PSG massacra Inter, ganha Champions e garante tríplice coroa, feito que nem o Real alcançou

Mais do que conquistar a Champions League pela primeira vez na história, o PSG garantiu também um feito na Europa que poucos podem se gabar de ter – e o Real Madrid não é um deles. O time de Luis Enrique é o 11º a ganhar a Tríplice Coroa, que consiste em ser campeão do campeonato nacional, da copa local e do maior torneio continental em uma mesma temporada.

O PSG fez isso em grande estilo. Garantiu primeiro o título da Ligue 1 com seis rodadas de antecedência, depois venceu o Reims por 3 a 0 na final da Copa da França e por último levantou a Champions League contra a Inter de Milão, neste sábado (31), em Munique.

Até hoje, apenas dois clubes ganharam a Tríplice Coroa mais de uma vez: Bayern de Munique e Barcelona. Em uma das conquistas do Barça, por sinal, Luis Enrique era o técnico, em 2014/15. Agora no PSG, ele volta a repetir isso e se iguala a Pep Guardiola, que atingiu o feito pelo Barcelona, em 2009, e pelo Manchester City, em 2023.

UM MASSACRE EM MUNIQUE

O Paris Saint-Germain massacrou a Inter de Milão ao vencer por 5 a 0 a grande final realizada neste sábado (31), na Allianz Arena, em Munique, na Alemanha. Herói da noite, Doué anotou dois gols e ainda deu uma assistência. Hakimi, Kvaratskhelia e Mayulu completaram o placar para os franceses, que levantaram a Champions pela primeira vez na história – e com direito a maior goleada já vista em uma decisão do torneio.

Em busca do título inédito, o PSG começou ditando o ritmo do jogo, enquanto a Inter, campeã pela última – e única – em 2009/10, se fechou. Até que aos 11 minutos, Doué tocou na medida para Hakimi, que abriu o placar para os franceses e ainda fez valer a ”lei do ex”. O marroquino, inclusive, sequer comemorou ao balançar as redes.

Sem dar qualquer chance de reação aos italianos, o PSG ampliou. Em um belo contra-ataque, Doué recebeu de Dembélé e chutou forte para fazer 2 a 0, aos 19. A Inter sentiu o golpe e viu o adversário continuar empilhando chances de fazer mais um. Não à toa, foram 13 finalizações dos franceses contra apenas duas dos italianos na etapa inicial.

Já nos acréscimos, o time parisiense ficou muito perto do terceiro após cobrança de escanteio de Dembélé e uma cabeçada de Kvaratskhelia, que passou bem perto do gol.

No 2º tempo, o roteiro se repetiu: o PSG continuou dando aula de futebol contra uma Inter que não ofereceu nenhuma resistência. Após boas oportunidades desperdiçadas, Doué bateu de primeira para fazer o seu segundo no jogo e o terceiro do time parisiense. E ainda deu tempo para mais!

Aos 27, Kvaratskhelia saiu sozinho com Sommer e bateu para colocar a mão na taça. O quinto do PSG só não saiu aos 35 dos pés de Barcola, porque o atacante inacreditavelmente errou o alvo e mandou pela rede pelo lado de fora. No entanto, cinco minutos depois, ele veio.

Dessa vez, Mayulu, que tinha acabado de entrar em campo, tabelou com Barcola e chutou forte para fazer 5 a 0, a maior goleada de uma final de Champions na história.

MAIS TRÊS CLASSIFICAÇÕES

Mais novo campeão europeu, ao golear a Inter de Milão por 5 a 0 neste sábado (31), em Munique, o PSG se garantiu na disputa de três novos títulos – com chance de encarar equipes brasileiras em dois deles. A conquista da Champions League deu ao time francês a classificação direta à Copa Intercontinental, a ser disputada em dezembro de 2025, e também ao próximo Mundial de Clubes, em 2029.

O Intercontinental acontece de 10 a 17 de dezembro e reunirá os campeões de Europa, América do Sul, América Central, África, Ásia e Oceania. Será a segunda edição do torneio, que foi disputado e ganho pelo Real Madrid em 2024.

Para este ano, além do PSG, estão confirmados também o Al Ahli (Arábia Saudita) e o Auckland City (Austrália). Mamelodi Sundowns (África do Sul) e Pyramids (Egito) decidem o título da África, enquanto Cruz Azul (México) e Vancouver Whitecaps (Canadá) duelam pelo troféu da Concacaf. O último classificado será o campeão da Conmebol Libertadores.

