Alepa aprova inclusão expressa da igualdade entre homens e mulheres na Constituição do Pará

A inclusão expressa da igualdade de homens e mulheres em direitos e obrigações na Constituição do Estado do Pará foi aprovada nesta terça-feira (18), por meio do Projeto de Emenda Constitucional nº 2/2023, de autoria da deputada Maria do Carmo (PT). A proposição foi apreciada durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) e dispõe sobre o art. 5°, que agora passa a vigorar com a seguinte redação:
“O Estado do Pará acolhe, expressamente, insere em seu ordenamento constitucional e usará de todos os meios e recursos para tornar, imediata e plenamente efetivos, em seu território, os direitos e deveres individuais e coletivos, os direitos sociais, de nacionalidade e políticos, abrigados no Título II da Constituição Federal, especialmente a igualdade de homens e mulheres em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição e da Constituição Federal”. De acordo com a autora da matéria, é indispensável a menção expressa a esse direito de igualdade na Constituição Estadual, bem como está contido na Constituição Federal. 

“A importância do direito escrito na Lei Maior deste Estado é inegável. Trata-se de seu reconhecimento formal, estimulando que outras normas infraconstitucionais sejam feitas por casas legislativas. A desigualdade de tratamento entre homens e mulheres infelizmente ainda é real. Fato que se arrasta ao longo da história, apesar dos avanços à base de muita luta. A participação das mulheres no mercado de trabalho, por exemplo, aumenta a cada ano, mas elas seguem ganhando menos que os homens e ocupando, cada vez menos, cargos gerenciais, conforme apontam as Estatísticas de Gênero divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE”, justificou a deputada Maria do Carmo.

A parlamentar lembra que a inserção da igualdade de homens e mulheres no bojo da Constituição do Pará não acabará, evidentemente, com a lamentável realidade, porém, será algo positivo no aspecto legal e pedagógico a contribuir com essa luta histórica. “Portanto, a PEC ora apresentada pretende contribuir com a efetivação da igualdade de mulheres e homens”, concluiu.

Os deputados da Alepa aprovaram ainda outra mudança na Constituição paraense, desta vez proposta pelo deputado Martinho Carmona (MDB). O Projeto de Emenda Constitucional nº 6/2024 dá nova redação ao art. 312 da Carta Mãe do estado, que passa a vigorar com a seguinte redação: “A Assembleia Legislativa manterá o Plano de Seguridade Social dos Parlamentares, com recursos orçamentários próprios, observada a legislação vigente”. 

De acordo com o parlamentar, a matéria tem a finalidade de atualizar as normas vigentes, visto que a Lei Complementar nº 92/2014 extinguiu o Instituto de Previdência da Assembleia Legislativa do Pará – IPALEP e criou o Plano de Seguridade Social dos Parlamentares. “O dispositivo constitucional em questão carece de atualização, haja vista que pensões e subsídios são de natureza diferente, sendo, dessa forma, possível o acúmulo desses benefícios, na forma da legislação vigente”, finalizou.

Mudanças no Fundo de Desenvolvimento Econômico

De autoria do Poder Executivo, também foi aprovada a revogação da Lei Estadual nº 10.837/2024, restaurando a vigência da Lei Estadual n° 5.674/1991. A matéria dispõe sobre o Fundo de Desenvolvimento Econômico do Pará (FDE), de que trata o art. 40 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição do Estado do Pará.

Segundo o líder do governo na Casa, deputado Iran Lima (MDB), a proposta enviada pelo governo e aprovada em dezembro implementava uma taxa para o transporte da produção de grãos em território paraense. “Mas, devido ao aumento considerável no preço dos alimentos não só no Pará, mas no Brasil, além da queda dos preços das commodities internacionais na tonelada dos grãos, que estavam caindo no cenário internacional, o governador entendeu que não era o momento de implementar essa taxa”, explicou,

O parlamentar reforçou ainda que esses recursos permitiriam que o estado investisse na infraestrutura rodoviária e portuária, o que iria beneficiar a movimentação da carga no estado. “A vice-governadora Hana Ghassan ouviu o setor, que explicou o que estava acontecendo no Brasil e no mundo, principalmente com relação aos valores internacionais, e junto com o governador Helder Barbalho optou por voltar atrás, porque traria o risco de aumentar ainda mais os preços dos alimentos no Brasil e cair ainda mais o valor das commodities internacionais. Logo, volta a valer integralmente a lei de 1991″, concluiu Iran Lima.

Sobre o Fundo

O FDE, fundo contábil de natureza autônoma, tem por objetivo financiar programas e projetos considerados relevantes para o desenvolvimento econômico do estado. A intenção é reduzir as desigualdades regionais e sociais, bem como a garantir a competitividade dos empreendimentos econômicos instalados em território paraense e, ainda, a capacidade de atração de novos investimentos, em consonância com as diretrizes do Plano Plurianual. 

São medidas viabilizadas pelo fundo: o financiamento ao setor público para a execução de projetos de infraestrutura econômica e social; o financiamento ao setor privado destinado a apoiar os agentes econômicos cujos projetos estejam integrados a programas de desenvolvimento econômico e social do Estado, através de empréstimo de natureza reversível; financiamento a empreendimentos de micro e pequeno porte de pessoas físicas e jurídicas; e o financiamento ao setor privado, vinculado à política de incentivos ao desenvolvimento socioeconômico, em conformidade com a Lei Estadual nº 6.489, de 27 de setembro de 2002.

(Fotos: Ozéas Santos/AID Alepa)

Em correção histórica, Governo propõe isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil

O presidente Lula assinou, nesta terça-feira (18), uma proposta de mudança significativa no Imposto de Renda (IR), que trará alívio financeiro para milhões de brasileiros. A nova regra prevê o total autorizado do IR para quem ganhar até R$ 5 mil por mês, a partir de 2026. E foi anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O texto ainda será tramitado no Congresso Nacional, onde poderá receber modificações e ajustes. Entenda o que está sendo proposto, quem será beneficiado e como o governo pretende compensar essa renúncia fiscal.

