Final é para ser vencida

POR GERSON NOGUEIRA

PSC e Goiás se enfrentam hoje à noite, no Mangueirão, na primeira partida da decisão da Copa Verde. Como maior ganhador da competição – foi campeão quatro vezes –, o time bicolor entra em vantagem pela experiência na disputa de tantas finais, mas o confronto é marcado pelo equilíbrio entre equipes que ainda se estruturam para a Série B.

A derrota para o Atlético-PR, que quebrou a invencibilidade de nove partidas que o técnico Luizinho Lopes ostentava, já é página virada. O PSC abre uma janela no Brasileiro para se dedicar a um torneio diferente, afinal uma taça pode ser encaminhada a partir do resultado de hoje.

Vale lembrar que, há dois anos, o adversário era o Goiás e o Papão acabou derrotado nas partidas finais. Mas, em 2024, o título veio com um triunfo histórico sobre outro goiano, o Vila Nova, com 10 a 0 no placar agregado.

Luizinho Lopes tem a chance de garantir sua primeira conquista no PSC. Nos três dias que teve após a difícil estreia na Série B, ele cuidou dos últimos ajustes. No ataque, zero surpresa: Rossi, Nicolas e Borasi são os titulares. Aliás, Rossi e Nicolas já atuaram pelo Goiás.

Ao longo do Parazão, o trio ofensivo se consolidou como ponto forte da equipe, com destaque para Rossi, responsável por gols e assistências. Na falta de um meio-campo criativo, ele tem se encarregado de fazer lançamentos que colocam os companheiros na cara do gol.

Escolha pessoal do presidente Roger Aguilera, a contratação de Rossi não teve aprovação unânime da torcida. Havia desconfiança quanto ao condicionamento físico. A temporada de 2024 tinha sido marcada por lesões que o impediram de atuar plenamente no Vasco.

Ocorre que o atacante encarou a missão como grande desafio na carreira. Bem condicionado, colocou a experiência a serviço do time, sacrificando-se muitas vezes para executar funções longe da área. Essa entrega tem garantido boas atuações e ganhou definitivamente a confiança do torcedor.

Rossi é um forte candidato a ídolo da torcida Fiel, pois tem mostrado comprometimento com a causa e hoje é peça indispensável ao time titular. Por isso mesmo, terá hoje papel fundamental na busca pela vitória. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

O adeus de um gigante botafoguense

Manga partiu ontem, aos 87 anos. Pernambucano de nascimento, honrou gloriosamente as cores do Botafogo – e de outros clubes também. Foi no Alvinegro do Rio que ele se ergueu como lenda, tornando-se o maior goleiro da história do clube em 11 anos de reinado, de 1959 a 1968. Foi justamente o período em que fui escolhido pela Estrela Solitária.

O velho goleiro andava meio esquecido, principalmente pelas novas gerações de torcedores, o que não diminui em nada seu tamanho e importância. Naquele Botafogo repleto de craques nos anos 1960, Manga pontificava como a muralha que guarnecia um time tão ofensivo.

Foi contemporâneo de Mané Garrincha, Nilton Santos, Amarildo, Quarentinha, Didi, Zagallo, Gerson, Paulo Valentim. Ganhou fama como goleiro-raiz, capaz de fazer toda a carreira dispensando o uso de luvas. Por isso, os dedos eram atrofiados, marcas de guerra.

Além da segurança que transmitia no gol, Manga foi um dos primeiros galhofeiros dos gramados, tirando onda em cima dos rivais do Flamengo durante todo o tempo em que vestiu o manto botafoguense. Muito da mágoa que os rubro-negros alimentam até hoje em relação ao Botafogo tem a ver com Manga e suas provocações.

Costumava dizer que clássico com o Flamengo era bicho certo e antecipado. Como se sabe, naqueles anos dourados, o pagamento de bicho (gratificação por vitória) era uma instituição nacional.  

