A volta da terapia do joelhaço

POR GERSON NOGUEIRA

Luis Fernando Veríssimo, mestre da crônica e do humor, deu vida a um personagem inesquecível e definitivo: o Analista de Bagé, um psicanalista controverso e anárquico, que conquista a clientela no laço e trata as neuroses mais complexas como quem amansa cavalo brabo. Tornou célebre um método infalível para aplicar os fundamentos da psicanálise em cliente homem: “a terapia do joelhaço”, aquela que dói, mas dá resultado.

Lembrei imediatamente do impagável analista ao tomar conhecimento da entrevista de Raphinha a Romário. A fim de atiçar a animosidade com os argentinos, o atacante do Barcelona mostra-se disposto a partir para a porrada, dentro e fora de campo, no clássico desta noite, em Buenos Aires.

“Porrada neles!”, diz Raphinha, embarcando na provocação de Romário, que foi à concentração da Seleção gravar entrevistas para o seu site. Romário, que nunca foi de arrumar briga em campo, está na dele, afinal quer ver o circo pegando fogo. Raphinha, porém, falou bobagem.

Provocar os argentinos desse jeito tão 5ª série é a admissão clara de que o Brasil deixou de acreditar na superioridade alardeada durante décadas. Cinco vezes campeã do mundo, a Seleção sempre se enxergou melhor que a rival, mesmo quando era evidente que não tínhamos o melhor time, nem o momento mais brilhante – como em 1986 e 2022, por exemplo.  

O lado mais problemático da declaração de guerra é que Raphinha não usou meias palavras. Foi direto ao ponto: quer ganhar na porrada. Talvez ache que é o único método capaz de garantir um triunfo do time de Dorival na casa do rival. Podia pelo menos ter disfarçado.

Um episódio ajuda a explicar o rompante. Em clássico recente, o conhecido açougueiro Otamendi deu uma cotovelada criminosa em Raphinha. O árbitro ignorou e o VAR fingiu não ver. É claro que a mágoa permaneceu.

Raphinha bem que podia ter se inspirado em Edson Arantes do Nascimento, cuja genialidade com a bola era comparável à competência para castigar marcadores violentos. Fez isso inúmeras vezes, com destaque para a célebre braçada no uruguaio Fontes, na Copa de 1970. Pisado pelo defensor, o Rei tratou de revidar no mesmo jogo.  

Ocorre que Pelé, mesmo dominando as manhas da várzea, não era de provocar. Sabia que, neste caso específico, o silêncio conspira a favor. Como bom mineiro, esperava o momento certo de agir.

Prometer dar porrada significa que o alvo vai entrar prevenido e em condições de se defender ou até bater primeiro. Raphinha é um jogador de habilidade, não um especialista em artes marciais. Deve humilhar driblando e fazendo gols. Fanfarronice é coisa de presepeiro.  

Daniel Paulista e a missão de reinventar o Remo

A grande novidade da retomada do Campeonato Paraense, com jogos das quartas de final marcados para o próximo fim de semana, é Daniel Paulista, técnico que o Remo contratou para substituir Rodrigo Santana. Sobre ele repousam as expectativas e as cobranças da torcida azulina, que pressionou pela saída de seu antecessor.

Daniel está no comando do elenco do Remo há nove dias. Pouco tempo para mudanças estruturais, mas suficiente para mexidas pontuais no time. A boa notícia é que, ao contrário de Rodrigo Santana, o novo técnico chegou dando logo a escalação. Nos primeiros treinos, definiu os 11 titulares.

Mesmo que venha a modificar essa configuração, o técnico parte de uma base definida. Talvez tenha sido o grande erro de Santana nesta temporada: permaneceu indeciso até o final, sem conseguir esboçar um time.  

Para a estreia de Daniel, domingo (30), contra o Santa Rosa, o Remo deve apresentar também um novo sistema. É uma reinvenção importante. Depois de quase um ano, o time deixa de lado o 3-5-2 para abraçar o 4-4-2, o que vai além de simples configuração numérica.

A partir de agora, o torcedor também precisa se acostumar a um modelo mais conservador, que abre mão da construção de saídas a partir da defesa com evolução até o ataque, que funcionou muito bem na Série C do ano passado. Em tese, o time pode ficar mais protegido defensivamente, o que combina com as características da Série B.  

Nunca um presidente da CBF teve tanto poder

Para surpresa de zero pessoas, Ednaldo Rodrigues foi eleito presidente da CBF, ontem, conquistando uma inédita aclamação para o cargo. Recebeu o apoio de todas as federações e clubes com direito a voto. Vai empalmar um poder que nenhum outro mandachuva da entidade teve até hoje. Com plena autonomia para fazer as coisas funcionarem, se for de sua vontade.

Acontece que é de conhecimento até do reino mineral que Ednaldo não tem compromisso com mudança na CBF. Muito pelo contrário. Foi eleito, com tanta unanimidade, justamente para não mudar absolutamente nada. E vai cumprir essa pauta com pompa e circunstância.

Por conveniência ou covardia pura e simples, ninguém ousa desafiar a cúpula da entidade. A blindagem não poupou nem Ronaldo Fenômeno, que se meteu a concorrer e acabou dando com a cara na porta.

