Se a tentativa de golpe do 8 de Janeiro tivesse prosperado e uma ditadura tivesse sido implantada no Brasil, você não estaria lendo este texto. Em vez dos muitos que criticam o Supremo Tribunal Federal, ninguém poderia criticar ninguém. Talvez eu, você, seu vizinho, um parente, um amigo pudéssemos estar sendo perseguidos, desaparecidos. Haveria muito silêncio, muito medo e a ditadura se tornaria cada vez menos dita e cada vez mais dura.
Foi disso que o Brasil escapou em 8 de janeiro de 2023, quando as instituições da democracia venceram a barbárie. E não termos afundado no abismo não significa que ele não exista e que não estivemos à beira do precipício. É momento de celebrar a força de nossas instituições e de exorcizar os adoradores da opressão.
Saí profundamente impactado quando assisti ao hoje mundialmente celebrado e premiado filme Ainda Estou Aqui, que tem a proeza de reconectar todos os que não viveram os anos de chumbo no Brasil, e com a clara sensação de dor e desespero do que significa não viver numa democracia.
Para todos que estamos numa democracia e convivemos com suas inúmeras imperfeições – e podemos criticá-la, nos decepcionar com a lentidão dos resultados práticos, das mudanças, num mundo cada vez mais complexo –, basta um vislumbre dos porões de uma ditadura para entendermos a frase de Winston Churchill: “A democracia é o pior sistema político, tirando todos os demais”.
Num livro iluminado sobre a ditadura militar, o admirável jornalista e escritor Zuenir Ventura escolheu como título 1968: o Ano que Não Terminou. Na obra, ele parte do efervescente ano de 1968, com toda a agitação estudantil nas ruas de Paris, o aprofundamento da ditadura no Brasil e o surgimento de inúmeros líderes e talentos que iriam se destacar a partir daquele momento pelas próximas décadas em diversos segmentos da sociedade brasileira, para mostrar que as ideias e os ideias daquele ano continuaram ecoando e, não, 1968 não terminou.
Continuou vivo em desdobramentos, no legado, no idealismo e nas lutas que inspirou e serviu de inspiração para muitos que vieram depois.
Usando o mesmo prisma, não podemos aceitar que o 8 de Janeiro terminou no último segundo daquele dia nefasto. Não podemos nunca nos esquecer e nunca baixar a guarda.
A democracia resistiu, mas temos de lidar com os inimigos da liberdade como se o 8 de Janeiro nunca tivesse terminado. Como se sua sombra estivesse – e está! – sempre à espreita.
O 8 de Janeiro não terminou. Pois nunca irão sumir os inimigos da democracia. Por isso, toda a vigilância e a união de todos para punir os que desrespeitam, desrespeitaram ou desrespeitarem o Estado Democrático de Direito. Democracia sempre. Ditadura nunca mais.
Depois de se aproximar do presidente eleito Donald Trump, Mark Zuckerberg anunciou que a Meta encerrará o programa de checagem de fatos em suas plataformas para “restaurar a liberdade de expressão”. Ele será substituído por um sistema de “notas de comunidade” semelhante ao utilizado pelo X, de Elon Musk. Com a mudança, os próprios usuários adicionam notas às publicações, contextualizando conteúdos enganosos ou polêmicos. O CEO da Meta afirmou em vídeo que a mudança visa reduzir “erros e censura”, repetindo um discurso da extrema direita sobre o trabalho de fact-checking e moderação de conteúdo, e disse que a empresa trabalhará em parceria com o governo Trump. “Vamos voltar às nossas raízes e nos concentrar em reduzir erros, simplificar nossas políticas e restaurar a liberdade de expressão em nossas plataformas.” Além de criticar o governo de Joe Biden por ter perseguido as companhias do Vale do Silício, ele criticou a Europa por ter cada vez mais leis “institucionalizando a censura” e a América Latina por suas “Cortes secretas” que obrigam empresas a derrubarem conteúdos, em referência velada ao Brasil. Trump elogiou o anúncio e, perguntado se acreditava que Zuckerberg estaria respondendo diretamente a ameaças feitas pelo presidente eleito no passado, respondeu: “Provavelmente”. (CNBC)
Dono do X, Musk classificou a mudança como “incrível”. Políticos brasileiros de direita também celebraram a decisão. “Zuckerberg detona Alexandre de Moraes sem citá-lo. O dono da Meta cita América Latina dizendo que comumente tribunais censuram silenciosamente, sem que os usuários saibam. O efeito de Donald Trump só está começando e muito mais fatos serão revistos. Aguardem. A esquerda vai sucumbir!”, postou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). (UOL)
