Alepa aprova projetos de saúde, combate ao ‘capacistismo’, proteção animal e patrimônio cultural

Os deputados da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), liderados pelo deputado Chicão (MDB), aprovaram, na manhã desta terça-feira (22), o Projeto de Lei (PL) nº 228/2024, de autoria do deputado Adriano Coelho (PDT), que institui a Política Estadual de Combate ao “Capacitismo” no Pará. A proposta tem o objetivo de promover a conscientização e a sensibilidade da sociedade em relação ao capacitismo e suas consequências, além de garantir o pleno exercício dos direitos das pessoas com deficiência, em acordo com a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e o ordenamento jurídico interno.

O parlamentar afirma que “a motivação por trás desse tipo de iniciativa geralmente vem da necessidade de combater a discriminação e promover a inclusão social. Ao aprovar um projeto que reconhece as dificuldades enfrentadas por aqueles que não se encaixam nos padrões tradicionais de ‘corpo perfeito’, foca na criação de políticas públicas que garantam atendimento, apoio e oportunidades para todos. Isso é fundamental para construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde cada indivíduo possa exercer seus direitos”.

Ele aponta também que “a implementação dessas políticas pode ajudar a conscientizar a população sobre as questões enfrentadas pelas pessoas com deficiência, promovendo uma mudança cultural em relação ao respeito e à aceitação das diferenças. É um passo significativo para assegurar que todos tenham voz e vez no nosso estado”.

Outra proposição aprovada foi a do deputado delegado Nilton Neves (PSD). O PL nº 445/2023, que institui a Política Estadual de Prevenção do Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de Apoio às Vítimas no Estado. Um dos objetivos principais da matéria em pauta é a promoção da qualidade de vida e a redução das vulnerabilidades decorrentes dos fatores de risco para o acidente vascular cerebral. As orientações do PL seguem a busca pelo desenvolvimento de estratégias e mecanismos que garantam a imediata disponibilização dos serviços de urgência e emergência e o pronto atendimento especializado às vítimas de acidente vascular cerebral, em hospital com infraestrutura e disponibilidade de acesso a exames, tratamentos e medicamentos.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. É uma doença que acomete mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo.

Existem dois tipos de AVC. O AVC hemorrágico, que ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia que pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico, que acontece quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode decorrer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos.

De autoria do deputado coronel Neil (PL), foi aprovado o PL nº 716/2023, que institui a Política Estadual para Diagnóstico Precoce e Tratamento da Dermatite Atópica na rede de atenção à saúde das pessoas com doenças crônicas no Pará. A Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD – esclarece que a doença é um dos tipos mais comuns de alergia cutânea caracterizada por eczema atópico. É uma doença genética, crônica e que apresenta pele seca, erupções que coçam e crostas. Alguns fatores de risco para o desenvolvimento de dermatite atópica podem incluir estresse emocional.

O deputado fala, na justificativa do PL, que “a característica principal da doença é uma pele muito seca, com coceira que leva a ferimentos, além de outros sintomas, como áreas arranhadas causadas por comichão e alterações na cor”.

Já o PL nº 695/2024, do deputado Fábio Freitas (Republicanos), institui o Cadastro Estadual para Adoção de Animais no Pará. O Pará enfrenta desafios significativos relacionados ao abandono e maus-tratos de animais domésticos, especialmente cães e gatos. Dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (SEGUP-PA) indicam que, em 2022, segundo o PL, foram registradas 2.891 denúncias de maus-tratos contra animais no estado. O abandono de animais não apenas representa uma questão de bem-estar animal, mas também configura crime ambiental, sujeito a penalidades legais.

“A criação do Cadastro Estadual para Adoção de Animais visa a promoção da adoção responsável. Iniciativas semelhantes em outros estados, como o Piauí, têm demonstrado eficácia na redução do número de animais abandonados e na promoção do bem-estar animal”, garante o deputado, Fábio Freitas, na justificativa do PL.

Patrimônio Cultural

De autoria do deputado Iran Lima (MDB), foi aprovado o PL nº 521/2023, que declara como Patrimônio Cultural e Artístico de Natureza Imaterial do Pará, a obra de Dalcídio Ramos Pereira, do autor Dalcídio Jurandir.

O PL nº 596/2023, da deputada Maria do Carmo (PT),  declara o festival da Farinha de Tapioca da vila de Boa Esperança, realizada em Santarém, como sendo Patrimônio Cultural de Natureza Material e Imaterial do Pará.

O PL nº 492/2024, do deputado Braz (PDT), que declara e reconhece o Festival Rock in Roça,  como Patrimônio Cultural de Natureza Material e Imaterial do Pará.

(Crédito/fotos: Balthazar Costa, Celso Lobo – AID/Alepa)

Na raça, Papão garante o penta

POR GERSON NOGUEIRA

Com a velha raça, característica marcante dos momentos mais gloriosos da história do clube, o PSC fez um jogo de superação dos próprios limites para superar o Goiás na decisão da Copa Verde, ontem à noite, conquistando com méritos o pentacampeonato. O título saiu na série de penalidades, mas a emoção começou aos 49 minutos do 2º tempo, quando Cavalleri empatou o jogo. 

