Aos 92 anos, morre Léo Batista, ícone e “voz marcante” do jornalismo esportivo brasileiro

Lenda do jornalismo esportivo brasileiro, Léo Batista morreu, neste domingo (19), aos 92 anos. Ele estava internado no Hospital Rios D’Or, no Rio de Janeiro para tratar um tumor. Um boletim médico divulgado na sexta-feira (17) informou que o jornalista havia dado entrado no hospital, localizado no Rio de Janeiro, “após apresentar um quadro de desidratação abdominal”. Exames realizados diagnosticaram um tumor no pâncreas, que necessitava de cuidados intensivos e tratamento médico especializado.

Natural de Cordeirópolis, no interior de São Paulo, João Batista Belinaso Neto, o Léo Batista, nasceu em 22 de julho de 1932. Durante mais de 50 anos trabalhou na TV Globo. Botafoguense, ele se tornou “a voz marcante” do esporte da emissora com coberturas de Copas do Mundo, Olimpíadas, entre outras coberturas esportivas.

Léo foi responsável por noticiar fatos importantes como a morte do então presidente Getúlio Vargas, em 1954; o assassinato do presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, em 1963; e a morte de ídolos do esporte, como o piloto brasileiro Ayrton Senna.

“Eu estava de plantão naquele fatídico dia 1º de maio. Na hora do acidente todo o mundo ficou chocado, rezou, torceu, segurando aquele choro engasgado. Eu vestia uma camisa laranja e achei que não cabia entrar no ar com uma cor tão alegre. Lembrei que o Senna havia me dado uma coleção de camisas tipo polo com a grife dele. Quando fui até o armário pegar uma, era justamente a preta que estava lá”, afirmou o narrador em entrevista.

Entre as vivências históricas de sua carreira, o “Seu Leo” como ficou carinhosamente conhecido, esteve presente na primeira transmissão interestadual da televisão brasileira. A partida foi um Brasil e Itália, em 1956, no Maracanã.

No ano de 2024 foi homenageado pela Globo, emissora da qual era contratado, e se tornou uma série “Léo Batista, a Voz Marcante”. Sua última aparição ao público aconteceu em 26 de dezembro do ano passado, durante uma reportagem sobre a relação do beisebol com os Jogos Olímpicos. ”

A informação da morte do ícone do jornalismo esportivo brasileiro foi confirmada pelo Grupo Globo. “Léo Batista trabalhou com o que gostava até praticamente os últimos dias de sua vida”, disse a nota da empresa. Por meio de nota, o Hospital Rio D’Or lamentou a morte do jornalista e se solidarizou com familiares, amigos e fãs. O narrador deixa duas filhas, Monica e Cláudia Belinaso.

O velório do locutor esportivo está previsto para acontecer na segunda-feira (20), das 14h às 16h30. A cerimônia aberta ao público acontecerá no Ginásio Oscar Zelaya, em General Severiano, sede social do Botafogo, clube que Léo tanto amou.

A PERDA TRAUMÁTICA DA ESPOSA

Há três anos, Léo perdeu a esposa, vítima de um acidente doméstico. Leyla caiu na piscina da casa da família e se afogou. Léo foi quem a encontrou boiando. Ele mergulhou na intenção de salvá-la, mas logo percebeu que ela já estava sem vida. A causa da morte foi atribuída a uma parada cardíaca, embora a ocorrência tenha sido registrada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro.

“O apresentador informou que sua esposa estava à beira da piscina enquanto ele estava no interior da residência. Ao sair para verificar se sua esposa estava bem, deparou-se com ela dentro da piscina”, disse um trecho do documento.

O Botafogo publicou uma mensagem lembrando o ano de 2024, com as conquistas dos títulos do Brasileirão e da Libertadores, afirmando que Léo Batista anunciou “O Tempo de Botafogo”, lema que embalou o ano passado alvinegro. 

“Léo Batista anunciou o Tempo de Botafogo e viu o nosso Glorioso protagonizar um ano histórico antes de sua despedida. Do primeiro jogo do #MaiorDeTodosOsTempos até a #GlóriaEterna, meu escolhido viveu e transmitiu o BOTAFOGO de forma única. 🖤🤍 #BFR”.

(Com informações do G1, O Globo, CNN e Metrópoles)

Torcidas aplaudem estreias

POR GERSON NOGUEIRA

Foram estreias que encheram os olhos das torcidas pela quantidade de gols marcados. Se havia dúvida quanto ao caráter particular da disputa entre os rivais no Parazão deste ano, agora não há mais discussão: Leão e Papão farão um campeonato à parte, brigando jogo a jogo pela hegemonia estadual. Contra adversários frágeis, ambos aproveitaram para golear.

A torcida saiu do Mangueirão no sábado festejando a boa atuação diante do São Francisco e a excelente produção ofensiva, que resultou na goleada de 5 a 0. O placar reflete bem o que se viu em campo. O Remo foi ofensivo desde os primeiros minutos, dominou completamente o adversário e criou várias oportunidades para marcar.

Quando Ytalo fez 1 a 0, aos 21 minutos, o Remo tinha desperdiçado duas grandes oportunidades, com Maxwel e com o próprio Ytalo. Mais que isso: as triangulações rápidas entre Dodô, Maxwel e Ytalo empolgavam o torcedor e confundiam a marcação.

Ainda no primeiro tempo, o placar chegaria a 3 a 0. Aos 34’, Ytalo deu um passe de calcanhar para Kadu se projetar na área. O garoto, que impressionava pela desenvoltura e os avanços pela direita, não foi fominha. Recebeu a bola e cruzou para Dodô, melhor colocado, bater para o gol.

Aos 42’, Dodô cobrou falta à meia-altura e Maxwel desviou de cabeça, enganando toda a defesa e o goleiro Jonathan, do São Francisco. Um primeiro tempo praticamente perfeito, que arrancou aplausos dos 26 mil espectadores no Mangueirão.

Logo a 1’ do 2º tempo, o Remo chegou ao quarto gol. Dodô foi acionado pela direita, tentou um chute cruzado, mas a bola foi rebatida pela zaga. Ele então mandou um balãozinho que encobriu o goleiro Jonathan.