Nos meus primeiros anos como torcedor, Manga era a figura que impunha confiança nas narrações clássicas de Waldir Amaral. Foi tão bom no ofício que a data de seu aniversário, 26 de abril, virou o Dia do Goleiro. 

Hailton Corrêa de Arruda está na galeria dos heróis imortais do futebol. Honrando as cores do Brasil de nossa gente.  

Arbitragem é, cada vez mais, um caso de polícia

O país do futebol trava uma discussão séria em torno das informações contidas na excelente matéria da revista Piauí sobre as irregularidades, “mensalinho”, favores e gastanças da CBF. É um tema que interessa a quem ama futebol, pois diz respeito à própria sobrevivência do esporte mais popular do país.  

Apesar de urgente e necessário, o debate não pode servir de cortina de fumaça para as arbitragens parciais que ajudam o Palmeiras há cinco anos. A impunidade permite até piadinhas da presidente do clube.

Outro aspecto irritante é ver que a mídia esportiva do Sudeste pisa em ovos para analisar erros de arbitragem que favorecem clubes poderosos. E foi assim novamente. Os programas na TV deram um jeito de passar pano para o vergonhoso assalto praticado na Ilha do Retiro.

A última demonstração de força nos bastidores foi a pífia arbitragem de Bruno Arleu no jogo entre Sport e Palmeiras. Dois pênaltis mequetrefes foram inventados e garantiram o triunfo do clube de Leila Pereiro.

Em nota protocolar, a CBF anunciou o afastamento temporário dos árbitros de campo e VAR dos jogos Sport x Palmeiras e Inter x Cruzeiro. Bobagem. Notas não irão mudar a espantosa coincidência de erros que beneficiam uns poucos e prejudicam os demais clubes.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 09)

Arrimos

Por Heraldo Campos

Quando era moleque, ouvi muitas vezes que fulano de tal era arrimo de família e que, segundo o “Aurélio”, é aquela “pessoa que ampara uma família, ministrando-lhe os meios de subsistência”. E nesse mesmo tradicional dicionário, muro de arrimo aparece como sendo um “muro, usualmente em talude, que suporta e retém um volume de terra”.

Na orla da Praia do Itaguá em Ubatuba, Litoral Norte do Estado de São Paulo, como tentativa de conter a erosão pelo avanço do mar, pode-se observar etapas de construção de muro de arrimo, com estaqueamentos de concreto profundos. Nessa mesma faixa de areia, cerca de 1.500 metros ao norte, parece que existem velhas brigas com o mar [1] onde ele vem comendo pelas beiradas [2] esse trecho da Praia, mesmo sendo colocado um muro de gabião, que está cedendo com um ano e sete meses da obra executada, em área que não deveria estar ocupada.
Conforme o dicionário “Houaiss” o muro de gabião é um “elemento de defesa hidráulica constituído por rede de arame ou alambrado de aço usado para proteger da erosão canais de terra, taludes, estradas, etc.” A pergunta que fica é: será que nesse caso especíco vai funcionar a proteção da área ocupada, com esse tipo de obra de contenção?

Confesso que arrimo de família faz tempo que não ouço alguém se referir a alguma pessoa que
ajuda outras. Porém, muros de arrimo e de gabião vejo alguns, principalmente em trechos de
estradas e de rodovias, instalados para conter a movimentação de massa nos taludes, mas desconheço da eficácia de um muro de gabião usado, por exemplo, para proteger da erosão com a oscilção do nível do mar. Com relação ao muro de arrimo citado, no momento, é esperar para ver o que acontece.

“Aqui / nesta pedra / alguém sentou / olhando o mar / o mar / não parou / para ser olhado / foi mar / para tudo quanto é lado” – Paulo Leminski.

Fontes:
[1] “Brigas com o mar” artigo de Cacá Medeiros Filho de 27/03/2025.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2025/03/brigas-com-o-mar.html
[2] “Comendo pelas beiradas” artigo de Heraldo Campos de 26/03/2025.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2025/03/comendo-pelas-beiradas.html

  • Heraldo Campos é geólogo (Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP, 1976), mestre em Geologia Geral e de Aplicação e doutor em Ciências (Instituto de Geociências da USP, 1987 e 1993) e pós-doutor em hidrogeologia (Universidad Politécnica de Cataluña e Escola de Engenharia de São Carlos da USP, 2000 e 2010).