Reservadamente, membros do Supremo Tribunal Federal rechaçaram a afirmação sobre “Cortes secretas” e reiteraram a transparência de suas decisões. Além disso, avaliaram que o embate recente do tribunal com Musk impôs novas barreiras para a circulação de desinformação e pode ter inibido a Meta de fazer uma mudança no Brasil. Já o advogado-geral da União, Jorge Messias, disse que a decisão intensifica a “desordem informacional” e reforça a necessidade de uma nova regulamentação das redes sociais no país. (Globo)
O secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação, João Brant, criticou o anúncio, afirmando que a Meta vai dar “total peso à liberdade de expressão individual” e deixará de “proteger direitos individuais e coletivos”, abrindo espaço para o que chamou de “ativismo da extrema direita”. (g1)
Embora a Meta tenha anunciado que as mudanças ocorrerão inicialmente apenas nos Estados Unidos, o Ministério Público Federal vai oficiar a plataforma para verificar se as novas regras serão implementadas no Brasil. (CNN Brasil)
Robert Reich: “Zuckerberg descartou a verificação de fatos das plataformas Meta. Ele também incluiu Dana White, aliado de Trump, ao conselho da Meta e está ajudando a financiar sua posse. Por que ele está beijando o anel de Trump? Talvez seja por causa do processo antitruste da FTC (Federal Trade Commission) contra sua empresa. Siga o dinheiro”. (X)
Chris Stokel-Walker: “As decisões de poucas pessoas importam mais do que as de Zuckerberg. O que no início dos anos 2000 era uma busca online pitoresca por diversão se tornou a ‘praça pública de fato’, para usar palavras de Musk. Aonde a Meta vai, o mundo — online e offline — segue. E a Meta acaba de decidir dar uma guinada drástica e dramática no freio de mão para a direita”. (Guardian)
Brian Stelter: “A Meta está claramente tentando se aproximar da nova administração. Zuckerberg, abordando dois temas populares de direita, disse que a empresa vai ‘se livrar de um monte de restrições em tópicos como imigração e gênero que estão fora de sintonia com o discurso mainstream’”. (CNN)
Torcedor assumido do clube, o atacante Rossi (apelidado de Búfalo) diz estar realizando um sonho de criança ao assinar contrato com o PSC. Já apareceu trajando a camisa bicolor diversas vezes, sempre declarando seu amor ao Papão. Ao ser anunciado oficialmente, afirmou que está muito feliz por jogar no “maior campeão da Amazônia” e admitiu que este será o maior desafio de sua carreira.
E certamente será, pois Rossi vive uma fase de baixa na carreira, após se destacar jogando pelo Vasco e pelo Bahia. Aos 31 anos, chega ao PSC com a responsabilidade trazida pela condição de maior (e mais caro) reforço da temporada. Deve ser titular no ataque, ao lado de Borasi (Marlon) e Nicolas (Cavallieri). Seu último jogo oficial foi em outubro, mas atuou por apenas 5 minutos, com a camisa vascaína. Na temporada 2024, atuou em 11 partidas, sem marcar nenhum gol.
Paraense de nascimento, Rossi já está integrado ao elenco bicolor e treina na Curuzu sob o comando do técnico Márcio Fernandes. Horas antes de ser anunciado, uma foto do atacante com a camisa de treino do Papão vazou nas redes sociais.
Oriundo do município de Prainha, no Baixo Amazonas, Rossi se formou nas divisões de base do Flamengo e do Fluminense. A primeira experiência como profissional foi na Ponte Preta (SP), equipe pela qual conquistou o acesso à elite do Brasileirão. Rossi passou também por Mogi Mirim-SP, Paraná, Operário-PR, São Bento-SP, Goiás, Chapecoense, Shenzhen FC-CHI, Internacional, Bahia, Al-Faisaly FC-ARA e Vasco. Será sua primeira experiência no futebol paraense.
A maioria dos jogos de sua carreira foi no Brasileirão, onde atuou 147 vezes e participou de 33 gols. Na Série B, são 15 participações diretas em 40 jogos. No profissional, Rossi foi campeão baiano e da Copa do Nordeste pelo Bahia, além de campeão catarinense pela Chapecoense.
MARLON: RETORNO
Depois de passagem discreta pelo Guarani de Campinas, o atacante Marlon, de 27 anos, está de volta ao PSC. Ele veio para o Paysandu em 2020, emprestado junto ao Porto-SE. Foi destaque marcando 5 gols em 12 jogos. Foi então adquirido em definitivo, com um contrato que findou em 2024. Agora, por indicação do técnico Márcio Fernandes, aceitou a proposta para voltar.
Além de lutar por justiça pelo assassinato do marido, Rubens Paiva, Eunice se envolveu na causa indígena na ditadura
Por Isabel Seta, na Agência Pública
No último 7 de novembro, a advogada Maíra Pankararu, primeira indígena a participar da Comissão de Anistia, saiu emocionada da estreia de Ainda estou aqui. “Fico muito agradecida, porque ainda são poucos os que discutem o que foi a ditadura para nós, povos indígenas”, disse Pankararu à Agência Pública.
