‘Clássico dos mosaicos’ termina empatado em 1 a 1

Com gols de Adailton (pênalti) e Giovanni, o clássico Re-Pa valendo pela 7ª rodada do Parazão terminou empatado em 1 a 1, neste domingo (23), no estádio Mangueirão. O equilíbrio marcou o confronto desde o primeiro tempo, com os sistemas de marcação funcionando melhor do que os ataques. As equipes erravam passes e o Remo sofria com a má atuação do estreante Alan Rodríguez no lado esquerdo. O PSC teve duas boas chances, com Rossi e Matheus Vargas, mas o goleiro Marcelo Rangel defendeu bem. Pelo Remo, Jaderson ameaçou com um tiro de fora da área, que Matheus Nogueira espalmou.

Na etapa final, o PSC começou melhor, mas o Remo cresceu em campo com as entradas de Pedro Castro e Adailton. O atacante, artilheiro do time na temporada, botou fogo no jogo com arrancadas e dribles. Quase abriu o placar em investida pela esquerda e depois cabeceou com perigo, sobre o gol. Logo em seguida, Sávio cobrou falta e mandou a bola no travessão.

O jogo ganhou em vibração e o Remo passou a ser mais presente no ataque. Aos 34 minutos, Felipe Vizeu foi derrubado pelo goleiro do PSC após ser lançado por Jaderson. Adailton cobrou e abriu o placar. Depois disso, o Remo se acautelou, passando a marcar em seu campo. O recuo excessivo facilitou a pressão do time bicolor.

O cerco à grande área remista deu certo. O empate veio aos 49′. Giovanni arriscou chute de fora da área, a bola bateu em Rafael Castro e entrou, enganando o goleiro Marcelo Rangel. O Re-Pa de nº 776 termina empatado em 1 a 1 – o PSC não perde há 9 clássicos.

Antes da partida, as torcidas de Remo e Paysandu repetiram a tradição de levantar mosaicos em homenagem aos times. Desta vez, os torcedores apresentaram “mosaicos permanentes”, arrancando aplausos com o belo espetáculo.

Na classificação do Campeonato Estadual, o Remo segue na liderança invicta, com 17 pontos. O PSC é o 2º, com 14 pontos, superando o Bragantino (3º) no número de gols marcados. O Castanhal é o 4º colocado, com 13, seguido por Águia (11), Capitão Poço (10), Tuna (8) e Santa Rosa (7).

(Foto: Irene Almeida/DIÁRIO DO PARÁ)

Trump e Milei, cometas de cauda curta

Um conflito óbvio é entre as personalidades de Trump e de Elon Musk. O mundo é pequeno demais para dois egos dessa dimensão.

Por Luis Nassif

A plataforma que está processando o Ministro Alexandre de Moraes não é nenhuma das conhecidas dos brasileiros – Youtube, Facebook, X. É a Rumble, uma plataforma que nasceu no Canadá e, graças à falta de limites, tornou-se a preferida de libertários e de militantes da ultradireita.

Sua grande estrela é o jornalista Glenn Greenwald, que tem assumido uma atitude dúbia em relação ao presidente Donald Trump.

A empresa quis acusar Moraes perante o Tribunal Penal Internacional, por supostamente ser contra a liberdade de expressão. Em dezembro de 2023 a Rumble foi fechada no Brasil, por não aceitar a ordem de Moraes, de remoção de conteúdo do influenciador Monark.

Com a eleição de Trump, a empresa retornou em fevereiro deste ano. Moraes deu 48 horas de prazo para a empresa indicar um representante no Brasil, bem como para comprovar a regularidade e validade da representação legal da empresa.

É curioso esse desmonte perpetrado por Trump nas instituições norte-americanas, no comércio internacional e nas próprias relações diplomáticas com os aliados.

Não tem vida longa. Uma economia complexa, como a norte-americana, não tem condições de funcionar sem o aparato institucional criado. É evidente que existem instituições fora do prumo, não cumprindo adequadamente suas funções. Esse quadro exige pente fino, um aprimoramento constante, não uma operação desmonte total, como a que está sendo tocada por Trump-Musk.

Estão desmontando o sistema de ciência e tecnologia, o Obamacare, as políticas de ESG. Há um conjunto latente de conflitos que, em breve, explodirão. Um conflito óbvio é entre as personalidades de Trump e de Elon Musk. O mundo é pequeno demais para dois egos dessa dimensão.

O segundo serão as desarticulações no comércio internacional e na própria economia interna norte-americana. As tarifas de importação estão sendo promulgadas à galega, sem análise das relações externas de alianças, nem os impactos sobre os preços internos.

Cada imposto de importação tem vencedores – as empresas capazes de produzir o mesmo produto internamente – e os perdedores – os consumidores dos produtos importados.

Hoje em dia, cada produto mais sofisticado é fruto de cadeias de fornecimento globais. O mero anúncio de uma operação aparentemente óbvia – como taxar as importações do México, esperando que a indústria automobilística norte-americana traga de volta suas fábricas – provocou um pânico generalizado, com montadoras falando no risco de inviabilizar o setor automobilístico norte-americano.