Além do Intercontinental, o PSG garantiu vaga no Mundial de 2029, pelo critério de classificação da Fifa. Não há data e nem sede definidas, mas os franceses estão confirmados como os primeiros da Europa. O clube, vale lembrar, também jogará o torneio em 2025 e vai encarar Atlético de Madrid, Botafogo e Seattle Sounders na fase de grupos.

A última disputa de título garantida pelo PSG acontece em 13 de agosto: a Supercopa da Uefa. Vencedor da Champions League, o time de Luis Enrique mede forças com o Tottenham, que conquistou a Europa League, em Udine, na Itália.

(Com informações da ESPN, Marca e Lance)

Marcos Braz é anunciado como novo executivo de futebol do Remo

Um dia depois do anúncio da saída de Sérgio Papellin, o Remo já tem um novo executivo de futebol: é o ex-vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz. A notícia foi divulgada em primeira mão, na tarde deste sábado, pelo DIÁRIO, que obteve a informação junto a uma fonte ligada à diretoria do Remo, que confirmou a contratação do dirigente carioca para o cargo antes ocupado por Papellin, que está retornando ao Fortaleza.

Além de ter seu nome cogitado no Remo, o nome de Marcos Braz foi citado como na mira do Santos, que também procura um novo executivo de futebol. Entre os azulinos, a opção por Marcos Braz dividia opiniões. As principais dúvidas dizem respeito à falta de experiência anterior do ex-dirigente rubro-negro como executivo de futebol. Apesar disso, sua passagem marcante pela diretoria do Flamengo é vista como positiva.

O perfil oficial do Remo no Instagram confirmou a contratação de Marcos Braz.

Alepa homenageia 97 anos de fundação da Rádio Clube do Pará

A Assembleia Legislativa do Estado do Pará realizou, na quinta-feira (29), uma sessão solene em homenagem aos 97 anos de fundação da Rádio Clube do Pará. A cerimônia, aprovada por unanimidade pelos parlamentares, foi conduzida pelo deputado Ronie Silva (MDB).

Compuseram a mesa os seguintes convidados: Camilo Centeno, presidente do Grupo RBA de Comunicação; Nonato Cavalcante, diretor de jornalismo e promoção da Rádio Clube; Guilherme Guerreiro, diretor de esportes; Gleydson Souza, coordenador de jornalismo e programação; e Giuseppe Tomaso, coordenador de esportes. 

O deputado Ronie destacou que a emissora se aproxima dos 100 anos de história mantendo a liderança e oferecendo produtos de qualidade ao público paraense. “Homenagear os 97 anos da Rádio Clube, um verdadeiro ícone do nosso povo, é motivo de alegria. A Clube tem sido exemplo de excelência, seja no jornalismo, no esporte ou no entretenimento. Mesmo com os avanços das mídias digitais, segue ativa e entre as rádios mais ouvidas do Brasil”, afirmou o deputado.

Camilo Centeno agradeceu, em nome de toda a equipe, a homenagem recebida na sede do Poder Legislativo. “Gostaria de agradecer aos 41 parlamentares da Alepa por esta linda homenagem à nossa tão amada Rádio Clube”, declarou o presidente do Grupo RBA.

Ele ressaltou que os principais pilares da emissora são o investimento em tecnologia e a valorização da equipe. “Valorizamos nosso elenco de profissionais e apostamos continuamente em inovação. Isso tem nos levado a alcançar até 80% de audiência nos dias de clássicos do futebol”, afirmou Centeno. 

Guilherme Guerreiro enfatizou que a Rádio já vive a expectativa pelo seu centenário. “2025 marca o início da contagem regressiva para a comemoração dos 100 anos desse veículo, que é considerado um patrimônio do nosso Estado. A Clube é de vanguarda, olha para o futuro sem esquecer o passado e incorpora, ano após ano, as ferramentas digitais à sua programação, oferecendo o melhor conteúdo ao público fiel que nos acompanha no Pará e no mundo, por meio da Web”, disse. 