Atualmente, quem ganha até R$ 2.824 por mês está isento de pagar o Imposto de Renda. Esse valor representa um pouco menos de duas variações mínimas e, por muito tempo, não foi corrigido conforme a inflação, o que fez com que milhões de brasileiros que antes não pagavam imposto passassem a ter esse desconto em suas previsões. 

Com a nova medida, a faixa de isenção será ampliada para R$ 5 mil, beneficiando cerca de 10 milhões de trabalhadores, totalizando 20 milhões de pessoas desde as mudanças de 2023 e 2024. Como fica:

. Quem recebe até R$ 5.000: total autorizado, economia anual de R$ 4.356,89

. Quem recebe R$ 5.500: desconto de 75%, economia anual de R$ 3.367,68

. Quem recebe R$ 6.000: desconto de 50%, economia anual de R$ 2.350,79

. Quem recebe R$ 6.500: desconto de 25%, economia anual de R$ 1.333,90

. Quem recebe acima de R$ 7.000: As alíquotas progressivas de 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%, permanecem conforme é hoje em dia, sem aumento.

A medida proporcionou um rompimento financeiro imediato para milhões de pessoas. Por exemplo:

. Um motorista que ganha R$ 3.650,66 por mês deixará de pagar R$ 1.058,71 de IR ao ano.

. Um professor com salário de R$ 4.867,77 economizará R$ 3.970,18 anualmente.

. Um autônomo que recebe R$ 5.450,00 ganhará em um ano mais R$ 3.202,50.

. Uma enfermeira com salário de R$ 6.260,00 terá uma economia anual de R$ 1.822,01.

A regra abrange assalariados, servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS que se enquadram nessa faixa. O comunicado será imediato no bolso dessas pessoas, que poderão usar o dinheiro extra para consumo, poupança ou pagamento de dívidas.

Com isso, a partir de 2026, nove em cada dez brasileiros que atualmente pagam Imposto de Renda terão isenção total ou parcial, redução significativamente da carga tributária da classe média e dos trabalhadores de baixa renda.

“É a primeira reforma significativa da renda no país, porque mexe numa ferida social de longa data”, acrescentou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A última correção significativa da tabela de alíquotas o IRPF havia sido em 2015, ainda no governo de Dilma Rousseff. O Governo Federal, sob Lula, passou a aumentar o limite de isenção em 2023. E para 2026, apresenta a ao Congresso que quase dobra a faixa de isenção.”

Insulto ao futebol brasileiro

POR GERSON NOGUEIRA

O governo federal, através de três ministérios, repudiou ontem a fala racista do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, durante a cerimônia de sorteio da Libertadores e da Sul-Americana. O dirigente paraguaio teve a coragem de dizer que uma eventual disputa de Libertadores sem times brasileiros seria “impossível”, pois equivaleria ao “Tarzan sem Chita”. Foi um deboche público inaceitável. 

A fala de Dominguez gerou um incidente diplomático. O governo brasileiro exortou “a Conmebol e as Federações Nacionais de Futebol da América do Sul a atuarem decisivamente para coibir e reprimir atos de racismo, discriminação e intolerância”.

Segundo o comunicado dos ministérios do Esporte, da Igualdade Racial e das Relações Exteriores, “o governo brasileiro reitera seu compromisso com iniciativas de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial, inclusive medidas contra qualquer tipo de discriminação nas diferentes modalidades de esportes”.

A desrespeitosa declaração de Alejandro Dominguez completa um ciclo de omissão por parte da Conmebol em relação aos repetidos atos de racismo em partidas de torneios organizados por ela, além de afrouxar as medidas de combate à impunidade e de responsabilização dos infratores.

Os diretores dos sete clubes brasileiros classificados para a Libertadores compareceram à solenidade, mas o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, não deu as caras e nem enviou representantes. Foi um gesto de protesto pelas punições de araque aplicadas ao Cerro Porteño pelos gestos racistas da torcida contra jogadores do Palmeiras na Libertadores Sub-20.

Ora, Ednaldo faria mais pelo futebol brasileiro mostrando-se presente e repudiando publicamente a negligência e a complacência da Conmebol com o racismo, conforme provam vários episódios envolvendo atletas e torcedores em disputas envolvendo clubes brasileiros. A tibieza jamais será a melhor forma de combater ações racistas.

O futebol europeu vive exibindo cenas deprimentes de perseguição e preconceito contra atletas negros, principalmente nas Ligas da Espanha e da Itália. Vinícius Jr. é alvo constante de ataques, sendo o mais recente no confronto entre o Real e o Atlético de Madrid, pela Liga dos Campeões. Uefa e Fifa agem exatamente como a Conmebol, usando declarações superficiais e inócuas para criticar os racistas.

É preciso adotar medidas de ordem prática, com punições rigorosas – como suspensão de partidas e afastamento de competições –, para conter a onda de discriminação e ódio.

No caso da ofensa proferida pelo cartola paraguaio, o gesto mais digno seria a retirada de todos os clubes brasileiros das competições da Conmebol, a fim de forçar uma tomada de providências. Mas, levando em conta a proverbial covardia que caracteriza a cartolagem nacional, esperar tal posicionamento é como acreditar em Saci Pererê.

Papão a um passo de decidir outra Copa

O adversário não impõe respeito pela tradição, mas gera preocupação pelos bons resultados na temporada. Apesar disso, o PSC encara hoje à noite o São Raimundo-RR, no Mangueirão, às 20h, na condição de favorito para garantir presença em mais uma final da Copa Verde.  

Uma vitória simples dará ao Papão a condição de finalista da competição, onde é o maior detentor de títulos (4). É também o atual campeão e o time que mais vezes disputou finais do torneio.

Nada faz crer que a história desta noite será diferente. No primeiro confronto, na semana passada, em Boa Vista, o time de Luizinho Lopes chegou a se impor no primeiro tempo, marcando 2 a 0 e dominando amplamente as ações.

Acontece que o gol sofrido logo no primeiro minuto do 2º tempo mudou por completo a postura do Papão em campo. Cedeu espaços, passou a errar muito na saída para o ataque e voltou a apresentar falhas sérias no setor defensivo. Terminou permitindo o empate, que manteve o São Raimundo com chances na disputa da vaga.

