Para encerrar a campanha Março Lilás, mês de conscientização e combate ao câncer de colo do útero, o Departamento de Bem-Estar Social (DBES) da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) promoveu, na última terça-feira (25), uma ação voltada à prevenção e à importância da vacinação contra a doença.
O Março Lilás reforça a necessidade de informar a população sobre o câncer de colo do útero e destacar o papel essencial da vacinação na redução dos casos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a doença causa aproximadamente 7 mil mortes por ano no Brasil, com a taxa de mortalidade na região Norte sendo mais que o dobro da média nacional. O principal motivo para esses números alarmantes é o diagnóstico tardio, já que muitas mulheres descobrem a doença em estágios avançados ou com metástase.
A equipe do DBES enfatiza que a informação é um dos pilares fundamentais para a prevenção. “O combate ao câncer de colo do útero passa pela conscientização. A prevenção precisa ser real, chegando às escolas e atingindo os jovens com uma linguagem acessível e eficaz”, destacou o ginecologista Dr. Paulo Priante, servidor da Alepa há 38 anos. Ele também alertou que mudanças sociais e culturais impactaram a vulnerabilidade das pacientes mais jovens. “Com a revolução sexual, industrial e midiática, o início da vida sexual se tornou mais precoce, aumentando o risco de infecção pelo HPV. Por isso, a vacinação é essencial para ambos os sexos dentro da faixa etária recomendada. Infelizmente, a vacina não é disponibilizada para todas as idades, mas quem pode recebê-la, deve se prevenir.”
A diretora do DBES, Karla Lobato, ressaltou que a campanha faz parte do calendário anual da instituição e tem como objetivo conscientizar os servidores e a população sobre a importância da prevenção. “O Março Lilás está em nossa programação todo ano. Abordamos nossos servidores para reforçar a necessidade de falar sobre esse tema fundamental. Queremos conscientizar tanto o público interno da Alepa quanto a população em geral sobre o combate ao câncer de colo do útero”, afirmou. “Uma forma simples de prevenir a doença é se manter informado e vacinado. Aqui na Alepa, reforçamos constantemente a importância do autocuidado.”
O INCA estima que, anualmente, sejam registrados cerca de 17.010 novos casos de câncer de colo do útero no Brasil. No Norte, a doença ocupa o segundo lugar entre os tipos mais frequentes de câncer em mulheres, com previsão de aproximadamente 780 novos casos no Pará e 110 em Belém até o final de 2025. Políticas públicas voltadas à prevenção são essenciais, não apenas para garantir o diagnóstico precoce, mas também para reduzir os custos do tratamento quando a doença é identificada em estágios iniciais.
O HPV é o principal responsável pelo câncer de colo do útero, causando cerca de 90% dos casos. O vírus também está associado a outros tipos de câncer, como os de boca, orofaringe, vulva, pênis e canal anal. Estudos da King’s College, de Londres, indicam que a vacina contra o HPV pode reduzir em até 87% a incidência do câncer de colo do útero quando administrada na infância, sendo considerada a ferramenta mais eficaz no combate à doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu metas globais para erradicar o câncer de colo do útero até 2030. Entre os objetivos, estão: vacinar contra o HPV 90% das meninas e adolescentes de até 15 anos e garantir que pelo menos 30% das pessoas com útero entre 25 e 65 anos realizem exames preventivos, como o Papanicolau. Além disso, a OMS recomenda a ampliação do teste molecular para detecção do HPV pelo DNA, exame quatro vezes mais eficaz na identificação de lesões precursoras.
No Brasil, a vacina tetravalente contra o HPV está disponível gratuitamente no SUS para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Essa faixa etária foi escolhida devido à alta produção de anticorpos nessa idade e à possibilidade de imunização antes do início da vida sexual, garantindo uma proteção mais eficaz contra o vírus.
É preciso dar um desconto à atuação instável e às vezes insegura do Remo de Daniel Paulista, ontem, na estreia do técnico diante do Santa Rosa, colocando em prática um novo sistema após 12 dias de treinos. Ficou evidente que é preciso treinar mais, pois, se a vitória foi obtida sem grandes embaraços, as falhas preocupam em relação à Série B, que começa domingo (6), contra a Ferroviária, em S. Paulo.
O resultado foi muito superior à performance, embora a situação fosse esperada. O Remo saiu do sistema 3-4-3 para um 4-1-4-1 baseado principalmente no esforço de marcação no meio-campo. Apesar disso, com Caio Vinícius estreando na marcação à frente da zaga, o time ficou desprotegido nos primeiros momentos da partida, dando chances ao Santa Rosa.
A primeira investida coube ao Remo, em jogada ensaiada, com Janderson e Pedro Rocha. Aos 8 minutos, em jogada ensaiada, Janderson foi lançado por Alvariño e cruzou na medida para Pedro Rocha, centralizado, finalizar para as redes.
Foi a melhor aparição de Alvariño na partida. Surpresa de Daniel na escalação, o zagueiro-lateral errou muitos passes e não foi bem na marcação, sendo seguidamente superado por PH, o melhor do Santa Rosa. Na etapa final, Kadu entrou, mas em função mais recuada do que normalmente joga.
Depois de abrir o placar, o Remo se acomodou, errando muitos passes e fazendo investidas sem objetividade, principalmente com Pedro Rocha e Ytalo. O jogo era aparentemente tranquilo, mas no final do 1º tempo PH bateu cruzado e Adauto quase alcançou a bola junto à linha fatal.
A marcação, prioridade mais visível das intenções de Daniel na configuração do time, deu sinais de vulnerabilidade em vários embates diretos com Adauto, PH e Ryan, jogadores que mais apareciam no ataque do Santa Rosa.
A torcida chegou a se irritar com os passes errados e os passes forçados. Jaderson até conseguiu ajustar o posicionamento, Caio Vinícius achou espaço entre a zaga e o meio, mas Dodô viveu de lampejos, com várias situações de bolas perdidas na intermediária.
Nos minutos finais, o Remo até fez o segundo gol, com Janderson recebendo bom passe de Pedro Rocha, mas foi flagrado em impedimento.
Para a etapa final, o time evoluiu. Começou pressionando mais e se tranquilizou de vez com o segundo gol, aos 18 minutos, após trama iniciada por Dodô, já bem mais atento ao jogo. Ele iniciou o lance, Janderson cruzou e a bola foi rebatida e voltou para o próprio Dodô mandar no canto esquerdo do gol de Fernando Caixeta.
A partir daí, o confronto perdeu em intensidade e as chances ficaram mais raras. Daniel aproveitou para fazer as trocas, que incluíram Felipe Vizeu, Dener e Guty, mas não lançou Adailton, artilheiro do time na temporada. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)
Catracas em pane, público sofrendo nos portões
As notas de esclarecimento se tornaram rotineiras nos jogos do Remo no Mangueirão. Ontem, a situação se repetiu. Uma pane no sistema eletrônico da empresa terceirizada, responsável pelo serviço das catracas, deixou uma multidão impedida de entrar antes do jogo começar.
Devido a isso, a segurança do clube teve que abrir os portões e liberar o acesso dos torcedores. Diminuiu o prejuízo de quem tinha bilhetes, mas abriu a chance para a entrada de quem não pagou pelos ingressos.