O filme recém-indicado ao Globo de Ouro e que, há poucos dias, se tornou a maior bilheteria do cinema brasileiro no pós-pandemia, conta a busca de Eunice Paiva pelo reconhecimento do assassinato de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, pela ditadura militar. Mas, entre as várias batalhas que marcaram a trajetória de Eunice, o filme do diretor Walter Salles destaca também sua atuação como uma das raras advogadas na época especializadas em direito indígena.
Entre 1964 e 1985, período definido por Pankararu como um “banho de sangue” para os povos indígenas, o governo militar perseguiu, expulsou milhares de suas terras e colocou dezenas em campos de trabalho forçado e prisões.
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) estimou que pelo menos 8.350 indígenas foram mortos no período – “em decorrência da ação direta de agentes governamentais ou da sua omissão”. O número, aterrador, se refere a apenas dez povos estudados pela CNV – são 305 no Brasil. Desaparecidos e mortos políticos, caso de Rubens Paiva, foram 434, conforme a CNV.
“A gente ainda não tem noção sobre o que aconteceu com os povos indígenas na ditadura”, afirma Pankararu.
Foi nessa época brutal que Eunice se especializou na defesa jurídica dos povos indígenas, assinando pareceres judiciais, buscando indenizações e demarcações de terras, publicando artigos e livros e contribuindo para as discussões que resultariam no capítulo “Dos índios” da Constituição Federal de 1988.
“Eunice é de uma expressão tão grande que é impossível contar a história do movimento indígena nos anos 70 e 80 sem fazer referência à contribuição dela, tanto do ponto de vista jurídico quanto do ponto de vista humanitário”, afirmou o líder, ativista e escritor Ailton Krenak em entrevista à CBN.
O foco de Ainda estou aqui, baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, é a batalha de Eunice para que o governo ditatorial reconhecesse o que fez com seu marido, levado por policiais à paisana em janeiro de 1971 para nunca mais retornar.
Mas, ao mencionar a dedicação posterior dela ao direito indígena, o longa abre um caminho para que outra memória coletiva seja também recuperada.
“O direito à memória e à verdade é o direito à nossa identidade, o direito de sanarmos as nossas feridas e esses traumas que se tornaram intergeracionais”, resume Daiara Tukano. Artista e mestre em direitos humanos, Tukano também viu no filme um convite para que as pessoas se somem à luta dos povos indígenas e conheçam as histórias daqueles que Eunice defendeu – entre eles, os Pataxó, da Bahia; os Zoró, do norte de Mato Grosso; os Kayapó, do Xingu; e os Yanomami, de Roraima.
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) estimou que pelo menos 8.350 indígenas foram mortos no período da ditadura militar
Eunice e a causa indígena
Dois anos depois de Rubens Paiva ter desaparecido nos porões do DOI-Codi, no Rio de Janeiro, Eunice voltou para São Paulo com a família e entrou na Faculdade de Direito. Os estudos lhe deram mais ferramentas para buscar justiça para o seu e para outros casos de desaparecidos políticos, lutar pela redemocratização do país e entrar na causa indígena.
“A minha mãe tinha uma vida incrível, porque ela ficou viúva aos 41 [anos], com cinco filhos, se formou em direito e virou uma militante muito intensa com relação à anistia, redemocratização, Diretas-Já, Constituinte. Ela começou com o direito de família, mas depois se especializou em direito indígena. Ela era uma das pouquíssimas especialistas em demarcações de terras indígenas e passou a ser requisitada”, contou Marcelo, filho de Eunice e Rubens, em entrevista a Drauzio Varella, em 2016, meses após ter lançado o livro.
Em 1987, ela foi uma das fundadoras do Instituto de Antropologia e Meio Ambiente (Iamá) , organização não governamental que colaborou para a criação de vários projetos de saúde, educação e política para povos indígenas, na qual atuou até 2001.
No final da década de 1980, Eunice trabalhou também no conselho consultivo da Fundação Mata Virgem, que geria, no Brasil, os recursos de uma organização fundada pelo músico Sting – convertido definitivamente à causa indígena após ter feito uma turnê mundial ao lado do líder Raoni Metuktire para angariar fundos para a demarcação da Terra Indígena Menkragnoti, dos Kayapó, no Xingu, homologada em 1993.
Eunice foi uma das fundadoras das fundadoras do Instituto de Antropologia e Meio Ambiente
Antes disso, ainda na ditadura, Eunice participou da Comissão Pró-Índio de São Paulo, grupo fundado por antropólogos em 1978 como reação à tentativa do governo militar de alterar a lei para separar os indígenas em dois grupos: aqueles que seguiam suas “tradições” e, portanto, ainda precisavam ser “tutelados” pelo Estado; e aqueles que tinham se “emancipado” por terem se “aculturado”.