O coordenador de jornalismo e programação, Glaydson Souza faz parte da nova geração da Rádio Clube e destaca o compromisso que o veículo tem com a verdade. “São quase 100 anos de história e credibilidade que nos inspiram a manter viva a essência do rádio: informar com responsabilidade, apurar com seriedade e respeitar quem nos ouve. Num tempo em que a desinformação se espalha com facilidade, nosso maior desafio é entregar um jornalismo ágil, mas sem abrir mão da verdade. A Clube vive um novo ciclo — e nós seguimos firmes, honrando o passado e construindo o futuro com compromisso e paixão pelo que fazemos”, destacou o jornalista.

Ao final da cerimônia, o Poder Legislativo entregou diplomas aos convidados presentes, em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados à comunicação paraense ao longo desses 97 anos. 

HISTÓRIA DA EMISSORA PIONEIRA

A Rádio Clube é uma das emissoras mais antigas em atividade no Brasil. Fundada em 22 de abril de 1928 por Roberto Camelier, Eriberto Pio e Edgar Proença, surgiu cinco anos após a criação da primeira rádio brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.

A Clube foi pioneira na transmissão esportiva na Região Norte, sendo a primeira a narrar uma partida de futebol, em 1935. Também foi a primeira da região a transmitir uma final de Copa do Mundo, em 1950, entre Brasil e Uruguai.

(Fotos: Balthazar Costa – AID/Alepa)

Deputados aprovam projetos de modernização da Semas e da Polícia Civil

Os deputados da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) aprovaram por unanimidade, na manhã desta terça-feira (27), o Projeto de Lei (PL) nº 310/2025, de autoria do Poder Executivo, que altera o anexo III da Lei Estadual nº 6.687, de 13 de setembro de 2004, que cria cargos na área administrativa da Polícia Civil do Pará. A proposta aponta a modernização da Polícia Civil do Pará, que enfrenta dificuldades para atualizar seu quadro de servidores em virtude de uma lei obsoleta dos anos 1990. Com a mudança, haverá a atualização de cargos efetivos dentro da estrutura organizacional da instituição. Essa alteração legal permitirá a realização de concurso público para a Polícia Civil.

Foi aprovado também o PL nº 317/2025, do Poder Executivo, que dispõe sobre Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas). A proposição altera a Lei Estadual nº 8.096/2015, que dispõe sobre a estrutura da Administração Pública do Poder Executivo Estadual, além de revogar a Lei Estadual nº 5.457/1988, que dispõe sobre a criação da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam). Com a mudança, a Semas poderá modernizar, entre outras ações, seu quadro de servidores, que passará a contar com 557 efetivos. Atualmente, a secretaria tem 50% do seu quadro formado por servidores contratados. O projeto permitirá que a Semas convoque os aprovados do cadastro de reserva do último concurso público para torná-los efetivos.

A mensagem enviada para a Alepa pelo governador Helder Barbalho diz que “a mudança no PL reflete a continuidade da modernização da administração pública estadual, de modo a adequar as organizações aos desafios de realização das políticas públicas”. O Governo do Pará finaliza a mensagem afirmando que “a proposta possui relevância pela necessidade de reorganizar a Semas para fortalecer a proteção integral do meio ambiente. É um reforço do compromisso da administração pública estadual no ano em que o Pará recebe a COP30”.

Entre as funções básicas da Semas estão formular, coordenar e executar as Políticas Estaduais de Meio Ambiente, de Recursos Hídricos, sobre Mudanças Climáticas e demais políticas estaduais, visando à gestão ambiental integrada, supervisionando sua execução nas instituições que compõem sua área de competência, entre outras atribuições.

Da tribuna, a deputada Maria do Carmo (PT), presidente da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Desenvolvimento Sustentável da Alepa, destacou que “com a proximidade do encerramento do período de vigência do concurso, em 30 de maio de 2025, torna-se urgente a aprovação deste projeto”.

A proposta foi aprovada com emendas modificativas, de autoria do deputado Iran Lima (MDB). A mudança ocorreu no parágrafo 1º do art. 4°, parágrafo 4º do art. 13, art. 16 caput, art.31 caput art.37. “Os servidores da Semas podem contar com esta Casa de Leis, que colabora nas causas que ajudam no desenvolvimento do estado”, garante o deputado Iran Lima. O deputado Rogério Barra (PL) votou contra a aprovação do PL.