O problema é que as panes só acontecem nos jogos do Remo no Mangueirão, enquanto outros jogos, até com grande público, acontecem normalmente. Algo estranho acontece com o trabalho da terceirizada contratada pelo clube.
Providências, prometidas pela direção do clube, devem ser tomadas de verdade, pelo bem da própria instituição.
A gloriosa classificação das Águias
O Águia de Marabá conquistou vaga na semifinal do Parazão superando o Bragantino, dentro de Bragança, no sábado à tarde. O favorito era o Tubarão, que fez excelente campanha na fase de classificação, igualando-se em pontos ao líder Remo e ao vice-líder PSC, com 17 pontos.
A classificação veio nos tiros livres da marca do pênalti e o Águia teve como herói o goleiro Axel Lopes, que confirmou a fama de grande pegador de penalidades. A batalha era árdua, pois até então o Bragantino era o melhor mandante entre as equipes interioranas.
A festa dos marabaenses vai durar pelo menos até amanhã, 01, quando acontece a semifinal diante do PSC no estádio Mangueirão.
Outra Águia, a do Souza, também foi bem sucedida na busca da classificação atuando fora de seus domínios. E a conquista também veio nas penalidades, após um jogo repleto de pênaltis no tempo normal.
A Tuna encarou o Castanhal, no CT Ninho do Japiim, conseguindo sustentar um empate em 3 a 3 nos 90 minutos. Abriu o placar com um penal batido por Edgo. O Japiim igualou aos 44 minutos, em pênalti convertido por Paulo Rangel.
Na etapa final, logo aos 6 minutos, veio a virada castanhalense, com Gabriel Vidal chutando de longe. Cinco minutos depois, mais um pênalti e Tiago Bagagem empatou para a Lusa. O próprio Bagagem virou para 3 a 2. Aí veio outro pênalti para o Japiim. Paulo Rangel cobrou e empatou: 3 a 3.
Na série de penalidades, a Águia Guerreira triunfou, ganhando o direito de disputar a semifinal contra o Remo na próxima quarta-feira, 02.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 31)
Na estreia do técnico Daniel Paulista, o Remo derrotou o Santa Rosa por 2 a 0 e se classificou para disputar a semifinal do Parazão – o adversário será a Tuna, que derrotou o Castanhal na manhã deste domingo, 30. No Mangueirão, o triunfo remista começou aos 8 minutos. Janderson cruzou da direita para Pedro Rocha finalizar para o fundo do barbante. O jogo foi relativamente tranquilo para os azulinos, apesar de muitos erros de passe e falhas de finalização.
A abertura do placar logo no início deixou o Remo à vontade, mas o time se fechou o meio-campo para explorar os erros do Santa Rosa. O problema é que a equipe de Daniel Paulista permaneceu muito tempo trocando passes, sem aprofundar jogadas. A baixa participação de Alvariño na lateral-direita, substituindo o titular Kadu, comprometeu os avanços pelo setor.
Aos 21 minutos, o Leão conseguiu chegar novamente, com um cruzamento de Pedro Rocha para Dodô, mas o cabeceio foi nas mãos do goleiro. Logo em seguida, um susto para os azulinos: em contra-ataque, PH avançou pela esquerda e bateu cruzado. Adauto chegou atrasado, perdendo grande oportunidade para empatar.
Alguns erros na construção de jogadas irritavam a torcida do Leão e ajudavam o Santa Rosa a se safar das tentativas de pressão. Nos minutos finais, o Remo chegou a fazer o segundo gol, com Janderson, mas o lance foi anulado por impedimento do atacante.
No 2º tempo, o Remo começou colocando pressão, com Pedro Rocha e Jaderson. Depois de algumas tentativas frustradas, o segundo gol aconteceu aos 17 minutos. Janderson cruzou com perigo, a zaga rebateu e a bola se apresentou para Dodô, que chutou no canto esquerdo da trave de Fernando Caixeta, fazendo 2 a 0.
Aos 24′, Dayverson ameaçou com um chute de fora da área, bem defendido por Marcelo Rangel. Nos acréscimos, Pedro Rocha entrou driblando na área e chutou, mas o goleiro agarrou.
TUNA VENCE O CASTANHAL
O Remo vai enfrentar a Tuna na semifinal, quarta-feira (02), no Mangueirão. Os cruzmaltinos passaram pelo Castanhal, no Ninho do Japiim. A classificação foi obtida nas penalidades. No tempo normal, empate de 3 a 3, com três pênaltis assinalados e duras viradas.
A Tuna abriu o placar com pênalti cobrado por Edgo. O Japiim empatou aos 44 minutos, em pênalti convertido por Paulo Rangel. Aos 6 minutos do 2º tempo, virada castanhalense: Gabriel Vidal chutou de longe e Lucão deixou passar.
Nova penalidade marcada e Bagagem empatou para a Tuna, aos 11′. Minutos depois, o próprio Bagagem marcou o gol da virada cruzmaltina: Tuna 3 a 2. Um novo pênalti foi marcado e Paulo Rangel deu números finais à partida: 3 a 3.
Na série de penalidades, a Tuna triunfou por 5 a 4.
Com ampla maioria feminina nas arquibancadas, em função das gratuidades, o PSC passou pelo Capitão Poço na reabertura do Campeonato Paraense e início das quartas de final, na sexta-feira à noite, no Mangueirão. A vitória fez justiça ao bom desempenho dos bicolores no 1º tempo, mas não foi tão fácil como o placar de 2 a 0 faz crer.
Nos primeiros movimentos, empurrado pela torcida, o Papão foi para cima e arriscou seguidamente com finalizações de Rossi, Bryan Borges e Marlon, principalmente. O problema estava na mira descalibrada. Os chutes se repetiam, mas sempre longe do alvo.
Apesar do amplo domínio nas ações de meio-campo, o time de Luizinho Lopes sentiu de novo a falta de um jogador mais criativo, capaz de organizar e imprimir agilidade à transição. Marlon entrou dedicado a essa tarefa, mas o cacoete de atacante não permitia que cuidasse da criação.
Matheus Vargas, que vem atuando como volante mais avançado, acabava mais centralizado, embora com lentidão excessiva na saída para o ataque. Recuado em boa parte do tempo, o Capitão Poço passou a ir à frente, principalmente através de Alexandre, Léo Pará, Rodrigo e Ju Alagoano.
Por volta dos 30 minutos, em três tentativas agudas, Capitão Poço quase abriu o placar, obrigando o goleiro Matheus Nogueira a fazer defesas arrojadas, salvando uma das bolas com os pés.
O Papão saiu do susto com um contra-ataque rápido pela direita. Marlon foi lançado por Rossi, disputou com a zaga e tocou rasteiro entre as pernas do goleiro Daniel, abrindo finalmente o placar e levantando a torcida.