A divisão arbitrária não passava de uma manobra para retirar do segundo grupo o direito à terra – reconhecido desde o tempo do Brasil Colônia e protegido pelas constituições desde 1934. A estratégia não passou despercebida.
“Essa questão de ‘emancipar’ os índios, que era o termo usado, mobilizou a sociedade civil de um modo incrível, porque foi, digamos, o modo de expressar resistência e repúdio à ditadura no fim da década de 1970, quando a oposição estava muito subjugada”, lembra a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, uma das fundadoras da Comissão Pró-Índio e referência em antropologia no país.
A demarcação de terras indígenas se tornou uma palavra de ordem, estampada até em adesivos colados nos automóveis de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, contou a antropóloga.
Naquela época, o ordenamento jurídico do país considerava os indígenas como “relativamente capazes” (mesmo status das mulheres casadas). Assim, eles não podiam fazer negócios, celebrar contratos e entrar com ações judiciais, prerrogativas reservadas ao “tutor” – representado, primeiro, pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e, depois, pela Fundação Nacional do Índio (Funai), criada em 1967.
Funai militarizada e a disputa pela terra
Só que a própria Funai, militarizada, era “o inimigo dos indígenas”, explica Carneiro da Cunha, retratada no filme ao lado de Eunice em uma cena de uma aula ministrada por elas na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. “Isso fazia com que, na realidade, eles não tivessem acesso à Justiça de forma autônoma.”
Em 1983, as duas assinaram um artigo no jornal Folha de S.Paulo denunciando como a Funai havia agravado o conflito fundiário enfrentado pelos Pataxó do sul da Bahia. Pressionado pelo governo estadual, o órgão que deveria defender os indígenas atuou para remover e dividir a população, deixando-a exposta à violência da Polícia Militar e de fazendeiros.
Reprodução do artigo no jornal Folha de São Paulo
“Nesta situação, a quem recorrer?”, questionam. “Sejamos claros: a Funai, supondo mesmo que quisesse cumprir seu papel, está atrelada a um sistema no qual os direitos indígenas são a última das preocupações.”
A Comissão Pró-Índio de São Paulo era justamente uma entidade a que os indígenas podiam recorrer, uma organização “para-raio” de conflitos, como define Márcio Santilli, fundador do Instituto Socioambiental (ISA) e presidente da Funai entre 1995 e 1996.
“Indígenas que sofriam processos complicados de violência, tomada de terras, recorriam à Comissão [Pró-Índio] para ter algum tipo de apoio, nem que fosse no plano da denúncia desses fatos. Era um período em que havia pouca gente com formação que pudesse ajudar”, conta.
Eunice era uma dessas pessoas, assim como os juristas Dalmo Dallari (1931-2022), referência em teoria do estado, e Carlos Marés, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Na época, eles desempenhavam o papel que mais tarde seria delegado ao Ministério Público Federal (MPF) pela Constituição de 1988.
“Quando você vê alguém falando que o Ministério Público denunciou, entrou com ação, fez não sei o quê, a Eunice Paiva já fazia isso antes do Ministério Público existir”, disse Krenak à CBN.
Em 1986, Eunice escreveu um parecer fundamental para a demarcação da Terra Indígena Zoró, reconhecida no ano seguinte. Contatados oficialmente em 1977, os Zoró viram sua população se reduzir drasticamente após uma série de surtos epidêmicos trazidos pelos invasores que seguiam o asfaltamento da BR-364 (entre Cuiabá e Porto Velho).
“Os direitos dos índios à posse de suas terras são direitos intransponíveis e que não podem ser negociados, inexistindo qualquer impugnação válida capaz de anular, restringir, extinguir ou modificar os direitos da comunidade Zoró sobre a terra que é seu habitat natural”, escreveu Eunice como avaliadora do impacto do Programa Polonoroeste para os indígenas.
A pavimentação da rodovia entre as capitais de Mato Grosso e de Rondônia foi uma das principais ações do Polonoroeste, criado pelo governo João Figueiredo em 1981, financiado por empréstimos de milhões do Banco Mundial e devastador para os povos indígenas dos dois estados.
Ditadura: grandes obras e violência
Com seus programas de “integração” e grandes obras de infraestrutura, como as rodovias Transamazônica e Cuiabá-Santarém, a ditadura exacerbou a opressão, em todos os níveis, contra os indígenas, deixando um legado de violações nunca reparado.
Na raiz dessa violência, que também se perpetua até hoje, estava o direito à terra, classificado por Eunice como o “mais valioso” para os indígenas. Em um livro de 1985, escrito com a antropóloga Carmen Junqueira, ela lembra que o Estatuto do Índio, de 1973, havia dado cinco anos para a Funai demarcar todas as terras indígenas. O prazo havia se esgotado sem que as áreas demarcadas atingissem um terço do total.