O Remo, a partir daí, passou a controlar a partida com troca de passes e tentativas isoladas pelos lados, com Kadu e Sávio. O técnico Rodrigo Santana aproveitou a vantagem no placar para lançar Pedro Rocha e Felipe Vizeu.

De início, os reforços mais badalados da temporada não conseguiram encaixar boas jogadas, mas Vizeu tentou duas finalizações. Até que, aos 47’, um cruzamento na área provocou um rebote e a bola chegou ao centroavante, que deu um salto acrobático para desviar em direção às redes. O gol inicialmente foi anulado, mas depois validado pelo VAR.

Uma atuação bem convincente e ofensivamente forte, que deixou os torcedores entusiasmados. Na entrevista pós-jogo, Rodrigo Santana tratou de baixar a bola, lembrando que é apenas o início da caminhada. E é assim que, de fato, a goleada deve ser encarada.

Na Curuzu, ontem, o Paysandu foi mais econômico em gols e permitiu que o adversário criasse problemas no início. Apesar disso, a vitória de 4 a 1 repercutiu bem entre os torcedores. Há a compreensão de que a estreia no campeonato é normalmente sujeita a erros e desajustes.

As mudanças operadas na equipe em relação ao jogo contra a Tuna pela Supercopa também pesaram na forma de atuar. Márcio Fernandes lançou Rossi desde o início. O atacante, principal contratação do clube, não decepcionou. Movimentou-se e arriscou duas finalizações. 

O gol de abertura foi de Quintana, aproveitando rebote na área de Capitão Poço, após falta cobrada por Bryan. De maneira surpreendente, o visitante foi em busca do empate, e conseguiu. Rodrigo puxou um contra-ataque e encobriu o goleiro Matheus Nogueira. Um golaço.

A falha de cobertura da zaga no lance deixou claro que é necessário reforçar os cuidados para o decorrer da competição. Ainda no 1º tempo, Bryan desempatou, cobrando penalidade confirmada pelo VAR.

Na etapa final, o jogo teve apenas um nome: Nicolas. O camisa 11, que não tinha aparecido ainda na partida, fechou o caixão de Capitão Poço com dois gols de cabeça. Em ambos, mais do que cochilos da zaga, ficou em destaque a boa fase do atacante, que não deixou passar as oportunidades.

Os 8 mil torcedores presentes – público abaixo do esperado – aplaudiram os jogadores na saída, indicando que a estreia foi satisfatória e bem recebida, apesar do susto inicial. Bryan foi o melhor em campo. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

Lusa, Galo e Águia fazem boa arrancada

Os vencedores da rodada entre os clubes interioranos foram o Independente e o Águia. A Tuna passou pelo Bragantino, no Souza. A estreia mais vistosa foi do Galo, que derrotou o Santa Rosa por 3 a 1, em Nova Ipixuna. Na próxima rodada, recebe a Tuna, em Tucuruí. O primeiro gol foi de Waldir, logo aos 4 minutos.

Aos 17’, após uma troca de passes na área, Alexandro Melo fez o segundo do Independente. O Santa Rosa diminuiu com Diego Macedo, mas Erick aproveitou uma bola na área e liquidou a fatura.

Outro que foi muito bem nesse giro de abertura foi o Águia. No Parque do Bacurau, o time marabaense arrancou uma vitória de 1 a 0, mais importante ainda pela ordem de jogos nesta fase inicial da competição. Nas próximas rodadas, o Águia receberá PSC e Remo, no Zinho Oliveira.  

A Lusa fez o dever de casa, superando o Bragantino por 2 a 1, no estádio do Souza. Os dois gols logo no primeiro tempo tornaram a partida mais tranquila para os cruzmaltinos. Aos 18 minutos, Wander marcou com um belo chute de fora da área. No fim do 1º tempo, Jayme foi lançado na área por Gabriel Furtado e estufou as redes.

O Tubarão ainda descontou com João Victor, mas já era tarde para uma tentativa de reação.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 20)

A frase do dia

“A fake news do PIX tem a mesma esperteza e o mesmo texto de Fernando Collor na campanha eleitoral de 1989 contra o próprio Lula. Collor dizia, do mesmo jeito de Nikolas, que poderia haver confisco da poupança, na malandragem. Quando assumiu, Collor confiscou. A direita nunca muda!”.

Xico Sá, jornalista e escritor

Erika Hilton sofre ameaças após vídeo contra fake news de Nikolas Ferreira

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-RJ) sofreu ameaças de morte nas redes sociais após publicação de vídeo desmentindo notícias falsas sobre taxação do Pix, neste sábado (18). Segundo informações da assessoria, a equipe de segurança da deputada registrou e reuniu todas as mensagens e informações dos perfis.

Os advogados de Erika protocolaram, neste domingo (19), um pedido de abertura de inquérito na Polícia Federal para identificar os autores dos crimes. Em menos de 12 horas no ar, o vídeo já somava mais de 80 milhões de visualizações. Desde então, a deputada passou a receber ameaças e ataques transfóbicos de perfis ligados à extrema direita.

No vídeo de cinco minutos, a parlamentar explica que a intenção do governo ao estabelecer o monitoramento de transações via Pix era coibir sonegação. Erika também afirma que grupos de direita manipularam a população para proteger os próprios interesses.

“Eles que luxam enquanto o povo trabalha de verdade, agora se apresentam diante das pessoas com uma mentira, se colocando com defensores do povo. É preciso se informar e é preciso não cair nessa onda de ataque e de mentira. Enquanto eles compram mansões com dinheiro vivo. Enquanto eles defendem que seus amigos empresários, bilionários não pague nem um tipo de impostos”, diz trecho do vídeo.   


