Outro duro desafio pela frente

POR GERSON NOGUEIRA

Não há trégua no caminho do PSC. A dura sequência de compromissos prossegue hoje à noite (21h30), no Mangueirão, em jogo válido pela 3ª fase da Copa do Brasil. O adversário é o Bahia, time de Série A, que acaba de derrotar o Palmeiras, um dos principais times do país.

Depois do jogo com o CRB, pela Série B, o técnico Luizinho Lopes teve apenas dois dias para preparar o time para o confronto com o Bahia. Os problemas de ordem física juntam-se à falta de tempo para treinos técnicos e ao estresse mental, situação que ajuda a explicar o baixo rendimento da equipe neste início de temporada.

O PSC ocupa a 18ª posição na Série B e está há sete jogos sem vencer. É bem verdade que em meio a isso conquistou a Copa Verde contra o Goiás, sem vencer no tempo normal – foram dois empates nas finais. O jejum, pelas palavras de Luizinho Lopes, pode terminar diante do Bahia de Everton Ribeiro e Rogério Ceni.

Apesar das queixas sobre a maratona de jogos, o técnico demonstra otimismo e fé na recuperação da equipe, apesar do respeito pelo Bahia, que faz uma grande temporada, tanto na Série A quanto na Libertadores.

O time deve ser o mesmo que começou o jogo contra o CRB, domingo. No ataque, Rossi segue como principal referência, tendo Benítez e Borasi como companheiros. A defesa ganhou consistência com a entrada do argentino Novillo, que entrou para substituir o lesionado Quintana.

Foram duas boas atuações. A primeira diante do Goiás na decisão da Copa Verde. Novillo seguiu no time e mostrou segurança contra o CRB. A dúvida agora é quanto à escalação de Quintana, que está apto a voltar.

Janderson abre espaço com finalizações e arrancadas

Na boa campanha que o Remo faz na Série B – duas vitórias e três empates – posicionando-se na primeira página da classificação, um dos destaques é Janderson, atacante de lado que ganhou um lugar no time pelas arrancadas e o entrosamento com Pedro Rocha e Felipe Vizeu.

Janderson desembarcou em Belém em fevereiro. Sua participação na última partida da fase de classificação do Parazão não criou muitas expectativas na torcida. Teve atuação discreta no 2º tempo da partida contra o Cametá, que marcou a quebra da invencibilidade do Leão no campeonato.

Sob o comando de Daniel Paulista, Janderson conquistou segurança e passou a mostrar qualidades até então desconhecidas. Sempre na base da velocidade, virou titular pelo lado direito e brilhou nos jogos contra o América e o Coritiba, com cruzamentos perfeitos para Pedro Rocha.  

Contra o Criciúma, na última sexta-feira, quase marcou logo no início da partida. Enganou a marcação, invadiu pela esquerda e acertou um chute forte no travessão. Essas qualidades fizeram com que se tornasse titular indiscutível de um time que ainda deve passar por ajustes.

É uma das esperanças para os dois jogos seguidos em Belém, contra Amazonas e Vila Nova, que podem colocar o Remo no G4.

CBF desiste de Ancelotti e nega camisa vermelha

Carlo Ancelotti, que até segunda-feira parecia fechado para dirigir a Seleção Brasileira, não vem mais. A CBF parece ter se conscientizado de que o italiano não está a fim de deixar o trabalho em clubes. Os jornais espanhóis chegaram a noticiar um possível acordo, mas as negociações foram encerradas definitivamente ontem.

Melhor assim. Treinar a Seleção pentacampeã do mundo deve ser objetivo de qualquer profissional do ramo. Quando não há interesse, a insistência chega a ser constrangedora. Com isso, o nome de Jorge Jesus volta à cena.

Outro recuo da CBF envolve as especulações sobre o lançamento de um terceiro uniforme na cor vermelha. Não pareceu uma negativa tão segura. Material esportivo gera milhões de reais em lucro para a entidade. Como se sabe, a CBF nunca foi de rasgar dinheiro.

O fato é que a Nike deixou vazar um modelo de camisa com a logomarca de Michael Jordan no peito, talvez até como teste. Gerou discussão e engajamento. A inovação foi muito aplaudida e também atiçou a ira dos intolerantes, os mesmos que se apropriaram da camisa amarela para apologia político-partidária.  

De minha parte, aprovei com louvor o manto vermelho. Um belo motivo para voltar a vestir a camisa da Seleção.

Ondas gigantes agitam surfe na pororoca do Marajó  

A 26ª edição do surfe na pororoca, que se realiza no Marajó de 27 de abril até amanhã (1º de maio), se impõe como evento esportivo e surpreende com as maiores ondas dos últimos 10 anos no rio Amazonas, com destaque para as manobras do surfista Noélio Sobrinho.  

O evento esportivo deste ano foi assegurado por emenda parlamentar apresentada pelo senador Jader Barbalho (MDB) e viabilizada através do Ministério dos Esportes. Um investimento que gera benefícios expressivos ao turismo no arquipélago. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 30)

Belém entra pela 1ª vez na Seleção Caixa Cultural, que vai investir R$ 120 milhões em projetos

Edital vai selecionar propostas para compor a programação de espaços culturais em Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio, Salvador, S. Paulo e Belém entre janeiro de 2026 e dezembro de 2027

A Caixa Econômica Federal lançou nesta terça-feira, 29 de abril, a Seleção Caixa Cultural – Programação 2026/2027. O edital de ocupação dos espaços culturais do banco vai investir R$ 120 milhões na seleção de projetos que vão compor a agenda de suas oito unidades entre janeiro de 2026 e dezembro de 2027. “O objetivo da Seleção Caixa Cultural é nacionalizar o investimento cultural e mostrar em nossos palcos e galerias a diversidade das culturas brasileiras. Assim, cumprimos o propósito da Caixa e do Governo Federal de transformar a vida das pessoas”, afirmou o presidente do banco, Carlos Vieira.  

A Caixa Cultural conta com unidades nas cidades de Brasília (DF), Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. A novidade desta edição é a inclusão de Belém, que terá sua unidade inaugurada em outubro de 2025, como parte das ações do banco para a COP30.
“A Caixa é pioneira no investimento em cultura, contribuindo com um mercado que movimenta a economia e proporciona emprego a milhares de brasileiros”, disse Carlos Vieira. 

INSCRIÇÕES — As inscrições já estão abertas e seguem até o dia 13 de junho exclusivamente pelo site www.selecaocaixacultural.com.br. Podem participar pessoas jurídicas e microempreendedores individuais cujo objeto social seja voltado à atividade cultural. 

Voltado a projetos culturais de todo o país, o programa de ocupação dos espaços da Caixa Cultural contempla diversas linguagens artísticas e mantém o compromisso do banco com a valorização e a difusão da arte em suas múltiplas expressões. 

Serão aceitas propostas nos segmentos de artes visuais, cinema, dança, música, teatro e vivências. Projetos de festivais de dança, música ou teatro também podem ser inscritos desde que tenham programação de atividades para a Caixa Cultural. 

ENCONTRO COM PRODUTORES — Com o objetivo de reforçar o papel da Caixa no fomento da cultura brasileira e esclarecer possíveis dúvidas sobre o regulamento, a Caixa Cultural realizará encontros presenciais com produtores culturais em várias cidades. 