UFPA promove simpósio brasileiro de aprendizagem na educação em Engenharia

A Universidade Federal do Pará, por meio do seu Instituto de Tecnologia (Itec-UFPA) e da Faculdade de Engenharia Civil (FEC-UFPA), abre nesta quarta-feira, 9, a partir das 14h30, no auditório Professor José Sérgio Ianino Soares, no Campus Guamá, o VII Simpósio Brasileiro de Aprendizagem Ativa na Educação em Engenharia – Afetividade e Relações Humanas na Engenharia: Aprendizagem ativa construindo pontes entre pessoas e tecnologias para os professores de engenharias.

Participam da mesa de abertura a Pró-reitora de Ensino da UFPA, Maria Lucilena Gonzaga Costa; o diretor do Itec-UFPA, professor Hito Moraes; e a presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Pará (Crea-PA), Adriana Falconeri, além da presença do professor Marcel do Nascimento Botelho, diretor-presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) e da professora Eliane de Castro Coutinho, diretora do Centro de Ciências Naturais e Tecnologia da Universidade do Estado do Pará (CCNT-Uepa).

Para o professor e engenheiro do Itec-UFPA, Renato das Neves, os objetivos do VII Simpósio são os de promover um espaço de diálogo e atualização acerca de aprendizagem ativa na educação nas áreas da engenharia, fortalecer a formação continuada de docentes, incentivando a adoção de práticas pedagógicas inovadoras, fomentar a troca de experiências e a aplicação de métodos e estratégias de aprendizagem ativa, além de explorar novas possibilidades de criação de ambientes educacionais que zelem pelo bem-estar emocional e mental de estudantes e professores no universo acadêmico, no mundo do trabalho e nas relações sociais na sociedade civil.

A engenharia contemporânea, segundo ele, exige além das competências técnicas, a capacidade de trabalhar colaborativamente em equipes plurais e interdisciplinares. “É necessário o desenvolvimento das relações humanas, da comunicação afetiva e das habilidades socioemocionais num mundo interconectado e marcado por profundas desigualdades sociais. Esta realidade toca diretamente em como a afetividade e o respeito pelas diferenças podem ser integrados à educação em engenharia, preparando profissionais mais humanos e conscientes para atuar no mercado de trabalho competitivo”, detalha.

Após a mesa de abertura, a partir das 15h, haverá um Painel da Universidade Estadual do Pará
(Uepa) e da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) que abordará a proposta de construção de um canal reverso de resíduos de construção e demolição para a redução dos impactos socioambientais do descarte irregular destes materiais em Belém. No dia 10 de abril, a partir das 14h30, haverá a palestra interativa “Afetividade e Relações Humanas na Engenharia: Aprendizagem ativa construindo pontes entre pessoas e tecnologias”, que será ministrada pelo professor Sérgio Roberto Franco, do Programa de Pós-Graduação em Educação Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

No dia 11 de abril, das 9h até 16h, ocorrerão 11 oficinas e workshops envolvendo professores e pesquisadores de várias regiões brasileiras. Serão abordadas temáticas que perpassam pela
“delicada tarefa de avaliar a aprendizagem no ensino baseado em competências na Educação em Engenharia”; será debatido “o afetivo e o efetivo no acolhimento do estudante em engenharia”; a “utilização de ferramentas on-line para estratégias de construção verde” e “os cursos de engenharia e a educação à distância e seu novo marco regulatório”, aponta Renato.

Também estão na pauta das oficinas e dos workshops: “a aplicação dos princípios neurocientíficos à gamificação: elaboração de uma atividade educacional em engenharia”; a “engenharia e a arte; avaliação por competência mediada por rubrica” e a “Aprendizagem Crítica de Rodrigues: uso do protocolo metacognitivo de ensino-aprendizagem voltado para o ensino de exatas”, entre outras temáticas.