Para esta noite, o time terá o retorno de Bryan Borges, lateral que tem o melhor índice de regularidade da temporada, mas não poderá contar com Quintana (suspenso) e Kevyn (lesionado). O ataque deve continuar formado por Del Valle, Nicolas e Rossi.

Além do fator campo, o Papão terá ao seu lado um público estimado em mais de 35 mil torcedores – até ontem 22 mil ingressos tinham sido vendidos. O São Raimundo eliminou Remo e Amazonas antes de chegar à semifinal, mas perdeu domingo no certame de Roraima a invencibilidade na temporada.  

Circuito das Estações movimenta atletas paraenses

O calendário oficial de corridas de Belém confirmou a 18ª edição do Circuito das Estações, um dos maiores circuitos de provas de rua do mundo. A iniciativa patrocinada pela Vale, através da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, promoverá quatro provas ao longo do ano.

A primeira (etapa Outono) acontece no próximo dia 23 de março, no Bosque Grão Pará. As inscrições para o Circuito das Estações estão abertas e podem ser feitas através do site oficial: https://www.circuitodasestacoes.com.br/belem/.

Sorteio da Libertadores define grupos difíceis para Inter, Bahia, Botafogo, Fortaleza e S. Paulo

A Conmebol sorteou, na noite desta segunda-feira (17), os oito grupos da Copa Libertadores da América 2025. O Brasil terá sete representantes no torneio, entre eles o atual campeão, Botafogo. Dos sete, dois deles estão no mesmo grupo: Internacional e Bahia caíram no grupo F, que tem ainda Nacional-URU e Atlético Nacional-COL, sendo considerado o “grupo da morte”.

De acordo com o ranking da Conmebol, divulgado ao fim do ano passado, quatro dos sete clubes brasileiros classificados, são cabeças de chaves de seus grupos: Botafogo (atual campeão), Palmeiras, Flamengo e São Paulo. O Colorado, integrante do Pote 2, ficou no Grupo F, enquanto o Bahia, classificado no Pote 4, integra o mesmo grupo.

Pelo regulamento da competição, equipes de um mesmo país não podem ser sorteadas no mesmo grupo, a menos que uma delas venha da fase prévia. Dessa forma, a única equipe brasileira que poderia enfrentar outros brasileiros seria o Bahia, que compõe o Grupo F com o Internacional. Os dois primeiros colocados de cada grupo avançam às oitavas.

Na última edição, o Botafogo venceu o Atlético-MG, por 3 a 1, na grande final realizada no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, e conquistou o título inédito da Libertadores 2024. A final foi a 6ª edição em que brasileiros se enfrentaram na decisão do torneio.

Outros times brasileiros também terão desafios pela frente, como altitude (Flamengo e Palmeiras) e adversários tradicionais (Botafogo, São Paulo e Fortaleza). Abaixo, os grupos da competição:

Grupo A

  • Botafogo
  • Estudiantes de La Plata-ARG
  • Universidad de Chile
  • Carabobo-VEN

Grupo B

  • River Plate
  • Independiente del Valle-EQU
  • Universitario-PER
  • Barcelona-EQU

Grupo C

  • Flamengo
  • LDU-EQU
  • Deportivo Táchira-VEN
  • Central Córdoba-ARG

Grupo D

  • São Paulo
  • Libertad-PAR
  • Talleres-ARG
  • Alianza Lima-PER

Grupo E

  • Racing-ARG
  • Colo-Colo-CHL
  • Fortaleza
  • Atlético Bucaramanga-COL

Grupo F

  • Nacional-URU
  • Internacional
  • Atlético Nacional-COL
  • Bahia

Grupo G

  • Palmeiras
  • Bolívar-BOL
  • Sporting Cristal-PER
  • Cerro Porteño-PAR

Grupo H

  • Peñarol-URU
  • Olimpia-PAR
  • Vélez Sarsfield-ARG
  • San Antonio-BOL

Morre Wlamir Marques, bicampeão mundial pelo Brasil e grande lenda do basquete

Da ESPN

Wlamir Marques, um dos maiores nomes do basquete brasileiro e mundial, faleceu nesta terça-feira (18), aos 87 anos. Conhecido como “Diabo Loiro” durante os tempos de jogador, ele fez parte da “geração de ouro” do esporte no país, conquistando grandes títulos com a seleção brasileira e também por clubes.

Pelo Brasil, o ala foi bicampeão mundial em 1959 (Santiago) e 1963 (Rio de Janeiro), os dois maiores títulos da história do basquete verde-amarelo. Além disso, ainda levou a seleção a mais duas medalhas de prata em Mundiais: 1954 (Rio de Janeiro) e 1970 (Iugoslávia).

Wlamir também fez parte do ciclo histórico que teve duas medalhas de bronze em Olimpíadas (Roma 1960 e Tóquio 1964) e uma prata e dois bronzes em Jogos Pan-Americanos, fora o tetracampeonato do Sul-Americano de basquete (1958, 1960, 1961 e 1963).

Não à toa, o “Diabo Loiro” entrou em agosto de 2023 para Hall da Fama da Fiba (Federação Internacional de Basquetebol), em cerimônia realizada nas Filipinas. Por clubes, o ala teve passagem histórica pelo Corinthians, defendendo o clube paulista por uma década (1962 a 1972) com enorme sucesso.

Pelo Timão, ele venceu três Sul-Americanos (1965, 1966 e 1969), três Brasileiros (1965, 1966 e 1969), cinco Paulistas (1964, 1965, 1966, 1968 e 1969) e sete Paulistanos (1964, 1965, 1966, 1967, 1968, 1969 e 1970).

O craque também teve atuações históricas contra equipes internacionais, como no dia em 1965 em que fez 51 pontos na vitória por 118 a 109 do Corinthians sobre o Real Madrid, então campeão europeu, no Parque São Jorge – detalhe: jogando gripado e sem conseguir abrir um dos olhos.

Em novembro de 2023, Wlamir ganhou um busto na sede do Timão, tornando-se o primeiro atleta de basquete do clube a receber tal homenagem. Ademais, o principal ginásio poliesportivo do Parque São Jorge também foi batizado com seu nome.