Não que representasse uma disruptura, longe disso, mas era pelo uma possibilidade de alternância de poder. Seu fracasso pode ter aberto as portas para 10 anos de Ednaldo no cargo – depois do mandato atual, que vai até 2030, ele pode se reeleger por mais cinco.   

(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 25)

Lambanças jurídicas e decisões precipitadas

Por Antonio Valentim

A decisão final do STJD não permite recursos na esfera desportiva e deve servir de jurisprudência para casos dessa natureza, impedindo que no futuro competições sejam prejudicadas com decisões açodadas de tribunais regionais, que agem quase sempre influenciados por questões externas.”

Concordo plenamente com a certeira percepção de Gerson Nogueira. Durante duas semanas me doeram na vista e no coração pitacos de juristas de redes sociais, numa época em que cada um se julga autoridade em tudo. No futebol, esporte que envolve cegas paixões, não é diferente.

Certo sempre esteve Carlos Alberto Domingues Castilho, que, além de decano da crônica desportiva paraense, é eminente jurista. Provocado por Guilherme Guerreiro, disse Castilho nos microfones da Rádio Clube que “O Direito não é uma ciência exata”, e por isso mesmo não eram definitivas as sentenças até então prolatadas. 

Pois bem. 

Enquanto a maioria dava como certas e definitivas as decisões do TJD local, protestamos quanto às esdrúxulas decisões, que excediam os limites do bom senso e da justiça.  A paixão é cega, e, por isso mesmo, só cego não conseguia – ou não queria – enxergar.

Por isso, faço a seguinte analogia:É estranho que noutro episódio, que envolvia o Paysandú, tudo foi solucionado da melhor forma com base no bom juízo e razoabilidade, virtudes que sempre deveriam nortear as decisões – nem sempre ocorre, porém. Naquele caso, como neste, foi levantada uma discrepância entre regulamento específico e regulamento geral, decidindo-se pela prevalência desta norma legal sobre aquela. Venceram o bom senso e o mais justo entendimento. No primeiro caso, ilustramos que a possível irregularidade foi apontada antes do início da competição, de forma que, se fosse o caso, o ilícito não se consumasse. 

Agora, num caso semelhante (divergência de normas legais), o caso foi conduzido de forma que, consumadas as “irregularidades”, esperou-se o término da primeira fase para que a equipe pretensamente prejudicada se manifestasse. Conveniência apenas? Para um peso duas medidas.

Consequências deveras prejudiciais a todos os envolvidos direta e indiretamente a tal ponto que sete das agremiações se obrigassem a pedir guarida ao STJD para que, sob melhor juízo desta corte, enfim fosse assegurada a fase decisiva da competição.Mais.Egos e paixões inconfessáveis, vivi para ver uma grande aberração: um tribunal aplicar punição pecuniária a quem, buscando seus direitos e inconformado com a decisão, ousou recorrer. Ora! A Lei permite, mas você está proibido de buscá-la. Absurdo! Qualquer cidadão, com alguma instrução, sabe que a Lei assegura a todos (pessoa física ou jurídica), observados os ritos legais, a busca de seus direitos.
Parece que a flecha direcionava-se apenas a um alvo, e não a quatro, e o Independente representava apenas um preposto; o Capitão Poço, uma peça que deveria ser sacrificada para, a partir daí, se atingir outra.
Só no âmbito do Direito desportivo é que se vê um absurdo como esse: punir quem bate à porta da Justiça pugnando pelo reparo ao direito lesado. O Clube do Remo, neste caso, não buscou o adiamento da indefinição; apenas buscou ampla defesa de seus direitos, como é lícito a todos.
Ao final, precisou-se apelar à corte superior, que, vislumbrando os prejuízos, pôs as coisas em seu devido lugar, fazendo prevalecer os resultados de campo de jogo. Óbvio, ululante! – como dizia Nelson Rodrigues. 
Concluo então que certo está o jornalista ao opinar sobre a decisão açodada (para se dizer o mínimo), influenciada por questões externas, questões estas que jamais serão reveladas, exceção rara – para não nos esquecermos – às façanhas propagadas pelo falecido contraventor Miguel Pinho.

Antonio Valentim – do Sudoeste do Paraná 

Desfalques e pressão levam Dorival a mudar meio time para enfrentar Argentina

Na véspera do clássico contra a Argentina, pelas Eliminatórias da Copa 2026, o técnico da Seleção Brasileira, Dorival Júnior, admitiu várias mudanças na equipe em relação ao time que venceu a Colômbia por 2 a 1, na última quinta-feira (20). O treinador confirmou duas alterações: Wesley entra na lateral-direita no lugar de Vanderson e Matheus Cunha ganhou a vaga de João Pedro no centro do ataque.

Além disso, o comandante terá que fazer quatro mudanças “forçadas”: saem os suspensos Gabriel Magalhães e Bruno Guimarães e os lesionados Alisson e Gerson, entram Murillo, André, Bento e Joelinton, respectivamente. Questionado se Cunha, que vem em ótima temporada pelo Wolverhampton, será meio-campista ou “falso 9”, Dorival fez mistério.

“O Matheus pode fazer mais a função de atacante centralizado, alternando como Vinicius Jr., mas também pode recuar e ser um meia. Depende de como a Argentina se posicionar em campo. Vamos estar prontos para todas as situações”, analisou. Sobre Wesley, o comandante disse que pretende explorar muito as subidas do destaque do Flamengo pelo corredor direito.