Alguns usuários chegaram a incitar que ela fosse fuzilada ou que pistoleiros deveriam ser “contratados para ficar em sua cola”.  Outro post sugeriu que o “Projeto Ronnie Lessa 2.0 teria que entrar em ação”, fazendo menção ao assassino da vereadora Marielle Franco. As ameaças também foram estendidas ao presidente Lula. (Do Congresso em Foco)

Papão supera susto inicial e goleia o Capitão Poço na Curuzu

O PSC estreou em grande estilo no Campeonato Paraense, goleando o debutante Capitão Poço por 4 a 1, na Curuzu. O jogo teve um início movimentado, com investidas do Papão e duas pontadas perigosas do time visitante. Depois de muito insistir, o Papão abriu o placar em lance de cruzamento na área, bem aproveitado pelo zagueiro Quintana, aos 25 minutos. O confronto parecia inteiramente controlado pelos bicolores, mas o visitante surpreendeu. Rodrigo chutou por cobertura e marcou um bonito gol, empatando a partida.

Um pênalti confirmado pelo VAR garantiu o desempate do Papão ainda no primeiro tempo. Bryan Borges cobrou e converteu. Na segunda etapa, vencido pelo cansaço e pelo volume de jogo dos bicolores, Capitão Poço não esboçou reação. Logo aos 8 minutos, Nicolas, livre na área, desviou de cabeça para ampliar o marcador.

O próprio Nicolas assinalou o quarto gol, novamente de cabeça, aos 39 minutos, para delírio da torcida Fiel na Curuzu. A partida marcou a estreia do atacante Rossi, principal reforço do Papão para a temporada. Ainda longe do melhor condicionamento, o jogador teve duas oportunidades. Na primeira, chutou para boa defesa do goleiro; depois, finalizou para fora após receber passe de Nicolas.

Na próxima rodada, o Paysandu enfrenta o Águia volta a campo no sábado (25), no estádio Zinho Oliveira. O Capitão Poço recebe o Cametá, no estádio Rufinão.

O jogo na Curuzu teve 6.664 pagantes (8.770, público total), com renda de R$ 189.205,00.

PSC – Matheus Nogueira; Bryan Borges, Quintana, Luan Freitas e Kevyn; Leandro Vilela (Juninho), Matheus Vargas (Espinoza) e Pedro Del Valle (Giovanni); Rossi (Matías Cavalleri), Borasi (Marcelinho) e Nicolas. Técnico: Márcio Fernandes

CAPITÃO POÇO – Guioti; Bruno, Sandro, Hyago e Alysson; Samuel, Rodolfo (Rui), Thiago e Alexandre (Caeté); Rodrigo e Leo Pará (Renan). Técnico: Rogerinho Gameleira

Leão goleia e empolga galera

POR GERSON NOGUEIRA

A vibração dos 26 mil torcedores presentes ao Mangueirão, na tarde deste sábado (18), contagiou o novo time do Remo, que construiu uma vitória tranquila, elástica e convincente sobre o São Francisco, na abertura oficial do Campeonato Paraense de 2025. O placar de 5 a 0 foi muito comemorado pelos torcedores, satisfeitos com a atuação da equipe em sua primeira apresentação na temporada.

O primeiro gol foi marcado por Ytalo, aos 21 minutos de jogo, após um cabeceio de Kadu para a pequena área do São Francisco. O Remo era superior em campo e já tinha desperdiçado duas grandes oportunidades, uma com Maxuel e outra com Ytalo, que disparou um chute no poste esquerdo de Jonathan. As duas jogadas nasceram dos pés do ala Kadu, destaque da equipe no primeiro tempo.

O segundo gol veio aos 34′, com participação importante de Kadu, que recebeu passe de calcanhar de Ytalo e cruzou para Dodô marcar. Aos 39′, Maxuel acertou um cabeceio junto ao travessão, mas o goleiro Jonathan fez grande defesa e evitou o gol. Três minutos depois, Dodô cobrou falta e Maxuel desviou de cabeça, marcando o terceiro gol remista.

Logo a 1 minuto do segundo tempo, Dodô foi lançado pela direita e marcou o gol mais bonito da noite. Deu um toque certeiro para encobrir Jonathan, para delírio da galera remista no Mangueirão. O jogo ficou mais cadenciado, com o Remo procurando administrar a vantagem sem dar oportunidades ao São Francisco. Aos 25′, Ytalo e Maxuel foram substituídos por Felipe Vizeu e Pedro Rocha, reforços mais aguardados pela torcida.

Ainda assim, aos 30′, o meia Emerson disparou um chute cruzado e acertou o travessão de Marcelo Rangel. Depois do susto, Rodrigo Santana promoveu a entrada de Adailton, Pedro Castro e Marcelinho, substituindo Dodô, Pavani e Kadu. Aos 47′ saiu o último gol da partida, em bola rebatida na área do São Francisco, Felipe Vizeu girou e desviou para o fundo das redes. O gol foi anulado pelo bandeirinha, mas o árbitro Olivaldo Moraes validou o lance após revisão no VAR.

O público total foi de 26 mil, com mais de 22 mil pagantes. A renda chegou a R$ 993 mil. Durante a partida, centenas de torcedores tiveram que forçar entrada para o bloco B de arquibancadas, gerando tumulto e muita revolta. A organização, sob responsabilidade do Remo, não providenciou o acesso, mesmo com a previsão de um público acima de 20 mil pagantes. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

Artilheiro inicia luta para voltar a ser ídolo

Nicolas começou a temporada em grande estilo. Marcou duas vezes contra a Tuna na decisão da Supercopa Grão-Pará. Dois gols bonitos e decisivos. Resgatou a confiança e fez as pazes com a torcida, que andava desconfiada com ele pela pífia participação na Série B.

A pobreza de gols no Brasileiro destoou da excelente performance do camisa 11 no Parazão e na Copa Verde. Por sorte, a temporada apresenta logo de cara adversários menos credenciados, como o estreante Capitão Poço, adversário do PSC neste domingo (18h), na Curuzu.  

A diferença técnica entre os times é evidente, o investimento também é desproporcional. O PSC tem hoje uma folha salarial superior a R$ 1,5 milhão, pelo menos 12 vezes maior que a do Capitão Poço.

O maior obstáculo no caminho do PSC é o próprio PSC, na medida em que o time ainda precisa de entrosamento. A chegada de novos jogadores – 11 contratados nas últimas semanas – modifica a maneira de atuar da equipe.