“Parece-me que o problema da terra, no Brasil, hoje, é um problema crucial. Observamos uma verdadeira corrida para o oeste, no sentido da ocupação do território, estimulada, inclusive, pelo próprio governo, no sentido da defesa desses territórios contra eventuais invasores estrangeiros. Enfim, essas coisas que os militares muito enfatizaram”, disse ela durante uma reunião da Comissão Pró-Índio em 1986.
“Acho que o problema da terra, indígena ou não, deveria ser tratado de forma harmoniosa, estabelecendo quais são os direitos indígenas e os outros organismos se adequarem a isto. E não o contrário. A adequação tem sido feita com prejuízo dos direitos das terras indígenas”, afirmou.
No livro O Estado contra o índio, publicado em 1985, Eunice e Carmen se debruçam sobre décadas de documentos estatais para reconstituir todo o tratamento dado, ao longo da história legislativa brasileira, aos indígenas e ao direito deles à terra. Na obra, elas criticam a política indigenista e denunciam as seguidas violações de direitos humanos.
Para as autoras, um dos sintomas da “discriminação racial” e “violação aos direitos humanos” enfrentadas pelos indígenas estava na falta de apuração e solução dos crimes cometidos contra as comunidades. Elas listam, então, 15 assassinatos entre 1975 e 1983 que ficaram “sem solução”. Entre eles o do líder guarani Marçal de Souza, que chegou a participar de reunião da Comissão Pró-Índio e foi morto por pistoleiros em Campestre, em Antônio João, no Mato Grosso do Sul.
Em um desses prolongamentos da história, até hoje fazendeiros disputam áreas indígenas no estado, em um conflito fundiário violento que, há anos, deixa mortos e feridos. Recentemente, em setembro, também em Antônio João, o jovem Neri Guarani Kaiowá foi morto a tiros durante uma ação da Polícia Militar contra a retomada dos indígenas em uma fazenda, segundo informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
O caminho para a Constituição de 1988
Para Manuela Carneiro da Cunha, o trabalho realizado pela Comissão Pró-Índio deixou um “enorme legado” para a pesquisa acadêmica e para a formulação jurídica dos artigos da Constituição de 1988
“Essas pessoas que tomaram o front nesse período [da ditadura] tinham que tirar leite de pedra para conseguir fazer a defesa dos povos indígenas com os instrumentos precários que existiam”, afirma Santilli.
Para Manuela Carneiro da Cunha, esse trabalho realizado pela Comissão Pró-Índio deixou um “enorme legado” para a pesquisa acadêmica e para a formulação jurídica dos artigos da Constituição de 1988 – como o revolucionário texto do artigo 231, que sacramentou o conceito de “direito originário”, recuperado pelo trabalho do grupo.
Os advogados que atuavam na Comissão Pró-Índio foram importantes também em uma das grandes batalhas da Constituinte: o debate sobre mineração em terras indígenas. Segundo Ailton Krenak, advogados como Eunice, Dalmo Dallari e Carlos Marés aconselharam as lideranças envolvidas nas discussões a impedir a autorização ao garimpo no texto constitucional.
Eunice já conhecia o problema por sua atuação como advogada da Comissão pela Criação do Parque Yanomami (CCPY), área invadida por milhares de garimpeiros no final da década de 1980, estimulados pelas seguidas investidas do governo e de parlamentares para autorizar a exploração de cassiterita na região. O chamado “ouro negro”, usado na fabricação de vidros e de latas e, atualmente, até de telas de celulares, ainda hoje é extraído ilegalmente da Terra Indígena Yanomami.
Além de preparar o caldo jurídico para a Constituinte, a Comissão Pró-Índio de São Paulo também teve um papel relevante ao reunir líderes indígenas que se tornaram referências para o movimento indígena, como o próprio Krenak, Raoni, Marcos Terena, Álvaro Tukano, entre outros.
“Eles foram apoiadores importantes ao promover esses encontros das lideranças que construiriam as propostas para os nossos direitos na Constituinte, a presença indígena dentro dos espaços democráticos do país”, diz Daiara Tukano, filha de Álvaro. Na história pessoal da família da artista, Eunice é lembrada também por ter assinado um parecer para que o cartório de Pinheiros, em São Paulo, aceitasse registrar Daiara como Daiara Hori, em uma época em que nomes indígenas não eram aceitos.
A representação indígena era uma das preocupações da advogada, que já em 1985 apontava como “defeito grave” na concepção da Funai a ausência de indígenas nos quadros do órgão.