Além do Corinthians, a lenda também fez história pelo XV de Piracicaba, sendo bicampeão do Paulista (1957 e 1960) e penta do Paulista do Interior.

Depois de se aposentar, o “Diabo Loiro” iniciou carreira de treinador, comandando tanto equipes masculinas quanto femininas – ele passou pelo Timão nas duas categorias. Assim como nos tempos de atleta, ele foi um vencedor, ganhando três Paulistas femininos e um Paulista masculino.

Wlamir Marques ainda se destacou como comentarista de TV, com passagens pela Globo e pela Rede Manchete, além de longa e marcante trajetória na ESPN.

Dívida pública cai a 75,3% do PIB e desmonta falácia da explosão fiscal

O terrorismo fiscal promovido pelo mercado financeiro e seus porta-vozes na mídia falhou novamente, como vem acontecendo com grande frequência nos últimos dois anos. Depois de previsões catastróficas sobre os rumos da economia brasileira, os números divulgados pelo Banco Central expõem a realidade: a dívida bruta do Brasil caiu 0,8 ponto percentual em janeiro, chegando a 75,3% do PIB. Ao mesmo tempo, o setor público consolidado registrou um superávit de R$ 104 bilhões no mês, demonstrando que o governo Lula conduz um crescimento econômico sustentável, com responsabilidade fiscal e inclusão social.

Os números foram celebrados pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. “Dados do Banco Central mostram que a dívida pública bruta em relação ao PIB recuou em janeiro, um indicador muito positivo e que mais uma vez superou expectativas pessimistas”, publicou Gleisi, em suas redes sociais.

O superávit primário de R$ 104,1 bilhões em janeiro foi um pouco maior que o do mesmo período de 2023, de R$ 102,1 bilhões. O governo central (União, Banco Central e Previdência Social) foi responsável pela maior parte do saldo positivo, com R$ 83,1 bilhões. Estados e municípios também registraram superávit de R$ 22 bilhões, enquanto as estatais tiveram um pequeno déficit de R$ 1 bilhão.

Com esse desempenho, o déficit fiscal acumulado em 12 meses recuou para 0,38% do PIB, uma melhora em relação ao mês anterior. No caso do resultado nominal, que inclui os juros da dívida, houve superávit de R$ 63,7 bilhões em janeiro. O déficit nominal dos últimos 12 meses também caiu, saindo de 8,45% do PIB em dezembro para 8,05% em janeiro.

Os dados do BC mostram ainda que a dívida líquida do setor público (DLSP) caiu para 60,8% do PIB, enquanto a dívida bruta recuou para 75,3%, contrariando as previsões alarmistas dos analistas de mercado.

Novo comandante do Leão explica trabalhos longevos e o gosto por estratégias

O técnico Daniel Paulista foi apresentado na última segunda-feira (17) como novo comandante do Remo na temporada. Um dos primeiros questionamentos que precisou responder foi o fato de ter dirigido somente cinco times ao longo da carreira de 10 anos. Explicou que não foi por falta de oportunidades, mas por cumprir trabalhos mais longos, como as três temporadas no comando do CRB, seu último clube.

Falou sobre a oportunidade de dirigir o Remo, sua primeira experiência no futebol nortista, destacando a necessidade de bons resultados para garantir um trabalho longevo. “O que sustenta um treinador no futebol são resultados, mas com os resultados, temos conseguido permanecer nos clubes em médio ou longo prazo, em algumas situações em até mais de um ano, como foi o no último trabalho, no CRB. Isso aconteceu também com o Confiança, no próprio Guarani. Isso nos deixa muito felizes e espero que no Remo tenhamos essa longevidade. É claro que para isso acontecer, nós precisamos dos resultados”, disse.

Avaliou como positivo o tempo que terá para conhecer e treinar o time antes do início da Série B. “Temos agora um período que é importante para qualquer treinador, quando chega em um clube, onde geralmente não tem tempo para trabalho, jogo no outro dia, daqui dois ou três dias. Nós teremos um tempo que é fundamental para ter um conhecimento melhor do próprio elenco, um elenco que nós já conhecemos a maioria dos atletas, apesar de não ter trabalhado com muitos, mas conhecemos eles como adversários”.

Daniel Paulista substitui Rodrigo Santana, que assumiu o Remo no ano passado e conquistou o acesso à Série B. Numa primeira análise, disse considerar de boa qualidade o atual elenco. “Mesmo não tendo formado esse grupo, é um grupo de qualidade, de atletas que possuem perfil de Série B, alguns com experiência em Série A. Vão passar por um período de adaptação ao novo comando, com a nova comissão técnica, onde nós nesse período que estamos sem jogos, vamos ter condições trabalhar todas as situações, físicas, técnicas e táticas, que são necessárias e fundamentais, para a Série B, um campeonato longo e muito difícil”.

ESQUEMA

Na entrevista de apresentação, Daniel deu algumas dicas sobre a montagem do time e estilo preferido. “Em alguns momentos teremos uma equipe que vai marcar mais alto, que vai ser mais agressiva ofensivamente. Em outros momentos, seremos uma equipe mais reativa. Eu gosto muito dessa situação de ser mais estrategista, usar mais a parte de análise, para que traga informações, detalhes que possam nos dar o caminho para fazer a estratégia perfeita para cada jogo”.

No domingo (16) pela manhã, Daniel comandou o primeiro treinamento da equipe, no Mangueirão. Ele destacou que gosta de organizar os setores da equipe. “, por equipes que sejam organizadas dentro de campo, e isso em todos os setores, tanto defensivamente, quanto ofensivamente. “Não é um trabalho fácil. É um trabalho de repetição, de dia-dia, muita instrução e entrega de todos para que isso aconteça. Nos trabalhos que fiz nos últimos clubes, tive equipes competitivas e a Série B exige isso”, afirmou.

Com a indefinição em torno da continuidade do Parazão e restando cerca de 20 dias para o início da Série B, o Remo inicia nesta terça-feira (18) um período de intertemporada em Barcarena, na Região Metropolitana de Belém. Com o gramado do Baenão ainda em manutenção e sem poder utilizar o Centro de Treinamento, em Outeiro, o elenco chegou a treinar em campos de futebol pelada e no estádio do Souza, pertencente à Tuna.