Para este domingo, além da batalha pessoal de Nicolas pela plena reabilitação, a torcida terá a chance de conhecer o grande reforço da temporada: Rossi, atacante paraense que disputou a Série A 2024 pelo Vasco. Candidato a ídolo da Fiel, o atacante deve ser lançado na segunda etapa.   

Fogão vende herói da Libertadores a preço de banana

Todo dia saem de casa um otário e um esperto. Caso se encontrem, sai negócio. O velho chiste tem sido repetido nos últimos dias por boa parte da torcida do Botafogo a propósito da inesperada transferência do atacante Júnior Santos, herói da conquista da Libertadores, para o Atlético-MG.

O negócio gira em torno de 8 milhões de dólares (cerca de R$ 48 milhões). O que mais incomodou os botafoguenses foi a venda parcelada por três anos. Um negócio de pai para filho, sujeito a risco tremendo, visto que o Galo não é conhecido no mercado como bom pagador.

Em resumo: além da queda, o coice. O torcedor, aborrecido com a perda de um atacante que se destacou em 2024 como artilheiro do time na Libertadores, ficou injuriado pelas facilidades concedidas pelo Botafogo, como se quisesse se descartar do jogador.

O mote “é tempo de Botafogo” precisa ser urgentemente atualizado para “é tempo de SAF”.

Bola na Torre

Giuseppe Tommaso apresenta o programa, a partir das 23h deste domingo (19) na RBATV, com a participação de Liane Coelho e deste escriba de Baião. Em pauta, a rodada de abertura do Campeonato Paraense. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.

Atleta de Salinas se destaca na disputa da S. Silvestre

Como representante do Pará pelo segundo ano consecutivo, a atleta Rosângela Costa Muniz conquistou o 1º lugar na categoria pelotão feminino da tradicional corrida de São Silvestre, realizada no dia 31 de dezembro, em São Paulo. Com apoio do Sesi-PA, Rosângela já havia se destacado na edição de 2023, quando alcançou o 2º lugar na categoria de 35 a 39 anos e o 9º lugar no pelotão geral entre as mulheres.

Nas competições regionais, o desempenho da atleta também é brilhante. Natural de Salinas, Rosângela venceu a Corrida do Sesi nas edições de 2023 e 2024. Como parte da premiação, assegurou o suporte completo de logística para participar da Corrida de São Silvestre.

(Coluna publicada na edição do Bola de sábado/domingo, 18/19)

O “business model” David Lynch

Ele inventou esse cinema indie aí fora – o que é, como previsto, surreal

Por André Forastieri

Owen Gleiberman pontuou seu obituário chapa branquíssima de David Lynch com uma observação surpreendente e até onde sei, original. Crava “Veludo Azul” como marco fundador do cinema “indie” americano, três anos antes de “Sexo, Mentiras e Videotape”.

Ele se refere a esse cinema independente-comercial feito com ambições estéticas & financeiras; bem distribuído, financiado e promovido. O que chamaríamos talvez de “Era Miramax”, não fosse Harvey Weinstein um pilantra.

Também elege o filme como o melhor dos anos 80. Bem, é bobageira isso de melhor filme da década, né?

Mas olhando com a perspectiva de 2025, arrisca ser mesmo o mais influente. Owen tem bom pulso pras pegadas pop e populares. É veteraníssimo das revistas “Entertainment Weekly” e, já faz tempo, da “Variety”. Peço desculpas pela tradução macambúzia, o texto original na íntegra está aqui:

“Veludo Azul”, o filme que ainda considero a maior obra-prima de Lynch, surgiu após “Duna”, emergindo diretamente das profundezas inquietantes de sua imaginação.

É quase impossível descrever como ficou perturbado o público de 1986 com a imagem de Frank Booth, o psicopata que se entorpece com drogas, raiva e fetichismo. Mas o filme era um thriller, um noir romântico que, com poder digno de um Hitchcock pós-moderno, transformou o voyeurismo do herói no do público.

Além de ser o melhor filme dos anos 1980, eu argumentaria que “Blue Velvet” também foi o filme mais importante daquela década, pois lançou a revolução do cinema independente em órbita….

Foi “Blue Velvet” (com um pouco de ajuda de “Gosto de Sangue”) que reinventou o cinema independente como uma versão fragmentada, bota-pra-foder da Velha Hollywood.”

O que me chamou atenção é como ele define o “gênero” indie, se é que podemos chamar assim. Talvez fosse mais correto demarcar como “modelo de negócio”. Continua firme e forte.

Podes conferir nas indicações ao Oscar 2025, “Emilia Perez”, “Anora”, “Conclave”, “Queer” e, obviamente, “A Substância”.

O cinemão corporativo enfrenta seus big desafios, as séries-em-série cheiram cada vez mais a pizzaria algorítmica. Mas esse tal “cinema indie”, como acima descrito, tá voando. Inclusive pelo impacto e facilidades dos streamings.

Owen também acerta bem aqui:

“E você poderia fazer uma afirmação comparável com “Twin Peaks”, na qual Lynch ousou trazer uma visão de “Blue Velvet” para a tela pequena, efetivamente dando início à nova era de ouro da televisão. Foi a série que mostrou o quanto se poderia ousar.”

Não vejo um nem outra desde o século 20. Hora de rever “Veludo Azul”; algumas imagens ainda me assombram, mas o roteiro esvaneceu.

“Twin Peaks” hoje não vai ficar melhor do que em 1990-91. Foi quando assisti, em preciosos VHS enviados via malote da editora Abril por José Emílio Rondeau e Ana Maria Baiana, direto de Los Angeles.

Zé e Ana eram correspondentes da revista “Bizz”, onde eu trabalhava. As fitas, gravadas da TV, continham geralmente dois episódios e incluíam os anúncios. Eram saboreadas em primeiro lugar por José Augusto Lemos, nosso diretor de redação. Dele vinham pra mim e seguiam trocando de mãos.

Em 1992, minha primeira viagem aos EUA, minha mulher e eu fizemos questão de ir a Snoqualmie e região, onde foi filmada parte da série. Fomos em peregrinação ao hotel, cachoeira, floresta. E ao café, comer torta de cereja.

Foi uma experiência saborosa e surpreendente – compartilhar o planeta, e o cinema, com David Lynch.