Com isso, a seleção deve usar o seguinte time contra a Argentina: Bento; Wesley, Marquinhos, Murillo e Guilherme Arana; André, Joelinton e Raphinha; Vinicius Jr., Rodrygo e Matheus Cunha. Argentina x Brasil acontece nesta terça-feira (25), às 21h (de Brasília), no Monumental de Núñez, em Buenos Aires.

O Brasil, nesse momento, ocupa a quarta colocação da tabela das eliminatórias para a Copa do Mundo, com 21 pontos, enquanto os argentinos lideram com 28. Um empate já garante os atuais campeões na próxima Copa do Mundo.

  • Argentina (F) – 25/02, 21h (de Brasília) – Eliminatórias da Copa do Mundo
  • Equador (F) – 04/06, a definir – Eliminatórias da Copa do Mundo
  • Paraguai (C) – 09/06, a definir – Eliminatórias para a Copa do Mundo

Com apoio maciço de clubes e federações, Ednaldo ganha mais 5 anos na presidência da CBF

A presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) continua com Ednaldo Rodrigues, que foi reeleito nesta segunda-feira (24) por aclamação e ficará no comando da entidade até 2030. O resultado era previsto desde o ano passado, após Ednaldo ter ganho ações na Justiça que garantiram sua permanência no cargo. O mandatário não teve adversários e disputou como candidato único, contando com o apoio maciço de clubes (20 da Série A e 20 da Série B) e das 27 Federações Estaduais.

E a longevidade de Ednaldo no cargo pode ser maior ainda: a última mudança no Estatuto da CBF permitirá que Ednaldo concorra a uma nova reeleição ao final de seu próximo mandato. Caso vença, ele continuará até março de 2034. Rodrigues está no poder desde que assumiu “mandato-tampão” na Confederação com o afastamento do ex-presidente Rogério Caboclo, em 2021.

Posteriormente, ganhou sua primeira eleição em março de 2022, com mandato até março de 2026, e agora foi reeleito para seguir até 2030. Neste ano, Ronaldo Fenômeno ensaiou uma candidatura, mas acabou por desistir após não conseguir sequer ser recebido pelos clubes e federações, todos incondicionalmente fechados com a candidatura de Ednaldo.

O atual presidente, que assumiu após o afastamento de Rogério Caboclo, tem ligações fortes com o grupo de Marco Polo Del Nero, que presidiu a entidade e também deixou o cargo sob denúncias de irregularidades.

Veja os vices da gestão de Ednaldo Rodrigues:

  • Reinaldo Carneiro Bastos (SP)
  • Ednaílson Rosenha (AM)
  • Roberto Góes (AP)
  • Ricardo Lima (BA)
  • Gustavo Oliveira (ES)
  • Leomar Quintanilha (TO)
  • Rubens Angelotti (SC)
  • Gustavo Henrique (articulação da CBF em Brasília)

Cabe ressaltar que Leomar Quintanilha é o vice mais velho. Portanto, é ele que assume a presidência em caso de vacância. Também é importante salientar que nomes que outrora formaram forte oposição a Ednaldo, como Reinaldo Carneiro Bastos, agora fazem parte da situação.

Rock na madrugada – Black Rebel Motorcycle Club, “Let the Day Begin”

POR GERSON NOGUEIRA

Robert Levon Been, Peter Hayes e Leah Shapiro formam o Black Rebel Motorcycle Clube, grupo conhecido pela obra sólida e fidelidade aos princípios sagrados do rock, além da óbvia e feliz escolha do nome. Batizaram a banda simplesmente com o nome da gangue que Marlon Branco liderava no clássico The Wild One. O som é forte, inconfundível no uso das guitarras no mais alto volume e na postura assumidamente temperamental.

Originária de San Francisco (California), a banda lançou o primeiro disco em 2000, pela Virgin Records, recebido com elogios rasgados de gente como Noel Gallagher. Em 2013, o BRMC lançou o álbum Specter At The Feast, cujo primeiro single era justamente “Let The Day Begin” (Deixe o dia começar”), por uma razão muito especial. Nick Jago, um dos fundadores, deixou o grupo para tocar um projeto solo.

A banda sempre fez questão de honrar as tradições, a começar pelas jaquetas de couro e o som cru e visceral, sem firulas. Os clipes, como o desta canção (um cover especialíssimo do The Call), confirmam isso. Rock‘n’roll puro, na estética e no conteúdo. Been é filho do líder do The Call, Michael Been. Em 2010, o pai ajudava na turnê da banda quando sofreu um ataque cardíaco, morrendo nos bastidores.

A versão do BRMC para “Let The Day Begin” é, portanto, uma demonstração de bom gosto e uma tocante homenagem ao pai de Robert.

A letra diz, no trecho de abertura:

Aqui estão os bebês em um mundo novo e cego,
Aqui estão a beleza das estrelas
Aqui estão os viajantes no mundo aberto
Aqui estão os sonhadores nos bares
Aqui estão os professores nas salas lotadas
Aqui estão os trabalhadores nos campos
Aqui estão os ṗreachers da palavra sagrada
Aqui estão os motoristas ao volante
Aqui está para você, meu amor, deixe o dia começar
Aqui está para você, meu amor, com bênçãos do alto, deixe o dia começar
.