No 2º tempo, o PSC esteve a pique de marcar com Nicolas, que desviou bola na trave, e em chute forte de Jorge Benitez, que entrou nos minutos finais. Nos acréscimos, Rossi desviou de cabeça e fechou o placar. Deu mais trabalho do que o esperado, mas o Papão está na semifinal do campeonato. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)
Estreias importantes no Leão contra o Santa
Uma estreia em campo e outra no comando técnico marcam a partida do Remo, neste domingo (17h), contra o Santa Rosa, no Mangueirão. O volante Caio Vinícius entra para compor o meio com Jaderson e Dener (ou Dodô) e Daniel Paulista dirige o time pela primeira vez.
A expectativa é grande, principalmente quanto ao técnico e ao sistema que começou a ser treinado na intertemporada em Barcarena. Daniel trocou o modelo de três zagueiros, praticado por Rodrigo Santana, por um 4-3-3 básico, com variação para o 4-1-4-1.
Apesar da interrupção do Parazão, a torcida não se lançou à compra de ingressos como fazia nos primeiros jogos do ano. A previsão é de um público em torno de 15 mil espectadores. Há uma visível desconfiança em relação ao time, depois das eliminações na Copa Verde e na Copa do Brasil.
Daniel e seus comandados têm, portanto, a imensa responsabilidade de resgatar as esperanças do Fenômeno Azul contra um Santa Rosa que vendeu caro a derrota na 1ª fase do campeonato.
Só Jorge Jesus pode enquadrar Neymar
Caso Jorge Jesus seja contratado para dirigir a Seleção Brasileira, em substituição a Dorival Júnior (demitido na sexta-feira, 28), a principal novidade pode ser o enquadramento de Neymar num regime mais profissional. Até hoje, como se sabe, o camisa 10 fez gato & sapato dos técnicos que o comandaram no escrete.
Desde Felipão em 2014, passando por Tite em 2018 e 2022 e chegando a Fernando Diniz e Dorival, o principal jogador brasileiro de sua geração se notabilizou pela baixa capacidade de entrega e a excessiva preocupação com diversões extracampo.
Não acho que jogadores de futebol precisam ter dedicação militar ao ofício, mas devem ter o empenho necessário para render o máximo possível. Neymar não demonstra essa disposição e, por essa razão, até hoje não conquistou um título importante com a camisa da Seleção.
Jorge Jesus é a bola de vez. Nome frequentemente especulado para o cargo, desta vez as condições são inteiramente favoráveis a ele, a começar pelo fato de que existem poucas alternativas disponíveis. Carlo Ancelotti, o preferido de Ednaldo Rodrigues, é um sonho cada vez mais distante.
O mister português, que venceu quase tudo à frente do Flamengo em 2019, tem o apoio da torcida e traz um perfil muito atraente aos olhos da CBF. Dono de pulso firme, tem fama de disciplinador e faz seus times jogarem sempre ofensivamente.
A principal oposição à sua contratação, comenta-se, parte justamente de Neymar, com quem teve vários atritos no Al-Hilal. O jogador acabou desligado do clube por pressão de JJ, que o acusou de não se dedicar seriamente a jogar futebol. Alguém discordaria do técnico?
Bola na Torre
Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 23h, na RBATV, com participações de Valmir Rodrigues e deste escriba de Baião. Em debate, a rodada das quartas de final do Parazão. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.
(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 29/30)
O técnico Dorival Júnior não resistiu aos efeitos negativos da campanha da Seleção Brasileira nas Eliminatórias da Copa do Mundo, e foi demitido do cargo nesta sexta-feira (28). Três dias após a goleada por 4 a 1 sofrida para a Argentina, em Buenos Aires, a demissão foi anunciada pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) por meio de suas redes sociais.
“Nos reunimos com o Dorival Júnior e também com o Rodrigo Caetano, que está aqui ao lado, e a CBF neste momento anuncia que encerrou o ciclo do Dorival. A gente agradece muito pelo trabalho que ele desempenhou à frente da Seleção Brasileira e a gente deseja para ele todo sucesso e novos desafios em sua carreira. Portanto, a partir de agora, vamos trabalhar na busca de um substituto”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.
Os auxiliares Lucas Silvestre e Pedro Sotero e o preparador físico Celso Resende também estão fora. Jorge Jesus é o favorito a assumir a vaga deixada por Dorival Júnior. Carlo Ancelotti foi o preferido num primeiro momento, mas a disponibilidade de assumir a Seleção antes do Mundial de Clubes, previsto para acontecer em junho e julho, faz diferença.
GOLEADA PRECIPITOU A DEMISSÃO
Pela 14ª rodada das Eliminatórias, o Brasil acabou derrotado por 4 a 1 contra a atual campeã mundial. Na entrevista coletiva depois da partida, Dorival já falava em tom de despedida. “O trabalho estava sendo desenvolvido. Lógico que o resultado machuca. É um sentimento que nós temos. É natural que esperava uma reação diferente da equipe por tudo aquilo que vínhamos fazendo”, disse o agora ex-treinador da Seleção.
O resultado no Monumental de Nuñez foi a pior derrota do Brasil contra a Argentina desde 1964, quando a equipe nacional perdeu por 3 a 0 no Pacaembu, em São Paulo, pela Taça das Nações, torneio organizado pela então CBD (Confederação Brasileira de Desportos).
Dorival chegou na Seleção Brasileira em 10 de janeiro de 2024. Em pouco mais de um ano de trabalho, comandou a equipe em 16 partidas, com 7 vitórias, 7 empates e 2 derrotas — aproveitamento de 58,3%.
MARCAS NEGATIVAS DE DORIVAL NA SELEÇÃO
Pior derrota do Brasil em Eliminatórias (4 a 1 para a Argentina)
Brasil sofreu em dois jogos o mesmo número de gols que em toda a campanha das Eliminatórias de 2022 (5)
Brasil sofreu dois gols em menos de 15 minutos depois de 70 anos (nos 4 a 1 contra a Argentina)
Pior derrota desde o 7 a 1 (também nos 4 a 1 diante da Argentina)
Pior derrota para a Argentina em 61 anos
Com a demissão, a Seleção vai para o quarto treinador neste ciclo de Copa do Mundo. Após a saída de Tite, o Brasil teve Ramon Menezes e Fernando Diniz interinamente em 2023 antes da contratação de Dorival, em janeiro de 2024.
Os próximos compromissos da Seleção serão em junho, quando enfrenta Equador e Paraguai pelas Eliminatórias.
A Uniasselvi anunciou nesta sexta-feira que passa a patrocinar o Clube do Remo para a temporada 2025. Uma das maiores instituições de ensino superior presencial e a distância (EAD) do país, a universidade terá a sua marca estampada na área posterior dos calções utilizados pela equipe profissional Leão Azul, que disputa o Campeonato Paraense e tem como maior desafio deste ano a Série B do Campeonato Brasileiro.
Ricardo Grima, vice-presidente de Graduação EAD da Uniasselvi, destaca a importância da parceria. “A educação e o futebol têm o poder de transformar vidas e mudar realidades. Por isso, a paixão da torcida do Remo e a sua história cheia de conquistas fizeram com que a parceria com a Uniasselvi fosse algo natural. O Remo, assim como a Uniasselvi, conecta as pessoas e as inspira a lutar pelos seus objetivos e a vencer – no campo e na vida”.
