Pela primeira vez na história, o Brasil recebeu uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Filme. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (23), e o longa-metragem “Ainda Estou Aqui” concorrerá ao prêmio máximo da Academia, disputando com produções como “O Brutalista“, “Anora” e outros grandes concorrentes.
Confira a lista completa indicada das produções indicadas à Melhor Filme.
Anora
O Brutalista
Um Completo Desconhecido
Conclave
Duna: Parte 2
Emilia Pérez
Ainda Estou Aqui
Nickel Boys
A Substância
Wicked
O filme “O Beijo da Mulher-Aranha” já havia sido indicado à categoria Melhor Filme em 1986, mas foi uma coprodução entre Estados Unidos e Brasil, por isso a indicação desta quinta-feira (23) é tão marcante, pois “Ainda Estou Aqui” é uma produção completamente brasileira.
Além da indicação, o filme nacional também foi lembrado nas categorias de Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz com Fernanda Torres. O Oscar 2025 acontece em 2 de março.
AS PRINCIPAIS INDICAÇÕES DO CINEMA BRASILEIRO AO OSCAR
Ary Barroso, indicado à “Melhor Canção Original”
A primeira nomeação brasileira no Oscar ocorreu em 1945, quando a canção “Rio de Janeiro”, de Ary Barroso, que concorreu à categoria de “Melhor Canção Original”, pelo filme estadunidense “Brazil”. A música, no entanto, não levou a estatueta para casa, já que o prêmio ficou com “Swinging on a Star”, do filme “O Bom Pastor”.
Fernanda Montenegro, indicada à “Melhor Atriz”
A indicação brasileira mais popular foi a de Fernanda Montenegro, nomeada ao Oscar de 1999 na categoria de “Melhor Atriz” pela atuação em “Central do Brasil”. Sua derrota é considerada uma das mais injustiçadas da história da premiação. A vitória ficou com Gwyneth Paltrow, por “Shakespeare Apaixonado”.Play Video
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou nesta quinta-feira (23) a lista de indicados ao prêmio em uma live em seu canal oficial do YouTube. A apresentação dos nomeados foi feita pelos atores e comediantes Bowen Yang e Rachel Sennott.
Após a notícia das indicações, o ator Selton Mello, que viveu Rubens Paiva no filme, fez a seguinte declaração: s”Nosso país precisava desse filme, o mundo todo precisava desse filme. Nesse exato momento três indicações ao Oscar. Com a de melhor filme nós entramos para a história. Para sempre ainda estamos aqui. Eunice, Rubens, nós & vocês.”
Em 2020, a atriz Glenn Close chegou a dizer durante sua participação no programa Good Morning America, que o prêmio tinha que ter sido de Montenegro. “Eu me lembro do ano em que Gwyneth Paltrow ganhou daquela atriz incrível em Central do Brasil. Eu pensei: ‘O que? Não faz sentido’”, relembrou ela.
Fernanda Montenegro, por sua vez, disse no Conversa com Bial que nem ela, nem Gwyneth levavam sua torcida. “Teria dado o prêmio para a [Cate] Blanchett”, opinou.
“O Beijo da Mulher-Aranha”, indicado à “Melhor Filme”
O Brasil já teve um filme indicado a principal categoria do Oscar. O ano era 1986 e “O Beijo da Mulher-Aranha”, longa américo-brasileiro recebia uma indicação a “Melhor Filme”.
O filme conta com direção do argentino naturalizado brasileiro Héctor Eduardo Babenco. O filme não chegou a vencer a categoria, mas não saiu sem uma estatueta, já que levou o prêmio pela categoria de “Melhor Ator”, pela atuação de William Hurt.
Carlos Saldanha, quatro indicações ao Oscar
Carlos Saldanha já dirigiu quatro filmes indicados ao Oscar: “A Era do Gelo” (indicado em “Melhor Animação”), “Gone Nutty” (“Melhor Curta-metragem de Animação”), “Rio” (Melhor Canção Original) e “O Touro Ferdinando” (“Melhor Animação”). O brasileiro nunca chegou a levar uma estatueta para casa.