Parecia um jogo mais favorável ao Goiás, que atravessa fase técnica melhor e jogava diante de sua torcida. Acontece que o PSC encarnou o espírito vencedor, equilibrou as ações e não se deixou abalar nem mesmo depois de sofrer o gol de Wellington no 1º tempo.

A verdade é que a etapa inicial foi marcada por forte presença bicolor no ataque, desde os primeiros momentos. Para surpresa dos 38 mil torcedores presentes ao estádio Serra Dourada, o Papão tomou a iniciativa e conseguiu criar situações de perigo para a zaga goiana.

Rossi quase abriu o placar aos 11, 14 e 22 minutos. A melhor chance dele foi a primeira, quando desviou de cabeça e a bola passou por Tadeu, quase entrando no canto direito da trave.

O Goiás só ameaçou aos 18 minutos com um cabeceio de Rafael Gava, mas aos poucos foi impondo sua presença no campo de defesa bicolor, com troca de passes em velocidade. Aos 24’, Welliton Matheus aproveitou cruzamento de Lucas Lovat e desviou para as redes.

Um lance que poderia ter sido evitado. Matheus Nogueira pulou na bola com atraso e a zaga deu liberdade para o cabeceio do atacante.

Dois minutos depois, Welliton Matheus poderia ter ampliado. Chutou da entrada da área e a bola acertou o poste direito, saindo quase sobre a linha. O PSC optou por recuar suas linhas, a fim de conter as investidas do adversário. Ainda assim, Messias quase marcou, tocando de cabeça rente ao poste. A zaga novamente falhou feio.

Logo aos 5 minutos da etapa final, Welliton avançou na grande área e bateu na saída de Matheus Nogueira, que fez excelente defesa. A resposta do Papão veio 10 minutos depois, com Benítez entrando entre os zagueiros e finalizando em cima de Tadeu.

O Goiás fez mudanças para renovar o gás, mas caiu de rendimento e perdeu a organização que mostrava até então. O experiente Juninho permaneceu em campo, tentando conduzir a equipe em saídas rápidas ao ataque.

Aos 32’, porém, quase o Papão chegou lá, em chute desferido da entrada da área por Leandro Vilela. Nos minutos finais, quando a torcida já festejava nas arquibancadas, o milagre bicolor aconteceu. Rossi cruzou, Messias falhou e Cavalleri, como um raio, tocou para as redes.

Empate decretado, a decisão foi para os pênaltis, onde o Papão levou a melhor por 5 a 4. Rossi perdeu a primeira cobrança, mas Leandro Vilela converteu a última e assegurou a conquista do penta da Copa Verde. (Fotos: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

Fibra copeira é o segundo uniforme bicolor

É preciso ressaltar sempre a tradicional vocação copeira do PSC. Os anos passam e o time reafirma essa condição em cada nova final que disputa, mesmo quando não é o favorito da vez. Diante do Goiás, essa verdade voltou a se confirmar. Ao longo de um jogo difícil, muitas vezes desfavorável, o PSC driblou as desconfianças de sua própria torcida e botou a mão em mais um troféu importante.

Chegou a cinco conquistas na Copa Verde. Foi campeão em 2016, 2018, 2022, 2024 e em 2025. De quebra, deu a forra no Goiás, para quem havia perdido em 2023.

Este foi provavelmente o título mais improvável. O PSC entrou na final em situação inferior, pois atravessa dificuldades na Série B do Campeonato Brasileiro – não vence há quatro partidas e ocupa a 18ª colocação.

Ainda assim, encontrou forças para se erguer diante de um adversário qualificado e que tinha um estádio inteiro a incentivá-lo. Mostrou novamente que é um time de chegada e que sempre merece respeito.

Jovem craque do Barça se inspirou em Neymar

Lamine Yamal é a maior revelação de craque do futebol europeu nos últimos anos. Formado nas divisões de base do Barcelona, ele rapidamente alcançou nível de competição e hoje é um candidato natural a melhor do mundo, agora ou nos próximos anos. Para o moleque sorridente de 17 anos, com aparelho nos dentes, o céu é o limite.

Em entrevista à ESPN, ele rasgou elogios a Neymar, cuja passagem pelo Barcelona o inspirou. Contou que admirava o brasileiro e costumava usar uma camisa do clube com o nome de Neymar estampado nas costas.

O fenômeno se repete agora com Lamine Yamal, cuja camiseta 19 é comprada aos milhares pela garotada que torce pelo Barça na Espanha e no resto do mundo. Mais engraçado, segundo ele, é ver um garoto de 13 anos usando a camisa de um cara que é apenas quatro anos mais velho.

“Minha mãe sempre diz uma coisa: não é qualquer pessoa que pode entrar em um lugar qualquer e ver uma criança usando uma camisa com seu nome. É uma das coisas que mais gosto na vida”, revelou Yamal.

Que a admiração do jovem craque sensibilize Neymar a resgatar o amor pelo futebol, algo que parece cada vez mais distante de seus interesses. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 24)