(Foto: Ozéas Santos – AID Alepa)

Rock na madrugada – Lou Reed, “Satellite of Love”

POR GERSON NOGUEIRA

Performance caprichada de Lou Reed para “Satellite of Love” (Satélite do Amor), em setembro de 1984, no Capitol Theatre (Nova Jérsei). Ele é acompanhado por um timaço de instrumentistas: Robert Quine (guitarra), Fernando Saunders (baixo), Peter Wood (piano) e Lenny Ferarri (bateria).

Quase sempre recluso e pouco afeito a apresentações, Lou vivia uma fase surpreendentemente mais expansiva em meados dos anos 1980, apresentando-se ao vivo em grandes espaços de shows, ao lado de amigos como David Bowie.

“Satellite of Love”, com letra falsamente ingênua que brinca com temas amorosos e faz conexão com astros e satélites, é a 7ª faixa do álbum Transformer (1972), o impactante segundo disco de estúdio de Lou após o fim do Velvet Underground. Com produção de Bowie e do guitarrista Mick Ronson, o disco contém clássicos como Vicious, Perfect Day e Walk on the Wilk Side.

Transformer alavancou a carreira solo de Lou Reed e, na essência, é um disco forjado pela inventividade e faro musical de Bowie. Influenciado por compositores vanguardistas como John Cage e La Monte Young, Lou criou no Velvet Underground um som mais experimentalista, redefinindo as fronteiras do rock e do pop.

Mas, ao sair do Velvet, em 1970, estava desiludido e quase desistiu da carreira. Voltou para a casa dos pais e engatou um trabalho como datilógrafo no escritório de contabilidade da família. É desse período uma declaração curiosa à revista Rolling Stone:

“Será que eu queria fazer eu mesmo? Será que eu queria ter uma banda? Será que eu queria só compor, sem sequer subir no palco? Eu sou a última pessoa no mundo que eu próprio achava que deveria estar num palco. Algumas pessoas realmente gostam de ter um holofote nelas. Eu não gosto”, afirmou.

A guinada pop, com o excepcional empurrão de Bowie, provaria que Lou não era assim tão indiferente à sedução dos palcos. Amigo e fã, Bowie teve o controle criativo do disco e cumpriu com louvor a promessa de fazer o primeiro álbum de sucesso da vida de Lou.

Remo sofre a primeira grande baixa

A notícia causou surpresa e boa dose de preocupação na torcida remista. Sérgio Papellin, executivo de futebol do Remo, acertou retorno ao Fortaleza, após um ano e meio no Evandro Almeida. Ele saiu do Tricolor cearense em novembro de 2023 em meio a mudanças na gestão do clube. A grande contribuição dele como funcionário do Leão Azul está exposta no acesso à Série B, obtido no ano passado, e na conquista do título paraense desta temporada.

Com ampla vivência profissional, Papellin parecia engajado no projeto azulino de acesso à Primeira Divisão nacional, após ter aceitado o convite do presidente Antônio Carlos Teixeira. Chegou a dizer isso após a conquista do acesso, no ano passado. De jeito simplório e declarações fortes, ele é um dos mais respeitados executivos do mercado e sua saída representa uma baixa importante no esforço azulino para chegar à Série A.

O presidente azulino explicou a situação: “O Fortaleza está disposto e vai pagar a multa rescisória. Conversamos com o Sérgio, não é um problema de dinheiro, nós fizemos tudo o que estivesse ao nosso alcance, nós da diretoria, os nossos colaboradores, mas o Sérgio tem uma situação familiar que, infelizmente, impede ele de continuar conosco e levar avante o nosso projeto”. O executivo revelou que pretende ficar mais próximo da mãe, de 93 anos, que mora na capital cearense.

A situação atual do Fortaleza está por trás da proposta feita a Papellin. Em abril, o diretor de futebol Alex Santiago foi demitido, junto com o executivo Bruno Costa. O cargo, portanto, estava vago. Em campo, o Tricolor não vive um bom momento. Foi eliminado da Copa do Brasil, está perto da zona de rebaixamento da Série A e passou às oitavas da Libertadores após derrota para o Racing, em Buenos Aires.

Sérgio Papellin está diretamente envolvido com a vertiginosa ascensão do Fortaleza. Ele chegou ao clube em 2017 e, desde então, o Fortaleza conquistou acessos às Séries A e B do Brasileiro, ganhou duas vezes a Copa do Nordeste e foi pentacampeão cearense.

