Câncer de colo de útero é a primeira causa de morte de mulheres por câncer na região Norte

O câncer de colo de útero é o quarto tipo mais letal entre as mulheres no Brasil, mas na região Norte ocupa o primeiro lugar. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença tira a vida de cerca de 7 mil brasileiras por ano, e a taxa de mortalidade no Norte é mais que o dobro da média nacional. O principal fator para esses números alarmantes é o diagnóstico tardio, já que muitas mulheres são diagnosticadas em estágios avançados ou com a doença já em metástase.

A incidência também preocupa: são estimados 17.010 novos casos de câncer de colo de útero por ano no Brasil, sendo o terceiro mais frequente entre as mulheres. No Norte, no entanto, ocupa o segundo lugar, com previsão de aproximadamente 780 novos casos no Pará e 110 em Belém até o final de 2025.

Prevenção em foco

Diante desse cenário, a campanha Março Lilás se destaca como uma importante iniciativa de conscientização e prevenção. Na Assembleia Legislativa do Pará, o tema tem sido recorrente, resultando em propostas como a lei que institui a Semana Estadual de Prevenção ao HPV e ao Combate ao Câncer de Colo de Útero.

A deputada Ana Cunha (PSDB), médica ginecologista e obstetra em seu sexto mandato, lembra que ainda em sua primeira legislatura criou a Semana de Atenção à Orientação e Coleta do Papanicolau, ampliando o acesso das mulheres aos serviços de prevenção e tratamento.

A implementação de políticas públicas voltadas à prevenção é fundamental, não apenas para garantir o diagnóstico precoce, mas também para reduzir os custos de tratamento quando a doença é identificada em estágios iniciais.

Diagnóstico precoce e a importância da vacinação

O HPV é o principal responsável pelo câncer de colo de útero, causando cerca de 90% dos casos. O vírus também está associado a outros tipos de câncer, como os de boca, orofaringe, vulva, pênis e canal anal.

Estudos recentes da King’s College, de Londres, mostram que a vacina contra o HPV pode reduzir em 87% a incidência do câncer de colo de útero quando administrada na infância, demonstrando ser a ferramenta mais eficaz no combate à doença.

Metas da OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu metas globais para erradicar o câncer de colo de útero até 2030:

  • Vacinação contra o HPV para 90% das meninas e adolescentes de até 15 anos;
  • Exame Papanicolau para pelo menos 30% das pessoas com útero de 25 a 65 anos;
  • Tratamento no estágio inicial do câncer para 90% da população.

Recentemente, a OMS acrescentou a meta de ampliar a realização do teste molecular para detecção do HPV pelo DNA, um exame quatro vezes mais eficaz na identificação de lesões precursoras.

A ginecologista Mary Valente reforça a importância dessas ações: “Se conseguirmos vacinar em massa contra o HPV, incentivar o uso de preservativos e garantir que as mulheres com mais de 25 anos realizem exames preventivos anualmente, estaremos no caminho da erradicação do câncer de colo de útero”, destaca.

Proteção e informação

No Brasil, a vacina tetravalente contra o HPV está disponível gratuitamente no SUS para meninas e meninos entre 9 e 14 anos. A faixa etária foi escolhida devido à alta produção de anticorpos nessa idade e à possibilidade de imunização antes do início da vida sexual.

Mary Valente alerta para a necessidade de informação: “Não se trata apenas de prevenir doenças sexualmente transmissíveis, mas de proteger contra o câncer. Pais e mães precisam entender que vacinar seus filhos é garantir um futuro mais saudável para eles”.

Com a mão na consciência

POR GERSON NOGUEIRA

O Remo passou por muitas mudanças no espaço de uma semana apenas. Na terça-feira, 11, enfrentou o Criciúma no Mangueirão e acabou derrotado por 2 a 1, resultado que levou à eliminação na Copa do Brasil. No dia seguinte, o técnico Rodrigo Santana foi demitido e o clube contratou Daniel Paulista para o seu lugar.

A causa da mudança de comando foi a eliminação dupla sofrida pelo time, na Copa Verde e na Copa do Brasil. O desgaste de Rodrigo junto à torcida pressionou a diretoria a fazer a troca, mas, apesar da constatação de que não havia mais clima para permanência, ficou o questionamento quanto ao papel dos jogadores no processo.

É claro que a responsabilidade maior cabe ao técnico, mas é justo reconhecer que o elenco também tem parte nos fracassos iniciais da temporada. O alto investimento no futebol, que tem hoje uma folha salarial em torno de R$ 1,5 milhão, gera uma óbvia cobrança por desempenho.

Os resultados negativos nas duas Copas expõem a necessidade de uma completa reordenação de objetivos e métodos no Evandro Almeida. No sábado, o zagueiro Rafael Castro, um dos líderes do elenco, fez um interessante e incomum mea-culpa sobre a responsabilidade dos jogadores.

Com a autoridade de quem atuou em nove das 11 partidas do Remo em 2025, Rafael começou dizendo que é fundamental “colocar a mão na consciência” e aproveitar a folga forçada – pela paralisação do Campeonato Paraense – para treinar bastante e buscar a recuperação para garantir uma boa campanha na Série B.

Atento ao perfil do novo técnico, Rafael sabe que Daniel Paulista prefere o sistema 4-2-3-1, mais tradicional, ao contrário de Rodrigo Santana, que utilizava preferencialmente o 3-4-3, com variações. Como titular da zaga, ele sabe bem o que significa jogar numa linha de três ou de quatro atletas.