Para Leandro Claro, vice-presidente de Mercado e Comunicação da Vitru, holding da Uniasselvi, o patrocínio ao Clube do Remo representa um considerável fortalecimento da marca na Região Norte. “Estamos muito felizes em firmar esta parceria. O Remo é uma das maiores forças culturais de Belém e do Estado do Pará. A união com a Uniasselvi é motivo de orgulho para nós”.
O patrocínio, além de contar com a exposição em diversos ativos de marketing e no digital, também contempla a concessão de bolsas de estudo para o clube, reforçando o compromisso da instituição com a formação e o desenvolvimento de novos talentos, dentro e fora de campo.
Sobre a Uniasselvi
A Uniasselvi é uma das mais conceituadas instituições de ensino superior do Brasil. Com uma oferta diversificada de mais de 500 cursos, que incluem Graduação, Pós-Graduação, Profissionalizantes e Técnicos, tanto na modalidade presencial quanto a distância (EAD), a instituição se destaca pela sua abrangência e qualidade educacional. Presente em todos os estados brasileiros, a Uniasselvi conta com uma ampla rede de mais de 1,3 mil polos e mais de 16 campi de ensino presencial. É reconhecida como a única instituição de grande porte nacional a receber nota máxima no Recredenciamento Institucional, concedido pelo Ministério da Educação (MEC).
A torcida do PSC pode bater na noite desta sexta-feira (28), na partida contra o Capitão Poço, seu próprio recorde de público no Campeonato Paraense. Para isso contribui a promoção instituída pela diretoria, garantindo entrada gratuita para a torcida feminina. A ideia foi colocada em prática por ocasião do Dia Internacional da Mulher. Contra o São Raimundo-RR, pela Copa Verde, a torcida alviceleste esgotou a sua carga de ingressos, com 32.976 espectadores no estádio Jornalista Edgar Proença, o Mangueirão.
A promoção de gratuidade para mulheres foi mantida para as quartas de final do Parazão e deve ser mantida para os demais jogos do Papão na competição. O preço dos ingressos para o público em geral foi fixado em R$ 50,00 (arquibancadas) e R$ 100,00 (cadeiras). Até a manhã desta sexta-feira, o clube já contabilizava um público de 35 mil pessoas para a partida com Capitão Poço, incluindo ingressos vendidos e distribuídos gratuitamente.
REFORÇOS REGULARIZADOS
Além do lateral-esquerdo Reverson, recém-chegado do Novorizontino, os volantes André Lima (ex-Confiança) e Dudu Vieira (ex-Juventude), novos reforços do PSC para a temporada, podem estrear na partida contra o Capitão Poço. Todos já têm registro no BID.
Paysandu e Capitão Poço se enfrentam nesta sexta-feira, 28, às 21h, no estádio Mangueirão, em jogo único válido pelas quartas de final do Parazão 2025.
Dorival Júnior tem reunião amanhã com o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, no Rio de Janeiro. Todos sabem a pauta e é quase certo que ele será afastado da Seleção. A campanha ruim chegou ao limite máximo com a humilhante goleada diante dos argentinos. Não há nenhum clima para permanência. O próprio técnico mostrou-se resignado na entrevista após o jogo no Monumental de Núñez.
A expectativa desde já é quanto ao substituto de Dorival. Ednaldo insistirá no sonho de contar com Carlo Ancelotti? Há tempo hábil para esperar uma decisão do italiano ali pela metade do ano? Entre os brasileiros, alguém encanta o presidente e mandachuva da CBF? Os portugueses Abel Ferreira e Jorge Jesus estão entre os cotados?
São muitas perguntas, nenhuma certeza razoável. Até mesmo a ideia de ter Ancelotti, que parecia assunto vencido, volta a ser discutida. Seria um nome capaz de convencer a torcida, tão descrente em relação ao comando do escrete. Campeoníssimo, o atual técnico do Real Madrid é conhecido pelo carinho em relação a jogadores brasileiros.
O sucesso de Vinícius Jr. e Rodrygo no futebol espanhol tem muito a ver com Ancelotti, de reconhecida capacidade para orientar e formar jovens atletas. Com ele, Vini Jr. passou a driblar objetivamente e a finalizar melhor. Rodrygo cresceu tecnicamente ao ser posicionado pelo técnico como o dínamo ofensivo do Real.
Ainda quanto a opções estrangeiras, Jorge Jesus é outro nome sempre especulado nesses momentos. O técnico, campeão pelo Flamengo em 2019, já deixou claro que dirigir a Seleção é um sonho pessoal. A contratação dependeria, porém, dos contratos de JJ no futebol árabe.
Outro português, Abel Ferreira, seria o preferido de Ednaldo entre profissionais que atuam no Brasil, mas contratá-lo vai desagradar Leila Pereira, presidente do Palmeiras e grande aliada nos embates políticos na CBF. Como o baiano prioriza votos, é improvável que venha a sondar Abel.
Resta Filipe Luís, de incipiente carreira como técnico, apesar dos bons resultados colhidos no Flamengo. Seria uma escolha de alto risco: capaz de encantar boa parte da torcida e da mídia, mas sem garantia de êxito, levando em conta a pouca experiência do treinador.
O certo é que Ednaldo precisa decidir logo, para atender o clamor popular e porque as próximas rodadas das Eliminatórias serão em junho: contra Equador, dia 4, e Paraguai, dia 9. Além disso, a Copa do Mundo é logo ali.
Luizinho ganha opção para as laterais do Papão
O PSC apresentou ontem seu mais novo reforço: o lateral-esquerdo Reverson, 28 anos, credenciado por boas atuações durante as nove temporadas no Novorizontino. Ele passa a ser o quinto jogador para as laterais. Além dele, o elenco conta com Bryan Borges, Kevyn, PK e Edilson, mas é notório que Luizinho Lopes não se sente confortável com as opções disponíveis.
O técnico tem utilizado PK e Bryan, mas raramente escalou Kevyn e Edilson. Disposto a disputar posição com PK e Kevyn, que se recupera de uma lesão no joelho esquerdo, Reverson chegou afirmando que também pode ser aproveitado em outras funções pelo lado esquerdo, como ala ou meia avançado.
A preocupação em reforçar os lados faz sentido. Da forma como o PSC atua, o papel de alas e laterais é fundamental para a construção de ações ofensivas. Reverson, que deve ser o titular, vai dar ao time condições de encarar a maratona de jogos pelo Parazão, Copa Verde e Série B.
Pode ser uma das atrações do Papão amanhã (28) contra o Capitão Poço, no Mangueirão, pelas quartas de final do Campeonato Paraense.
Copa de Futsal tem decisão de torneio amanhã
A I Copa Amintas Pinheiro de Futsal será encerrada amanhã, 28, a partir das 19h30, no ginásio da Esmac, com a grande final entre as equipes e uma cerimônia de premiação aos vencedores e aos destaques individuais. O torneio homenageia o professor Amintas Pinheiro, um dos grandes nomes da educação e do esporte no Pará.
Em confrontos eliminatórios, a competição começou a ser disputada na segunda-feira, 24, nos ginásios das escolas Madre Celeste (unidades da Cidade Nova e Unidade Marambaia), reunindo vários times e promovendo a integração entre os atletas, além de incentivar o desenvolvimento do esporte.