O primeiro encontro será no dia 12 de maio na Caixa Cultural Rio de Janeiro. Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Salvador, São Paulo e Recife também receberão os encontros. Outros detalhes estão disponíveis no site www.selecaocaixacultural.com.br.  

ÚLTIMA EDIÇÃO — A programação da Caixa Cultural de 2025 recebeu 6.144 inscrições, sendo selecionados 138 projetos para a programação de janeiro a dezembro. Desse total, 34 projetos ocuparam mais de uma unidade da Caixa Cultural, demonstrando o compromisso do banco em promover a circulação da produção cultural pelo Brasil. Ao todo, os projetos selecionados vão gerar 202 eventos, entre exposições, shows, espetáculos, festivais e outras ações.  

45 ANOS — Em 2025, a Caixa Cultural celebra 45 anos como uma das maiores iniciativas de fomento à cultura no Brasil. Desde a inauguração do primeiro conjunto cultural no ano de 1980, em Brasília, o maior banco público brasileiro tem valorizado a diversidade e a riqueza das expressões artísticas brasileiras, promovendo acesso democrático à cultura e incentivando práticas criativas por todo o país.  

Ao longo dessas quatro décadas e meia, a Caixa Cultural consolidou ações marcantes como o Programa Educativo Caixa Gente Arteira, referência em arte-educação, e a preservação de um grande acervo artístico e histórico. Com exposições, espetáculos, oficinas e atividades formativas, a Caixa Cultural se firma como espaço vivo de encontros, memórias e possibilidades.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

O que (não) é ser católico

A religião-bandejão é uma conquista. Defendê-la exige atacar

Por André Forastieri

Viajantes e exploradores em todas as épocas da História sempre se depararam com uma coincidência incomum. Na terra distante aportassem, da ilha mais isolada ao império mais imponente, encontraram as mesmas duas coisas: deuses e drogas.

Não falha. O ser humano bota fé no sobrenatural e em alguma substância pra ficar doidão. Uma erva alucinógena, uma birita fermentada, champanhe, os cogumelos que estão tão na moda.

São profundas e se misturam, nossas necessidades por ruptura e viagem, milagres e fuga. Você não tem nosso DNA? Talvez até dos nossos primos mais velhos.

Esses dias pesquisadores registraram pela primeira vez uma bebedeira na selva. O título da matéria é irresistível: “Chimpanzés selvagens participam de festas regadas a álcool”. Quanto à religião, não sabemos o que se passa no planeta dos macacos, por enquanto.

Demorou, mas recentemente nós humanos conquistamos alguma liberdade de credo. Foi tomada com esforço, é limitada e ainda tateante em muitos cantos do planeta. Nestes dias de conclave, vale escarafunchar seus novos limites.

A Igreja Católica continua a maior do mundo em autoproclamados fiéis. Mas o poder de uma igreja não se mede apenas pela vastidão de seus rebanhos, mas também pela obediência aos seus pastores.

À luz do Evangelho, seria mais justo chamar bela fatia dos católicos de agnósticos. O fiel à Roma hoje pode se permitir desrespeitar uma bela parte das leis para ingressar no Reino dos Céus. O católico hoje pode rezar o padre-nosso e cantar seus mantras. Não podemos crer na infalibilidade do papa, na virgindade de Maria ou no inferno, e mesmo assim ser católicos.

Pode usar camisola, divorciar-se, ter relações com o mesmo sexo e comungar sem amolações no domingo seguinte. Até defender o direito ao aborto, imagine só. Mesmo que tudo isso ainda seja problemático para a Cúria.

O que significa, então, ser católico? Menos que antigamente. É o que garante a sua ainda imensa popularidade, inclusive a de Francisco I. Essa nova flexibilidade é razão para comemoração. Religião bandejão: cada um monta seu prato como quer no bufê da fé.

É o jeitinho bem contemporâneo de cada um curtir o seu sagrado. Como um café do Starbucks que é tirado ao seu gosto; como a mocinha que seleciona os aplicativos para personalizar seu smartphone.

Melhor é que viver sob a inquisição medieval. Muito melhor, aliás, como provar a excelente qualidade de vida em países com maiores percentagens de ateus e agnósticos.

A possibilidade de personalização da sua vida espiritual chama mais atenção no mundo ocidental, de maioria cristã. Até porque a Igreja Católica é a mais antiga, a maior, e uma das mais amarradas por tradições empoeiradas.

O que o papa Francisco entendeu melhor que seus antecessores é essa nova realidade. Em que um líder religioso não pode contar com a submissão automática de suicídios.

Precisa conquistá-los dia após dia. Vencer pela sedução e relevante infidelidades e heterodoxias. Tem que ser menos imperador e mais influenciador. Menos persecutório e mais popstar.

O brasileiro, tão dado às superstições, não é dos povos mais fanáticos. Temos paixão pelas coisas do espírito e horror por cruzadas, com as tristezas e questões discutidas. Nisso somos bem diferentes dos nossos vizinhos latino-americanos, catequizados a ferro e fogo pela Espanha fundamentalista.

Mas em círculos progressistas discutem-se faz tempo e com preocupação a crescente influência no Brasil do neopentecostalismo. É um cristianismo conservador e milagroso, preponderante entre os evangélicos e potente em grandes círculos católicos.

É fato que fatia cada vez maior dos brasileiros está nessa turma. Pessoas inseguras ou ignorantes buscam soluções simples para problemas complexos, inclusive muitos com diplomas e doutorados.

Estamos mal acompanhados. Em muitos outros países cresce uma parcela da população com tendência ao fanatismo religioso. Israel é um deles, o que explica parcialmente o que se passa por lá; terá maioria fundamentalista em poucas décadas.

O Brasil terá maioria de neopentecostais no futuro próximo, dizem as projeções demográficas. E aí?

Cresci no maior país católico do mundo. Qualquer outra religião era vista com desconfiança e reprovação. Hoje nossas crianças crescem em um país em que o cidadão pode ser o que quiser sem maiores amolações. Cristão, budista, espírita, judeu, umbandista, xintoísta, qualquer mistura que você quiser inventar. Ou até agora.

Sem tapar o sol com a peneira: com todos os retrocessos que assistimos, é um Brasil melhor que o da minha infância. Mais tolerante, mais generoso, mais diverso que o dos anos 70.

Avançamos, mas falta um bocado. Sobrevivemos muito preconceito e perseguição em nome de deus, inclusive nas nossas leis e sua aplicação. Consulte para uma mulher que deseja terminar uma gravidez indesejada.

A humanidade é mais sábia hoje que cinquenta ou cem anos atrás; quem sabe será ainda mais no futuro. Quem souber em alguns séculos a Terra será uma sociedade global regida por leis laicas. Um bom projeto: livrar totalmente a humanidade das opressões divinas. Mesmo nesse cenário de sonho, desconfio que fé e fuga, deuses e drogas continuam populares entre nossos tataranetos.

Por enquanto já vale a pena celebrar nossa crescente liberdade de acreditar nas fés que escolhemos, misturadas à nossa preferência. Ou em fé não.