Muito além do esquema tático, o zagueiro entende que os jogadores precisam encarar o momento de mudança com uma nova postura. Assumir os erros cometidos é o primeiro passo para evitar a repetição. Não mencionou as falhas individuais que causaram a derrota para o Criciúma, mas certamente fazia referência a isso.

A franqueza de Rafael foge das frases feitas e superficiais que os boleiros normalmente repetem em entrevistas. Acima de tudo, ele mostra o interesse em dar uma satisfação à torcida depois das frustrações causadas. Foi o primeiro a fazer isso entre os jogadores.

À espera do reinício do Parazão e da estreia na Série B, os treinos devem se intensificar a partir de agora, com a chegada de Daniel Paulista. O novo treinador já acompanhou a movimentação de ontem, no Mangueirão, antes mesmo de ser oficialmente apresentado à torcida. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

Papão fecha contratação de mais dois volantes

Ao contrário do que se especulava, o PSC não contratou ninguém para sanar a carência criativa no meio-de-campo. Optou por mais dois volantes, sendo que já conta com pelo menos seis jogadores para a função. Os reforços, noticiados no sábado (15), são Dudu Vieira e André Lima.  

O clube ainda não oficializou, mas André Lima despediu-se do Confiança e da torcida após a vitória por 3 a 0 sobre o Falcon, pelo Campeonato Sergipano. O presidente do clube, Pedro Dantas, confirmou a oferta do PSC pelo atleta de 24 anos.

Jogador promissor, André Lima tem 24 anos e chegou ao Confiança no ano passado. Disputou 42 partidas, com oito gols marcados. Capitão, destacou-se pelo bom futebol e pela liderança em campo. Era disputado por outros clubes das séries B e C.  

O outro volante é Dudu Vieira, 31 anos, que se desligou do Juventude e deve também se apresentar na Curuzu nos próximos dias. Experiente, com passagens pela Ponte Preta, Vitória, Santo André, Chapecoense e Criciúma, Dudu chegou ao clube gaúcho no ano passado e disputou 5 jogos. Nesta temporada, não chegou a participar de nenhuma partida.

Força dos donos da CBF barra pretensões de Ronaldo

Quem acompanha o futebol brasileiro há mais tempo sabe que o poder político é partilhado por dois grupos poderosos, liderados pelos ex-presidentes Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, que mandam nos destinos da CBF. Apesar de ambos permanecerem afastados e mudos, a influência que possuem decide tudo na entidade.

Ronaldo Fenômeno resolveu desafiar essa estrutura, revelando há dois meses a pretensão de se candidatar à presidência da CBF contra o atual ocupante do cargo, Ednaldo Ferreira. Depois de bater sem sucesso na porta das federações estaduais e dos principais clubes, desistiu da empreitada na semana passada.  

Ele foi obstado pela cláusula de barreira, que exige que um candidato tenha o apoio de no mínimo quatro federações e de quatro clubes, para se registrar. Mandou um e-mail, solicitando audiência e listando as mudanças que pretendia implantar para mudar um futebol “mal gerido, com falta de transparência e uma gestão centralizada”.

Para surpresa de quase ninguém, nem dele, Ronaldo não foi recebido em audiência por nenhum dirigente. Temerosos de uma guerra aberta com Ednaldo Rodrigues e seus aliados, federações e clubes revelaram comprometimento com a atual gestão.

Ronaldo, é claro, não saiu perdendo. Qualquer discussão sobre os rumos do futebol brasileiro vai sempre incluir, a partir de agora, um adendo importante: a mudança foi buscada por ele, mas o sistema não permitiu.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 17)

Em ato esvaziado no Rio, Bolsonaro critica STF e volta a apelar por anistia

A ideia de Jair Bolsonaro era reunir um milhão de pessoas na praia de Copacabana na manhã de domingo para pedir a anistia aos golpistas de 8 de janeiro – e, por tabela, a própria –, reafirmar seu domínio sobre a direita e inserir o “Fora Lula” na pauta. O resultado ficou longe do planejado: segunda análise ( integral ) do grupo de pesquisa Monitor do Debate Político do Meio Digital, parceria da USP com a ONG Mais em Comum, somente 18,3 mil pessoas compareceram.

Isso não impediu que o ex-presidente falasse por 40 minutos, afirmando que, “mesmo preso ou morto”, continue sendo um “problema” para o Supremo Tribunal Federal (STF), apelando por anistia, embora negue ter participado da tentativa de golpe em 2022. (Globo)

Durante o ato, Bolsonaro reafirmou que será candidato à presidência em 2026, embora esteja inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, e se defenda da acusação de golpe, da qual poderá se tornar réu ainda neste mês. Disse também ter apoio da Câmara para aprovar a anistia. “Há poucos dias, tinha um velho problema e resolveu, com o (Gilberto) Kassab em São Paulo. Ele está ao nosso lado com a sua bancada para aprovar a anistia em Brasília”, disse.

“O que eles querem é uma condenação. Se é 17 anos para as pessoas humildes, é para justificar 28 anos para mim. Não vou sair do Brasil”, disse em seu discurso em um ato pela anistia aos golpistas do 8 de Janeiro realizado em Copacabana. O “Fora Lula” ficou em segundo plano, com a frase aparecendo em algumas bandeiras vendidas por ambulantes. (g1)

Os governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo, Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, ambos do PL, também discursaram. “Qual a razão de afastar Jair Bolsonaro das urnas? É medo de perder a eleição, e eles sabem que vão perder?”, disse Tarcísio . “Estamos aqui para lutar e exigir anistia de inocentes que receberam penas.” Também marcaram a presença dos governadores de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), além de ao menos nove senadores e 43 deputados federais. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não foi ao ato por estar se recuperando de um procedimento estético. (Folha e UOL)