“O futsal sempre revelou talentos no cenário esportivo nacional, e esta copa representa uma oportunidade para que novos atletas se destaquem. Queremos fortalecer a modalidade e proporcionar um evento de qualidade para os jogadores e o público”, disse o professor Élcio Sousa, técnico da Esmac e um dos responsáveis pela organização.
Segundo a Federação Paraense de Futsal (Fefuspa), a Copa Amintas Pinheiro passa a integrar o calendário esportivo estadual, consolidando-se como um evento de referência na região.
(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 27)
Os deputados da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), presididos pelo deputado Chicão, aprovaram, na manhã desta terça-feira (25), o Projeto de Lei (PL) nº 507/2023, de autoria do deputado Wescley Tomaz (Avante), que declara as obras do musicista, cantor, compositor e instrumentista Pinduca como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Pará. Conhecido como o “Rei do Carimbó”, Pinduca iniciou sua carreira na década de 1960 e é considerado o grande responsável pelo formato atual do gênero, sendo pioneiro na inserção de instrumentos elétricos e bateria no ritmo, o que contribuiu significativamente para a modernização da arte.
Nascido em Igarapé-Miri, em 4 de junho de 1937, Pinduca levou o Carimbó para o Brasil e para o mundo, conquistando públicos de todas as idades e marcando gerações com suas músicas. Entre seus clássicos, destaca-se a “Marcha do Vestibular”, tradicionalmente tocada em celebrações de aprovações no ensino superior. Em 2017, o artista foi indicado ao Grammy Latino, na categoria de Melhor Álbum de Raízes Brasileiras, com o disco “No Embalo do Pinduca”, reforçando sua relevância para a cultura paraense e nacional.
O deputado Wescley Tomaz celebrou a aprovação do PL, destacando a importância de reconhecer a trajetória e o legado do artista: “Pinduca é um verdadeiro patrimônio do Pará. Suas obras representam um orgulho para todos nós paraenses”, afirmou.
Outras proposições também foram aprovadas durante a sessão. O PL nº 466/2023, de autoria do deputado Iran Lima (MDB), declarou o Balneário do Levi, localizado no Município de Moju, como patrimônio cultural e artístico de natureza imaterial do Estado.
Na área musical, foi aprovado o PL nº 359/2023, do deputado Elias Santiago (PT), que determina a abertura de shows musicais com público superior a três mil espectadores por artistas paraenses. A medida busca valorizar e incentivar a expressão cultural local, além de fortalecer a economia criativa no estado. “A matéria irá estimular a divulgação dos trabalhos dos nossos artistas, promovendo o reconhecimento da música como um aspecto fundamental da identidade cultural paraense”, destacou Santiago.
Outra proposta aprovada é o PL nº 376/2023, do deputado Braz (PDT), que institui a Campanha de Incentivo ao Primeiro Voto nas escolas públicas do Pará. A iniciativa prevê a realização de atividades educativas, como seminários e oficinas, durante uma semana do mês de março, com o objetivo de conscientizar os jovens sobre a importância do voto. “Esse projeto busca aproximar a juventude do processo eleitoral, promovendo reflexão e engajamento político desde cedo”, ressaltou Braz.
Por fim, foi aprovado o PL nº 485/2023, de autoria do deputado Coronel Neil Duarte (PL), que institui a notificação compulsória do uso de álcool e outras drogas por crianças e adolescentes no Pará. A medida tem como objetivo aprimorar o controle estatístico e garantir a comunicação imediata das ocorrências aos pais ou responsáveis, além de acionar os órgãos competentes para o devido acompanhamento. “Com esse PL, poderemos oferecer mais proteção e atenção às nossas crianças e adolescentes, assegurando que as ações necessárias sejam tomadas”, afirmou o parlamentar.
Fotos: Ozéas Santos, Celso Lobo e Balthazar Costa(AID Alepa)
Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (26) tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu pelos crimes de golpe de Estado e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito. É a primeira vez que um ex-presidente eleito é colocado no banco dos réus por crimes contra a ordem democrática estabelecida com a Constituição de 1988. Esses tipos de crime estão previstos nos artigos 359-L (golpe de Estado) e 359-M (abolição do Estado Democrático de Direito) do Código Penal brasileiro.
“Não há então dúvidas de que a procuradoria apontou elementos mais do que suficientes, razoáveis, de materialidade e autoria para o recebimento da denúncia contra Jair Messias Bolsonaro”, disse o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo, referindo-se à acusação apresentada no mês passado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.
O relator votou para que Bolsonaro também responda, na condição de réu no Supremo, aos crimes de organização criminosa armada, dano qualificado pelo emprego de violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. Se somadas, todas as penas superam os 30 anos de cadeia.
Seguiram o relator os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, colegiado composto por cinco dos 11 ministros do Supremo onde tramita o caso sobre o golpe.
Os ministros também decidiram, por unanimidade, tornar mais sete aliados de Bolsonaro réus na mesma ação penal. Eles responderão pelos mesmos crimes imputados ao ex-presidente. A Primeira Turma considerou haver indícios suficientes de que os crimes imputados existiram (materialidade) e foram praticados pelos denunciados (autoria), merecendo assim serem mais bem apurados.
Os oito réus compõem o chamado “núcleo crucial” do golpe, entre as 34 pessoas que foram denunciadas. São eles:
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa das eleições de 2022;
General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência – Abin;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Não há data definida para o julgamento, que depende do andamento da instrução processual. Até lá, os réus devem responder ao processo em liberdade. Conforme entendimento do próprio Supremo, qualquer prisão para cumprimento de pena só deve ocorrer após o trânsito em julgado da ação penal. Isto é, quando não for mais possível apresentar nenhum recurso contra eventual condenação.
Segundo a votar, Dino buscou garantir que as defesas terão oportunidade de construir suas próprias narrativas, que serão levadas em consideração no momento adequado. “Justiça é diferente de justiçamento”, disse ele.
“Temos que aferir a conduta, uma a uma, independentemente do julgamento moral que tenhamos sobre a pessoa”, assegurou Dino. Ele ressaltou que, a seu ver, as defesas confirmaram a existência dos crimes, embora tenham tentado, cada uma, livrar seus clientes.
Para o ministro, a postura dos advogados “não foi tanto descaracterizar materialidades e sim afastar autorias, afastar seus clientes do cenário delituoso ou de teses deletérias, o que corrobora a densidade desse acervo probatório delineado pela PGR”.
“O compromisso é de receber [a denúncia] para que o país saiba, para que a sociedade brasileira saiba que estamos cumprindo nosso dever de dar sequência para a apuração devida, para a instrução do processo e para um julgamento justo e democrático. Porque, felizmente, o golpe não deu certo e temos democracia no Brasil”, disse Cármen Lúcia.
Último a votar, Zanin destacou que não é necessário que alguém seja o executor de um crime para que o tenha praticado junto com outras pessoas. Portanto, não seria necessário que os acusados estivessem na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro para que tenham contribuído para que o episódio acontecesse.