Como energizar a esquerda geriátrica

Por André Forastieri

O governo é melhor que sua comunicação? Hora da nossa geração soltando o osso

Depois de técnico de futebol, outra profissão favorita do brasileiro deve ser “marketeiro do governo”. Impressionante quanta gente encontro com soluções mágicas para melhorar a comunicação do governo Lula. Porque vamos combinar, ela não é aquela coca-cola toda.

E também vamos combinar que esse governo erra bastante, mas ainda assim acerta mais que erra. Veja o noticiário de hoje.

Quem fora Lula & cia. ia amarrar tão amarradinha uma proposta pra isentar do IR mais de 10 milhões de brasileiros pobres, ao mesmo tempo impondo justíssimos impostos sobre os mais ricos?

Naturalmente, as preocupações com a comunicação do governo estão mais à esquerda. Inclusive muitos que não morrem de amores por Lula. Mas todo o mundo que está do lado de cá faz figa por um salto na popularidade que nos protege de uma avalanche direitosa na eleição de 2026.

Adivinha: eu também tenho um pitaco pra dar.

Segundo as estimativas mais recentes, 62% da população brasileira tem menos de 40 anos. Pois o ministério de Lula só tem uma pessoa com menos de 40 anos. A exceção está lá por herança, como é o caso de tantos políticos de carreira. É André Fufuca, 35, ministro dos Esportes.

É uma evidência gritante de que os jovens brasileiros são muito mal representados na política, e em particular nas gestões ditas progressistas. Quem dá as cartas geralmente são coroas que em breve baterão com as dez.

Minha solução para remediar isso é simples, talvez simplória. Mas acredito piamente que garantiria um belo salto na popularidade do governo Lula.

Sugiro uma reforma etária no ministério: metade dos ocupantes deverá ter até 39 anos. Vamos chamar essa faixa abaixo dos 40, generosamente, de jovens. “Oficialmente” jovem é até os 25, mas tudo bem.

Qualquer projeto político que não estimule, valorize e abrace a participação e liderança dos jovens está fadado ao fracasso. Isso significa que os jovens estão em posições de visibilidade e responsabilidade.

A questão é que as forças de direita, no Brasil e fora, têm sido muito mais eficientes neste quesito. Jovens com ideias reacionárias vem ganhando espaço para atuar e crescer em poder e influência. E não só na ultra direita caricatural. Também eletrizaram a direita tradicional.

As gestões à esquerda devem abrir espaço vital para jovens com ideias e práticas novas e arejadas. Se o tal progressismo não dividir a rapadura, está fadado à obsolescência.

Não se trata de “renovar os quadros”, como sempre ouvimos. Esta é uma postura condescendente, papo de Cavaleiro Jedi cagando regra pro jovem padawan.

Os jovens têm perspectivas e competências e conexões diferentes e, em muitas áreas, superiores. Os jovens devem orientar as coroas. E vice-versa.

O imobilismo está no DNA de qualquer instituição. Pra sair da inércia é básico chacoalhar. A energia jovem é crucial para isso.

Envelhecer faz o sujeito avesso a riscos. Quem diz? A ciência. Por exemplo, a bióloga e neurocientista Suzana Herculano-Houzel. Em artigo no último sábado, ela diz:

“… toda ação custa tempo e energia, um cérebro adulto não dá ponto sem nó: não age sem enxergar essa ação algum retorno positivo, que em retrospecto é o que a gente chama de motivo para a ação.

A qualificação “adulto” é importante, pois o cérebro infantil vive de fazer as coisas simplesmente porque pode: envelhecer primeiro e pensar depois, literalmente, juntando ação e consequência, que é aliás como o cérebro aprende tanto meio quanto os motivos.

Mas um cérebro adulto? O corpo é bem maior e pesado, a inércia é grande, e para passar à ação é preciso uma expectativa de resultado que sirva de cenoura na ponta da varinha.”

E entre o cérebro infantil irresponsável e o cérebro conservador adulto, o que temos? O cérebro jovem, meus amigos.

Não defendo o extermínio dos velhinhos não, feito aquele filme de Charlton Heston, “No Mundo de 2020”, todos abatidos e transformados em ração.

Etarismo zero. Até porque faço 60 esse ano. Nós coroas temos diversas qualidades: janela & repertório, paciência & prudência, cicatrizes de refregas passadas. Muitos até se adaptaram bem a essas modernidades de 2025. Uso IA e pronomes neutros todo dia, que tal?

Mas convenhamos que é absurdo, num país tão jovem, que as pessoas mais influentes do governo federal sejam da minha idade ou mais velhos.

Inclui o recém-empossado chefe de comunicação, Sidônio Palmeira (67). No primeiro mandato de Lula, Luiz Gushiken assumiu o mesmo cargo com 51. Aliás, o ministério de Lula 1 tinha idade média na casa dos 40 pra 50 anos.

Macron tornou-se presidente aos 40 na França. Meloni, primeiro-ministro na Itália aos 45. JD Vance é um vice protagonista aos 40 nos EUA e obviamente foi escolhido também para dar uma rejuvenescida na chapa.

É imaginável algo semelhante no Brasil? É – mas como nestes casos, não pelo lado à esquerda. Visualize Lula (81) debatendo na TV com Marçal (37), Ratinho Júnior (43), Tarcísio (49) ou os Bozo-kids (43 e 40, tesconjuro).

Lula parece estar tão lúcido quanto a qualquer um desses e certamente tem um currículo de realizações bem mais taludo. Não é o ponto. Será “Bidenizado” e o processo já começou. Não é só pela idade do homem em si. É pela baixa octanagem do conjunto do governo.

Daqui até a eleição tem chão. Mas seremos lembrados do tempo todo de que se Lula ganhasse, seu próximo mandato seria cumprido entre os 81 e os 85 anos.

Daqui até lá, Lula continuará sendo Lula e falando coisas que um homem nascido em 1945 fala. Inclusive algumas que serão acusadas de antiquadas ou misóginas.