O que se tem é o quadro típico do macaco em loja de louças, sem o menor conhecimento sobre os mecanismos de funcionamento do mercado, do país, da diplomacia internacional. E essa história de ter o controle do Congresso e da Suprema Corte não é sólida. O Supremo brasileiro apoiou toda a conspiração do impeachment, atuou até as eleições de 2018, tirando Lula do páreo. E, quando se deu conta da ameaça Bolsonaro, mudou a rota e tornou-se guardião da democracia.

A atual geração de políticos conservadores se fortaleceu pelo discurso antissistema. E por jamais terem sido sistema. No poder, o jogo é outro. Passado o período inicial, as medidas de choque, terão que se ver frente à dura realidade. Acabam caindo, deixando um rastro de destruição atrás de si.

Ex-número 2, general combinou data de golpe com Bolsonaro: “até 31 de dezembro”

Mensagem foi confirmada por Mauro Cid. Centenas de amigos e próximos de Bolsonaro incitaram o golpe, relatou em delação.

O ajudante de Ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, disse que a quantidade de pessoas, incluindo amigos e membros do governo de Jair Bolsonaro, que instigaram o ex-presidente a aplicar golpe de Estado “era muito grande“, que ele recebia mais de 100 chamadas e mensagens por dia com pedidos e “doideiras de tantas outras”. O número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, general Mario Fernandes, era um dos principais insufladores e revelou mensagem com Bolsonaro, combinando data de golpe: “qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro, tudo”.

“Eu recebia, por dia, mais de 100 chamadas (…) Tinha várias mensagens revoltosas, dizendo que tem que fazer alguma coisa [para reverter o processo eleitoral]”, disse Mauro Cid, em delação à Alexandre de Moraes.

Mauro Cid afirmou que os investigadores da Polícia Federal (PF) “talvez” não pegaram “tudo” o que havia de interessados e de envolvidos na tentativa de golpe de Estado.

“Eu falei na Polícia Federal, porque talvez não tenham pego tudo o que estava no meu celular, mas a quantidade de gente que tava instigando a fazer alguma coisa era muito grande. Até papéis, documentos, o pessoal mandava, ‘olha isso aqui’, ‘olha isso aqui’, ‘tem que fazer alguma coisa’. Era muita coisa”, narrou.

“Às vezes, uma informação pinçada no meio de 100, para mim era mais uma, mais uma doideira de tantas outras que eu recebi nesse período, porque eram várias”, continuou.

Entre os principais incitadores do golpe de Estado, Mauro Cid deu destaque ao general Mario Fernandes, ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência de Jair Bolsonaro. Ele foi preso em Operação da Polícia Federal em novembro de 2024, quando Cid revelou mais detalhes sobre as tentativas de golpe de 2022.

No depoimento, o ajudante de Ordens de Jair Bolsonaro chegou a classificar Mario Fernandes como “maluco”. Segundo Cid, o general Mario Fernandes sempre esteve com “estímulo de incentivar e de pressionar o presidente a tomar alguma atitude”.

Em mensagens trocadas com ele, o general e assessor de Bolsonaro pediu, no dia 7 de dezembro, quando o então mandatário se encontrava com a Alta Cúpula das Forças Armadas [entenda sobre aqui], que Mauro Cid entrasse na reunião e mostrasse um vídeo, incitando o golpe.

A reunião de Jair Bolsonaro com os comandantes das Forças Armadas, naquele 7 de janeiro, foi comemorada pelo general Mauro Fernandes como um momento histórico: “Isso é história, é a história marcada por momentos como esse, que nós estamos vivendo agora.”

Mauro Cid contou a Moraes que não mostrou o vídeo, que seria inoportuno interromper a reunião de Bolsonaro com os comandantes para mostrar um vídeo. Ele narrou que, após o general e assessor do ex-presidente tomar conhecimento que o Exército e a Aeronáutica não aderiram ao plano do golpe, naquele encontro, ele ficou “indignado”.

“Quando acabou a reunião e, e foi dito: ‘Não, não vai ter nada, não vai ter nada, ninguém vai fazer nada’, o General Mário ficou mais indignado. Por isso que no outro dia, ele foi lá [no Palácio do Alvorada, conversar com Jair Bolsonaro].”

REUNIÃO COM AS FORÇAS ARMADAS

Em seu depoimento, Cid descreveu o que chamou de “contexto” da reunião do dia 7 de dezembro como “uma reunião, obviamente, dessas reuniões dentro das Forças Armadas, que estava todo mundo esperando que ali essa era a decisão [o acerto para o golpe de Estado]. Que vai [aplicar o golpe], vai fazer agora, não vai fazer agora.”

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) mostra outras provas de que o então número 2 da Secretaria-Geral da Presidência foi, pessoalmente, conversar com Jair Bolsonaro no dia seguinte, 8 de dezembro. Na delação, Cid confirmou que Fernandes foi visitar Bolsonaro.