OS PRÓXIMOS PASSOS
Com a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) desta quarta-feira (26), o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete passaram a ser réus pelos crimes de golpe de Estado e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito. Com a aceitação da denúncia, Bolsonaro e mais sete acusados passam à condição de réus, ou seja, irão responder a uma ação penal na Corte Suprema pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
A fase seguinte é a instrução do processo, quando são colhidos depoimentos, é feita a análise de documentos e a realização de perícias apresentadas pelas partes. Os advogados poderão, por exemplo, indicar testemunhas e pedir a produção de novas provas para comprovar as teses de defesa. As testemunhas são ouvidas por um juiz auxiliar, integrante do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo.
Com o fim da instrução, o processo vai a julgamento. No julgamento, os ministros da Primeira Turma do STF irão decidir se o ex-presidente e os demais réus serão condenados à prisão ou absolvidos.
Não há data definida para o julgamento, pois depende do andamento processual. A data é marcada pelo presidente da Primeira Turma do STF, Cristiano Zanin. Além de Zanin, o colegiado é composto pelo relator da denúncia, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
Conforme entendimento do próprio Supremo, o réu só pode ser preso após a decisão final do julgamento, depois do trânsito em julgado da ação penal. Isto é, quando não for mais possível apresentar nenhum recurso contra eventual condenação. Até lá, os réus respondem ao processo em liberdade. Além disso, a prisão depende do tamanho da condenação.
A qualquer momento, contudo, é possível que o magistrado responsável pelo caso determine a prisão preventiva de algum réu, mas para isso é preciso que a medida seja justificada conforme critérios definidos pela legislação, como por exemplo o risco ao andamento do processo criminal.
Minutos após a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal formar maioria para tornar Jair Bolsonaro (PL) e seus principais colaboradores réus pela tentativa de golpe de Estado que empreenderam após a derrota nas urnas para Lula (PT), em 2022, o ex-presidente correu para seu perfil na rede social X (antigo Twitter) para espernear, manifestando-se novamente com acusações e agressividade.
Porém, no começo da manhã desta quarta (26), antes da sessão no STF ter início, junto ao filho senador Flávio (PL-RJ) e da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), além de outros colaboradores próximos, Bolsonaro chorou em desespero durante uma “oração” conduzida pela confusa ex-ministra da Mulher e da Família.
O baile que o Brasil tomou da Argentina (sem Messi), ontem, na mais larga vitória em 64 anos de rivalidade, só teve o mérito de confirmar a fase insustentável da Seleção e a necessidade de mudanças urgentes no comando. A pouco mais de um ano da Copa do Mundo, não há um mínimo de entrosamento ou organização em campo, muito menos fora dele.
Almada, De Paul, Enzo Fernández, Alvarez, Martinez e seus companheiros passearam no gramado do Monumental de Núñez. O 4 a 1 foi até modesto para a superioridade do time de Scaloni. Do outro lado, uma exibição pífia do Brasil, como há muito tempo não se via em duelos com os argentinos.
Não há dúvida quanto ao grande momento do futebol argentino, campeão do mundo em 2022 e líder absoluto nas eliminatórias sul-americanas, mas a Seleção Brasileira conseguiu se apequenar a ponto de ser humilhada pelos passes em velocidade e a organização dos donos da casa.
Era como se um time de elite estivesse enfrentando uma equipe de quarta divisão. Constrangimento total, pois o Brasil sempre foi dominante no continente e por décadas foi superior também no mundo. Na vergonhosa atuação de ontem, a Seleção sofreu sua pior derrota em eliminatórias.
No final, depois da goleada incontestável, os argentinos faziam gestos de deboche, mandando a pequena torcida brasileira se calar em meio à cantoria tradicional de insultos. Desta feita, nem adianta reclamar, faz parte do ritual de confrontos entre os dois velhos rivais.
Diante do escasso tempo para a Copa do Mundo, há urgência de mudança no comando da Seleção. Apático e omisso, Dorival teve tempo para dar ao time feições competitivas, contou com jogadores que poderiam render mais se houvesse um sistema organizado.
O único gol brasileiro foi de Mateus Cunha em lance individual. Ele roubou a bola de Paredes e bateu no canto direito da trave de Martinez. Foi o único chute a gol do Brasil no 1º tempo. Na etapa final, quando a vaca já estava no brejo, Raphinha mandou uma bola no travessão ao cobrar uma falta.
Aliás, toda a fanfarronice exibida na entrevista a Romário evaporou diante do melhor futebol dos argentinos. A provocação de Raphinha só serviu para dar mais motivação ao adversário, que se atirou ao jogo em muitos momentos como se estivesse a disputar a classificação.
Toda a preparação do Brasil, com seis mudanças na escalação, resultou inútil e sem efeito prático. Falta futebol e alternativas de jogo. Os argentinos mostraram como se faz. Scaloni tem os mesmos problemas de falta de tempo para treinar, mas o time dele tem jogadas ensaiadas até em arremesso lateral perto da área adversária.
Abusou dos avanços em velocidade, das inversões de jogadas, da rapidez na reposição e da pressão na saída de bola, instrumentos óbvios no futebol moderno. O Brasil, ao contrário, não tinha nenhum esboço de marcação, aproximação e criatividade. Nenhum mistério ou inovação, apenas trabalho e competência.
Ednaldo Rodrigues, presidente recém-aclamado para continuar dando as cartas no futebol brasileiro, precisa sair da lerdeza e agir de forma prática. O primeiro passo é escolher um técnico com estofo e conhecimento para comandar a Seleção. Dorival faz um trabalho ruim, mas a CBF é a grande responsável pela bagunça toda – ela e todos os dirigentes que garantiram a reeleição de Ednaldo por unanimidade.
Atacante se destaca pela liderança responsável
Rossi vem correspondendo em campo às expectativas da torcida e diretoria do PSC. Faz gols e assistências, sua a camisa de verdade, joga até o limite da exaustão e ajudou o time a conquistar uma taça (Super Copa Grão Pará) e a se classificar para a final da Copa Verde.
O atacante apresenta conduta impecável como atleta e agora também como líder. Tem o respeito dos companheiros e comanda o time durante as partidas. Mostra responsabilidade em relação a assuntos que envolvem o clube ao convocar o torcedor para doações que ajudem nas obras do CT.
É um papel cada vez mais raro no futebol paraense. Até mesmo pelo fato de haver uma presença maior de jogadores importados, quase ninguém se manifesta em assuntos que não tenham ligação com o campo/bola. São relações restritas à esfera profissional.
Rossi está rompendo essa barreira. Como atleta paraense, nascido em Prainha, ele demonstra com atitudes que é possível conciliar profissionalismo e envolvimento afetivo com o clube. Ainda bem.
Laís Souza faz palestra sobre esporte e superação
Como aperitivo para a Corrida Nacional, o Sesi Pará promove palestra com a ex-ginasta Laís Souza, no próximo dia 4 de abril, às 19h, no Teatro do Sesi. A entrada é gratuita e a inscrição deve ser feita no site do evento: https://bit.ly/palestra-lais-souza.
Laís integrou a seleção brasileira e competiu em quatro olimpíadas, quatro mundiais e três Pan-Americanos, conquistando 53 medalhas. Em 2013, decidiu treinar para competir no esqui aéreo. Em 2014, na preparação para os Jogos Olímpicos, sofreu um acidente que resultou numa fratura da coluna cervical, tornando-se tetraplégica.