Volta do Parazão oferece lições

POR GERSON NOGUEIRA

A decisão do STJD, autorizando o reinício do Campeonato Paraense, tomada na manhã de sexta-feira (21), surpreendeu pela celeridade e trouxe como adendo um alerta a todos os atores envolvidos com a gestão do futebol no Pará, o que inclui clubes e FPF: precisam aprender a respeitar os regulamentos. Mais que isso: o tribunal deixa uma lição aos legisladores esportivos paraenses, que poderiam ter optado por aplicar multas, evitando a paralisação do Parazão.

Toda a confusão nasceu da condenação aplicada a Bragantino, Remo, Tuna e Capitão Poço, que descumpriram norma que constava do regulamento específico. A mudança na classificação alterou os confrontos nas quartas de final, gerou recursos, causou prejuízos e atrasou a competição por mais de duas semanas. A simples multa para todos os envolvidos, sem impor a perda de pontos, teria sido uma punição adequada e mais eficaz.

Nem o exemplo da intervenção no TJD, determinada pelo STJD em janeiro de 2023, em consequência também de uma interrupção do Campeonato Estadual, serviu para balizar a decisão do tribunal regional. Bom senso é uma arma a serviço de todos e, para funcionar, basta ser utilizada.

É claro que o posicionamento adotado pelo TJD não isenta os clubes, principais responsáveis pela situação. A partir de agora, espera-se, todos devem ter mais cautela na observação do regulamento. Não faz sentido incluir uma regra que depois é esquecida e desrespeitada.

Mecanismos tecnológicos permitem monitorar itens administrativos, como situação regular de atletas e número de cartões amarelos e vermelhos aplicados, mas os clubes terão que implantar uma cultura de organização em suas estruturas.

Na decisão que determinou as multas, o STJD aplicou uma regra inédita e discutível, atribuindo uma multa de valor mais alto ao Remo (R$ 30 mil) do que à Tuna (R$ 10 mil) e ao Bragantino (R$ 5 mil), pela mesma infração, considerando o patrimônio financeiro. Justa ou não, a medida escancara a responsabilidade maior dos clubes considerados grandes.

Os jogos das quartas de final serão retomados na próxima semana, embora somente o Bragantino tenha demonstrado disposição para entrar em campo já na quarta-feira. Os demais, incluindo a dupla Re-Pa, sinalizaram a intenção de jogar no final de semana, postura que conflita com a insatisfação demonstrada com a paralisação. Coisas do futebol paraense.

Juninho: quando sair é a única chance de jogar

Melhor meia do elenco atual do PSC, Juninho foi deixado de lado inicialmente por Márcio Fernandes e continuou sem ser escalado por Luizinho Lopes. Teria desagradado gente graúda da cúpula bicolor. Não há confirmação sobre isso, mas a falta de oportunidades confirma que ele não fazia parte dos planos do novo técnico.

Mesmo em situações de extrema carência no time, o jovem revelado na Desportiva Paraense pelas mãos de Walter Lima, seguiu apenas compondo o banco de reservas, às vezes nem isso. No Re-Pa, Juninho entrou quando faltavam quatro minutos para o apito final.

Diante disso, após recusar duas ofertas de clubes no final da temporada de 2024, ainda na esperança de ser titular no PSC, ele caiu na real. Aceitou ser negociado com o ABC-RN, para disputar a Série C do Campeonato Brasileiro. Aos 26 anos, Juninho tem contrato até o fim desta temporada.

Bola na Torre

O programa começa às 23h, na RBATV, com apresentação de Guilherme Guerreiro e participações de Giuseppe Tommaso e Liane Coelho. Em debate, a preparação dos times para o retorno do Campeonato Paraense. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.

Futuro de Dorival nas mãos de Ednaldo

O sistema adotado há tempos pela CBF, com poder total concentrado nas mãos do presidente, indica que o futuro de Dorival Júnior na Seleção Brasileira depende dos humores de Ednaldo Rodrigues. A vitória suada diante da Colômbia, na quinta-feira (20), trouxe alívio, mas não é garantia absoluta de permanência no cargo.

É fato que o desempenho pífio da Seleção com Dorival não recomenda que ele seja mantido para a Copa do Mundo de 2026. Parece não ter convicção para mudanças ousadas, insiste nas figuras carimbadas de sempre e até agora foi incapaz de incutir um mínimo de inventividade à movimentação da equipe.   

Apenas um aspecto favorece uma eventual continuidade de Dorival no escrete: a falta de alternativas para uma troca a pouco mais de um ano para o início do mundial. Carlo Ancelotti, que foi cogitado no ano passado e cujo contrato com o Real Madrid se encerra no fim da temporada europeia, não é opção que possa ser levada a sério.

Nada indica que o técnico italiano esteja disposto a assumir o desafio de treinar a seleção pentacampeã do mundo. Cabe lembrar que, tradicionalmente, os europeus preferem dirigir times a seleções.

Em termos nacionais, poucos têm estofo para assumir a Seleção. Roger Machado (Inter) é um bom nome, mas não tem força na CBF. Rogério Ceni (Bahia) já foi mais cotado. Filipe Luís conta com o poderoso lobby rubro-negro, mas tem contra si a pouquíssima experiência na função.  