O encerramento do VII Simpósio, das 16h30 às 18h, será marcado por uma ampla mostra de boas práticas da Aprendizagem Ativa na Educação em Engenharia, quando haverá confraternização entre os participantes e a definição do local e data da realização do VIII Simpósio.

Texto Divulgação: Kid Reis – Arte: Organização do VII Simpósio

Tarifaço coloca Casa Branca em caos; direita quer tirar poder de Trump

As tarifas anunciadas, na semana passada, pelo presidente norte-americano, Donald Trump, deixaram o mundo em alvoroço. Com o perigo de uma recessão global, que já se faz sentir sobretudo nos bolsos dos bilionários que perderam, só na quinta e sexta-feira, quase 500 milhões de dólares, os membros do Partido Republicano, ao qual pertence o próprio chefe de Estado, estão se virando contra Trump e se juntando à oposição democrata para apoiar um projeto lei capaz de limitar o poder para impor tarifas.

O projeto de lei que pode concretizar essa limitação chama-se “Lei de Revisão do Comércio” e propõe obrigar o presidente a obter a aprovação do Congresso antes de impor tarifas alfandegárias, que só podem ser prorrogadas por um máximo de dois meses, a menos que a legislatura aprove a sua prorrogação.

Além disso, confere à legislatura o poder de cancelar as tarifas antes do prazo de 60 dias, se houver consenso em ambas as câmaras. Essa iniciativa está sendo promovida pelo congressista republicano Don Bacon, segundo o site ‘Axios’, e é apoiada por um grupo de sete senadores republicanos, no qual se inclui o ex-líder da Câmara dos Representantes Mitch McConnell.

As hipóteses de qualquer uma destas duas propostas se tornar lei dependem de um maior número de legisladores republicanos romperem as fileiras do partido, pois é necessária uma votação de dois terços em ambas as câmaras para ultrapassar o veto da Casa Branca.

Durante alguns minutos de segunda-feira houve esperança de que Trump estivesse considerando fazer uma pausa nas tarifas, com o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Kevin Hassett, anunciando que o presidente poderia introduzir uma pausa de 90 dias nas tarifas aplicadas a todos os países, com a exceção da China. A informação foi concedida durante uma entrevista à CNBC, na qual assinalou que a queda da bolsa não fazia parte da estratégia de Trump. 

Mas a ‘notícia’ durou pouco. O mesmo meio norte-americano revelou, pouco depois, que a Casa Branca negava as declarações, designando-as como “fake news” [notícias falsas, em português].

Antes desta hipótese surgir, Donald Trump tinha recorrido à sua rede social, Truth Social, para destacar que, com as tarifas, os Estados Unidos estavam tendo a oportunidade de fazer algo que já deveria ter feito “há décadas”, pedindo aos norte-americanos que não sejam “fracos”, após ter imposto tarifas a praticamente todos os países do mundo.

“Os Estados Unidos têm a oportunidade de fazer algo que deveria ter sido feito há DÉCADAS. Não sejam fracos! Não sejam estúpidos! Não sejam ‘PANICAN’ (Um novo partido baseado em pessoas Fracas e Estúpidas!). Sejam Fortes, Corajosos e Pacientes, e a GRANDEZA será o resultado!”, escreveu Trump. 

Em reação, o presidente executivo do banco JPMorgan Chase, Jamie Dimon, alertou que a política tarifária de Donald Trump está levando os mercados ao “ambiente geopolítico e econômico mais perigoso e complicado desde a Segunda Guerra Mundial”. E mostrou não ter dúvidas de que vão “aumentar a inflação” e levar a economia global para uma recessão.