Hoje, Laís é apresentadora de TV e palestrante, compartilhando sua história de vida, desde a carreira no esporte olímpico até os desafios enfrentados após o acidente. Em Belém, ela abordará a importância do esporte e a superação, temas que marcaram sua jornada.
(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 26)
Demitido de agência de turismo chefiada por brasileiros após reportagem do Intercept, Josiel Gomes de Macedo disse que segue “amparado”. Entenda como funciona essa rede de apoio internacional.
Do Intercept_Brasil
A vida livre e impune na Argentina do bolsonarista Josiel Gomes de Macedo, condenado a 16 anos e meio de prisão depois de incendiar um carro da Polícia Legislativa no ataque a Brasília e comprar equipamentos militares para golpistas do 8 de Janeiro, não seria a mesma sem o apoio de empresários, advogados e políticos brasileiros.
Fugitivos como Josiel usufruem dos privilégios de uma rede que proporciona assistência jurídica, espaço em veículos de comunicação de amplo alcance e apoio de empresários que não se constrangem em manter condenados pelo Supremo Tribunal Federal em seu quadro de funcionários – como é o caso do bolsonarista que localizamos na Argentina.
Mesmo cientes de que Josiel é foragido da justiça do Brasil, os irmãos Rodrigo e Paula Bitencourt mantiveram Josiel como um dos vendedores da Bitentour, agência de turismo que tem duas lojas e diversos pontos de venda na região central de Buenos Aires.
Após a publicação da primeira reportagem desta série, Josiel participou de um programa de televisão da emissora VV8 TV, de Valinhos, no interior de São Paulo, e afirmou que foi demitido – além de fazer ameaças à reportagem: “Vão atrás de você”.
A dona da empresa, que também tem sede em Uruguaiana, cidade do Rio Grande do Sul na fronteira com a Argentina e o Uruguai, confirmou ao Intercept Brasil que sabia da condição de foragido de Josiel. Na conversa no escritório da agência, em Buenos Aires, Paula ainda disse que não via problema algum em contratar um condenado por golpe de estado para trabalhar.
“Não tenho nada a ver com o que a pessoa fez, com o mundo dela, com a vida dela. Aqui ela só trabalha”, declarou. Após o Intercept insistir no questionamento sobre o fato de um condenado pelo 8 de Janeiro estar empregado na agência, ela reafirmou que isso não era problema da empresa.
No primeiro contato que tive com Josiel, em uma movimentada rua perto da Casa Rosada e rodeada de policiais argentinos, ele mesmo admitiu que seus patrões no “exílio” – como chama equivocadamente sua situação na Argentina, visto que não recebeu asilo no país – sabiam de sua situação. “Eles são Bolsonaro na veia?”, perguntei. “Sim, sim, eles são mais da direita”, respondeu o foragido.
O caso de Josiel não é isolado. Além dele, de acordo com relatos obtidos pelo Intercept, outros brasileiros foragidos na Argentina – dois deles que inclusive morariam na mesma casa que Josiel – podem estar escondidos no país vizinho em condições similares: contando com o apoio de uma rede de empresários e advogados de extrema direita com ramificações internacionais.
“ISSO AQUI É TURISMO, NÃO É POLÍTICA”
Josiel Gomes de Macedo foi condenado à prisão e está foragido desde junho de 2024, quando quebrou sua tornozeleira eletrônica. O Supremo Tribunal Federal disse ao Intercept que seu paradeiro é “desconhecido”. Mas nós o encontramos no centro de Buenos Aires, trabalhando para uma agência de viagens chefiada por brasileiros.
Ao chegar na Bitentour, no dia 27 de fevereiro, procurei Rodrigo, um dos sócios do negócio, mas fui recebido por sua irmã, Paula.
A conversa já começou de maneira tensa. Mesmo hesitando em responder objetivamente às perguntas da reportagem, Paula confirmou que Josiel trabalhava na Bitentour, mas negou qualquer responsabilidade pela situação.
“Se é bandido, se não é bandido, se fez ou não fez alguma coisa, eu não sou responsável”, afirmou Paula. Apesar de tentar minimizar a situação, ela confirmou que Josiel trabalhava todos os dias no local, vestindo o uniforme da agência e divulgando o trabalho em suas redes sociais.
Questionada outra vez sobre a gravidade de empregar um foragido da Justiça brasileira, Paula respondeu: “isso aqui é turismo, não é política”. “Já anotei vocês, tirei foto sua e não é para publicar nada em relação à minha empresa”, informou.
“Ele não tem nada a ver comigo, é só um funcionário. Ele não pode trabalhar até pagar a dívida? O que tem a ver? Qual o problema? Vai na polícia”, ela me disse. “A minha política é dar emprego para quem quer trabalhar. Vou contratar qualquer pessoa que pedir emprego”, completou.
A partir disso, Paula disse que a reportagem estava “sendo convidada a sair” da agência. Em seguida, quando viu a fotógrafa Anita Pouchard Serra, colaboradora do Intercept, fazendo fotografias do lado de fora da loja, tentou tirar o equipamento da mão da profissional e ameaçou chamar a polícia.
“NÃO VOU FICAR DESEMPARADO”
A demissão de Josiel, anunciada por ele mesmo na VV8 TV, não interrompeu o fluxo de apoio. Pelo contrário, ele afirmou durante a entrevista que segue “amparado”. A onda de ataques à reportagem provou que, de fato, ele está.
Logo na manhã de sexta-feira, 14, um dos primeiros pilares dessa estrutura, a de comunicação, começou a funcionar. Menos de 24 horas após a publicação da reportagem, a emissora VV8TV e a rádio Auriverde Brasil, ambas do interior de São Paulo, veicularam discursos violentos em defesa de Josiel.
A VV8 TV é uma TV comunitária do empresário Odair Paes Junior, mais conhecido como Juninho da Seap – referência a uma escola de futebol em Valinhos. A emissora, que se define como a única “100% de direita” e foi lançada em janeiro de 2016, é usada para ecoar a face mais radical e golpista do bolsonarismo. A programação é transmitida no canal 8 da Claro TV.
“Preparem-se para uma revolução conservadora”, declarou Juninho em uma notícia publicada no site da VV8. Ele chegou a se lançar como pré-candidato a prefeito pelo PL em 2024, mas o plano não deu certo.
Já a rádio Auriverde Brasil, que também fez ataques à reportagem do Intercept, é uma ex-retransmissora da Jovem Pan de Bauru, em São Paulo, que ganhou alcance nacional nos últimos anos ao se transformar em porta-voz do bolsonarismo. O próprio Jair Bolsonaro costuma conceder entrevistas rotineiramente à emissora, que possui mais de 2 milhões de inscritos no YouTube.
A rádio pertence à família Dare, cujo patriarca, Airton Antonio Dare, faleceu em 2011. A família fundou o Grupo Bauruense, presente em três estados e atuante na área de infraestrutura.
Embora tenha sido fundada em 1966, a programação de extrema direita da rádio se consolidou durante os governos de Michel Temer e Bolsonaro. O atual diretor, sócio e principal apresentador da emissora é Alexandre Pittoli, mestre de cerimônias que é próximo da família Bolsonaro e de políticos bolsonaristas. O locutor disse que a reportagem do Intercept lhe despertava “instintos primitivos”.