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 22/23)

Aquisições (des)necessárias

Por Heraldo Campos

No começo dos anos 80 do século passado, vi pescadores jogando tarrafa na desembocadura do Rio Mampituba, no conhecido Molhes de Torres (divisa dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e que caiam igual paraquedas nas águas, na captura da tainha. Seduzido pelo tipo de pescaria que nunca tinha visto, retornando da viagem para a cidade de São Paulo fui na região do antigo Vale do Anhagabaú e comprei numa loja de tralhas de pesca a maior tarrafa disponível.

Pouco tempo depois, em Ubatuba (SP), numa primeira tentativa de lançamento num quintal com arvore, para treinar, o fiasco foi total porque a rede se enrolou toda nos galhos para espanto dos coitados dos passarinhos. Outras tentativas se sucederam, mas pela pouca habilidade com esse instrumento de pesca (e seu tamanho), constatou-se que a tarrafa era para estar em mãos de profissionais do ramo e acabou virando presente para um amigo bom no serviço. Uma aquisição, na época, entusiasmada, porém desnecessária.

Poucos anos antes dessa experiência, foi comprada uma flauta transversal, profissional, de segunda mão, que estava para venda na oficina de instrumentos de sopro do Bove, no bairro do Cambuci, na capital paulista, onde eram consertados e ajustados instrumentos para músicos famosos, como por exemplo, Hector Costita (músico e compositor argentino), entre outros. Uma
compra também animada, porém nunca foi além de ser utilizada para tocar a popular “Asa Branca” de Luiz Gonzaga. Uma aquisição necessária, numa ilusão de virar músico perto dos 30
anos de idade mas, que tempos depois, foi vendido esse nobre (e difícil) instrumento de sopro, para quem dominava de fato o assunto.

Retrocedendo mais ainda no tempo, na época que fazia parte do time de basquete do Clube Atlético Ypiranga (CAY), tive a honra de jogar com meus companheiros numa preliminar contra
o time Corinthians, no ano de 1969, onde jogava Wlamir Marques [1] no time principal. Entretanto, no ano seguinte foi “adquirido” um curso de computação, novidade do momento,
para formar um programador, o que acabou não se concretizando. Talvez, a melhor necessidade para aquele período, seria continuar no basquete do CAY ou tentar uma transferência para o infantil B do Timão, no Parque São Jorge, time do coração [2].

Recentemente foi adquirida uma escaleta, motivada pelo isolamento (quarentena) durante o período confinado da pandemia do coronavírus, onde a internet induzia a pesquisa de antigas
banda de rock, entre elas a americana Steely Dan, onde Donald Fegan tocava escaleta [3]. É provável que essa nova aquisição dure algum tempo e vamos batalhar para seguir um pouco mais, no desempenho musical, do que a bela “Asa Branca”.

Para concluir, uma pergunta: será que parte do povo brasileiro está fazendo “aquisições (des)necessárias” quando vai às urnas para escollher seus representantes no Congresso Nacional ou as escolhas têm favorecido as classes mais abastadas e dos poderosos, que vira e mexe tentam legislar para os seus próprios umbigos? Lembremos que a consagrada urna de votos eletrônica, há décadas, no sistema eleitoral brasileiro, quase sempre é atacada pelos reacionários de carteirinha ou pelos “filhotes da ditadura”, como diria Leonel Brizola.

“Eu cheguei de muito longe/ E a viagem foi tão longa / E na minha caminhada / Obstáculos na estrada / Mas enfim aqui estou” – primeira estrofe da composição “É preciso dar um jeito, meu
amigo”,
de Erasmo Carlos & Roberto Carlos do ano de 1971, interpretada por Erasmo Carlos e
parte da trilha sonora do premiado filme “Ainda estou aqui” de Walter Salles.

Fontes:
[1] “Bola ao cesto” artigo de 16/03/2020.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2020/03/bola-ao-cesto-cronicade-heraldo-campos.html
[2] “Tentativas” artigo de 23/12/2021.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2021/12/tentativas.html
[3] “Meu querido Corinthians” artigo de 27/04/2024.
https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2024/04/meu-querido-corinthians.html

* Heraldo Campos é geólogo (Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp, 1976),
mestre em Geologia Geral e de Aplicação e doutor em Ciências (Instituto de Geociências da
USP, 1987 e 1993) e pós-doutor em hidrogeologia (Universidad Politécnica de Cataluña e
Escola de Engenharia de São Carlos da USP, 2000 e 2010).

Idosos são menos de 20% entre condenados pelo STF na tentativa golpista em 8 de janeiro

Apenas 18,5% dos condenados às penas mais extensas pelo STF são pessoas com mais de 60 anos

Do ICL Notícias

O levantamento feito pelo jornalista Fernando Molica, publicado no site “Correio da Manhã”, revela que os idosos são em torno de 18,5% dos condenados a mais de dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) A partir de dados do STF, o repórter analisou os 200 primeiros casos de pessoas que receberam penas mais duras pela participação na tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023.

Desses 200 primeiros casos, 37 têm mais de 60 anos de idade, o que/ é a definição oficial de idoso. Apenas um deles, Julio Cesar do Oliveiria Ciscouto, tem 75 anos. Julio Cesar foi ondenado a 14 anos e dois meses e fugiu para o exterior.

Entre os condenados a penas mais rigorosas, 82,5% nasceram entre as décadas de 1960 e 1980, ou seja, tem mais 35 anos de idade. Entre eles, 60% já completara no mínimo 45 anos. Do total, 46 são dos anos 1960.