China promete retaliar

Perante as ameaças de Trump, que prometeu aumentar ainda mais as tarifas alfandegárias sobre os produtos chineses, a embaixada chinesa nos Estados Unidos quis “deixar claro” que “pressionar ou ameaçar a China não é a forma correta de lidar” com o país, que irá “salvaguardar firmemente os seus direitos e interesses legítimos”.

A despedida de Manga, lenda e grande ídolo botafoguense

Morreu nesta terça-feira (8/4) aos 87 anos o ex-goleiro Haílton Corrêa de Arruda, o eterno Manga. Ídolo de Botafogo, Internacional e Nacional-URU e um dos grandes goleiros da história do futebol, ele lutava contra um câncer de próstata e estava internado no Hospital Rio Barra, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Manga defendeu o Botafogo de 1959 a 1968 e foi bicampeão carioca duas vezes, em 1961/62 e 1967/68. Foi tetracampeão uruguaio e campeão da Libertadores e do Mundial pelo Nacional, tricampeão gaúcho e bicampeão brasileiro pelo Internacional, campeão equatoriano pelo Barcelona e tricampeão pernambucano pelo Sport.

O icônico ex-goleiro Manga dispensava o uso de luvas, ostentava os dedos tortos como marca das guerras que travou em campo e era um exímio provocador do Flamengo. Manga não sentia confiança e se recusava a jogar de luvas, que eram de couro na época.

“A luva era de couro. O sapateiro que fazia. Eu não tinha confiança. Era muito grande. Entrava com a luva e deixava ela ao lado da trave. Jogava sem. Eu cuspia assim [esfregando as mãos], colocava areia e ia para o campo”, contou Manga em entrevista ao UOL.

O ex-goleiro lesionou os dedos diversas vezes e nunca esperava a recuperação completa para voltar a campo. Para jogar, ele convivia com as dores e se acostumou com a forma de suas mãos, que virou uma espécie de marca registrada.

Manga atuou pelo Botafogo por quase uma década, foi multicampeão e também ficou marcado por uma frase célebre antes de jogos contra o Flamengo: “O bicho é certo”. Em dezembro de 2020, o Alvinegro lançou uma camisa retrô, em um modelo como a que Manga usava nos anos 1960, com a declaração em referência à premiação pela vitória estampada na barra.

O lendário goleiro virou ídolo tanto dentro quanto fora do Brasil e foi homenageado com o Dia do Goleiro no país. A data é celebrada em 26 de abril, aniversário do ex-jogador, que completaria 88 anos em 2025.

A HOMENAGEM DO BOTAFOGO

“É com enorme pesar que comunicamos o falecimento de Haílton Corrêa de Arruda, nosso inesquecível ex-goleiro e ídolo Manga, aos 87 anos, no Hospital Rio Barra.

Manga foi um dos maiores goleiros da história do futebol mundial e defendeu nosso Glorioso de 1959 a 1968, tendo integrado dois dos maiores times da nossa história, os bicampeões cariocas de 61/62 e 67/68.

Titular da Seleção Brasileira de 66, Manga deixa uma história de defesas inesquecíveis e muito amor pelo Botafogo”.

O presidente do Botafogo, João Paulo de Magalhães Lins, já ofereceu o salão nobre de General Severino para a realização do velório do ídolo alvinegro.

“Faremos todas as homenagens a esse gigante de nossa história, que seguirá eternamente vivo em nossos corações”, afirmou o presidente João Paulo.

(Com informações de O Globo, Folha de SP, Lance e Metrópoles)

Maioria dos brasileiros é contra anistia para golpistas de 8 de janeiro, aponta Datafolha

A maioria dos brasileiros, 56% dos ouvidos pelo Datafolha, é contrária à anistia aos responsáveis pelos ataques golpistas do 8 de janeiro. Já a dosimetria das penas aplicadas a eles divide opiniões: 34% as consideram adequadas, enquanto 36% gostariam de vê-las reduzidas e 25%, aumentadas.O instituto ouviu 3.054 eleitores em 172 cidades do país de 1º a 3 de abril, em um levantamento com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos.