Contatada pelo Intercept, a VV8 negou que tenha praticado ameaça e alegou que dá voz a todos os brasileiros. Além disso, defendeu que há uma tentativa de intimidação contra brasileiros na Argentina.
Já a AuriVerde Brasil respondeu ao e-mail da reportagem durante uma transmissão ao vivo na última terça-feira, 18. Alexandre Pittoli reiterou que a matéria do Intercept desperta nele “instintos primitivos” e sugeriu que ele mesmo fosse processado. “Caso você não tenha gostado do que eu fiz, existem ferramentas para que isso seja questionado”, declarou.
Em relação aos questionamentos feitos via e-mail pelo Intercept, Pittoli negou que a AuriVerde tenha prestado auxílio a foragidos. Ele reconheceu apenas que a empresa de mídia solicitou doações para uma organização que apoia familiares desses brasileiros foragidos.
Ainda na sexta-feira, 14, um post de Eugênia Assis, estudante brasileira radicada na Argentina, viralizou no X dizendo que o Intercept foi “perseguir brasileiros” na Argentina. A postagem ganhou tração quando foi replicada por políticos bolsonaristas de relevância, como o filho do ex-presidente e atual deputado federal Eduardo Bolsonaro, do PL de São Paulo, e o ex-senador Arthur Virgílio Neto, que usou termos como “Judas” para descredibilizar o trabalho jornalístico. Os dois são expoentes da defesa da anistia aos condenados do 8 de Janeiro.
Outros influenciadores de extrema direita também dão sustentação à “força-tarefa” em defesa dos criminosos. Um deles é o ex-BBB Didi Red Pill, que participou das invasões do 8 de Janeiro fazendo transmissão ao vivo, mas escapou de qualquer punição após fugir para o exterior. O policial penal David Ágape, que se autointitula jornalista investigativo, também fez ataques de baixo nível ao Intercept.
EXTREMA DIREITA FINANCIA FORAGIDOS
A proteção de foragidos do 8 de Janeiro na Argentina, no entanto, não é apenas fruto de decisões individuais – nem só uma estratégia de comunicação. Redes de apoio ligadas à extrema direita vêm fazendo campanhas para financiar a fuga e a permanência de muitos desses foragidos, garantindo dinheiro para que sobrevivam no país vizinho – e, como no caso de Josiel, ofertando trabalho em empresas comandadas por pessoas alinhadas ao bolsonarismo.
O advogado criminalista Mariel Marra, que defende réus do 8 de Janeiro no STF, chegou a afirmar, em uma entrevista publicada pelo UOL, em julho do ano passado, que o transporte e a hospedagem na Argentina de alguns fugitivos foram financiados por terceiros.
“Existe sim um grupo forte financeiramente por trás que está bancando essas fugas”, afirmou, sobre a existência de pessoas no Brasil que pagaram ônibus de foragidos para o exterior. “Tive conhecimento de pessoas que foram para lá [Argentina] e apareceu essa oferta de ônibus”, complementou.
A reportagem identificou ao menos duas ONGs e diversas campanhas online voltadas ao financiamento de brasileiros condenados por participação nos ataques golpistas.
Uma das organizações que atua na arrecadação de dinheiro para os familiares dos autointitulados “refugiados”– é o Instituto Gritos de Liberdade, uma associação privada fundada em junho de 2024 pela advogada bolsonarista Taniéli Telles de Camargo em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina.
Nas redes sociais e em seus dados de cadastro, a ONG mostra dedicação aos bolsonaristas supostamente “refugiados e exilados”, e faz diversas publicações sobre os foragidos na Argentina.
Na bio do Instagram, o instituto indica seu CNPJ para envios de transferência via PIX com objetivo de “ajuda humanitária a familiares de Presos, Exilados, Refugiados e Perseguidos Políticos”. Desde setembro de 2024, vários posts foram feitos pedindo doações, sem mencionar especificamente os foragidos na Argentina.
Ana Caroline Sibut Stern, advogada da organização, negou que o Instituto Gritos de Liberdade faça qualquer tipo de repasses diretos a foragidos. “Temos uma contabilidade de todo o valor que o instituto arrecada e repassa, isso é bem transparente. Se for objeto de investigação da Polícia Federal, disponibilizaremos tudo”, declarou.
Os pedidos de doação costumam ser compartilhados por advogados e influencers de extrema direita, com destaque para páginas bolsonaristas mantidas por membros da comunidade brasileira no exterior, como a Direita Boston, administrada diretamente dos Estados Unidos.
Entre os grupos mais ativos nessa rede de apoio está a Associação de Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro, a Asfav, fundada em maio de 2023 pela advogada Gabriela Ritter. A organização também exibe nos destaques de seu perfil no Instagram uma chave PIX para doações em apoio à defesa de “familiares e vítimas” do 8 de Janeiro.
Em maio do ano passado, a associação levou ao parlamento argentino uma comitiva formada pelos advogados Ezequiel Silveira, Carolina Siebra e Luciano Cunha para prestar auxílio aos condenados brasileiros que estão no país vizinho. Em novembro, Silveira esteve de novo na Argentina com o mesmo objetivo.
Silveira foi outro que se envolveu nos ataques coordenados ao Intercept pouco depois de a reportagem ir ao ar. A Asfav publicou um vídeo do advogado em tom exaltado, compartilhado em diversas páginas de extrema direita, distorcendo o teor da reportagem ao dizer que Josiel não é alvo de mandado de prisão na Argentina. Essa informação jamais foi publicada pelo Intercept: explicamos que o foragido é alvo de prisão no Brasil e fugiu para Argentina sem figurar na lista dos pedidos de extradição do STF.
Questionados formalmente sobre o apoio material e a prestação de consultoria jurídica foragidos da Justiça, a Asfav afirmou que “não realiza ajuda financeira a pessoas refugiadas em outros países ou com mandados de prisão, pois não somos idiotas”.
Em seguida, a organização declarou o seguinte: “Embora, promovamos, de maneira pública, conforme se verifica das redes sociais da associação, auxilio jurídico e humanitário a brasileiros refugiados fora do Brasil, vítimas da perseguição estatal”.
O auxílio a foragidos do 8 de Janeiro também é prestado por outros fugitivos. Em 2024, uma vendedora que ajudou a organizar ônibus para os atos golpistas do 8 de Janeiro foi flagrada oferecendo auxílio a outros condenados e réus que queriam fugir para a Argentina.
Em mensagens, Fátima Aparecida Pleti disse que poderia ajudar outros condenados a fazerem a “travessia com segurança” na fronteira do Brasil com o país vizinho. Ela alugou uma casa em La Plata, que disponibilizava a outros foragidos, revelou uma reportagem do UOL.
Fátima segue com um mandado de prisão em aberto no Brasil por ter sido condenada a 17 anos de prisão por envolvimento no 8 de Janeiro. Mas, enquanto ele não é cumprido, ela, Josiel e outros condenados continuam circulando livremente e impunes em Buenos Aires, com apoio financeiro e estrutural garantido por redes e organizações que operam além das fronteiras brasileiras.