O general ex-secretário disse a Mauro Cid que eles conversaram sobre a data que seria aplicado o golpe de Estado. A mensagem foi apreendida no celular de Cid:

“Durante a conversa que eu [Mario Fernandes] tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do ‘vagabundo’ [presidente Lula], não seria uma restrição, que pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro, tudo.”

No depoimento, Cid confirmou a mensagem e confirmou que Fernandes esteve com Jair Bolsonaro no dia 8 de dezembro. “Ele esteve com o presidente e confirmo também que ele esteve sempre com aquele estímulo de incentivar e de pressionar o presidente a tomar alguma atitude.”

(Com informações do Jornal GGN)

À sombra das chuteiras imortais

POR GERSON NOGUEIRA

Tive a sorte de ver em ação atacantes lendários de Remo e PSC. Bené, Robilota, Alcino, Roberto Diabo Louro, Mesquita, Neves, Ércio, Wilfredo, Chico Spina, Caíto, Dadá Jacaré, Bira, Luizinho das Arábias, Cabinho, Mego, Marciano (o barbudo), Dadinho, Artur, Luiz Miller, Ageu, Edil, Lupercínio, Vandick, Robgol.

Pude apreciar também grandes meias, volantes, alas e defensores, como Belterra, Augusto, Dutra, Darinta, Marajó, Cametá, Pagani, Mendes, Luiz Florêncio, Rosemiro, Aranha, Patrulheiro, Elias, Cuca, Feitosa, Agnaldo, Eduardo Ramos, Oberdan, Aderson, Jobson, Sandro, Lecheva, Chico Monte Alegre, Aldo, Vanderson, Paulo Robson.

Goleiros sensacionais. Dico, Omar, Luiz Carlos, Edson Cimento, Paulo Vitor, François, Reginaldo, Bracali, Samuel, Clemer, Ivair, Marcão, Adriano, Wagner Xuxa.

A lista é extensa e não tem ordem cronológica. Cito nomes que me vêm à cabeça a partir da importância que via neles. A escolha também dribla a desmemória que castiga velhos escribas.

Muitos desses jogadores se consolidaram a partir de grandes atuações no Re-Pa, termômetro seguro para distinguir os bons dos mais-ou-menos. Óbvio que nem todos entraram para a galeria de ídolos imortais por serem craques; a maioria se consagrou pela fibra e destemor. As torcidas se identificam com jogadores de alma guerreira.

Gente que se lançava à arena do clássico-rei como quem encara a última das batalhas, sem medo de cara feia, consciente da grandeza do jogo e de sua infalível capacidade de carimbar reputações.

Exemplos que vivem até hoje na lembrança das torcidas, por respeito e admiração. Sim, o clássico mais disputado do mundo é onde os bons se afirmam e os esforçados podem virar lendas. Na verdade, todo jogador deveria ter o privilégio de jogar um Re-Pa.

Um dia muito especial para o futebol

O Re-Pa é um fenômeno incomparável, a partir da atmosfera que cria nas esquinas, feiras, bares e casas. A semana do clássico impõe o futebol como tema de todas as conversas em Belém e no Pará inteiro. As zoações se multiplicam, principalmente em tempos de redes sociais.

Alguns jogadores que estarão em campo hoje, no Mangueirão, às 17h, já passaram pela experiência de jogar o clássico. Outros irão experimentar algo inteiramente novo em suas carreiras.

Isso envolve também os técnicos Rodrigo Santana e Luizinho Lopes. Ambos terão que aprender na prática o que significa de fato a disputa entre dois times muito amados. A força do clássico pode ser medida principalmente pela paixão popular.

A partida deste domingo, que não decide nada dentro do Parazão, será presenciada por mais de 45 mil pessoas. Um jogo banal na disputa da 1ª fase do Campeonato Estadual se transforma em saga que ninguém quer perder. Todos pensam no jogo, todos querem vencê-lo.

O Remo ainda não tem um time definitivo, mas conta com peças consolidadas, como Rafael Castro, remanescente da campanha na Série C 2024. Ele deve formar a zaga com Klaus e Alvariño. É ponto de referência de um time que tem o melhor ataque e a melhor defesa do Parazão.  

O lateral Bryan Borges é uma das exceções na criticada equipe do Papão que tenta se reerguer no clássico, que muitas vezes funciona como divisor de águas. As vaias ouvidas no jogo com o Independente ainda ressoam entre os jogadores. Isso pode ser combustível para uma resposta à altura.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 23h, com a participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, a sétima rodada do Parazão, com destaque para o clássico Re-Pa. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.