Quase 40 anos depois, ela provavelmente ficaria satisfeita em ver Joenia Wapichana na presidência do órgão. Além de um movimento indígena fortalecido, representado juridicamente por suas próprias organizações, como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). “Tem agora um movimento indígena tanto de mulheres quanto de homens que é nacional, e isso é de extrema importância”, afirma Manuela Carneiro da Cunha.
“Lembrar da Eunice também é agradecer e celebrar o trabalho de todos aqueles que foram nossos parceiros e continuam de pé do nosso lado”, diz Daiara. “Eu fiquei muito tocada que ela resolveu virar advogada para construir justiça em um momento em que a maior parte da nossa população não tinha condições para isso. Hoje nós temos nossos advogados, nossos professores, nossos doutores, mas precisamos que todos conheçam essa parte da história, que é uma história coletiva, a história de um país.”
Maíra Pankararu faz coro: “A memória dessas violências não é uma memória só dos povos que as sofreram. É uma memória da sociedade brasileira, que precisa entender o que foi a ditadura para os povos indígenas, para daí entender o que de fato foi a ditadura como um todo”.
Depay no Corinthians, Payet no Vasco e Braithwaite no Grêmio; antes, Suárez no tricolor gaúcho e James Rodríguez no São Paulo. O futebol brasileiro está pagando salários que estão atraindo jogadores que antes não viam o país como uma alternativa para trabalhar. Levantamento inédito do Bolavip Brasil decidiu mensurar o fenômeno e descobriu: nos últimos cinco anos, o valor médio de salário pago aos jogadores que disputam a Série A aumentou em média 13,5% por temporada, crescimento que supera a evolução nos vencimentos nas cinco maiores ligas nacionais europeias.
Para chegar à conclusão, foram apurados todos os salários anuais dos clubes integrantes das divisões de elite do Brasil, da Inglaterra, da Alemanha, da Espanha, da Itália e da França, no período entre 2020 e 2024. Os números coletados do site especializado Capology foram divididos pela quantidade de atletas com jogos disputados nas respectivas ligas, em cada temporada considerada no levantamento.
Brasileirão cresce enquanto Espanha e Itália encolhem
O ritmo de crescimento nos salários pagos no Brasileirão impressiona. Com taxas médias de 13,5% por temporada há cinco anos, a primeira divisão nacional saltou de um salário anual médio de 388 mil euros em 2020 para 669 mil euros em 2024 – quase o dobro.
Na Espanha, o fenômeno é totalmente oposto. Há cinco anos os salários na La Liga diminuem em uma média de 3,1% por temporada. Foi a maior redução identificada no levantamento. Não foi à toa que jogadores como Depay e Braithwaite, que estavam atuando na competição espanhola, optaram por migrar para o Brasil, onde encontraram bons salários disponíveis.
Na Itália, também houve redução: em média 2,1% por temporada. O maior reflexo disso foi o encurtamento da distância entre o salário médio do jogador no Campeonato Italiano e no Brasileirão: em 2020, o salário médio na Itália era 401% maior, agora é 167%.
Brasileirão cresce mais do que ligas de Inglaterra e Alemanha
Apesar de a Premier League ter se consolidado nos últimos anos como a liga nacional mais rica do mundo, com praticamente todos os times sendo capazes de oferecer os melhores salários da Europa, o crescimento que promoveu esse status foi bem inferior ao que o futebol brasileiro tem vivenciado no período.
Na Inglaterra, os vencimentos aumentaram em média 4,6% por temporada. Na França, o crescimento foi bem parecido, em média 4,4%. Na Alemanha, também houve crescimento: 2,6%. No caso dos três países, apesar de também terem crescido, como o crescimento foi em ritmo inferior ao brasileiro, o saldo é que a diferença salarial do futebol brasileiro em comparação a esses países também diminuiu.
Salários do Brasileirão em comparação aos de outros 11 países
Em 2024, os times do Campeonato Brasileiro pagaram em média o sétimo maior salário, numa comparação com 12 países diferentes. Ficou atrás dos salários pagos nas cinco principais ligas europeias e mais a Turquia, mas já apareceu à frente dos times de ligas da Europa, como a portuguesa, a holandesa e a belga. É também a liga que mais paga nas Américas, superando os salários pagos no México e nos Estados Unidos.
Ranking dos salários médios pagos por clube em 2024:
Fernanda Torres venceu o prêmio de melhor atriz de drama no Globo de Ouro 2025, no noite deste domingo (5), e se consagra como a primeira atriz brasileira a levar a estatueta para casa. Em discurso anterior à premiação, a atriz já havia considerado uma vitória ter sido indicada. Na disputa por melhor atriz em filme de drama, ela concorreu com Nicole Kidman em ‘Babygirl’, Tilda Swinton em ‘O Quarto ao Lado’ e Kate Winslet, ‘Lee’.