Além desses 200 casos de condenações mais rigorosas, as quase 500 condenações determinadas pelo STF, pouco mais de 200 tiveram penas menores, de um a dois anos de reclusão — casos em que a prisão foi substituída por prestação de serviços comunitários.

idoso

Maioria de participantes da tentaticva de golpe era de pessoas com mais de 35 anos (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

O acórdão que registra a condenação de Julio Cesar do Oliveira Ciscouto, o empresário que nasceu em 1949, afirma que ele participou da invasão e da depredação do Palácio do Planalto e comemorou a tomada do prédio. Ele foi preso ao, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, tentar subornar um agente com R$ 5 mil para que ele lhe devolvesse o celular.

Os números do STF também mostram que nem todos os condenados a penas mais duras estão presos. O  site diz que há 84 presos definitivos, 55 provisórios e cinco em prisão domiciliar. O STF homologou 542 acordos de não persecução penal, mecanismo que livra acusados de condenação.

Apesar das penas de até 17 anos e seis meses de reclusão aplicadas pelo STF em diversos casos, muitos destes condenados poderão sair da prisão em menos de quatro anos, graças à possibilidade de progressão de regime prevista pela legislação brasileira.

O professor de Direito e advogado criminalista Lenio Streck ressalta que, como as penas, o processo de progressão é individualizado. Mas é possível admitir que um condenado a 17 anos vá do regime fechado para o semiaberto em cerca de 3 anos e quatro meses.

Streck também explica que, nos casos de crimes cometidos sem violência, a mudança de regime costuma ocorrer a partir do cumprimento de 16% do período de reclusão a que o réu foi condenado. Em casos mais graves, que envolveram agressões, o percentual é de 25%.

Parazão vai voltar: STJD anula decisões do TJD e absolve clubes que tinham sido punidos

A polêmica paralisação do Campeonato Paraense de 2025 chegou ao fim na tarde desta sexta-feira, 21. O STJD determinou o retorno imediato do Parazão 2025, além de aplicar multas a Remo, Tuna, Bragantino e Capitão Poço, times que tinham sido punidos pelo TJD paraense com a perda de pontos. Por maioria, o STJD decidiu pela desclassificação do artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que proíbe que atletas ou treinadores em situação irregular participem de partidas, provas ou eventos semelhantes. Sendo assim, os quatro clubes mantiveram os pontos conquistados em campo e tudo continua rigorosamente como antes no Parazão.

Depois da decisão do STJD, o Parazão deve recomeçar já no meio da semana, com as partidas das quartas de final, dependendo apenas da marcação dos jogos pela FPF.

O TJD paralisou o campeonato desde o dia 6 de março, impedindo a disputa das quartas de final, mas foi invalidada pela corte máxima da Justiça Desportiva. Inicialmente, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) acatou o pedido de avocação de processos do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD/PA), feita por sete clubes paraenses, a respeito do caso de irregularidade que teria sido praticada por quatro clubes no Campeonato Paraense.

Desse modo, os processos 009, 010, 012 e 013/2025, que estavam sob apreciação do TJD do Pará, passaram para o âmbito do STJD. Em seguida, de forma surpreendente, o tribunal decidiu manter a sessão para julgar de imediato os casos de supostas irregularidades.

Na votação, o STJD revogou a punição inicial imposta pelo TJD e multou os quatro clubes envolvidos, mas decidiu pelo reinício imediato da competição, considerando a classificação obtida ao final da primeira fase. Os confrontos estão mantidos: (1°) Remo x Santa Rosa (8°), (2°) Paysandu x Capitão Poço (7°), (3°) Bragantino x Águia (6°) e (4°) Castanhal x Tuna (5°).

DECISÃO DO TJD É DESQUALIFICADA

Rebaixados ao final da 8ª rodada do Parazão, Independente e Caeté irão mesmo disputar a Série B1 em 2026. Outros dois times, Cametá e São Francisco, que tinham a expectativa de disputar o mata-mata, fecharam a competição na 9ª e 10ª colocações, respectivamente, e estão fora das quartas de final.

No julgamento conduzido pelo TJD, Capitão Poço e Tuna foram punidos com a perda de 27 e sete pontos (respectivamente), seguidos de Bragantino e Remo (que perderam seis pontos cada) após a suposta escalação de atletas, que completaram ou vão completar 20 anos em 2025, e que ainda estavam sob contrato amador. O regulamento específico prevê que jogadores nessa idade só podem atuar com contrato profissional.

Após pedido o pedido de avocação do caso, assinado por sete clubes (Independente, Santa Rosa, Cametá, São Francisco, Águia, Castanhal e Bragantino), o STJD assumiu o julgamento e decidiu por anular as decisões do TJD/PA, aplicando apenas multas aos clubes. Remo e Capitão Poço irão pagar uma multa de R$ 30 mil, enquanto que a Tuna pagará R$ 10 mil e o Bragantino foi punido em R$ 5 mil.

A decisão final do STJD não permite recursos na esfera desportiva e deve servir de jurisprudência para casos dessa natureza, impedindo que no futuro competições sejam prejudicadas com decisões açodadas de tribunais regionais, que agem quase sempre influenciados por questões externas.

A frase do dia

“74% dos brasileiros apoiam a isenção de IR para quem ganha até R$ 5.000. 88% do Mercado Financeiro desaprova o governo Lula. A luta é de classes”.