O olhar certeiro de Galeano sobre Garrincha

No livro “Fechado por Motivo de Futebol” (LPM Editores), o jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano elege ícones e constrói perfis curtos e poéticos. Interessante (e premonitório) o que ele escreveu sobre o endiabrado Mané Garrincha da Copa de 1958:

“Garrincha dribla derrubando rivais. Meia-volta, volta e meia. Faz que vai, e vem. Faz que vem, e vai. Os rivais se esborracham no chão, um atrás do outro, de bunda na grama, pernas para cima, como se Garrincha espalhasse cascas de banana. Quando enganou todos, incluindo o goleiro, senta em cima da bola, na linha do gol. Então, recua e começa tudo de novo.

Garrincha joga para rir, não para ganhar, alegre pássaro de pernas tortas, e esquece o resultado. (…) Gosta de jogar a troco de nada ou de algumas cervejas, na praia ou nos campos de pelada. Mão aberta, tudo dá, tudo perde. Garrincha nasceu para cair, e não sabe disso”.

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 22/23)

Leão tem mistério no ataque

POR GERSON NOGUEIRA

A semana que antecede o Re-Pa é tradicionalmente dedicada a acompanhar as movimentações dos times nos treinos e observar as possibilidades de escalação. O mistério aumentou nos últimos anos porque os times treinam longe dos olhos da imprensa, o que faz com que as descobertas venham na forma de frases cifradas ou declarações que indicam preferências.

Em conversa com o repórter Paulo Caxiado, da Rádio Clube, o técnico Rodrigo Santana afirmou que já tem um time ideal na cabeça. Não revelou a ninguém, mas o Re-Pa é a oportunidade para apresentar a escalação definitiva. Deve ser também a configuração mais próxima da equipe que vai disputar a Série B (sim, o Parazão é encarado como um laboratório para o Campeonato Brasileiro).   

Nas seis rodadas do Parazão, os testes prevaleceram e quase todos os jogadores do elenco foram testados, a partir do critério de condicionamento físico. Quem está em melhores condições, é escalado mais vezes. Outros entram no decorrer das partidas.

O ataque do Remo é o melhor do Campeonato Estadual, com 15 gols marcados, mas a formação muda a cada partida. Raramente, o trio ofensivo foi repetido. Os que mais atuaram até agora foram Dodô, Maxwell e Felipe Vizeu, quase sempre como titulares.

Adailton, Pedro Rocha e Ytalo entram, mas quase sempre nos 20 minutos finais. Rocha foi um dos mais acionados nas últimas partidas, depois de dois jogos de ausência por problemas particulares. Na suada vitória sobre o Santa Rosa, marcou de cabeça o único gol.

Não tem sido tão regular e efetivo como Adailton, outro reserva de luxo, mas parece fisicamente mais inteiro para encarar o Re-Pa, caso Rodrigo Santana resolva surpreender na escalação. Apesar disso, a lógica ainda aponta para a repetição do ataque com Maxwell, Vizeu e Dodô. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

Edilson pode ser alternativa para o clássico

O técnico Luizinho Lopes tem alguns problemas para resolver nas laterais do Papão para o clássico de domingo. O ponto nevrálgico da situação é o rendimento do lateral-esquerdo PK, marcado pela torcida em função das más atuações. O curioso é que ele chegou bastante valorizado após ter a sua contratação disputada pelo Remo.

Com baixo poder de marcação e presença discreta nas ações de ataque, ele tem sido alvo de muita contestação por parte da torcida. Contra o Independente, no Mangueirão, o lateral saiu sob vaias, apesar de ter feito o cruzamento para o gol de Nicolas.

Acontece que PK foi vaiado pelo conjunto da obra, e não apenas pela atuação diante do Galo Elétrico. Luizinho Lopes deve ter anotado as queixas do torcedor e é improvável que insista com um jogador marcado pela torcida. Uma alternativa simples é escalar Edilson na direita e deslocar o polivalente Bryan Borges para a esquerda.

Caso não queira fazer duas mudanças na equipe, o técnico pode optar pela simples substituição de PK por Kevyn, que foi o titular em boa parte dos jogos do PSC na Série B 2024, sem comprometer.  

Existem outros pontos a serem resolvidos na escalação do PSC, principalmente no meio-campo, que sofre com a ausência de um meia criativo, mas o funcionamento das laterais adquire papel decisivo no clássico. O apoio ao ataque e a ocupação de espaço pelos lados pode fazer toda a diferença.  

Tabela faz torcedor sentir o gostinho da Série B

A Série B só começa em abril, mas o torcedor de Remo e PSC já experimenta as emoções da competição, projetando a participação dos representantes paraenses a partir da tabela divulgada anteontem pela CBF. O Papão vai estrear em casa contra o Atlético-PR, enquanto o Leão enfrenta a Ferroviária, em S. Paulo.

O confronto direto entre os rivais terá o primeiro clássico na 13ª rodada, entre 20 e 22 de junho, e o segundo na 32ª rodada, entre 17 e 19 de outubro, após o Círio de Nazaré e a uma semana do começo da COP30.

Na última rodada do Brasileiro, o Remo encara o Goiás, no estádio Mangueirão, e o PSC joga no interior de Minas contra o Athletic, quando as duas torcidas esperam que a situação da dupla já esteja resolvida satisfatoriamente na tabela de classificação.