No discurso improvisado, após ser anunciada por Viola Davis, ela reconheceu o bom trabalho de outras atrizes – em destaque sua mãe, Fernanda Montenegro, que concorreu pelo longa ‘Central do Brasil’, a quem dedicou o prêmio e que concorreu há 25 anos. Fez questão de agradecer ao diretor, Walter Salles. “Vocês não têm ideia, isso é uma prova de que a arte permanece viva nas pessoas, mesmo em momentos difíceis, como os que Eunice Paiva viveu”, destacou, citando diretamente o marido, Andrucha Waddington, e o parceiro de filme, Selton Melo.
Fernanda Torres conquistou o prêmio por sua atuação em “Ainda Estou aqui”, produção dirigida por Walter Salles, baseada na autobiografia de Marcelo Rubens Paiva. Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o longa conta a história da luta da esposa do ex-deputado Rubens Paiva após a prisão e assassinato do marido pelos militares durante a ditadura. No filme, a personagem Eunice Paiva, interpretada por Torres, é mãe de cinco filhos e se vê obrigada a assumir a família após sofrerem um ato violento e arbitrário por parte da ditadura militar, que rapta e assassina seu marido, Rubens Paiva, interpretado por Selton.
Quem acompanha a cena política local, há muito já sabia que o ano de 2025 começaria sob o signo da sucessão estadual, uma vez que o governador Helder está em seu segundo mandato, e sendo favas contadas que deixa a chefia do Executivo no início de abril de 2026 para, no mínimo, concorrer a uma cadeira no Senado Federal, com chances até mesmo de um salto além-estado, que convém levar a sério, a despeito dos obstáculos adicionais que um político nortista precisa enfrentar e superar para se afirmar na política nacional. Desde que foi anunciada pelo governador como a sua escolhida à sucessão, nas eleições de 2026, a vice-governadora Hana Ghassan Tuma vem enfrentando desconfianças e resistências, ora sussurradas ao pé-do-ouvido, ora compartilhadas cautelosamente nas mais diversas bolhas, desde políticos dos mais diversos espectros a jornalistas. As desconfianças e as resistências se sustentam em argumentos que a história já desmoralizou diversas vezes que, resumidamente, dizem:
Hana não é do ramo;
Hana é uma técnica;
Hana não aguenta pressão;
Hana não tem traquejo político.
Para além de frágil e pueril, essa linha argumentativa não tem base na realidade, porque revela desconhecimento a respeito da personagem Hana, e, pior, expressa uma escancarada misoginia que precisa ser denunciada e banida da vida social e política. Não é porque não é do ramo, ou porque é técnica, ou porque não aguenta pressão ou, ainda, porque não tem traquejo político. É porque é mulher e, como tal, porque está no lugar que não é o “seu” lugar. Na política, especialmente na política, mulher tem que “matar vários leões por dia” para provar que é capaz, que aguenta pressão, e que tem traquejo (seja lá o que signifique esse tal “traquejo”). Ao contrário da interpretação do prestigiado e experiente jornalista Carlos Mendes, editor-chefe do prestigiado Ver-o-Fato, o chamamento de Hana para comandar novamente a Seplad, uma pasta estratégica e de elevadas complexidade e responsabilidade, não a desfavorece ou fragiliza o seu nome para a disputa ao governo, em outubro de 2026. Antes e acima disso, revela a reconhecida capacidade técnico-política de Hana, que se firmou como um valioso ativo do grupo que comanda a política no Estado. A vice-governadora Hana, que já coordena os preparativos da COP 30, que acontece este ano em Belém, agora também passa a comandar a Seplad, pasta que já comandou com grande êxito no primeiro mandato de Helder. Na minha modesta opinião, isso demonstra força e prestígio, em vez de fraqueza e desprestígio.
Ah, mas os problemas são tantos, que o desgaste é inevitável! Na atividade política, desgastes, pressões e problemas são inevitáveis. Sobrevive na política, quem passa por tudo isso. É claro que Hana passa, não por uma, mas por várias “provas de fogo”, mas, na minha modesta opinião de observador atento da cena política, Hana tem se saído muito bem, a ponto de estar mais forte e em notável preparação para o eventual embate eleitoral. Há de se reconhecer que o seu padrinho e tutor político tem conduzido com maestria esse processo de preparação, cuja primeira fase (a primeira metade do atual mandato: 2023 e 2024) teve como pedra de toque posicionar Hana no tabuleiro político e apresentá-la ao jogo, tornando-a conhecida nos 144 municípios. Essa primeira fase foi concluída com grande êxito, a ponto de o nome de Hana estar muito bem posicionado nas primeiras sondagens eleitorais de 2026, mesmo jamais tendo sido candidata a qualquer cargo eletivo. Aliás, Hana aparece melhor posicionada que o atual prefeito de Belém, no ano anterior às eleições municipais. Nada do que disse é garantia de que a candidatura de Hana em 2026 é incólume aos ventos da política. Por outro lado, qualquer opinião, na atual quadra histórica, que coloque em dúvida a consistência da candidatura de Hana, é uma mistura de especulação com desejo. Hana, de fato, tem muitos desafios pela frente, mas o maior de todos os seus desafios é o de superar o machismo que a trata com desdém e preconceito.