São escorregadas suaves, perto das escrotidões que Bolsonaro soltou? Tanto faz. Quando Lula der uma bobeada ou soltar alguma piada questionável, ela será sempre ampliadíssima pelos hostes da direita pra isso virar “O” assunto.

Insistirão que Lula está desconectado da realidade, venceu a validade etc. Convencerão muitos.

As melhores mentiras se fundamentam na verdade. Os melhores truques escolhem um ponto fraco real e constroem sobre seu castelo de cascata. Foi o caso do Pix.

O vídeo foi planejado pelo marketing do PL, maior partido de oposição ao governo. Escalaram Nikolas Ferreira para protagonizar porque jovem, popular e agressivo.

Foi espertamente refeito por Erika Hilton e não pelo governo. Ela foi bem, mas não dispôs do impulso pago necessário para seu vídeo arriscado. Porque o PSOL não tem os bolsos fundos do governo federal, onde não faltam verbos para comunicação.

É assim o novo debate político, esse é o território; os donos dele são as Big Techs; e quem sabe guerrear nele são os jovens. É previsível que pessoas que amadureceram no já distante século 20 sejam menos hábeis com esses desafios ultra-contemporâneos. E não só na comunicação.

Foi o que aconteceu na semana passada. Em vez dos assuntos serem o “Consignado CLT” e a chegada de Gleisi Hoffman (59), conforme a estratégia palaciana, o que bombou foram os supostos machismo e obsolescência de Lula.

Inútil se indignar com a injustiça dos comentários ou soltar uma notinha. O governo quer impactar o eleitor jovem, mas não tem jovem na linha de frente. Quer deixar sua marca sem marketing. Quer influência sem influenciadores. Fica difícil.

Ouço muito o argumento de que as redes sociais e a grande imprensa seriam “espaço da direita”. Bem, nossa sociedade como um todo é “espaço da direita”. A direita é hegemônica. Tem mais dinheiro, influência, finanças políticas, tem a benção dos religiosos. Isso é dado desde sempre. É como reclamação que o sol nasceu hoje.

Alguns jovens políticos à esquerda provam que é possível jogar bem esse jogo e até ganhar. Investem esforço e dinheiro e tempo e tempo, e já entram em campo com uma vantagem enorme: são nativos digitais.

Adoraria ver alguns deles como ministros. Ainda mais alguns com milhões de seguidores nas redes sociais. Imagine a diferença que eles poderiam fazer no debate público, no ataque e na defesa.

Pense dez vezes antes de criticar em público um político jovem e razoável. Prefira acompanhar e divulgar o que eles fazem de interessante ou importante.

Pra ficar em alguns exemplos aqui de São Paulo, o Guilherme Cortez, deputado estadual, 27 anos. Tabata Amaral, federal, 31. Ou as vereadoras Luna Zarattini, 31, e Keit Lima, 33. Tem outros por aqui e por aí. Não é preciso adorar tudo que a moça ou o moço fazem. Seitas são para fanáticos.

Se você ficar procurando pêlo em ovo, matará no ninho todos os jovens políticos. Seguirão todos o caminho de Manuela d´Ávila. Vão compreensivelmente abandonar as chaturas da política e militar em ONG. Ou vai ganhar dinheiro. Ou dar outros pulinhos.

Talvez você planeje votar em Lula em 2026. Eu também, se é quem teremos contra a direita trogla. Pelas pesquisas de intenção de voto, estamos em companhia cada vez menor.

Mesmo quem cravou o “13” em 2022 tá achando o governo pão-com-molho. Se não inspira tiozinhos que votaram pela primeira vez no PT nos anos 80, como eu, imagine o eleitor de 25 anos. De novo: tem chão até a eleição, mas…

Há outros fatores para considerarmos além da idade? Evidente. O poder precisa de mais pessoas que venham das aulas CDE; de muito mais diversidade de raças e gênero. Começam a se multiplicar figuras assim no legislativo, como conta essa matéria listando deputados LGBT+.

Mas nos principais cargos dos executivos federais, estaduais e municipais, os diferentes continuam raridade. Uma foto do Poder no Brasil será mais fiel para um homem velho, branco e abonado.

O governo tem um problema de comunicação. Mas como a maioria dos problemas de comunicação, ele é antes de mais nada um problema de produto. Tem hora que o produto envelhece e não seduz tanto quanto antes. O consumidor quer sempre novidade, reza a cartela publicitária.

Minha solução mágica taí, então: um choque de juventude. Meio ministério abaixo dos 39 anos. Shazam!

Passou da hora da minha geração soltando o osso – e mais ainda a geração do Lula, que tem idade para ser meu pai. Aceitemos compartilhar o poder com nossos filhos e netos. Vale lembrar: Lula tinha 34 anos quando fundou o PT.

Vamos apostar na visão, na tesão e na imaginação de quem tem mais a perder que a gente. O futuro é literalmente dos jovens. Eles, eles, elus é que vão morar lá.

E a gente não.

Câncer de colo de útero é a primeira causa de morte de mulheres por câncer na região Norte

O câncer de colo de útero é o quarto tipo mais letal entre as mulheres no Brasil, mas na região Norte ocupa o primeiro lugar. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença tira a vida de cerca de 7 mil brasileiras por ano, e a taxa de mortalidade no Norte é mais que o dobro da média nacional. O principal fator para esses números alarmantes é o diagnóstico tardio, já que muitas mulheres são diagnosticadas em estágios avançados ou com a doença já em metástase.

A incidência também preocupa: são estimados 17.010 novos casos de câncer de colo de útero por ano no Brasil, sendo o terceiro mais frequente entre as mulheres. No Norte, no entanto, ocupa o segundo lugar, com previsão de aproximadamente 780 novos casos no Pará e 110 em Belém até o final de 2025.

Prevenção em foco

Diante desse cenário, a campanha Março Lilás se destaca como uma importante iniciativa de conscientização e prevenção. Na Assembleia Legislativa do Pará, o tema tem sido recorrente, resultando em propostas como a lei que institui a Semana Estadual de Prevenção ao HPV e ao Combate ao Câncer de Colo de Útero.