Recopa: Fogão encaminha outro desperdício de taça

Com a derrota por 2 a 0 para o Racing, ontem, em Buenos Aires, o Botafogo praticamente encaminhou a perda da segunda taça importante em menos de um mês. Antes, havia sido derrotado pelo Flamengo na Supercopa Rei, disputada no Mangueirão.

Erros de marcação e posicionamento permitiram aos argentinos dois gols fáceis. Não precisaram jogar muito para vencer o esfacelado time alvinegro, que não é nem sombra daquele esquadrão campeão da América. Para reverter, no Rio, será necessário vencer por três gols de diferença. 

Tarefa possível, mas improvável. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 21)

Rock na madrugada – Bob Dylan, “All Along the Watchtower”/”Highway 61 Revisited”

Registro da Tour Europeia de Bob Dylan, em 1984, interpretando o clássico All Along the Watchtower em ritmo acelerado, na Arena Di Verona, na Itália. A excursão é uma das mais celebradas da carreira do bardo, aqui acompanhado por uma super banda formada por Mick Taylor na guitarra, Colin Allen (bateria), Ian McLagan (teclados) e Greg Sutton (baixo), reforçada por Eric Clapton, Carlos Santana e Van Morrison em alguns shows na Inglaterra.

Dylan em determinados momentos da canção dá um tempo na guitarra-ritmo, recua para o fundo do palco e fica acompanhando o sensacional solo de Mick Taylor, que anos anos havia tido passagem fulgurante pelos Rolling Stones. As imagens do vídeo são precárias, com enquadramento terrível, mas o áudio é perfeito.

Acompanhado do mesmo time de músicos, Dylan toca outro clássico, Highway 61 Revisited, durante show em Paris, em julho de 1984. A excursão é tão brilhante do ponto de vista das performances de palco que justifica o duplo registro, com ênfase no papel elegante e genial de Mick Taylor, que parece ter o dom de fazer qualquer canção ficar melhor ainda.

O disco Real Live (que imortalizou a Tour de 1984) custou a sair no Brasil. Fiquei meses enchendo o saco do pessoal da Gramophone Discos, antiga loja que ficava ali na avenida Magalhães Barata, em Belém. Naqueles tempos pré-YouTube e internet, foi uma festa quando o vinil finalmente chegou. A espera tinha valido a pena.

Alepa celebra a formatura da primeira turma do curso superior de Gestão Pública

O palco do Theatro da Paz foi o cenário escolhido para celebrar a formatura da primeira turma do curso superior de Tecnologia em Gestão Pública, ofertado pela Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), por meio da Fundação Escola do Poder Legislativo (Felepa). Cento e sete servidores da instituição receberam outorga do grau superior na cerimônia, conduzida pelo presidente da Alepa, deputado Chicão.
O curso teve início em novembro de 2022, com servidores do Poder Legislativo Estadual e de Câmaras Municipais do interior do Pará, de forma híbrida, com as modalidades presencial e Ensino à Distância.

INEDITISMO
A Alepa é pioneira em ser a mantenedora do curso superior do próprio Legislativo. Ao ser a primeira no país a investir na graduação de servidores, a Casa se torna uma referência para todo o Brasil.
“Esse é um dia histórico para a Alepa e para todos os deputados que compõem essa Casa e que sonharam conosco com a construção deste projeto inédito, em que, pela educação, se fortalecem todas as instituições democráticas dentro de uma sociedade. Com essa diretriz e com esse caminho, ousaram criar a primeira faculdade credenciada em um estado, tendo como mantenedora uma Assembleia Legislativa”, pontuou a diretora da Escola do Legislativo, Betânia Fidalgo.
No palco do teatro, os formandos representaram o orgulho de serem servidores públicos qualificados como novos tecnólogos em gestão pública. Andrea Nascimento de Souza, da Câmara de Vereadores de Tomé Açu, fez o juramento da turma, seguido da outorga do grau pelo presidente Chicão. Um a um, os formandos receberam os diplomas em mãos.

O representante do Conselho Federal de Administração, Fábio Lúcio Costa, também entregou
simbolicamente as carteiras de registro profissional a dois formandos. Os alunos Leiliane Gomes da Silva e Fábio Pacheco de Souza foram homenageados pelo melhor desempenho no curso. Já o servidor Raimundo Nonato Macedo, escolhido por aclamação pela turma, foi o orador.

Com 68 anos de idade e mais de 40 anos de trabalho na Assembleia Legislativa, ele relembrou a trajetória e as dificuldades desde o início do curso. “Não foi fácil, foi uma luta com noites em que o cansaço dificultava assistir às aulas, mas nós tínhamos um ideal – receber o certificado de nível superior”, ressaltou. “Nosso presidente nos deu uma oportunidade. Muitos, como eu, não tínhamos formação superior e não poderíamos deixar passar essa oportunidade, demos tudo de nós por esse objetivo”.