E vale muito proteger e ampliar esta conquista tão frágil. Não será celebrando abjetamente os rituais cinematográficos da Igreja Católica, como se essa pompa expiasse seus muitos crimes. Nem santificando seu papa que partiu – ou o que virá.

É preciso mais que defender o convívio entre diferentes fés. É preciso atacar os intolerantes, que pretendem ditar até aos infiéis como viver, como morrer – e até pra onde vamos depois.

Jornais espanhóis cravam acerto entre Carlo Ancelotti e CBF; entidade projeta data de estreia

Ainda não há um contrato assinado entre CBF e Carlo Ancelotti (65), mas a entidade, otimista com as últimas conversas entre interlocutores das partes, já começa a projetar datas para o ainda técnico do Real Madrid chegar ao Brasil e assumir a Seleção Brasileira a um ano da Copa do Mundo de 2026. O trabalho nos bastidores é para que o treinador chegue ao Rio de Janeiro em 26 de maio, dois dias depois do que deve ser sua despedida do Real, após o fim do Campeonato Espanhol.

O fato é que, na noite desta segunda-feira (28), os principais jornais da Espanha colocaram em suas manchetes que Carlo Ancelotti e a CBF estão acertados. O italiano será técnico da Seleção, com contrato até a Copa do Mundo do ano que vem.

A confederação já trabalha com a próxima convocação, para a Data Fifa que terá jogos contra Equador e Paraguai, no início de junho, seja feita por Ancelotti. A tendência é que o técnico italiano se despeça do Real Madrid na partida contra a Real Sociedad, em 24 de maio.

Segundo o jornal Marca, da Espanha, o treinador já tem um acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para dirigir a Seleção. Fontes afirmaram que até o Real Madrid já está ciente que Ancelotti trabalharia para fechar esta lista ainda na Espanha, já que a convocação deve ser feita justamente até o dia 26 de maio.

O Brasil entra em campo contra o Equador, no que deverá ser a estreia de Ancelotti, no dia 5 de junho, fora de casa. A CBF precisa entregar à Fifa uma pré-lista de convocados até 18 de maio, e fechar os nomes finais para o compromisso até o dia 26.

Os contatos entre CBF e Ancelotti se intensificaram nas últimas semanas, com pessoas trabalhando pelo acerto diretamente em Madri, ainda que todas partes neguem qualquer contato. Oficialmente, a confederação nega qualquer acordo com o técnico e diz que só o presidente Ednaldo Rodrigues e o diretor de seleções Rodrigo Caetano conduzem a escolha do novo treinador.

A derrota do Real para o Barcelona no último sábado (26), por 3 a 2, na prorrogação da final da Copa do Rei, acabou contribuindo para a saída de Ancelotti, já que o Real deve fechar a temporada sem títulos importantes – a não ser que o time tire 4 pontos de desvantagem em LALIGA.

Já o primeiro jogo com Ancelotti em terras brasileiras seria o duelo contra o Paraguai, em 10 de junho, em partida marcada para a Neo Química Arena, casa do Corinthians, em São Paulo.

Um personagem teve destaque para que o Ancelotti e Seleção Brasileira se acertassem: Diego Fernandes. O empresário foi peça-chave nas negociações e foi o emissário da CBF, de acordo com a publicação do Marca. Diego Fernandes assistiu à final da Copa do Rei, no último sábado (26), e também esteve presente no jogo entre Real Madrid e Arsenal pela Champions League. O empresário tem ido com frequência à Europa e feito reuniões privadas com o técnico, agindo com discrição.

A saída de Ancelotti do Real Madrid deve ser feita de forma amigável e tratada com respeito mútuo, até por isso o treinador evita tocar no tema Seleção Brasileira quando é questionado nas entrevistas coletivas.

Inicialmente, o estafe de Ancelotti achava difícil que o treinador saísse antes do Mundial de Clubes, que acontece em junho, nos Estados Unidos. No entanto, os resultados recentes, especialmente a derrota na final da Copa do Rei, trouxeram um indicativo de que o treinador deve ser desligado da equipe antes do início da competição.

Nas eliminatórias para a Copa do Mundo, o Brasil ocupa a quarta colocação, com 21 pontos, mesma marca de Uruguai (terceiro lugar) e Paraguai (quinto). A liderança da classificação é da Argentina, já assegurada no Mundial, com 31 pontos, seguida do Equador, que tem 23.

O Brasil está sem técnico desde a demissão de Dorival Júnior, após o revés para a Argentina, por 4 a 1, em Buenos Aires, no final de março.

Próximos jogos da Seleção:

Equador (F) – 04/06, a definir – Eliminatórias para a Copa do Mundo

Paraguai (C) – 09/06, a definir – Eliminatórias para a Copa do Mundo

(Com informações de Marca, ESPN, UOL e CNN)

Faltou caprichar um pouco mais

POR GERSON NOGUEIRA

O empate em 1 a 1 aparentemente não foi bom para o PSC, que está na parte inferior da classificação, mas nas circunstâncias o resultado foi até interessante. Os gols foram marcados na etapa inicial, quando o ritmo da partida foi mais forte, mas os 30 minutos finais favoreceram o CRB, que jogou com um homem a mais – Leandro Vilela foi expulso.

Com cerca de 27 mil torcedores nas arquibancadas, o PSC entrou forçando o jogo sobre a defensiva do CRB. Criou várias chances, como no cabeceio de Borasi que o goleiro Matheus Albino espalmou no susto, aos 8 minutos. O mesmo Borasi finalizou cruzado, para nova defesa Albino, aos 12’.

Benítez também desperdiçou dois bons lances de área. O problema é que, mesmo com oportunidades claras, o time não acertava nas finalizações. Faltava um capricho mais, um encaixe melhor na hora de chutar para o gol.

O CRB ameaçava pouco, embora desenvolvesse um jogo de qualidade na troca de passes. Metódico, parecia satisfeito com o empate, mas criava problemas quando acelerava para cima da defesa do PSC.

Aos 40 minutos, o CRB abriu o placar. Thiaguinho invadiu pelo lado esquerdo, levou vantagem sobre Martinez (que estava lesionado) e Luan Freitas. Diante da aproximação de Novillo, chutou rasteiro entre o goleiro Matheus Nogueira e o poste direito da trave.

Apenas três minutos depois, em avanço rápido pelo meio, Matheus Vargas achou Reverson entre os zagueiros e o lateral bateu na saída do goleiro Albino, empatando o placar e voltando a colocar o Papão no jogo.

Na segunda etapa, o PSC voltou a cercar a área do CRB. Matheus Vargas quase desempatou em chute alto que o goleiro espalmou espetacularmente. Logo em seguida, aos 14 minutos, o volante Leandro Vilela atingiu por trás com violência o atacante Breno Herculano e levou o cartão vermelho, após o árbitro consultar o VAR.

Com 10 homens, o PSC fechou mais a zaga e fez o que era possível fazer em termos ofensivos. Nicolas teve excelente chance aos 24’, mas raspou de cabeça uma bola que podia ter sido testada para o gol.

O CRB cadenciou o jogo, avançava pouco, mas esteve perto da vitória em cabeceio de Mikael de cima para baixo, que Matheus Nogueira defendeu brilhantemente, à la Gordon Banks, junto ao pé da trave, aos 48’.