A deputada Ana Cunha (PSDB), médica ginecologista e obstetra em seu sexto mandato, lembra que ainda em sua primeira legislatura criou a Semana de Atenção à Orientação e Coleta do Papanicolau, ampliando o acesso das mulheres aos serviços de prevenção e tratamento.

A implementação de políticas públicas voltadas à prevenção é fundamental, não apenas para garantir o diagnóstico precoce, mas também para reduzir os custos de tratamento quando a doença é identificada em estágios iniciais.

Diagnóstico precoce e a importância da vacinação

O HPV é o principal responsável pelo câncer de colo de útero, causando cerca de 90% dos casos. O vírus também está associado a outros tipos de câncer, como os de boca, orofaringe, vulva, pênis e canal anal.

Estudos recentes da King’s College, de Londres, mostram que a vacina contra o HPV pode reduzir em 87% a incidência do câncer de colo de útero quando administrada na infância, demonstrando ser a ferramenta mais eficaz no combate à doença.

Metas da OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu metas globais para erradicar o câncer de colo de útero até 2030:

  • Vacinação contra o HPV para 90% das meninas e adolescentes de até 15 anos;
  • Exame Papanicolau para pelo menos 30% das pessoas com útero de 25 a 65 anos;
  • Tratamento no estágio inicial do câncer para 90% da população.

Recentemente, a OMS acrescentou a meta de ampliar a realização do teste molecular para detecção do HPV pelo DNA, um exame quatro vezes mais eficaz na identificação de lesões precursoras.

A ginecologista Mary Valente reforça a importância dessas ações: “Se conseguirmos vacinar em massa contra o HPV, incentivar o uso de preservativos e garantir que as mulheres com mais de 25 anos realizem exames preventivos anualmente, estaremos no caminho da erradicação do câncer de colo de útero”, destaca.

Proteção e informação

No Brasil, a vacina tetravalente contra o HPV está disponível gratuitamente no SUS para meninas e meninos entre 9 e 14 anos. A faixa etária foi escolhida devido à alta produção de anticorpos nessa idade e à possibilidade de imunização antes do início da vida sexual.

Mary Valente alerta para a necessidade de informação: “Não se trata apenas de prevenir doenças sexualmente transmissíveis, mas de proteger contra o câncer. Pais e mães precisam entender que vacinar seus filhos é garantir um futuro mais saudável para eles”.

Com a mão na consciência

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo passou por muitas mudanças no espaço de uma semana apenas. Na terça-feira, 11, enfrentou o Criciúma no Mangueirão e acabou derrotado por 2 a 1, resultado que levou à eliminação na Copa do Brasil. No dia seguinte, o técnico Rodrigo Santana foi demitido e o clube contratou Daniel Paulista para o seu lugar.

A causa da mudança de comando foi a eliminação dupla sofrida pelo time, na Copa Verde e na Copa do Brasil. O desgaste de Rodrigo junto à torcida pressionou a diretoria a fazer a troca, mas, apesar da constatação de que não havia mais clima para permanência, ficou o questionamento quanto ao papel dos jogadores no processo.

É claro que a responsabilidade maior cabe ao técnico, mas é justo reconhecer que o elenco também tem parte nos fracassos iniciais da temporada. O alto investimento no futebol, que tem hoje uma folha salarial em torno de R$ 1,5 milhão, gera uma óbvia cobrança por desempenho.

Os resultados negativos nas duas Copas expõem a necessidade de uma completa reordenação de objetivos e métodos no Evandro Almeida. No sábado, o zagueiro Rafael Castro, um dos líderes do elenco, fez um interessante e incomum mea-culpa sobre a responsabilidade dos jogadores.

Com a autoridade de quem atuou em nove das 11 partidas do Remo em 2025, Rafael começou dizendo que é fundamental “colocar a mão na consciência” e aproveitar a folga forçada – pela paralisação do Campeonato Paraense – para treinar bastante e buscar a recuperação para garantir uma boa campanha na Série B.

Atento ao perfil do novo técnico, Rafael sabe que Daniel Paulista prefere o sistema 4-2-3-1, mais tradicional, ao contrário de Rodrigo Santana, que utilizava preferencialmente o 3-4-3, com variações. Como titular da zaga, ele sabe bem o que significa jogar numa linha de três ou de quatro atletas.

Muito além do esquema tático, o zagueiro entende que os jogadores precisam encarar o momento de mudança com uma nova postura. Assumir os erros cometidos é o primeiro passo para evitar a repetição. Não mencionou as falhas individuais que causaram a derrota para o Criciúma, mas certamente fazia referência a isso.

A franqueza de Rafael foge das frases feitas e superficiais que os boleiros normalmente repetem em entrevistas. Acima de tudo, ele mostra o interesse em dar uma satisfação à torcida depois das frustrações causadas. Foi o primeiro a fazer isso entre os jogadores.

À espera do reinício do Parazão e da estreia na Série B, os treinos devem se intensificar a partir de agora, com a chegada de Daniel Paulista. O novo treinador já acompanhou a movimentação de ontem, no Mangueirão, antes mesmo de ser oficialmente apresentado à torcida. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

Papão fecha contratação de mais dois volantes

Ao contrário do que se especulava, o PSC não contratou ninguém para sanar a carência criativa no meio-de-campo. Optou por mais dois volantes, sendo que já conta com pelo menos seis jogadores para a função. Os reforços, noticiados no sábado (15), são Dudu Vieira e André Lima.  

O clube ainda não oficializou, mas André Lima despediu-se do Confiança e da torcida após a vitória por 3 a 0 sobre o Falcon, pelo Campeonato Sergipano. O presidente do clube, Pedro Dantas, confirmou a oferta do PSC pelo atleta de 24 anos.

Jogador promissor, André Lima tem 24 anos e chegou ao Confiança no ano passado. Disputou 42 partidas, com oito gols marcados. Capitão, destacou-se pelo bom futebol e pela liderança em campo. Era disputado por outros clubes das séries B e C.  

O outro volante é Dudu Vieira, 31 anos, que se desligou do Juventude e deve também se apresentar na Curuzu nos próximos dias. Experiente, com passagens pela Ponte Preta, Vitória, Santo André, Chapecoense e Criciúma, Dudu chegou ao clube gaúcho no ano passado e disputou 5 jogos. Nesta temporada, não chegou a participar de nenhuma partida.