Seu Macedo, como carinhosamente é conhecido pelos corredores do Palácio Cabanagem, relembrou que estava há 42 anos sem estudar e que pensou em desistir muitas vezes. Mas ele sempre recebeu o incentivo dos colegas de turma, que o viam como um exemplo e inspiração. “Hoje, todos nós estamos aqui e agradeço a todos que nos ajudaram a não desistir e chegar até este palco para receber nossos diplomas”, concluiu o orador. O discurso emocionante foi encerrado com um abraço do presidente Chicão, com aplausos dos formandos. 
Em sua fala na cerimônia de formatura da primeira turma da Felepa, o presidente da Casa Legislativa pontuou a importância desse feito que se concretizou na noite desta terça-feira. “Essa noite é um marco para as Assembleias Legislativas do Brasil. Hoje, no Pará, nós temos a honra de,
através da Escola do Legislativo, mostrar para o país que nós estamos formando a primeira turma em gestão pública de graduação superior. A Assembleia do Estado do Pará marca na sua história um grande momento, que serve de referência para todo Brasil”, declarou Chicão.
O presidente também dispensou agradecimentos à diretora da Felepa, Betânia Fidalgo. “Com o dom de ensinar, ela é o esteio dessa Escola do Legislativo e se dedica a esse projeto inovador”, ressaltou.

O deputado Chicão lembrou ainda das dificuldades de transformar a escola em fundação. “Havia muitas dificuldades legais, inclusive para pagar os professores. Talvez os formandos não saibam, mas por muitos meses, os nossos professores cumpriram a sua missão de ensinar sem receber os
salários”, recordou. “Ter o primeiro curso superior de uma Assembleia Legislativa no Brasil mostra que seguimos no caminho certo. Outros legislativos vêm procurando saber como fizemos”, disse o deputado Chicão, ao lado dos deputados que integram a Mesa Diretora da Alepa.
“Temos que abraçar o maior número de pessoas que precisam e querem buscar conhecimento, querem fazer parte do nosso curso. Por isso, além dos nossos servidores e das Câmaras de Vereadores, damos oportunidade para outros órgãos da administração pública”, anunciou o chefe do Legislativo do Pará.
Para o presidente, ter servidores capacitados é um diferencial importante. “Neste ano, vamos ter um grande evento – a COP 30 – e teremos visibilidade para cerca de 200 países que trarão suas comitivas. Temos que estar preparados para receber a todos”, avaliou Chicão.

TECNÓLOGOS EM GESTÃO PÚBLICA
O curso faz parte do programa Forma Alepa, que capacita vereadores, assessores e gestores legislativos, e oferece formação para a coordenação de órgãos ou setores da administração pública, nos quais assumem a responsabilidade no uso de mecanismos públicos.
A Gestão Pública elabora resultados com meios políticos para solucionar seus desafios. O objetivo do Poder Legislativo, ao oferecer um curso superior, é qualificar o trabalho do servidor público, garantindo transparência e eficácia. O curso ‘Tecnologia em Gestão Pública’ tem suas ementas voltadas para o Legislativo.
O ensino médio completo é um pré-requisito para ingressar no curso superior, uma exigência da Lei nº 9.394/1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB. A graduação da Felepa tem todas as disciplinas obrigatórias previstas nas diretrizes curriculares nacionais para o curso de Gestão Pública.

(Fotos: Ozéas Santos/Ascom Alepa)

A frase do dia

“A prisão de Bolsonaro é um desejo antigo do povo brasileiro e vem principalmente da sua negligência no combate à Covid que custou milhares de vidas, por isso é importante a PGR retomar o relatório da CPI da Covid porque evidencia que, além de golpista, Bolsonaro é um genocida”.

Ricardo Pereira, jornalista e professor

Legião estrangeira segue devendo

POR GERSON NOGUEIRA

O PSC é hoje praticamente um time com sotaque espanhol, com nada menos que sete jogadores estrangeiros no elenco – Benjamin Borasi, Ramon Martinez, Pedro Delvalle, Joseph Espinoza, Matías Cavalleri, Joaquín Novillo e Yeferson Quintana (foto). Dois são remanescentes de 2024, Borasi e Quintana, e quatro chegaram em janeiro deste ano.

A incursão pelo mercado sul-americano tem uma explicação de natureza econômica: o clube percebeu que sai mais barato (ou menos caro) adquirir atletas de bom nível em países vizinhos. De fato, os custos são inferiores à média das transações envolvendo atletas nacionais.

Ocorre que, se há uma evidente economia de gastos, o aspecto técnico ainda está em dívida junto ao torcedor. Com exceção de Borasi, um dos melhores jogadores do PSC desde o ano passado, os estrangeiros tiveram um rendimento discreto neste início de temporada.

O último a estrear foi o zagueiro paraguaio Ramón Martinez, de 29 anos, que atuou contra o Manaus pela Copa Verde e diante do Independente, pelo Parazão. Não comprometeu, mas é preciso levar em conta que os adversários pouco exigiram da defensiva bicolor.  

