24), diante do Volta Redonda. A partida terminou em 1 a 1 no Mangueirão, valendo pela 9ª rodada da Série B. Os dois gols saíram no 1º tempo. Apesar de perder a campanha 100% em casa, o Leão continua invicto na competição e na parte de cima da tabela, agora com 17 pontos.

O Voltaço surpreendeu, marcando sob pressão e atacando nos primeiros minutos. Aos 14′, Caio Vinicius se lesionou e o técnico Daniel Paulista colocou Régis em seu lugar. O Voltaço continuou botando pressão e chegou ao gol, aos 30 minutos, através de Sanchez, que escorou um cruzamento de Jhonny.

A resposta azulina foi contundente. Aos 34′, Pedro Rocha entrou na área e bateu fora do alcance de Jean Drosny, após receber um passe de letra do meia Régis. Após o empate, o Remo fechou o cerco em torno da área, mas não conseguiu a virada. Aos 43′, Pedro Rocha teve grande chance, mas desperdiçou na pequena área um cruzamento perfeito de Sávio.

Na etapa final, o visitante continuou criando embaraços para a zaga azulina. Robinho e Sanchez finalizaram com perigo. Aos 10′, Sávio cobrou falta e a bola bateu na trave. Aos 36′, Janderson emendou de fora da área, mas Drosny defendeu bem. Aos 43, André Luiz chutou forte, mas a bola saiu rente à trave.

Mais de 30 mil pessoas acompanharam o jogo no Mangueirão.

Técnico azulino prevê dificuldades diante do Volta Redonda, hoje, no Mangueirão

“Quando você frequenta e anda entre os melhores, entre as primeiras colocações, naturalmente chama mais atenção dos adversários, da mídia, passa a ser mais visado, a ser mais estudado, mais respeitado, inclusive, dentro das próprias partidas. E a questão da invencibilidade, nós aqui dentro trabalhamos com normalidade, trabalhamos cada partida como se fosse a mais decisiva, mais importante para nós. E é dessa forma que nós estamos encarando a equipe do Volta Redonda, sabendo que os mesmos três pontos que valem na primeira rodada são agora contra o Volta. E temos que trabalhar, lutar muito, se dedicar para tentar alcançar esses três pontos que vão ser muito importantes para nós na competição”, afirmou em entrevista o técnico Daniel Paulista, do Remo, a respeito do jogo deste sábado (18h), em Belém, contra o Volta Redonda.

Para Daniel, o Voltaço, mesmo posicionado no Z4 com apenas 6 pontos, é um adversário capaz de criar dificuldades para o invicto Remo, que tem 16 pontos e ambiciona avançar na classificação dentro do G4. O visitante atravessa seu melhor momento na competição, estando há três jogos sem perder.

“A semana foi muito boa para o trabalho. Estamos muito confiantes pelo momento, pelo que a equipe vem produzindo, pelo rendimento que a equipe vem tendo. O Volta Redonda é uma equipe que vem nas últimas partidas, crescendo muito de produção, haja vista que nos últimos nove pontos, conquistou cinco. Então, merece todo o nosso respeito. E nós estamos trabalhando muito, vamos ter que jogar bastante, com intensidade, muita força, dentro, lógico, do nosso modelo de jogo, para que tenhamos condições de buscar mais uma vitória, que é o que nós vamos tentar fazer”, afirmou Daniel.

O Leão chega à 9ª rodada da competição nacional com 100% nos jogos que fez no estádio Mangueirão: foram quatro vitórias, sem tomar gols. Daniel Paulista aponta para a força que o Fenômeno Azul pode dar ao Leão dentro de campo. Um público superior a 25 mil pagantes é aguardado para o confronto entre Remo e Volta Redonda.

Provável time azulino: Marcelo Rangel; Kadu, Klaus, Reynaldo, Alvariño e Sávio; Caio Vinícius, Pedro Castro e Pavani; Pedro Rocha e Adailton (Felipe Vizeu).

(Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)