A final já tem um vencedor

POR GERSON NOGUEIRA

O Estádio Olímpico Jornalista Edgar Proença (Mangueirão) vai sediar, no próximo dia 2 de fevereiro, o jogo de abertura do calendário nacional de futebol. É a decisão da Supercopa Rei entre Botafogo e Flamengo, campeões do Brasileirão e da Copa do Brasil, respectivamente. É a oitava edição da competição. O confronto começa às 16h, após um show da cantora paraense Joelma.

Jogadores do nível de Savarino, Igor Jesus, Gregore e Bastos, pelo Botafogo, e Arrascaeta, Bruno Henrique e Gerson, pelo Flamengo, constituem as grandes atrações do clássico carioca, que deve ser assistido por mais de 55 mil espectadores.

A expectativa dos torcedores de todo o país aumenta a cada dia, principalmente quanto à disponibilização dos ingressos. As vendas devem começar nos próximos dias e nem os preços previsivelmente salgados diminuem o interesse dos paraenses pela partida.

É preciso observar que um dos aspectos que interessa ao torcedor paraense é a oportunidade de exibir mais uma vez a vibração e a alegria de um Mangueirão superlotado. Poucas torcidas no Brasil têm tanta paixão por futebol de qualidade.

Talvez a rivalidade secular entre remistas e bicolores ajude a explicar esse prazer único e às vezes difícil de explicar pelo ato de ir a um estádio ver futebol. A Seleção Brasileira passou pelo Mangueirão nas Eliminatórias Sul-Americanas e sentiu de perto o peso do apoio dos paraenses.

Mesmo que o torcedor mais tradicional, saído das camadas populares, não tenha condições de pagar para assistir a Supercopa Rei, a plateia vai representar muito bem os desportistas paraenses.

O Flamengo tenta o tricampeonato da competição – venceu em 2020 e 2021. O Botafogo, sensação do futebol brasileiro no ano passado, campeão brasileiro e continental, disputa pela primeira vez a Supercopa. Ambos arrastam uma legião de seguidores no Pará.

O São Paulo é o atual campeão. Derrotou o Palmeiras nos pênaltis, na decisão da Supercopa Rei 2024, disputada na Arena Mineirão (BH). Os clubes paulistas dominam a competição com três títulos conquistados: Corinthians (90), Palmeiras (2023) e São Paulo (2024).

Independentemente do resultado do confronto, o grande vencedor já é o Mangueirão, cuja estrutura moderna e imponente volta a ficar em destaque, atraindo os olhares de um país inteiro.  

Leão pode ter Sávio como titular do lado esquerdo

O polivalente Sávio continua bem cotado no Baenão. Depois de chegar no decorrer da Série C e ajudar bastante na campanha do acesso, ele adquiriu o respeito da torcida e a confiança do técnico Rodrigo Santana. Atuou como zagueiro pelo lado esquerdo e, na reta final do Brasileiro, chegou a ocupar a ala esquerda, sempre de forma eficiente.

Com a opção do garoto Edson Cauã para o setor, o técnico deu a entender nos últimos dias que Sávio pode ser o titular, depois de ter ficado de fora de alguns treinos devido a incômodos musculares.

Sávio veio para o Remo, com aval de Rodrigo, após uma boa passagem pelo futebol português. Disputou oito partidas na Série C com um desempenho que lhe assegurou a titularidade – e a renovação para a temporada 2025.

Para o confronto de amanhã contra o São Francisco, no Mangueirão, Sávio pode formar o trio defensivo ao lado de Alvariño (Lucão) e Rafael Castro. Caso Rodrigo prefira, pode também atuar como ala. Nas duas hipóteses, uma certeza: o setor defensivo estará bem guarnecido.

Com vaga na Copa BR, Copa Verde volta a ser atraente

Quando foi anunciado o calendário da temporada pela CBF, todo mundo estranhou que a Copa Verde não tivesse mais direito a classificar o campeão para a terceira fase da Copa do Brasil do ano seguinte. A Copa do Nordeste viveu a mesma situação.

Diante das críticas e cobranças, o presidente da FPF, Ricardo Gluck Paul, fez questão de dizer que a competição vai passar por ampla reformulação, a fim de se tornar mais atraente para o torcedor e para os patrocinadores.

Quando a questão da vaga na Copa do Brasil era mencionada, Ricardo não dava uma opinião definitiva. Era certamente a cautela necessária enquanto a CBF não batia o martelo quanto ao direito dado aos campeões das Copas.

Nesse meio-tempo, a perda da participação automática na Copa do Brasil acabou levando à desistência de clubes como o Atlético-GO, cujo presidente esculachou a competição, desdenhando sua importância. Talvez agora se arrependa do que disse.

A CBF confirmou as vagas para o campeão da Copa Verde e da Copa do Nordeste, exatamente como nas edições passadas, o que recoloca o torneio como opção interessante para o futebol nortista e do Centro-Oeste.

A entidade divulgou anteontem a tabela da 1ª fase, que iniciou ontem. Os classificados irão enfrentar, em jogos únicos, oito equipes previamente classificadas – Paysandu, Remo, Brasiliense, Amazonas, Goiás, Manaus, Aparecidense e Vila Nova – segundo o ranking da CBF. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 17)

A falsa treta dos estrangeiros

POR GERSON NOGUEIRA

O futebol paraense parece ter se acostumado a cultivar polêmicas desnecessárias a cada começo de temporada. A três dias do início oficial do Campeonato Paraense, surge um debate sobre a nova regra de utilização de jogadores estrangeiros na competição. Tudo porque a Federação Paraense de Futebol atualizou o regulamento e aumentou de cinco para nove o número de gringos que podem ser relacionados por partida.

É claro que, à primeira vista, a medida beneficia o PSC, clube que tem seis jogadores estrangeiros no elenco – o último a ser anunciado foi o volante paraguaio Espinoza. Acontece que a atualização se estende a todos os participantes, que podem trazer até nove atletas do exterior.