A ausência de destaque da “legião estrangeira” incomoda mais quanto aos jogadores de meio-campo e ataque. Espinoza tem atuado regularmente, exibindo poder de marcação e ganhando lugar entre os volantes. No ataque, Pedro Delvalle teve mais oportunidades. É voluntarioso e intenso, mas ainda está em plano de expectativas a serem atendidas.

Cavalleri, que veio precedido por boas credenciais, foi pouco utilizado. É justo dizer que questões de condicionamento atrapalham a performance de jogadores contratados em início de temporada, principalmente os que precisam de mais adaptação, como é o caso dos estrangeiros.

Aliás, sobre Cavalleri e Delvalle pesa uma cobrança mais acentuada porque foram anunciados como as grandes contratações do pacote, pois eram pretendidos também pelo Remo e optaram pelo PSC.

É claro que os sete gringos do Papão têm condições de atuar no Re-Pa e mudar a impressão deixada até agora. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

Lusa se classifica e Águia luta contra poder do Flu

Em jogo equilibrado, a Tuna derrotou o Sampaio Corrêa (MA) e avançou à segunda fase da Copa do Brasil. O gol saiu já nos minutos finais, para alívio da briosa torcida cruzmaltina presente ao estádio do Souza, ontem à tarde. A partida foi equilibrada, com vários momentos tensos para o setor defensivo da Lusa e erros dos dois times nas finalizações.

Aos 40 minutos da etapa final, o gol da vitória surgiu de uma jogada tipicamente tunante. A bola alta na área foi rebatida e o zagueiro Dedé chegou chutando para balançar as redes inimigas e garantir a classificação – que representa uma bonificação total de R$ 1.830.000,00.  

Já o Águia de Marabá trava uma batalha de bastidores contra o Fluminense pelo local da partida entre os dois times, na próxima semana. O estádio Rosenão, em Parauapebas, é o preferido do Azulão, mas a CBF marcou a partida para o estádio Jornalista Edgar Proença, em Belém.

A diretoria do Águia tenta reverter, mas é tarefa quase impossível. A força política do Flu falou mais alto. Só lembrando que, anteontem, o Atlético-MG teve que encarar um estádio acanhado e sem infraestrutura em Tocantinópolis, em condições bem inferiores ao Rosenão. Incoerências próprias de dona CBF.   

Leão pode fazer duas novas estreias no Re-Pa

O lateral-esquerdo Alan Rodriguez e o atacante Gabriel Mendes foram os últimos jogadores contratados pelo Remo para a temporada. Ambos estão registrados no BID e podem estrear contra o PSC, domingo.

O paraguaio Alan tem mais chances de aproveitamento como titular, levando em conta que Edson Cauã está lesionado e Sávio pode ser escalado como terceiro zagueiro pelo lado esquerdo.

As informações sobre Alan são positivas, principalmente porque estava em atividade e é um jogador jovem (24 anos). Com boas passagens por Cerro Porteño e Rosario Central (Argentina), está dentro do perfil desenhado por Rodrigo Santana para a formação do elenco.

Já o atacante Gabriel Martins (23) é oriundo das divisões de base do Fluminense, localizadas em Xerém (RJ). Chegou sem muito alarde, mas vem agradando nos treinos. Jogou pelo Ferroviário (CE), Bangu e estava no Muharak Clube, do Bahrein.

Atua pelos lados e deve disputar posição com Maxwell e Pedro Rocha. Como Rodrigo tem vários jogadores em condição de entrar no ataque, Gabriel deve ser uma opção para o 2º tempo do clássico. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 20)

Torcida do Remo esgota em 2 dias os ingressos de arquibancada para o clássico

A diretoria do Clube do Remo anunciou na tarde de terça-feira, 18, que estão esgotados os ingressos para o setor das arquibancadas do lado A, no estádio Mangueirão, para o clássico do próximo domingo, 23, às 17h, contra o PSC. O jogo vale pela 7ª rodada do Parazão.

Os ingressos foram colocados à venda na segunda-feira, 17, com um lote promocional ao preço de R$ 70,00, que foram adquiridos em poucas horas pela torcida azulina, passando em seguida a ser cobrado o valor de R$ 80,00. A quatro dias do clássico, o lado azulino do estádio só dispõe de ingressos para cadeiras, vendidas a R$ 160,00.

As vendas de ingressos continuam nas Lojas do Remo e também pela internet. O sócio-torcedor que tem direito a 100% de gratuidade terá acesso ao Mangueirão utilizando a carteirinha de identificação. A reserva dos ingressos de meia-entrada será feita na sexta-feira, 21, a partir das 8h, através do site, com retirada prevista para sábado, 22.

Clássico é chance de afirmação

POR GERSON NOGUEIRA

Felipe Vizeu é o jogador mais conhecido nacionalmente do elenco azulino, credenciado pela passagem pelo Flamengo, mas até o momento não conseguiu se firmar no time titular. Escalado desde o início há três rodadas, apresentou rendimento aquém das expectativas.  