Desfalcado de seu executivo de futebol, às vésperas da nova janela de transferências (de 2 a 10 de junho), o Remo se movimento em busca de um substituto, mas Tonhão deixou claro que as negociações com jogadores não serão afetadas. Além de Papellin, o clube deve perder parte da equipe responsável por análise de mercado e desempenho.

(Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

IBGE: Taxa de desemprego estabiliza e emprego formal bate recorde histórico

Avanço no trabalho com carteira assinada e massa salarial revela mercado mais robusto e formalizado

A taxa de desemprego ficou em 6,6% no trimestre de fevereiro a abril — praticamente estável em relação aos 6,5% registrados no trimestre anterior, mas inferior ao índice de 7,6% do mesmo período de 2024. Os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) foi divulgada nesta manhã de quinta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O levantamento mostra que o mercado de trabalho brasileiro se manteve estável no trimestre encerrado em abril de 2025, mas apresentou sinais claros de avanço qualitativo, com destaque para a alta no emprego formal e o recuo da informalidade.

O número de pessoas desocupadas segue em queda na comparação anual: são 7,3 milhões atualmente, uma redução de 11,5% (ou 941 mil pessoas) em relação ao ano anterior. Já a população ocupada soma 103,3 milhões, com leve alta anual de 2,4%. O nível de ocupação — proporção de pessoas trabalhando em relação à população em idade ativa — atingiu 58,2%.

O dado que mais chama atenção, no entanto, é o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que bateu novo recorde: 39,6 milhões de pessoas, o maior número da série histórica. Isso representa alta de 0,8% sobre o trimestre anterior e de 3,8% frente ao mesmo trimestre do ano passado.

Em sentido oposto, a taxa de informalidade caiu para 37,9% — o menor patamar desde 2016. O número de trabalhadores informais está em 39,2 milhões, o que também reflete maior formalização do mercado de trabalho.

A estabilidade no número de trabalhadores por conta própria e sem carteira assinada, combinada ao crescimento do emprego formal, indica uma absorção mais estruturada da força de trabalho.

“A estabilidade nas taxas de desocupação e subutilização confirma a capacidade do mercado de absorver empregos temporários criados no fim de 2024”, afirmou William Kratochwill, analista do IBGE. Ele também destaca que a queda na informalidade reflete maior exigência por condições formais de trabalho, especialmente diante da maior qualificação da mão de obra.

SETORES

Entre os setores, apenas o grupamento de administração pública, educação e saúde apresentou crescimento na comparação trimestral, em função do início do ano letivo.

Em relação ao mesmo período de 2024, cinco setores ampliaram o número de ocupados, com destaque para comércio (+696 mil), indústria geral (+471 mil) e administração pública (+731 mil). Em contraste, a agricultura teve queda de 348 mil postos.

O rendimento médio real habitual dos trabalhadores ficou em R$ 3.426, estável no trimestre, mas com alta de 3,2% na comparação anual. Já a massa de rendimento real alcançou R$ 349,4 bilhões — o maior valor já registrado — puxada pela estabilidade do número de ocupados e crescimento dos empregos formais.

PRINCIPAIS PONTOS DA PESQUISA

✔️Desemprego: taxa estável em 6,6%, mas com queda de 1 p.p. em relação ao ano anterior.
✔️Emprego formal: recorde de 39,6 milhões com carteira assinada no setor privado (+3,8% em 1 ano).
✔️Informalidade: caiu para 37,9% da população ocupada (menor nível desde 2016).
✔️População ocupada: 103,3 milhões, crescimento de 2,4% frente ao mesmo trimestre de 2024.
✔️Rendimento médio: R$ 3.426 (+3,2% no ano).
✔️Massa salarial: recorde de R$ 349,4 bilhões (+5,9% em 12 meses).
✔️Setores com crescimento anual: comércio, indústria, transporte, setor público e serviços financeiros.
✔️Setor agrícola: única queda significativa (-4,3% ou menos 348 mil pessoas).