O Remo, que se iguala em investimentos ao PSC, foi mais contido e econômico quanto à aquisição de estrangeiros. Trouxe até agora o zagueiro argentino Ivan Alvariño, ex-Amazonas. Ontem, porém, já se especulava a contratação do lateral-esquerdo/meia paraguaio Alan Rodriguez.

Antes que a FPF seja acusada de favorecimento a um dos clubes (o PSC), como alegam os clubes reclamantes, cabe observar que a ampliação da cota de gringos seguiu a mudança implementada pelo regulamento da CBF. 

Segundo o presidente do Bragantino, Claudio Vagner, o ponto questionado é que no Congresso Técnico ficou combinado o limite de cinco atletas: “Só vai beneficiar o Paysandu, que é quem tem esse quantitativo de jogadores. Acho que tudo que é acertado antes, não sai caro. Poderiam colocar até 30, mas, como não foi acertado, então deveriam ter consultado os clubes”.

Para tentar barrar a alteração, o Santa Rosa entrou com recurso junto ao Tribunal de Justiça Desportiva, com endosso de Bragantino e Capitão Poço. A treta deve ter vida curta porque o TJD não deve perder tempo com a reclamação. 

O caso quase adquiriu contornos mais espalhafatosos com a suposta participação do Remo no bloco dos insatisfeitos. Ontem mesmo, porém, em contato com a Rádio Clube do Pará, o advogado azulino André Serrão não confirmou esse posicionamento. O clube, segundo ele, está conversando com a FPF e demais clubes a respeito da nova regra.

A não ser que se pretenda criar um cavalo de batalha capaz de agitar o início do campeonato, o caminho natural é aceitar a atualização como um passo natural e inevitável. O fato é que a FPF acatou um pedido do PSC para atualizar o sistema em relação aos estrangeiros, levando em consideração o Regulamento Geral das Competições.

Segundo o diretor jurídico da entidade, André Cavalcante, a decisão de ampliar a utilização de atletas estrangeiros contribui para valorizar e qualificar a parte técnica da competição, que é um dos objetivos da FPF. Cabe agora ao TJD descascar o abacaxi.

Dia do Jogo Limpo e a importância da ética no esporte

Passou quase despercebido, mas merece cada vez mais atenção a celebração do Dia Nacional do Jogo Limpo e de Combate ao Doping nos Esportes, comemorado nesta quarta-feira (15) em Brasília pelo Ministério do Esporte, através da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). A programação contou com palestra da presidente da ABCD, Adriana Taboza, e teve a apresentação do novo mascote da instituição.

Para Adriana, “a prática do esporte em todas as suas dimensões pressupõe a existência de regras e boa conduta. O Jogo Limpo é responsabilidade de todos e precisamos nos apropriar do conhecimento para ajudar atletas e comunidade esportiva a lutar pelo esporte de forma limpa e justa”.

O Dia Nacional do Jogo Limpo é uma oportunidade de reflexão e mobilização em defesa de um esporte mais ético e justo, reforçando a importância de competir com integridade e respeito às regras.

A data foi instituída pela Lei nº 12.638, sancionada em 14 de maio de 2012, e tem o objetivo de conscientizar atletas, comunidade esportiva e público em geral sobre a importância de proteger e praticar o esporte com lealdade e igualdade de condições.

Custo de Depay gera espanto e agrava crise corintiana

Com renda mensal de R$ 3,150 milhões, a partir de um contrato com o Corinthians que lhe garante R$ 82 milhões fixos e livres de impostos, o holandês Memphis Depay ostenta hoje a condição invejável de jogador de futebol mais bem pago da América do Sul e um dos mais caros do planeta. 

Além dos R$ 82 milhões por 26 meses, Depay ainda pode usufruir de renda variável, além de salários, luvas e direitos de imagem.

A notícia causou espanto ainda maior porque o faturamento do atacante pode atingir R$ 116 milhões com variáveis por desempenho e conquista de títulos. Ou seja, o contrato é altamente generoso com o atleta e danoso ao endividado Corinthians, que tem a responsabilidade de quitar as taxas e encargos. Detalhe: todos os valores são cotados em euros.

Até mesmo o valor do patrocínio da empresa Esportes da Sorte, de R$ 57 milhões, fica abaixo dos custos de Depay para o Corinthians. Além dos impostos e variáveis, existe um valor extra de R$ 28 milhões a ser quitado pelo clube.

Para complicar, todo o acerto é amarrado com o Corinthians, pois Depay não aceitou ficar vinculado ao patrocinador. Em caso de atraso ou calote, o clube poderá ser processado junto à Fifa, e punido com “transfer ban”.

A situação envolvendo Depay é um dos pontos que podem acelerar o processo de impeachment do presidente Augusto Melo, pois há o entendimento de que as condições do contrato teriam que ser informadas aos conselheiros, que foram os últimos a saber. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 16)

Bilionário “embaixador de comunicação” da Marinha ataca governo Lula nas redes

Empresário Flávio Augusto, que virou consultor voluntário por decisão do comando da Marinha, se referiu à gestão petista como ‘casa da mãe Joana’, ‘irresponsável’ e que dá ‘desculpas esquizofrênicas’.

Por Paulo Motoryn – Intercept_Brasil

O empresário e influenciador Flávio Augusto da Silva, nomeado em setembro embaixador de comunicação estratégica da Marinha, tem utilizado suas redes sociais para criticar o governo Lula. Desde que assumiu o cargo, em que presta consultoria voluntária aos militares na área de comunicação, o bilionário já fez ao menos dez publicações com ataques à gestão petista, inclusive chamando-a de “casa da mãe Joana”.

As críticas são direcionadas às políticas ou declarações de membros da gestão Lula – todas elas foram feitas após Flávio Augusto assumir o posto na Marinha. Entre os posts do empresário, estão frases como “este governo te empobreceu” e referências ao governo federal com termos como “incompetência” e “decisões esquizofrênicas”.

Das últimas 15 postagens do bilionário em sua conta no X, pelo menos dez fazem críticas diretas ao governo Lula. Em uma delas, em 28 de dezembro, ao comentar um suposto prejuízo das estatais na atual gestão, perguntou: “Virou casa da Mãe Joana ou talvez seja uma grande coincidência?”.