A torcida saiu frustrada, mas o resultado não foi totalmente negativo. Podia ter sido pior. A equipe conquistou o segundo ponto e segue em 18º lugar, sem vencer há sete partidas – duas pela Copa Verde e cinco na Série B.

Gol salvador reforça o papel de Reynaldo

Reynaldo não era o zagueiro mais festejado pela torcida do Remo desde que ganhou a condição de titular ainda sob o comando de Rodrigo Santana. Despertava desconfianças porque parecia excessivamente lento. Parecia inferior a Lucão, mas o técnico o manteve no time.

Quando Daniel Paulista chegou, Reynaldo foi mantido na zaga, ao lado de William Klaus. O período de treinos em Barcarena durante a paralisação do Parazão se encarregou de consolidar a parte atlética do elenco e o zagueiro foi um dos mais beneficiados pela nova condição.

Durante toda a boa campanha do Remo na Série B, Reynaldo tem se destacado ao lado de Klaus pela segurança e participação efetiva nas bolas aéreas, tanto defensivas quanto ofensivas.

O Criciúma sentiu na própria pele a qualidade de Reynaldo quando se lança ao ataque. Nos instantes finais da partida de sexta-feira, no estádio Heriberto Hulse, em Criciúma, Reynaldo venceu a marcação dos zagueiros catarinenses e desviou para as redes o cruzamento de Sávio.

A reação heroica do Remo em busca do empate, atuando com 10 homens desde a contusão sofrida por Maxwell a 15 minutos do final, foi coroada pelo cabeceio do zagueiro central. Um gol que traz ainda mais confiança a um jogador que evoluiu muito desde a chegada de Daniel Paulista.

Em baixa, Ancelotti fica perto de acerto com a CBF

Em seu melhor momento na temporada, quando o Real Madrid havia acabado de conquistar a Liga dos Campeões e o Mundial de Clubes, o italiano Carlo Ancelotti não deu muita importância ao convite da CBF para assumir o comando da Seleção Brasileira.

Colocou até em dúvida as palavras do presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, que garantiu ter uma espécie de acordo firmado com o treinador. No começo deste ano, voltou a falar sobre o assunto e aí desmentiu mesmo, garantindo que não tinha sido nem procurado.

Repentinamente, os ventos mudaram, o Real entrou numa espiral de maus resultados – eliminado da Liga dos Campeões – e os entendimentos com a CBF ganharam fôlego. Ancelotti, segundo jornalistas italianos e espanhóis, estaria disposto a fechar contrato para dirigir a Seleção Brasileira.

Teria até decidido não ficar mais no Real para a disputa do Mundial da Fifa. A notícia, obviamente, ainda carece de confirmação, mas representa uma mudança importante no rosário de incertezas que ronda o comando do escrete canarinho em meio às Eliminatórias. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 28)

Papão completa 5º jogo sem vitória e segue no Z4 da Série B

O Paysandu segue sem vencer no Brasileiro da Série B. Após cinco rodadas, conseguiu dois empates e se encontra na 18ª posição. Neste domingo, no Mangueirão, diante de grande público, o time teve um bom começo, mas acabou afrouxando a marcação e sofreu o gol do CRB. Reagiu rápido e empatou ainda no 1º tempo. Depois do intervalo, os times voltaram menos agressivos e buscando controlar a partida. O PSC perdeu o volante Leandro Vilela, expulso por entrada violenta, o CRB pressionou muito, mas o jogo ficou mesmo no 1 a 1.

Nos primeiros minutos da partida, ainda em clima de festa pela conquista da Copa Verde, o PSC tentou achar o caminho do gol, rondando a área do CRB com ações pelos lados. Borasi e Rossi tiveram boas chances. Após os 20 minutos, o ritmo da equipe diminuiu e o CRB passou a controlar as ações. Ainda assim, Benítez recebeu passe de Rossi e chutou forte, mas a bola saiu pela linha de fundo.

O CRB foi mais objetivo. Aos 40′, Thiaguinho recebeu na ponta-esquerda e partiu em direção à área. Passou com facilidade por dois marcadores e chutou entre a trave e o goleiro Matheus Nogueira, abrindo o placar no Mangueirão. A resposta do Papão foi fulminante: Matheus Vargas roubou a bola na saída do CRB e lançou o lateral Reverson, que fuzilou em direção ao gol, empatando a partida.

Depois do intervalo, o Paysandu voltou novamente buscando o gol. Aos 7′, Matheus Vargas desferiu um chute certeiro e Mateus Albino fez grande defesa. Aos 10′, o CRB quase desempatou. Thiaguinho passou pela marcação, mas esbarrou em Matheus Nogueira.

Aos 14′, um lance capital na partida. Leandro Vilela deu uma entrada violenta, por trás, acertando o tornozelo de Breno Herculano. O árbitro deu cartão amarelo, mas foi chamado pelo VAR e expulsou o volante. Aos 19′, Gegê chegou com perigo e o PSC respondeu com Rossi.

Aos 34′, Edilson cruzou e Nicolas, livre na área, perdeu uma grande chance para o Paysandu, cabeceando à direita de Mateus Albino. Nos acréscimos, Rodriguinho recebeu na área, mas chutou por cima do gol. Aos 46′, Mikael cabeceou de cima para baixo e Matheus Nogueira espalmou a bola que ia entrar no canto direito.

Considerando os dois empates contra o Goiás na Copa Verde, jejum de vitórias chega a sete partidas. Na próxima rodada, sábado (3), às 20h30, o PSC encara o Volta Redonda, no Rio de Janeiro.

Rock na madrugada – Oasis, “The Shock of The Lightning”

POR GERSON NOGUEIRA

Um dos principais petardos do álbum “Dig Out Your Soul” (2008), a canção “The Shock of the Lightning” (O choque do relâmpago) foi lançada em single quando a banda vivia a fase crítica da relação entre os irmãos Noel e Liam Gallagher. O processo criativo chegara a níveis precários e o último disco soa melancólico e expõe todas as diferenças, embora com algumas gostosas exceções, como “The Shock of the Ligtning”, que contém tardios lampejos da velha sintonia entre os manos.

O grupo chegou ao fim justamente na excursão de lançamento do disco, após um episódio que envolveu até a quebra da guitarra de Noel antes de um show em Paris. O guitarrista deu tchau à banda, voltou para a Inglaterra e o Oasis acabou ali mesmo. (Voltará somente para uma série de shows neste ano).

A letra de “The Shock of the Ligtning” diz, em tom arrebatado: “Eu sou todo o desejo do meu coração/Estou com frio, mas estou de volta ao fogo/Descontrolado, mas amarrado apertadamente”. Comparado por alguns apressadinhos a “Revolver”, dos Beatles, e “Beggars Banquet”, dos Rolling Stones, o canto de cisne do Oasis só pode ser relacionado a essas obras-primas pela coincidência de ser também o 7º trabalho das bandas.

Com o tempo, o disco foi meio que esquecido dentro do acervo do Oasis, mas o uivo psicodélico e urgente de “The Shock of the Ligtning” segue vivo, a partir do belíssimo uso de guitarras, marca incontestável e consagrada da banda de Manchester.