(Do ICL Notícias)

Grupo de extermínio: coronel é colega de Bolsonaro, trabalhou com Moro e tem elo com atos golpistas

Preso como suposto financiador do grupo criminoso, coronel Etevaldo Caçadini é colega de turma de Bolsonaro na Escola Militar e responde a ação relatada por Alexandre de Moraes no STF sobre o 8 de Janeiro.

Acusado pela polícia de ser o financiador do grupo criminoso intitulado Comando C4 – ou Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos -, investigado pelo assassinato do advogado Roberto Zampieri em Cuiabá (MT), em 2023, o coronel da reserva do Exército Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas é colega de Jair Bolsonaro (PL) na turma 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e assinou, em 2020, uma carta de apoio ao ex-presidente junto a outros ex-alunos da escola militar.

Caçadini entrou para a reserva em novembro de 2019, mas antes disso atuou no então “super” Ministério da Justiça, sob o comando do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União-PR).

O militar também é acusado de ligação com os atos golpistas do 8 de Janeiro. Classificado como “lobista dos tribunais”, Caçadini tentou se livrar do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), de relatoria de Alexandre de Moraes, pedindo para ser julgado pelo Supremo Tribunal Militar (STM), alegando “animosidade entre as Forças Armadas e os Poderes Constitucionais”. 

Na ação, o coronel é acusado de “incitar a desobediência e a indisciplina militar, ao propalar fatos capazes de ofender a dignidade das Forças Armadas e ao imputar ao comandante do Exército fato ofensivo à sua reputação”. 

O caso chegou a tramitar na Justiça Militar, mas foi devolvido ao STF porque os crimes “teriam sido praticadas no contexto” dos atos golpistas do 8 de Janeiro.

A decisão de subir o caso ao Supremo atendeu um pedido do Ministério Público Militar, que argumentou que as condutas do coronel reformado “teriam sido praticadas no contexto dos fatos ocorridos no dia ‘8 de janeiro de 2023’, após o pleito eleitoral de 2022, indicando conotação político-ideológica”.

ELO ENTRE ZEMA E BOLSONARO

Segundo dados do Portal Transparência, do governo federal, o coronel realizou quatro viagens entre março e setembro de 2019 a serviço do Ministério da Justiça. 

Na última delas, Caçadini votou de Belo Horizonte, onde estava lotado, para Vitória, no Espírito Santo, para treinar outros militares que atuariam na operação de segurança do Mundial Sub 17 da Fifa.

Nessa época, ele chegou a atuar como Subsecretário de Integração de Segurança Pública da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais (SESP), fazendo a ponte entre os governos estadual, de Romeu Zema (Novo), e federal, de Bolsonaro.

Caçadini foi um dos alvos da operação desencadeada pela Polícia Federal, autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, que desmantelou o grupo criminoso que assassinou Roberto Zampieri com 10 tiros em frente a seu escritório de advocacia em dezembro de 2023.

Ele já havia sido preso um mês depois, em janeiro de 2024, suspeito de ser o financiador do Comando de Caça aos Comunistas – homônimo do grupo que atuava clandestinamente na Ditadura Militar – que reúne outros militares da reserva.

GRUPO DE EXTERMÍNIO

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (28) a 7ª fase da Operação Sisamnes e desmontou uma organização criminosa formada por civis e militares — da ativa e da reserva — especializada em espionagem e assassinatos sob encomenda. O grupo, que operava como uma verdadeira agência de extermínio, chegou a estipular valores fixos para a eliminação de autoridades, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), senadores e deputados.

Apelidada pelos próprios integrantes de “Comando C4” — sigla para Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos — a quadrilha cobrava até R$ 250 mil por uma execução. Conforme documentos apreendidos pela PF, a tabela de preços incluía: R$ 250 mil para matar ministros do STF, R$ 150 mil para senadores, R$ 100 mil para deputados e R$ 50 mil para “figuras normais”. Além disso, o planejamento incluía aluguel de imóveis, uso de disfarces como perucas e bigodes falsos, além de iscas sexuais e drones para vigilância.

A investigação teve início após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, executado com dez tiros em dezembro de 2023, em Cuiabá (MT), na porta de seu escritório. A PF descobriu que o crime estava ligado a uma disputa judicial envolvendo terras avaliadas em mais de R$ 100 milhões, da qual Zampieri era peça-chave. O homicídio revelou conexões com um esquema mais amplo, incluindo indícios de venda de sentenças judiciais no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). (Da Revista Fórum)