Foto: Reprodução
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Em outro post, no dia 18 de dezembro de 2024, Flávio Augusto afirmou: “É o que eu digo: a incompetência deste governo – que sempre tenta culpar terceiros com desculpas esquizofrênicas – está te empobrecendo através da perda de seu poder de compra”.

Foto: Reprodução
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No período, outros posts foram feitos com mensagens críticas. “O atual governo está brincando com fogo. Ele está sendo irresponsável com sua vida”, escreveu no X, em 20 de dezembro. Por mais de uma vez, repetiu quase como um mantra: “Este governo te empobreceu”.

Foto: Reprodução
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Questionada pelo Intercept sobre as críticas de Flávio Augusto ao governo federal, a Marinha não respondeu. O espaço segue aberto.

Empresário diz ter alocado profissionais dentro da Marinha

Influencer de empreendedorismo com 5 milhões de seguidores no Instagram e quase 1 milhão no X, o antigo Twitter, Flávio Augusto fundou a empresa Wise Up aos 23 anos e já chegou a ser dono do time americano de futebol Orlando City. Em 2022, a revista Forbes apontou que o empresário tinha uma fortuna de R$1,3 bilhão

A nomeação de Flávio Augusto para a função na Marinha, criada para “agraciar personalidades civis” que possam “auxiliar” a instituição, foi anunciada em 17 de setembro de 2024. Dois dias depois, ele foi homenageado em uma cerimônia no “Atlântico”, o maior navio de guerra da América Latina, presidida pelo comandante da instituição, o almirante Marcos Olsen. A nota oficial do evento afirma que a Marinha e o bilionário “possuem valores comuns e compartilham dos mesmos interesses”.

Em um videocast publicado pela Marinha em outubro, também gravado a bordo do navio de guerra, Flávio Augusto afirma que, a partir daquele momento, é “atual integrante da Marinha”. No vídeo, ele fala sobre uma antiga experiência no Colégio Naval, no qual estudou por dois anos na década de 1980, e acabou expulso. “Não tinha a vocação para aquele formato naquele momento. Não tinha clareza”, relembrou.

Durante a entrevista, ele diz que alocou dois profissionais de suas empresas para apoiar suas atividades no cargo de embaixador da comunicação estratégica da Marinha. “Estou trazendo dois profissionais que trabalham comigo há mais de 20 anos, o Leonardo e o Sandro. São pessoas que vão compor minha equipe na missão. Queremos contribuir com a Marinha com as melhores práticas de comunicação”, destacou.

Por meio da Lei de Acesso à Informação, o Intercept Brasil solicitou à Marinha detalhes sobre as atividades dos especialistas mencionados pelo empresário. “Os profissionais citados fazem parte da equipe do empresário Flávio Augusto. Portanto, quaisquer dados relativos aos profissionais devem ser solicitados àquele empresário”, escreveu a instituição na resposta ao pedido, e se recusou a explicar quais atividades Flávio Augusto e os profissionais mencionados por ele se envolveram desde então. O empresário, por sua vez, não respondeu aos contatos da reportagem.

Menos de dois meses depois da nomeação de Flávio Augusto, no dia 1º de dezembro, a comunicação da Marinha esteve no centro de uma polêmica. Naquela data, as redes sociais oficiais da instituição publicaram um vídeo questionando supostos privilégios dos militares. As imagens mostravam os profissionais da instituição em serviço intercaladas com registros de cidadãos civis em momentos de lazer.

O vídeo foi ao ar logo após o governo Lula anunciar o pacote de corte de gastos, que prevê, entre outras medidas, o estabelecimento da idade mínima de 55 anos para a passagem à reserva. Após pressão do Palácio do Planalto, o vídeo foi removido. Circulou na imprensa que o presidente Lula chegou a cogitar a demissão do comandante da Marinha, o almirante Marcos Olsen, mas voltou atrás após reunião em dezembro.

A reportagem questionou a Marinha se houve participação de Flávio Augusto ou de sua equipe na produção e divulgação do conteúdo. “Em relação ao vídeo da Campanha do Dia do Marinheiro, não houve envolvimento da equipe do Flávio Augusto na elaboração do conteúdo”, garantiu a instituição, em nota.

Bilionário já disse que é “legítimo” questionar sistema eleitoral

A oposição ao governo Lula não é novidade na trajetória de Flávio Augusto. Em 2018, em uma reportagem da BBC, ele defendeu que a CLT é uma “legislação arcaica”. “Eu nunca tive carteira assinada, trabalhei quatro anos informalmente e nunca quis ter. Nunca ganhei férias, vale-transporte, vale-refeição. O que eu vendia, eu ganhava, o que não vendia, eu não ganhava. E foi isso que me permitiu crescer. Se eu estivesse vivendo de salário, 13º, eu estaria vivendo um formato que me limitava”, declarou.

Em 2021, Flávio Augusto chegou a defender “auditoria” das eleições – sendo que elas já são auditadas – e o voto impresso. “Qual é o problema de se ter a impressão do voto pra auditoria? Questionar o sistema eleitoral não deve ser um tabu. É legitimo”, escreveu, em sua conta no X.

Ex-ministros assinam manifesto para isolar a extrema-direita no 1º turno de 2026

Ex-ministros, advogados e intelectuais assinaram um manifesto no qual defendem a formação de uma frente para isolar a extrema-direita nas eleições de 2026. A solução, na avaliação do grupo, passa por unificar o campo democrático para restaurar a o campo democrático para restaurar a dignidade da política e preservar os Poderes.

Entre os signatários estão os ex-ministros Tarson Genro (Educação e Justiça), Aloysio Nunes (Justiça), José Eduardo Cardozo (Justiça), Renato Janine Ribeiro (Educação) e e Miguel Rosseto (Desenvolvimento Agrário). O ex-governador do Distrito Federal Cristóvam Buarque também endossou a redação.

Até esta terça-feira 14, o manifesto contava com 70 assinaturas.

O grupo defende estabelecer uma comunicação entre as “múltiplas visões democráticas” para buscar pontos de unidade no primeiro ou, “alternativamente”, no segundo turno de 2026.