Empate com sabor de vitória

POR GERSON NOGUEIRA

Com um jogador a menos (Maxwell saiu lesionado e não podia mais ser substituído), o Remo partiu com tudo para cima do Criciúma nos 15 minutos finais disposto a empatar a qualquer custo. Perdido por um, perdido por mil. Batalhou incansavelmente e foi recompensado com o gol aos 47 minutos. Gol de raça, marcado por Reynaldo, de cabeça.

A verdade é que o jogo não merecia outro resultado. O equilíbrio predominou. O Remo começou melhor, botou uma bola na trave, com Janderson e teve uma grande chance com Pedro Rocha.

O Criciúma ajustou suas linhas e passou a fustigar, sempre cruzando na área em busca de Neto Pessoa. O Remo resistiu bem. Klaus e Reynaldo cortavam todas e a cobertura funcionava com Pavani e Caio Vinícius.

Aí veio o 2º tempo e o Remo voltou a dormir no ponto, como havia acontecido em Ribeirão Preto, contra o Botafogo. Logo a 1 minuto, uma jogada rápida pela direita fez a zaga dar rebote, Neto Pessoa rolou para Morelli, que chutou rasteiro, no canto, sem chances para Marcelo Rangel.

No afã de empatar, o Remo se lançou ao ataque e chegou a empatar. Após cruzamento de Sávio, Felipe Vizeu tocou para as redes. Estava impedido e o gol foi anulado. A pressão permaneceu. Pedro Rocha bateu rasteiro, mas Marcelo Hermes salvou em cima da linha. Pedro Castro substituiu Pavani e ajudou a reforçar a troca de passes na área central.

Um cochilo quase pôs tudo a perder. A zaga abriu e Jonathan entrou livre, mas Marcelo Rangel fechou o ângulo e impediu em dois tempos o segundo gol. Logo depois, uma mexida radical: Maxwell, Adailton, Pedro Costa e Ytalo substituíram Janderson, Klaus, Marcelinho e Felipe Vizeu.

Em lance violento (que o árbitro não marcou nem falta), Maxwell se lesionou na primeira jogada e teve que sair. O Remo já havia feito as cinco substituições e o jeito foi seguir com 10. Nesse momento, o esforço do time em busca do gol fez toda a diferença.

Sávio e Adailton avançavam pelos lados e cruzavam na área, criando desassossego na zaga catarinense. A bola chegou a bater no braço de um defensor, mas o árbitro ignorou.

Aos 47’, em escanteio batido por Sávio, a bola foi lançada na área e Reynaldo subiu mais que a zaga colocando a bola no fundo do barbante. Bom resultado, invencibilidade mantida e certeza de novo recorde de público no próximo sábado, contra o Amazonas, no Mangueirão.

Papão enfrenta CRB em busca da redenção

A atmosfera mudou por completo. O que antes era desânimo e crise virou esperança e empolgação. O PSC, pentacampeão da Copa Verde, recebe o CRB no Mangueirão com previsão de grande público. O astral positivo é o combustível para a recuperação dentro da Série B.

Com uma vitória, o Papão sai do Z4. Ocupa hoje a 18ª posição e precisa reagir na competição. Como se imaginava, a conquista da Copa Verde pode significar a mudança de chave, abrindo caminho para um recomeço no Brasileiro.

É o que todos esperam, a começar pelo torcedor, finalmente com motivos para comemorar. O time que despertava desconfianças passa a ser observado de outra maneira. Readquiriu credibilidade após a heroica partida diante do Goiás, no Serra Dourada.

A partir do que se viu na noite encantada de quarta-feira, Luizinho Lopes deve manter Benítez no ataque, ao lado de Rossi e Borasi. A exceção é PK, novamente mal e irritando a torcida. O herói Matías Cavalleri pode entrar na etapa final, pelo menos para receber os aplausos da Fiel.    

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, que começa às 23h, na RBATV. Em pauta, o pentacampeonato bicolor na Copa Verde e a 5ª rodada da Série B. Participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.

Épico penta bicolor comove e inspira

A amiga jornalista Syanne Neno, torcedora apaixonada do Paysandu, abriu o coração após a sensacional vitória na Copa Verde. Em noite de pura inspiração, produziu o texto “Teu destino é levantar troféus”, onde expressa todo o amor que devota ao time. Aqui, um pequeno trecho:

“Amigos, eis a verdade: quando o Paysandu foi criado, em uma dissidência do rival, foi carimbado pela mística de uma centelha divina. Uma predestinação para o triunfo, para a glória de ser campeão. Mesmo quando parece não querer, quando na teoria o time vem abalado por uma má fase, essa centelha predestinada faz a diferença no jogo final”, pontua.

“O gol de empate, em estádio abarrotado de torcedores do adversário Goiás, foi nos descontos. Veio a cardíaca decisão por pênaltis. Moralmente em vantagem por ter empatado o jogo no último minuto, o Paysandu espatifou um tubo inteiro de tinta dramática, no gramado do Serra Dourada, quando Rossi, seu melhor jogador, desperdiçou a primeira cobrança de pênaltis”.

“Mas era o Paysandu. Era o clube que derrotou o mítico Boca Juniors, com 2 jogadores a menos, em plena Bombonera. Era o Paysandu que fez o gol mais rápido do mundo, 4 segundos de jogo, na Curuzu. Definitivamente, esse time nasceu pra fazer história. E a história, hoje, faz do Paysandu o maior campeão regional (agora isolado) do Brasil”. 

Pura poesia e enlevo.  

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 26/27)

Prisão de Collor por ordem de Xandão aumenta temores de aliados de Bolsonaro

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou nesta quinta-feira (24) a prisão imediata do ex-presidente Fernando Collor, reforçou o temor de aliados de Jair Bolsonaro de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) pode dar um rápido desfecho às investigações da trama golpista – e não vai tolerar recursos considerados “meramente protelatórios”.

Collor de Mello teve sua prisão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, após ser condenado por corrupção em um processo derivado da Operação Lava Jato. O pedido de reclusão do ex-mandatário vem 33 anos depois dele ser removido da chefia do Executivo em um processo de impeachment que acabou se tornando símbolo da corrupção no país. Collor foi afastado em definitivo pelo Senado em 30 de dezembro de 1992.

O político assumiu o governo federal em março de 1990. Dois anos e nove meses depois, quando deixou o cargo, foi substituído pelo seu vice-presidente Itamar Franco (PMDB), que governou o país até terminar o mandato, no final de 1994.

A queda de Collor teve a ver com as denúncias feitas pelo seu próprio irmão, Pedro Collor de Mello, e envolviam o tesoureiro da campanha do ex-presidente, Paulo César Farias. As acusações eram de que ele tinha conhecimento de um esquema de tráfico de influência dentro do governo, e de corrupção em reformas na Casa da Dinda, mansão em Brasília na qual morava a família do então chefe do Executivo.

“A queda do Collor está associada à sua incapacidade de se organizar politicamente, junto ao Congresso Nacional, muito em função do fracasso do seu plano de combate a inflação”, analisa Leandro Torelli, historiador e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

Collor foi senador por Alagoas até 2022, e deixou o cargo após ser derrotado nas últimas eleições ao tentar ser governador de seu estado pelo antigo PTB, hoje PRD -quando também apoiou a reeleição de Jair Bolsonaro (PL). No mês de junho de 1992, o Congresso instalou uma CPI para investigar denúncias feitas por Pedro Collor de Mello envolvendo Paulo César Farias.