Ricardo Pereira, jornalista e professor

Gol de Vini Jr. salva a lavoura

POR GERSON NOGUEIRA

Um chute de Vinícius Jr. desviado na zaga, a um minuto do final, garantiu a chorada vitória da Seleção sobre a Colômbia, ontem à noite, em Brasília. O gol garantiu ao Brasil pular da quinta para a 2ª colocação das Eliminatórias Sul-Americanas e, de quebra, ajudou a salvar a cabeça de Dorival Júnior, cuja demissão era quase certa em caso de um tropeço.

O jogo até começou bem para o Brasil, com um gol de pênalti logo aos 3 minutos, marcado por Raphinha. O lance nasceu de uma arrancada de Vini Jr., que driblou Muñoz e foi derrubado.  

A Seleção seguiu pressionando e perdeu chances com o próprio Vini e Rodrygo. Mas, aos poucos, a Colômbia foi saindo do recuo e equilibrando as ações. Teve duas boas oportunidades com Arias e Luis Diaz.

Aos 40 minutos, Joelinton, que havia substituído Gerson, lesionado, perdeu bola para Arias na entrada da área e Luis Díaz aproveitou para bater rasteiro, empatando a partida.

Nervosa com a reação colombiana, a Seleção se desorganizou nos instantes finais, cometendo erros bobos. Arias quase virou o placar. O zagueiro Marquinhos travou o chute do colombiano dentro da pequena área.

Para o 2º tempo, o Brasil voltou insistindo no ataque e Vini Jr. quase marcou aos 8 minutos. Foi desarmado por Sánchez na hora da finalização.

Aos poucos, porém, o jogo voltou ao cenário do final da etapa inicial e a Colômbia acabou marcando, aos 17 minutos. Para alívio geral, o gol contra de Joelinton foi invalidado porque o árbitro viu uma suposta falta de Córdoba sobre Alisson no lance.

Minutos depois, com a Colômbia cercando a área brasileira com cruzamentos e investidas de Diaz, o Brasil acabou perdendo o goleiro Alisson. Ele se chocou numa disputa aérea com Sánchez e ambos tiveram que ser substituídos. Bento entrou no arco brasileiro.

A interrupção do jogo por sete minutos fez bem ao Brasil, que voltou a tocar a bola e avançar em velocidade. Contribuiu para isso a entrada de Wesley na vaga do improdutivo Vanderson.

Nos acréscimos, a Seleção teve uma grande oportunidade em cruzamento de Savinho no segundo pau. Arana foi na bola, mas testou por cima. Quando a torcida já dava sinais de irritação, veio o gol salvador da pátria.

Aos 53’, Vinícius Jr. recebeu a bola junto à linha lateral, avançou pela intermediária e arriscou um chute cruzado da entrada da área. A bola desviou na zaga e matou o goleiro colombiano.

A vitória foi importante para tranquilizar o Brasil na classificação, antes do confronto com a Argentina na próxima terça, 25, mas a atuação deixou muitas preocupações. Além do desentrosamento, o time voltou a demonstrar falta de alternativas e ideias criativas, fato agravado pelo mau rendimento de alguns jogadores – Joelinton e Vanderson, principalmente.

Parazão pode ter uma chance de recomeço

Uma sessão extraordinária do TJD marcada para a próxima terça-feira, 25, pode finalmente apressar a retomada do Campeonato Paraense. Serão julgados os recursos de Tuna, Remo e Capitão Poço – o Bragantino, que também foi condenado por irregularidade, desistiu de recorrer.

O caso que levou à paralisação da competição envolve a utilização de jogadores com menos de 20 anos sem vínculo profissional. Os quatro clubes foram condenados, o que causou o rebaixamento de Capitão Poço. O imbróglio interrompeu a disputa das quartas de final.

Junto com o julgamento vem a expectativa de que a FPF possa ingressar com um pedido de liminar, a fim de garantir a continuidade do Parazão já a partir do próximo fim de semana, dias 29 e 30 de março.

A providência, mesmo tardia, mas pode ajudar a diminuir o prejuízo provocado pela paralisação do campeonato.

Alvariño ganha chance na nova defesa azulina

As primeiras notícias sobre o novo time do Remo, formatado nos treinos iniciais sob o comando de Daniel Paulista, indicam que Alvariño deve ganhar uma oportunidade na zaga. Curiosamente, ele não era titular com Rodrigo Santana e deixou péssima impressão na derrota para o Cametá, quando foi driblado pelo atacante Fidel no lance do gol.

Ocorre que Alvariño fez uma boa Série B pelo Amazonas no ano passado, razão provável da chance que Daniel Paulista parece estar lhe concedendo. Tecnicamente bom e conhecido pela capacidade de antecipação, o zagueiro pode vir a ser aproveitado no centro da defesa.

Com Rodrigo, em pelo menos em duas oportunidades, Alvariño entrou no decorrer de partidas fazendo a função de volante. Poderia ser uma valorização da versatilidade do jogador, mas acabou se tornando um reflexo das incertezas que rondavam o Remo sob o comando anterior.