Há uma ansiedade natural no comportamento de jogadores que sofrem uma cobrança maior do torcedor. É o caso de Vizeu, cujas atuações não encantam, mas não sofrem contestações até porque a excelente campanha do Remo no Parazão ajuda a reduzir críticas individualizadas.

A melhor participação de Vizeu até o momento foi na partida contra o Águia, no estádio Zinho Oliveira, em Marabá. Naquela ocasião, a qualidade de seu futebol apareceu nos minutos finais, com um lançamento arqueado para Adailton finalizar e garantir a vitória.

Com dois gols, Vizeu se mantém próximo dos principais goleadores da competição, Peu (São Francisco) e Nicolas (PSC), e atrás dos companheiros Adailton e Maxwell, que marcaram três vezes.

Há, ainda, a dúvida do técnico Rodrigo Santana quanto ao aproveitamento de Vizeu ao lado de Maxwell, Dodó, Pedro Rocha ou Adailton. De modo geral, as incertezas quanto à composição do ataque incluem o próprio Vizeu, que disputa com Ytalo a posição centralizada na frente.

O clássico de domingo com o PSC pode clarear as coisas quanto à definição do time titular do Remo. Até o momento, as constantes mudanças de peças na defesa e no ataque ao longo das seis rodadas da competição. Isso normalmente afeta o entrosamento e não permite que as características individuais sejam de fato potencializadas.

Como ocorre normalmente no Parazão, o Re-Pa funciona como divisor de águas. É quando os técnicos costumam dar por encerrada a fase de pré-temporada e passam a ter escolhas mais definitivas. A conferir.

Borasi, dúvida e preocupação para o clássico

Na partida de segunda-feira, 17, entre PSC e Independente, no Mangueirão, uma das informações que surpreenderam a torcida bicolor antes do jogo foi a ausência de Borasi na relação de atletas. Soou inicialmente como opção técnica, como na partida contra o Manaus, pela Copa Verde.  

Minutos depois, veio o esclarecimento: Borasi ficou fora da partida por força de uma lesão, sofrida durante um treino na Curuzu. É duvidoso afirmar que ele entraria jogando, caso estivesse em condições.

Recém-chegado, Luizinho Lopes mostrou preferência por Pedro Delvalle no confronto com o Manaus. Não está antenado com os números de Borasi na equipe. Desde a Série B 2024, o atacante argentino é o mais regular jogador do PSC, com atuações sempre elogiadas.

Nada faz crer que neste começo de temporada Borasi tenha perdido qualidade. Em Marabá, contra o Águia, foi autor de um dos gols mais bonitos do Parazão, embora não seja essencialmente um artilheiro. É hoje peça fundamental nas ações e investidas do PSC pelos lados do campo.

Tanto que a dúvida sobre sua presença no clássico é um ponto que preocupa a torcida do Papão a poucos dias do Re-Pa.

Paixão contamina o debate sobre gramado sintético

Volta e meia ressurge o debate sobre o uso do gramado sintético no Brasil. Palmeiras, Botafogo e Atlético-MG têm campos com grama artificial e são alvos frequentes de ataques de outras agremiações. Curiosamente, quando o Atlético-PR lançou o sintético na Arena da Baixada os debates não eram tão acalorados.

Ontem, foi lançado uma espécie de manifesto por um grupo de jogadores de clubes que não têm estádios com piso sintético. Neymar, Lucas Moura, Cássio, Gerson e Dodô, dentre outros, alegam que o futebol brasileiro está empobrecendo tecnicamente por causa dos campos artificiais.

Observam que nas ligas europeias os sintéticos não são adotados, embora tenham sido aprovados e autorizados pela Fifa. Insinuam ainda que há insegurança para os atletas, fato que todas as estatísticas desmentem categoricamente.  

A verdade é que a oposição ao sintético só veio mesmo quando Palmeiras e Botafogo passaram a se destacar nas competições. O problema é que essa argumentação não resiste aos fatos. Não há sustentação científica para provar que os clubes mandantes se beneficiam do sintético.

O Botafogo conquistou a Libertadores da América e o Brasileiro de 2024 sendo o clube que mais disputou jogos na temporada (75 no total) em todo o mundo. Em 2023 e 24, com a implementação do gramado sintético, “houve um aumento expressivo de partidas realizadas e reduziu-se o índice de lesões por jogo”, esclarece o clube.  

O Alvinegro destaca também a qualidade de espetáculo no gramado do estádio Nilton Santos. E, para os que apontam uma suposta vantagem para os que jogam sempre no sintético com desequilíbrio nas competições, há o fato de que o Botafogo foi o melhor visitante do Brasileiro.

No comunicado, o clube reforça ainda o “compromisso com a excelência e a saúde dos seus atletas, além de seguir buscando sempre o melhor para o futebol brasileiro, valorizando o espetáculo com bons palcos e conforto para os jogadores entregarem a melhor performance”.

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 19)