Em entrevista à revista Veja, Pedro Collor afirmou que PC Farias participava de um esquema de corrupção. A lista incluía concorrências fraudulentas, lavagem de dinheiro e pagamento de contas pessoais com dinheiro da campanha.

“PC Farias não tinha cargos oficiais, mas era uma figura que pairava dentro do governo Collor e foi figura importante na campanha”, diz o historiador Leandro Torelli. “É famoso o episódio do Fiat Elba, usado pelo Collor, e que teria sido comprado com dinheiro desviado por PC Farias.”

Durante a CPI, Pedro Collor disse ainda que PC Farias coordenava um sistema de tráfico de influência dentro do governo. Ele acusou o irmão de ter conhecimento e de concordar com o esquema. A corrupção envolveria reformas na Casa da Dinda, mansão em Brasília na qual morava a família Collor.

Diante dos indícios, Collor pediu que a população saísse às ruas de verde e amarelo para demonstrar apoio. Não deu certo. As pessoas foram às ruas de preto, contra o seu governo. As manifestações pelo impeachment cresceram, especialmente com a participação de jovens estudantes que ficaram conhecidos como os Caras Pintadas.

Em meio a um número crescente de manifestações por todo o país pedindo a queda do presidente, em setembro daquele ano a Câmara dos Deputados instituiu uma Comissão Especial para analisar denúncia contra Collor por crime de responsabilidade.

No mesmo mês, no dia 29, a Câmara dos Deputados votou pela abertura do processo de impeachment. Foram 441 votos a favor, 38 contra. O presidente foi afastado do cargo para responder ao processo.

A decisão final sobre impedimentos de presidentes da República é do Senado, segundo a Constituição. Quando aprovado pela Casa o mandatário deixa o cargo em definitivo. Se recusado, retorna ao posto. Os senadores começaram o julgamento de Collor no dia 29 de dezembro de 1992. Ao perceber que o resultado não seria favorável, Collor tentou renunciar. A manobra não funcionou.

Por 76 votos a favor e 2 contra, o Senado decidiu pela retirada em definitivo do presidente. Com a decisão, ele ficou impedido de exercer cargos públicos por oito anos.

Collor é herdeiro de uma família alagoana com histórico de participação política. Formado em economia, foi prefeito de Maceió em 1979 e depois deputado federal pelo PDS (Partido Democrático Social). Em 1986, ganhou a eleição para governador de Alagoas com uma campanha focada no combate à corrupção. Esse discurso ajudou a projetá-lo.

ELEIÇÃO, CONFISCO E QUEDA

Em 1989, depois de disputar um segundo turno contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Fernando Collor foi eleito pelo PRN (Partido da Reconstrução Nacional). Ele foi o primeiro a chegar ao cargo de presidente da República através do voto popular, após o golpe de 1964.

O historiador Leandro Torelli afirma que é importante esse contexto da época para entender o que foi o governo Collor e a sua queda. “Sarney tinha a herança da ditadura sobre si e não conseguiu fazer um governo de sucesso. A economia fracassou, a inflação disparada, o país vivia um cenário econômico muito grave. E ainda teve uma Constituição nova aprovada.”

Quando chegou ao governo, Collor decidiu fazer um congelamento dos preços e o confisco das contas em bancos. A avaliação de sua equipe foi a de que diante de uma inflação tão alta o Banco Central não tinha instrumentos para fazer política monetária.

(Com informações de O Globo e Folha de S. Paulo)

“O que ele fez foi retirar a liquidez numa tacada só. Congelamento de todos os depósitos, inclusive a poupança”, afirma Weller. “Ele pegou muito pesado. As empresas começaram a falir e a economia começou a entrar em uma recessão violentíssima”.

Após as medidas, a relação com o Congresso se tornou tensa. Quando o plano econômico começa a falhar, ele passa a perder apoio de setores importantes da sociedade, e de parte dos parlamentares.

“No começo o Plano Collor teve apoio popular”, diz Leandro Torelli. “A partir do momento que a inflação voltou a subir, a popularidade dele cai dramaticamente. Quando as primeiras acusações de corrupção aparecem, ele fica muito enfraquecido diante desse cenário.”

Papão faz promoção de ingressos para lotar o Mangueirão contra o CRB

A conquista da Copa Verde 2025 continua a ser comemorada pela torcida bicolor. O feito animou a diretoria do PSC a lançar uma promoção de ingressos mais baratos, a fim de lotar o Mangueirão para o jogo com o CRB no próximo domingo, 27. Para festejar em grande estilo o penta do torneio regional e homenagear os heróis bicolores, o clube disponibilizou tíquetes a preços reduzidos para a partida da 5ª rodada da Série B.

Os ingressos, disponibilizados no site oficial do clube, custam R$ 30,00 (arquibancada) para o público masculino. As mulheres irão pagar apenas R$ 10,00 pelo ingresso. As cadeiras também estão com valor promocional: R$ 80,00 (promoção válida até esta sexta-feira, 25).

A partir deste sábado, 26, os ingressos irão custar R$ 50,00 (masculino) e R$ 25,00 (feminino). Já o ingresso para as cadeiras custará R$ 120,00. Além da venda virtual, o torcedor pode comprar nas lojas físicas do clube.

O Paysandu (18º) precisa vencer o CRB (3º colocado) para sair da zona do rebaixamento. A partida será no domingo, 27, às 17h, no Mangueirão.

Perseguição da CBF acaba com a carreira de repórter esportivo na Bahia

Por Paulo Motoryn – Intercept_Brasil

Oscar Paris era um dos mais influentes jornalistas esportivos do Nordeste quando levou ao ar, em 2008, uma reportagem explosiva: os registros federativos de um craque do futebol internacional haviam sido adulterados. Os dados falsos, de acordo com a sua descoberta, garantiriam mais de R$ 900 mil a um clube do interior da Bahia. 

Na matéria, uma ex-funcionária da Federação Baiana de Futebol, a FBF, que assinou o documento com informações inverídicas, disse que jamais se esqueceria do nome daquele jogador – Liedson – e que lembrava bem daquele caso. O documento, segundo ela, havia sido “alterado” por Ednaldo Rodrigues, então presidente da FBF.

Foi a última reportagem da vida de Paris e o início do que o jornalista entende ter sido uma perseguição judicial encabeçada por Ednaldo, o agora todo poderoso presidente da Confederação Brasileira de Futebol, a CBF. 

Paris afirma que perdeu os empregos que tinha na TVE, a televisão pública do governo da Bahia, e no jornal A Tarde. Também conta que nunca mais recebeu qualquer oportunidade no jornalismo esportivo. Passou a se dedicar a se defender dos oito processos abertos por Ednaldo e pela FBF contra ele em diferentes varas e esferas judiciais baianas, por calúnia e difamação.

Só em março de 2025, depois de mais de 16 anos, comemorou o que entende ser o fim do calvário: a décima vitória na Justiça (os processos foram unificados na segunda instância), desta vez em decisão monocrática do ministro Sebastião Reis Júnior no Superior Tribunal de Justiça, o STJ. 