Sob nova direção, com a formação em 4-4-2 sendo submetida a treinamentos na intertemporada em Barcarena, Alvariño pode ser uma novidade interessante, embora precise confirmar que está em nível superior a Rafael Castro, um zagueiro de atuações seguras nesta temporada. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 21)

Papão vai em busca do penta

POR GERSON NOGUEIRA

Deu a lógica. O azarão São Raimundo-RR não foi páreo para o PSC na segunda partida pela semifinal da Copa Verde. A vitória por 3 a 0 traduz bem a superioridade bicolor, que marcou dois gols no 1º tempo, tomou alguns sustos, mas completou o placar na etapa final, garantindo presença na quarta final consecutiva do torneio. O adversário será o Goiás, em dois confrontos.

O início da partida mostrou um São Raimundo disposto a pressionar o PSC. Marcos Felipe ameaçou logo no primeiro minuto. A resposta do Papão foi imediata: aos 5 minutos, o lateral PK cruzou na área para Rossi, que desviou de cabeça acertando a trave.

Guigui cabeceou com perigo, aos 14’. Aos 19’, foi a vez do bom Kanté disparar um chute que assustou Matheus Nogueira. Superior na organização e nas ações ofensivas, o PSC balançou as redes com Edilson, aos 22’, após assistência de Nicolas.

O Papão continuou melhor, dificultando as tentativas de saída do São Raimundo. Aos 31’, veio o segundo gol: Rossi recebeu passe em velocidade, fintou o goleiro Carlão e tocou para o fundo do barbante.

Sem ter nada a perder, o São Raimundo se lançou ao ataque, conseguindo duas boas finalizações, aos 36’ e aos 39’. O PSC se continha um pouco mais, procurando agredir em pontadas pelos lados. Aos 41’, o atacante Marlon entrou na área e bateu forte, mas o goleiro agarrou bem.

A torcida (32 mil pessoas no Mangueirão) sentia certa preocupação com o ocorrido na segunda etapa do jogo de ida, quando o São Raimundo reagiu e alcançou o empate, mas o Papão exibiu uma postura mais sólida, evitando riscos desnecessários.

Logo no reinício da partida, Matheus Vargas disparou um chute de fora, levando perigo. O confronto ficou equilibrado, com forte marcação no meio e erros nas tentativas de chegar ao ataque.

O PSC ameaçou em jogada de Benitez, que lançou Rossi. Este acionou Nicolas, que desperdiçou boa oportunidade. Borasi, aos 22’, finalizou e levantou a torcida, mas a bola bateu na rede pelo lado de fora.

Com a partida sob controle, o PSC diminuiu o ritmo, enquanto o São Raimundo parecia cansado para tentar uma reação. O terceiro gol alviceleste nasceu de um pênalti (bola tocou na mão de Juca Maranhão) cobrado pelo atacante Rossi, grande destaque da partida. (Fotos: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

Duelo final será com o Goiás, como em 2023

O PSC se classificou para decidir o título da Copa Verde pela nona vez na competição, credenciando-se a buscar o penta. Nas partidas contra o Goiás, previstas para os dias 9 (Belém) e 23 de abril (Goiânia), os bicolores tentarão quebrar uma escrita: até hoje não levantaram a taça em anos ímpares do torneio.

Será a quinta decisão seguida entre paraenses e goianos: em 2021, Remo x Vila Nova (Remo campeão); em 2022, Paysandu x Vila Nova (PSC campeão); 2023: Goiás x Paysandu (Goiás campeão); e 2024: Paysandu x Vila Nova (PSC campeão). O PSC repete a sequência de quatro finais seguidas em 2016, 2017, 2018 e 2019.

Seleção Brasileira hoje é Raphinha e mais 10

A Seleção encara a Colômbia hoje à noite, em Brasília, tentando sair da incômoda quinta posição nas Eliminatórias Sul-Americanas. O retrospecto recente mostra duelos sempre difíceis, mesmo quando disputados no Brasil. O zagueiro Marquinhos retorna ao time, mas a grande atração da partida é o atacante Raphinha, que vive fase excepcional no Barcelona.  

No meio-campo, o rubro-negro Gerson é apontado como provável titular ao lado de Bruno Guimarães. A dupla ainda não deslanchou, mas o lobby pelo flamenguista é sempre muito forte e Bruno acaba de conquistar a Copa da Liga Inglesa pelo Newcastle.

André é uma espécie de plano B e deve entrar no decorrer do jogo. Na frente, o trio Raphinha, Rodrygo e Vinícius Jr. deve ter a companhia de João Pedro, preferido de Dorival Júnior para o comando do ataque.

No último treino, Savinho chegou a entrar numa formação que tinha Rodrygo, Vini e Endrick, que substituiu Raphinha. Foi um despiste de Dorival, que aposta mesmo em João Pedro, do Brighton, como titular.

O ex-atacante do Fluminense atuará como centroavante, fazendo companhia a Vini Jr., enquanto Raphinha e Rodrygo ocuparão os lados do campo. Savinho fica como opção para o segundo tempo.

Depois de vários jogos com público fraco, fato que obrigou a CBF a distribuir ingressos para reduzir o efeito negativo durante a transmissão, a lotação do estádio Mané Garrincha está confirmada. A Seleção costuma jogar melhor com apoio da torcida, pelo menos é o que dizem os jogadores.

O Brasil é o quinto colocado, com 18 pontos, um ponto atrás da própria Colômbia, que ocupa a quarta posição. O próximo adversário será a Argentina, líder das Eliminatórias, na próxima terça-feira (25), no Monumental de Núñez, em Buenos Aires.

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 20)