Segundo o manifesto, essas frentes, com suas especificidades regionais, devem se pautar por objetivos como bloquear a influência no Congresso Nacional de bancadas fisiológicas; defender uma política interna e externa que unifique o País na transição climática; e rechaçar alianças com partidos ou setores da extrema-direita “ou de quaisquer organizações partidárias que proponham ditaduras de qualquer natureza”.

“Estas novas frentes denunciarão tentativas golpistas, defenderão a identidade laica do Estado, defenderão a profissionalização das Forças Armadas e seus proponentes envidarão esforços desde agora — autônomos, comuns ou associados em rede — para proporcionar múltiplas manifestações e novos manifestos pautados pelos objetivos ora concertados.”

Inelegível em decorrência de duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insiste em se apresentar como candidato para 2026. De olho em seu espólio estão figuras como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), além de integrantes do clã Bolsonaro.

Nasce um projeto de ídolo

POR GERSON NOGUEIRA

Em teoria, a ideia é das melhores. Contratar um atacante que tem currículo nacional, com passagem por grandes clubes, e que é declaradamente um torcedor do clube. Aos 31 anos, o atacante Rossi é o projeto de ídolo que o PSC oferece à torcida. Propor é simples, a parte complexa está na aceitação do plano por parte do torcedor. Sob questionamentos, a diretoria do clube foi em busca do acerto com o atleta e demonstra a intenção de investir para que ele se confirme como o grande nome da equipe em 2025.

Tudo vai depender logicamente da produção de Rossi em campo. Caso confirme as expectativas dos dirigentes, fazendo gols e mostrando comprometimento, abrirá caminho para encantar a torcida Fiel.

Paraense de Prainha, ele leva a vantagem de conhecer bem as características e anseios do torcedor alviceleste. Identifica-se tanto com isso que, em vários momentos, posou com a camisa do Papão, consciente do efeito que isso causaria na alma bicolor.

Um assumido fã de Rossi, o presidente Roger Aguilera não disfarça o entusiasmo com a aquisição. Anunciou, antes mesmo de qualquer pronunciamento do técnico Márcio Fernandes, que o reforço estará em campo neste domingo (19) na estreia contra Capitão Poço. 

O jogo, aliás, sofreu várias mudanças de horário e local. Inicialmente, seria na Curuzu, às 16h. Na quinta-feira, 9, foi programado para o Mangueirão, às 17h. No domingo, nova dúvida surgiu, após a decisão da Supercopa Grão Pará. Ontem, finalmente, voltou para a Curuzu, às 17h.

Rossi já está treinando com o elenco e, segundo palavras do presidente, “está voando”. É o que o torcedor mais espera, afinal o jogador vem de uma temporada discretíssima no Vasco, com apenas 11 partidas na Série A, sem gols. No total, foram 22 jogos.

A rigor, o melhor momento de Rossi foi no Bahia, em 2021, com oito gols marcados, e no Al-Faisaly em 2023, também com oito gols. O fato é que na Curuzu vai precisar entregar bem mais do que fez no Vasco em 2024.  

Atacante de lado, que une força e habilidade, Rossi sempre se caracterizou pela capacidade de furar bloqueios defensivos e a boa capacidade de finalização, atributos que perderam força nas últimas temporadas.

Combinar o reforço no condicionamento com a adaptação ao sistema de jogo do PSC será fundamental para o êxito do atacante. Depois dos gols marcados contra a Tuna e as pazes com o torcedor, Nicolas se candidata a ser um parceiro de ataque para Rossi.

Nada impede que Rossi e Nicolas formem uma dupla de sucesso durante a temporada, pois têm características diferentes e podem se completar, com a ajuda de um meio-de-campo criativo e ofensivo. Um já foi ídolo incontestável e luta para voltar a ser; o outro chega para se consagrar.

Santana define equipe com vários estreantes

O jogo-treino do Remo com o Pinheirense, no sábado (11), praticamente definiu a escalação do time para enfrentar o São Francisco, sábado, no Mangueirão. O técnico Rodrigo Santana deixou claro que vai priorizar jogadores que vêm treinando desde o início da pré-temporada.

Significa que os atacantes Felipe Vizeu, Adailton, Pedro Castro e Pedro Rocha, os últimos reforços integrados ao elenco, dificilmente serão escalados de cara. Apesar disso, levando em conta a expectativa da torcida azulina, devem entrar no decorrer do confronto para serem apresentados oficialmente.

Ganharam espaço com Rodrigo os alas Cadu, Cauã e Guty. Os dois primeiros devem ser titulares e Guty é opção para o ataque, depois de se sair bem treinando na função que era de Pedro Vítor. A zaga deve ter dois estreantes, Alvariño e Lucão, e o meio pode ter Dener como armador.

Leila provoca Dudu e toma invertida grosseira

O estilo destemido e por vezes ruidoso da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, encanta boa parte da mídia esportiva paulistana. Em vários episódios, os excessos bravateiros dela foram saudados como gestos de coragem e até bravura. A contrapartida – sempre há uma – veio na forma de reações furiosas de torcedores rivais, muitas vezes passando do ponto.

A algazarra nas redes sociais não é motivo de preocupação, afinal a internet virou o paraíso dos imbecis, na certeira definição do mestre Umberto Eco. O problema mesmo é quando a pinimba envolve profissionais que até pouco tempo atrás eram funcionários do clube presidido por Leila.

Dudu, ídolo palmeirense e peça importante em várias conquistas recentes, entrou em desgraça com a dirigente após pedir para ser negociado com o Cruzeiro no ano passado. O negócio não foi em frente e o atacante perdeu espaço no time de Abel Ferreira.

No começo desta temporada, a transação finalmente foi concretizada. Dudu foi apresentado pelo Cruzeiro, tudo parecia perfeitamente encaminhado. Aí, de repente, em entrevista coletiva para tratar de outros temas, Leila resolveu cutucar o ex-atleta do clube.

Acabou recebendo uma invertida de Dudu, que, à maneira dos torcedores que agitam as redes, não se esquivou de um palavrão cifrado para arrematar sua resposta. Um vexame desnecessário – para ambos. Lidar com ídolos é parte do instrumental que define um bom gestor de futebol.

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 15)