As despesas com a defesa já se aproximam de R$ 1 milhão, nas contas de Paris e do seu advogado, Gileno Felix. E o valor pode aumentar, visto que ainda há alguns recursos pendentes.

“Eu não esperava essa retaliação, porque não apontei para ninguém, não disse que ninguém fez isso ou aquilo. Eu fiz jornalismo. Eu perguntei o que havia acontecido, por que aqueles erros absurdos teriam ocorrido”, disse Paris, em entrevista ao Intercept Brasil.

Ednaldo afirma que as essas ações “sempre tiveram como único objetivo a reparação de ofensas graves e injustificadas à sua honra e reputação” e “jamais se prestaram a qualquer forma de retaliação ou intimidação à atividade jornalística”. 

“Direito de petição não se confunde com perseguição”, diz a nota, enviada pelo mesmo escritório de advocacia que o representa em processos contra jornalistas. Um dos últimos recursos da defesa de Ednaldo foi negado, mais uma vez, pelo STJ, na terça-feira, 22 de abril.

DA TV AO OSTRACISMO

Foi lembrando de tudo que viveu que o veterano chorou ao ler que seis jornalistas haviam sido afastados pela ESPN depois de dedicarem um programa de mesa redonda, o Linha de Passe, à atual gestão da CBF, comandada por Ednaldo.

O afastamento foi motivado pelos comentários feitos sobre uma reportagem da revista piauí que mostrou, entre outras revelações, que Ednaldo ampliou para R$ 215 mil os salários dos presidentes de federações estaduais que, recentemente, garantiram sua reeleição na CBF sem concorrentes. O presidente da confederação, ainda de acordo com a reportagem, pagou também despesas pessoais de alguns desses eleitores, enquanto o futebol brasileiro cambaleia em campo e enfrenta problemas de infraestrutura e falta de apoio fora dele.

“A reportagem [da piauí] não me surpreendeu. A surpresa é que finalmente um veículo atentou para o fato de que as instituições esportivas do Brasil precisam ser vistas com lupa”, afirma Paris.

Gaúcho, o jornalista começou a carreira no Sul do país e fez fama na Bahia. Havia sido chefe de reportagem, editor e repórter especial no Correio da Bahia, comentarista em diversas rádios, narrador no SBT, na Band (onde apresentou o Jogo Aberto Bahia) e nos canais próprios da Sky e da DirecTV.

Quando ousou investigar uma denúncia que envolvia Ednaldo, em 2008, era apresentador da versão baiana do Cartão Verde, popular programa criado pela TV Cultura em São Paulo e replicado em outros canais educativos, incluindo a TVE da Bahia, e cronista do A Tarde.

Paris diz que a decisão de Ednaldo e da FBF de ingressarem com processos contra ele afetaram diretamente sua carreira profissional. Na época, ele havia saído da TVE momentaneamente para participar de uma campanha política do PT, partido que governava o estado e, portanto, o canal. O acordo, segundo ele, era que retornasse ao posto depois da eleição.

“O combinado era eu ser recontratado após as eleições municipais. Enquanto isso, o Ednaldo entrou com os processos. Quando eu ia voltar, o diretor-geral do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia disse que não podia me recontratar”, relembra Paris. Após informar a Paris que o jornalista não voltaria, a TVE, que até então também era ré nos processos movidos por Ednaldo e a FBF, foi retirada das ações pelos denunciantes. 

A TV pública, segundo Paris, ainda se recusou a defender o jornalista que estava sendo processado por material levado ao ar pela emissora. “Alegaram que, como eu havia saído da empresa, eles não precisavam mais me defender.” A emissora não respondeu aos questionamentos do Intercept.

Do jornal A Tarde, Paris conta foi mandado embora enquanto escrevia uma coluna, na mesma época em que seu retorno à TVE foi barrado.  “Recebi um telefonema dizendo que meus serviços estavam dispensados, que haveria uma reformulação interna. E ficou nisso.”

Apesar do currículo de peso e das portas que havia deixado abertas nos vários veículos pelos quais passou em Salvador e em outras cidades baianas, Paris nunca mais foi contratado para nenhum trabalho no jornalismo. Quando pediu emprego, ouviu “não”. 

“Me senti completamente abandonado, por jornais, entidades. Ninguém nem replicava a matéria, exceto duas rádios que eram favoráveis a Ednaldo, que falavam barbaridades de mim.” Agora, após a vitória no STJ, Paris recebeu moção de aplausos da Associação Baiana de Imprensa, corroborado pelo sindicato dos jornalistas da Bahia.

Sem emprego e dedicado a se defender na justiça de um homem e uma entidade influentes, Paris também viu sua vida pessoal desmoronar. 

“Quando você vê sem salário, desempregado, com filho para criar, acontece tudo com sua cabeça. Tive depressão, fiquei abalado emocionalmente. Só não me entreguei porque olhava para o meu filho e via alguém que dependia de mim, tinha que criar, foi meu filho que me manteve em pé”, conta o jornalista. 

Durante o período, ele ainda enfrentou dois cânceres, que encontraram um homem de meia-idade abalado emocional e fisicamente.

Resistiu, porém, à doença e às acusações. Com o jornalismo o rejeitando, conseguiu, anos depois, espaço como assessor de comunicação em órgãos públicos. Quando atendeu a reportagem do Intercept, por telefone, subia o Rio Paraguai, entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, em uma expedição da Fiocruz. 

Apesar de tudo, Paris diz que continua adorando futebol. “Futebol é um patrimônio cultural imaterial do nosso povo. E eu faço parte disso, como torcedor e profissional.”

O CASO LIEDSON

Pelo chamado “mecanismo de solidariedade”, 5% do valor total da transferência de um jogador de futebol, a qualquer tempo, é repassado aos clubes pelos quais ele atuou dos 12 aos 23 anos, como forma de valorizar quem investe na base. Cabe a esses times, porém, identificar a negociação de um ex-atleta seu e solicitar sua porcentagem.

Quando o Sporting, de Portugal, pagou R$ 7 milhões para comprar Liedson junto ao Corinthians, em 2003, quase R$ 300 mil (R$ 1,3 milhões corrigidos pelo IPCA) ficaram à deriva porque o atacante não teve base, como se diz no futebol.

Natural de Cairu, no interior da Bahia, Liedson não foi federado nas categorias inferiores e só disputou sua primeira competição oficial aos 21 anos, quando defendeu a Liga Valenciana no campeonato estadual intermunicipal. Até então, jogava por uma equipe de várzea de Valença: o Bahia. 

Dois anos após a ida de Liedson ao Sporting, contudo, a FBF de Ednaldo produziu um certificado, depois enviado à Fifa, dizendo que o atacante havia sido registrado pelo Esporte Clube Poções em 1993, aos 15 anos, permanecendo no clube até setembro de 2000, perto de completar 23 anos. 

Liedson, de fato, jogou no Poções, clube de cidade homônima no sudoeste da Bahia, mas somente durante nove meses de 2000, quando tinha 22 anos, após se destacar no intermunicipal e assinar seu primeiro contrato profissional para ganhar menos de um salário mínimo.