Força dos donos da CBF barra pretensões de Ronaldo

Quem acompanha o futebol brasileiro há mais tempo sabe que o poder político é partilhado por dois grupos poderosos, liderados pelos ex-presidentes Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, que mandam nos destinos da CBF. Apesar de ambos permanecerem afastados e mudos, a influência que possuem decide tudo na entidade.

Ronaldo Fenômeno resolveu desafiar essa estrutura, revelando há dois meses a pretensão de se candidatar à presidência da CBF contra o atual ocupante do cargo, Ednaldo Ferreira. Depois de bater sem sucesso na porta das federações estaduais e dos principais clubes, desistiu da empreitada na semana passada.  

Ele foi obstado pela cláusula de barreira, que exige que um candidato tenha o apoio de no mínimo quatro federações e de quatro clubes, para se registrar. Mandou um e-mail, solicitando audiência e listando as mudanças que pretendia implantar para mudar um futebol “mal gerido, com falta de transparência e uma gestão centralizada”.

Para surpresa de quase ninguém, nem dele, Ronaldo não foi recebido em audiência por nenhum dirigente. Temerosos de uma guerra aberta com Ednaldo Rodrigues e seus aliados, federações e clubes revelaram comprometimento com a atual gestão.

Ronaldo, é claro, não saiu perdendo. Qualquer discussão sobre os rumos do futebol brasileiro vai sempre incluir, a partir de agora, um adendo importante: a mudança foi buscada por ele, mas o sistema não permitiu.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 17)

Em ato esvaziado no Rio, Bolsonaro critica STF e volta a apelar por anistia

A ideia de Jair Bolsonaro era reunir um milhão de pessoas na praia de Copacabana na manhã de domingo para pedir a anistia aos golpistas de 8 de janeiro – e, por tabela, a própria –, reafirmar seu domínio sobre a direita e inserir o “Fora Lula” na pauta. O resultado ficou longe do planejado: segunda análise ( integral ) do grupo de pesquisa Monitor do Debate Político do Meio Digital, parceria da USP com a ONG Mais em Comum, somente 18,3 mil pessoas compareceram.

Isso não impediu que o ex-presidente falasse por 40 minutos, afirmando que, “mesmo preso ou morto”, continue sendo um “problema” para o Supremo Tribunal Federal (STF), apelando por anistia, embora negue ter participado da tentativa de golpe em 2022. (Globo)

Durante o ato, Bolsonaro reafirmou que será candidato à presidência em 2026, embora esteja inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, e se defenda da acusação de golpe, da qual poderá se tornar réu ainda neste mês. Disse também ter apoio da Câmara para aprovar a anistia. “Há poucos dias, tinha um velho problema e resolveu, com o (Gilberto) Kassab em São Paulo. Ele está ao nosso lado com a sua bancada para aprovar a anistia em Brasília”, disse.

“O que eles querem é uma condenação. Se é 17 anos para as pessoas humildes, é para justificar 28 anos para mim. Não vou sair do Brasil”, disse em seu discurso em um ato pela anistia aos golpistas do 8 de Janeiro realizado em Copacabana. O “Fora Lula” ficou em segundo plano, com a frase aparecendo em algumas bandeiras vendidas por ambulantes. (g1)

Os governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo, Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, ambos do PL, também discursaram. “Qual a razão de afastar Jair Bolsonaro das urnas? É medo de perder a eleição, e eles sabem que vão perder?”, disse Tarcísio . “Estamos aqui para lutar e exigir anistia de inocentes que receberam penas.” Também marcaram a presença dos governadores de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), além de ao menos nove senadores e 43 deputados federais. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não foi ao ato por estar se recuperando de um procedimento estético. (Folha e UOL)

Rock na madrugada – Love, “Everybody’s Gotta Live”

POR GERSON NOGUEIRA

Arthur Lee é um daqueles cantores, guitarristas e compositores marcantes do rock’n’roll dos anos 60/70 com forte presença na cena norte-americana e quase desconhecido no resto do mundo, o que inclui o mercado brasileiro. Isso não significa que sua música não mereça todas as reverências e elogios.

Carismático desbravador de sons, Lee fundou a banda Love, nos idos de 1966, em plena era da psicodelia e dos desbunde. O grupo teve carreira relativamente curta, mas cravou seu nome na história do pop com o álbum Forever Changes, de 1967.

Frequentemente comparado a Syd Barrett e Roky Erickson, o talento de Arthur Lee conquistou gente de primeira linha, como Jimi Hendrix e o próprio Barret, que costumava dizer publicamente que o Love tinha sido a principal influência para a criação do Pink Floyd.

No livro 1966 – The Year The Decade Explodes (2016), o crítico e escritor Jon Savage conta que, no segundo semestre de 1966, a revolução mundial pop deflagrada pelos Beatles parecia estar condenada à morte. “O boom do movimento britânico chegara ao fim. Os Beatles começaram o ciclo no início de 1963 e, em setembro de 1966, eles o encerraram”. Os Beatles, assim como Bob Dylan, afastaram-se dos palcos naquele ano. Dylan ainda voltaria, mas os Beatles não mais.

O Love surgiu ao mesmo tempo que The Seeds, Fugs, Velvet Underground e a cultuada Count Five (favorita do crítico Lester Bangs). Nenhuma dessas bandas seguia a métrica dos Beatles. Na prática, buscavam se distanciar, abraçando o anarquismo pop. Lee e o guitarrista Johnny Echols formavam o núcleo criativo da banda, que tinha o baterista Alban “Snoopy” Pfisterer e o baixista Ken Forssi. Para o segundo disco, chegariam o flautista Tjay Cantrelli e outro baterista, Michael Stuart.

O grupo se dissolveu em 1967, mas Arthur Lee ainda teve tempo de apadrinhar uma banda que iria fazer história: The Doors, com Jim Morrison à frente. Respeitado e com parcerias que incluíram até Jimi Hendrix, Lee seguiu na ativa até sua morte, em 2006, aos 61 anos.