Como ocorreu no ano passado, o Remo investe pesado no marketing em torno da estreia do time no Campeonato Paraense. Desde a quinta-feira, 2, foi aberta a venda de ingressos para o primeiro compromisso dos azulinos no Estadual, contra o São Francisco, no dia 18, às 18h, no estádio Jornalista Edgar Proença (Mangueirão), em Belém. O torcedor pode adquirir os ingressos nos valores de R$ 50,00 (arquibancadas) e R$ 100,00 (cadeiras). As entradas já estão à venda nas lojas Rei da Amazônia, Lojas do Remo e através da internet.
A partida contra o São Francisco pelo Campeonato Paraense será a partida inaugural do Leão na temporada, e a estimativa de público é de 40 mil espectadores – no ano passado, o time que era treinado por Ricardo Catalá atraiu mais de 35 mil torcedores ao Mangueirão. Os principais reforços anunciados até agora, Pedro Rocha e Felipe Vizeu, devem fazer suas estreias diante do Fenômeno Azul.
Além do Parazão, o Remo irá disputar em 2025 a Copa Verde, a Copa do Brasil e a Série B do Campeonato Brasileiro. O time azulino já anunciou 11 contratações para este início de ano.
“Little Queenie”(Pequena Rainha), clássico de Chuck Berry, personifica uma espécie de ritual pulsante da rebeldia juvenil dos anos 50. A letra trata da emoção e da ansiedade de um jovem ao se deparar com uma garota atraente, descrita como deslumbrante – “lookin’ like amodel on the cover of a magazine”(ela se parece com uma modelo na capa de uma revista).
Neste registro ao vivo de 1997, em Chicago (EUA), ainda com Charlie Watts em cena, os Stones reverenciam Berry e atestam que a energia juvenil da canção é atemporal. Fãs de Berry, Jagger e Richards gravaram um instigante cover da canção no início da carreira da banda. Além dos Stones, outros artistas de diferentes gênero regravaram “Little Queenie” ao longo do tempo.
Em termos rítmicos, “Little Queenie” é um rockão típico de Chuck Berry, com a pegada forte e dançante de sempre. A provocante repetição do refrão “Go, go, go, little queenie” reforça a urgência e a excitação do momento, incentivando a garota a aproveitar a dança.
Com o estilo cru de cantar e tocar, Chuck Berry, um dos pais do rock’n’roll, consegue capturar brilhantemente a essência contagiante da adolescência, fazendo de “Little Queenie” uma ode à juventude e à alegria de viver, pedras fundamentais do rock.
Trecho inicial da letra:
Eu tenho nódulos na garganta Quando eu a vi vindo até o altar Eu tenho o agito em meus joelhos Quando ela olhou para mim e sorriu docemente Bem, lá está ela novamente Suplente pela máquina de música Bem, ela se parece com uma modelo Na capa de uma revista Mas ela é muito bonita Para ter um pouco mais que dezessete anos
O Paysandu assinou com outro jogador estrangeiro para a temporada 2025. Desta vez, o clube anunciou o volante equatoriano Joseph Espinoza, de 24 anos. O volante será integrado ao elenco nos próximos dias, depois de cumprir o protocolo de exames e avaliações. Formado nas categorias de base da LDU, sagrou-se campeão equatoriano e da Supercopa do Equador. O novo atleta bicolor passou também por outro grande clube de seu país natal, o Emelec.
Antes de assinar com o PSC, Espinoza estava no Macará, onde disputou 42 jogos nas últimas duas temporadas. Será sua primeira experiência fora do seu país. Em 2017, o volante defendeu a seleção equatoriana na disputa do Campeonato Sul-Americano da categoria sub-17.
O PSC confirmou também a contratação do zagueiro Valdo, de 32 anos. Cria do Confiança, onde conquistou o título estadual sergipano, Valdo chamou a atenção do Ceará, onde atuou por 118 jogos, marcou cinco gols, conquistou o acesso à elite nacional e o bicampeonato cearense. Após a passagem pelo Ceará, o zagueiro foi para o futebol japonês, onde defendeu o Shimizu S-Pulse e o V-Varen Nagasakionde.
Agora o Papão tem 26 atletas no elenco, entre remanescentes, novatos e oriundos das divisões de base. Desses 26, cinco são estrangeiros: Quintana, Pedro Delvalle, Matías Cavalleri, Borasi e Espinoza.