Pelo mecanismo de solidariedade, o Poções tinha direito a 0,3% daqueles R$ 7 milhões (cerca de R$ 70 mil em valores corrigidos). Mas, quando requereu à Fifa sua parcela do bolo, apresentou o certificado com informações falsas assinado pela FBF que daria direito a 4% do valor da transferência – ou seja, mais de R$ 900 mil em valores corrigidos pelo IPCA. 

Uma verba relativamente pequena para grandes clubes, mas que mudaria a história do Poções, que havia sido penúltimo no Campeonato Baiano daquele ano e acabou se licenciando do futebol profissional em 2012 por dívidas.

Documentos exibidos na reportagem de Oscar Paris mostram que o Sporting alertou a Fifa, que cobrou a CBF sobre as informações incorretas. Elas foram corrigidas pelo próprio Liedson, que escreveu uma carta afirmando que não jogou pelo Poções até os 21 anos. 

Uma das pessoas a assinar o documento que permitiu ao Poções requerer os 4% foi Maria Balbina B. de Souza. Ela foi ouvida na reportagem feita por Paris em 2008 e denunciou a fraude em uma entrevista gravada. 

“Esse documento foi alterado pelo presidente [da FBF, Ednaldo Rodrigues]. Quando eu fiz, eu encaminhei para a presidência. Ele rascunhou e mandou que eu fizesse daquela forma que ele tinha colocado no papel, autorizando eu a assinar”, afirmou Maria Balbina.

Segundo ela, a certidão expedida à Fifa não foi juntada à documentação de Liedson no sistema da federação. “Quando esse prontuário não desceu para o departamento de registro, eu fiquei meio preocupada se aquelas informações estavam corretas ou não. E esse nome é fácil de gravar, né, Liedson”, continuou.

Na matéria, que segue disponível no YouTube, Paris vai até a sede da FBF para ouvir Ednaldo, que justifica o ocorrido. “Quando ele foi para o Poções, que houve um pedido da CBF, informando a vida desse atleta desde seu início, a federação, de forma equivocada, entendeu que o Liedson era também atleta júnior do Poções”, explicou, rejeitando a hipótese de má-fé. Como a fraude foi revelada, o valor não foi repassado pela Fifa ao Poções.

Ednaldo também foi questionado sobre a declaração da ex-funcionária responsabilizando-o pelo documento com informações erradas: “Isso é subjetivo à pessoa. Agora falar de qualquer situação de uma ex-funcionária que não temos nada a falar, só queremos dizer que a certidão é feita por um funcionário e assinada pelo diretor que responde pelo departamento”, respondeu. 

O diretor, Wilson Paim, afirmou que tudo não passou de um engano. A FBF só corrigiu o documento em julho de 2006, cerca de um mês depois da carta da Fifa à CBF cobrando explicações sobre as informações falsas.

A reportagem, de pouco mais de 10 minutos, trouxe ainda entrevista com um funcionário da FBF, não identificado por medo de represálias, afirmando que um jogador do Fluminense de Feira de Santana havia jogado uma partida de forma irregular, já que fora registrado um dia depois do permitido. Paris exibe, na matéria, o documento com a data supostamente rasurada. Ednaldo também foi ouvido a respeito e negou irregularidades.

De acordo com o jornalista, além de ouvir todas as pessoas citadas na reportagem, incluindo Ednaldo, ele também recebeu no Cartão Verde, programa que apresentava à época, na TVE, o advogado da FBF para que pudesse se manifestar sobre as acusações. Fez jornalismo. Pela última vez.

Na nota enviada ao Intercept, os advogados de Ednaldo afirmam que Oscar Paris “imputou falsamente ao Sr. Ednaldo Rodrigues a prática de conduta criminosa, mesmo tendo pleno conhecimento de que o episódio envolvia apenas um erro material em documentação da Federação Baiana de Futebol — prontamente corrigido, sem qualquer impacto desportivo ou prejuízo a terceiros”. 

“O certificado em questão continha um erro material, o qual foi prontamente identificado e corrigido nos trâmites administrativos regulares da época. Não houve qualquer comando, ordem ou orientação do Sr. Ednaldo Rodrigues para alterar informações de forma indevida — muito menos para cometer qualquer irregularidade”, afirma a defesa do dirigente.

Para Ednaldo, “trata-se de um episódio administrativo sem qualquer gravidade jurídica ou desportiva”.

PROCESSOS EM SÉRIE CONTRA CRÍTICOS

A ofensiva contra Paris exemplifica o modus operandi de Ednaldo. Outros dois jornalistas baianos também foram alvos de ações do dirigente, que é acusado de acionar chefias de veículos para retaliar críticos — como na recente denúncia repercutida pela ESPN, que levou ao afastamento de seis jornalistas.

Um deles é o radialista Márcio Martins, que cobriu toda a gestão de Ednaldo na FBF, de 2001 a 2017, e sua ascensão à CBF nos anos seguintes. Desde 2023, ele foi citado em cinco queixas-crimes feitas por Ednaldo, segundo seus advogados. 

“Eu vejo Ednaldo querendo se escudar através do Judiciário. De forma aleatória, porque pega a crítica e aciona o Márcio alegando que está tendo sua honra atingida, sendo que ele é uma pessoa pública e está sendo criticado por todos os lados”, diz o advogado Carlos Magnavita Júnior, em entrevista ao Intercept Brasil.

Márcio cobriu a Copa do Mundo do Qatar, ficou no mesmo hotel de convidados da CBF e foi o primeiro a denunciar na rádio uma comitiva de 49 pessoas levadas por Ednaldo, entre familiares, amigos, políticos e artistas, exposta pela piauí. Mas, sem repercussão na TV e na imprensa escrita baiana, o caso não chegou ao eixo Rio-SP-Brasília em 2022. “Na Bahia, nenhuma emissora de rádio critica. Juliana critica, e só. Não me lembro de outro em Salvador”, diz Márcio.

“ELE É DAQUELE TIPO QUE NÃO SUPORTA CRÍTICAS”

A Juliana mencionada por ele é Juliana Guimarães, da Band Bahia. Ela relatou em um podcast Bargunça que Ednaldo tentou derrubá-la após ser criticado. “Ele é daquele tipo que não suporta críticas. Você fala alguma coisa dele, ele move mundos para acabar com sua vida. Ele tentou fazer isso comigo, (…) começou a tentar me podar. Ligou na diretoria da Band, tentou mandando ofício para a Band”, contou.

Juliana também foi processada após criticar Ednaldo por um time ter chegado de ônibus de linha a uma partida. “Ele faz isso para tentar conseguir o que ele não conseguiu o tempo inteiro, que é me calar e eu não vou fazer o que ele quer.”

Mas Ednaldo nega que persiga jornalistas. Diz a banca que o representa nos processos: “O que existe — e existirá sempre — é o exercício legítimo do direito constitucional de acesso à Justiça, quando sua honra e dignidade são indevidamente atacadas por meio de ofensas pessoais, calúnias ou imputações falsas.”

Na nota, o advogados de Ednaldo ainda criticam o que chamam de “vitimização” dos jornalistas. “Quando um cidadão processa um jornalista, começa um rosário de vitimizações, com esse discurso de intimidação, de franciscana pobreza interpretativa”. 

Leia aqui a resposta completa do presidente da CBF.