No domingo (6), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) liderou um ato na avenida Paulista, em São Paulo, para defender a anistia aos envolvidos no ataque às sedes dos três Poderes em 2023 que foram condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

A manifestação foi mais bem-sucedida do que a anterior, no mês passado no Rio, mas, ao levar às ruas 55 mil pessoas estimadas pelo Datafolha, mostra um apoio minguante ao político em comparação com o evento em São Paulo no começo do ano passado.

Bolsonaro busca demonstrar força para a tramitação de algum tipo de perdão no Congresso não só para os já condenados, mas para si, ciente de sua precária posição judicial: está inelegível até 2030 e tem sua condenação dada como certa no julgamento sobre sua participação na trama golpista do ocaso de seu governo. Mesmo uma hoje improvável anistia parlamentar é vista como fadada a ser derrubada pelo Supremo.

Até aqui, a corte condenou ao menos 480 réus em mais de 1.500 ações penais. Pelo menos 155 deles estão presos. O gatilho mais recente para os manifestantes foi o caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos. Ela ficou famosa por ter pintado com batom a expressão “perdeu, mané”, usada pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso contra manifestantes que o admoestaram em Nova York após a derrota de Bolsonaro para Lula (PT) em 2022.

O relator, Alexandre de Moraes, votou para condená-la a 14 anos de prisão por atentado contra o Estado democrático de Direito, dentre outros crimes, e foi seguido por Flávio Dino. O ministro Luiz Fux, porém, pediu vista, interrompeu o julgamento e indicou uma revisão.

O tamanho da pena virou objeto de discussão na comunidade jurídica, e, após manifestação da PGR (Procuradoria-Geral da República) e autorização de Moraes, Débora passou para a prisão domiciliar.

A pesquisa Datafolha reflete um pouco o impacto do episódio. Há um ano, 31% eram a favor da anistia, número que oscilou para 33% em dezembro passado. Agora, subiu para 37%, não exatamente uma disparada, mas uma sinalização. Já a rejeição ao perdão foi inicialmente de 63% para 62%, deslizando agora para 56%.

A avaliação é bastante homogênea na sociedade, com exceções previsíveis em grupos ideológicos: para 72% dos simpatizantes do PL de Bolsonaro, deveria haver anistia, enquanto 90% dos aderentes do PSOL e 68% dos petistas dizem o contrário.

Entre aqueles que dizem votar no principal nome do bolsonarismo sem Bolsonaro em 2026, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), 61% são a favor da anistia. O aliado esteve ao lado do ex-chefe, de quem foi ministro antes de ser lançado na vida política, nos eventos do Rio e da Paulista.

Eles foram organizados pelo pastor Silas Malafaia, antigo apoiador do ex-presidente. Entre os evangélicos, 40% são pró-anistia, e 50% são contrários. Nesse segmento populacional, a margem de erro é de quatro pontos.

Já em relação ao tamanho das penas, que têm chegado a até 17 anos de prisão em alguns casos, os mais pobres são os que mais acreditam que elas deveriam ser maiores (30%, com uma margem de erro de 3 pontos no segmento).

Já os mais ricos são os que mais querem penas menores (47% no grupo de quem ganha de 5 a 10 salários mínimos, com margem de 5 pontos, e 45% na faixa acima, com margem de 8 pontos).

O Datafolha também quis saber se os entrevistados aprovam a ideia de mudar a Lei da Ficha Limpa. O Congresso debateu a redução dos prazos de inelegibilidade de políticos condenados pela Justiça Eleitoral, uma forma inicial do grupo de Bolsonaro de tentar recolocá-lo no jogo.

O texto acabou alterado, vedando a possibilidade no caso específico do ex-presidente. Seja como for, a ideia de favorecer os políticos divide a população: 47% são contra e outros 47%, a favor, com 5% dizendo não saber avaliar e 1% demonstrando indiferença ao tema. Os mais ricos são os mais contrários (66% com a margem de 8 pontos do segmento).

(Com informações da Folhapress)