“Democracia em Vertigem”, indicado à “Melhor Documentário”
A última nomeação do Brasil no Oscar, até o momento, é o documentário “Democracia em Vertigem”, dirigido por Petra Costa e produzido por Tiago Pavan. A estatueta de “Melhor Documentário”, no entanto, ficou com “Indústria Americana”.
Rodrigo Teixeira – EXTRA
A produção “Me Chame pelo Seu Nome”, do diretor Luca Guadadigno, tem uma “parte brasileira” significativa. Isso porque a produtora paulista RT Features, encabeçada pelo produtor Rodrigo Teixeira, financiou um terço dos 3 milhões euros dos custos da obra. O filme levou a estatueta na categoria “Melhor Roteiro” em 2019.
“Trump não vai taxar importações brasileiras ou chinesas, porque se não a inflação lá sobe. Não pode tirar a nacionalidade de quem nasce em solo americano, é garantida pela Constituição. As leis de gênero são estaduais. Ou seja, muita saliva gasta”.
O meia-atacante Juninho, que encheu os olhos da torcida com a grande atuação no 2º tempo do clássico com a Tuna (na Supercopa Grão Pará), tem tudo para pleitear uma vaga no time titular do PSC neste início de temporada. O grande desafio é convencer a comissão técnica de que é hoje o jogador que reúne as melhores condições de comandar o meio-campo.
É até repetitivo tocar nesse tema, mas o fato é que jogadores nativos têm uma dificuldade a mais para ocupar uma posição nos grandes da capital. Normalmente, acabam relegados a um papel de eternos coadjuvantes, tendo que esperar uma chance quando os jogadores importados sofrem lesões ou cumprem suspensão.
No ano passado, esse cenário ficou bem desenhado. Na fase inicial da Série B, quando o titular Robinho passava mais tempo no departamento médico, Juninho foi utilizado e se saiu muito bem como meia ofensivo da equipe.
Perdeu espaço com a chegada do badalado Cazares, que fez duas partidas razoáveis e depois caiu de rendimento, até ser dispensado. Juninho estava no grupo, entrava sempre bem no decorrer dos jogos, mas nunca mais foi sequer cogitado para ser titular.
Para complicar, faltou a um treino por não ter sido avisado da mudança de horário e local, mas suas explicações caíram no vazio. Logo ele, que sempre foi profissional comprometido, focado e disciplinado.
O novo ano começou e Juninho teve proposta para sair, mas tomou a decisão corajosa (e temerária) de seguir buscando um espaço no PSC, seu time de coração. Futebol não lhe falta, mas não tem padrinhos ou defensores influentes. De natureza tranquila, de poucas palavras, não é de cobrar oportunidade.
Contra as equipes emergentes que disputam o Parazão, seria o melhor momento para que o meia habilidoso e rápido prove utilidade, aproveitando o fato de que os reforços contratados ainda estão em fase de adaptação.
Por isso, a próxima rodada, contra o Águia, em Marabá, surge como a ocasião ideal para Márcio Fernandes lançar Juninho na função que ele tão bem executa, a de armador de jogadas. (Foto: Matheus Vieira/Ascom PSC)
Leão surpreende com a contratação de xerife
Com Lucão, Rafael Castro, Alvariño, Reinaldo, Jonilson e Sávio, o Remo parecia bem servido para o setor defensivo, mas eis que a diretoria surpreendeu ontem com o anúncio da contratação do zagueiro William Klaus, de 31 anos. Defendia o Iraklis 1908, da Grécia. Vem para reforçar o time de Rodrigo Santana nas disputas do Parazão, Copa Verde, Copa do Brasil e Brasileiro da Série B.
O Remo teve que disputar Klaus com outros clubes que disputarão a Série B, mas levou a melhor. Pelo investimento, é um jogador que vem para ser titular e provável xerife do setor de defesa, tendo Ivan Alvariño e Lucão como prováveis companheiros de última linha.
Cria do Juventude gaúcho, Klaus passou pelo Internacional, Ceará, Botafogo e Atlético-GO, antes de se transferir para a Bélgica e depois para a Grécia. Suas melhores fases foram como titular do Inter, entre 2017 e 2019, e do Ceará, em 2021/2022. No Botafogo jogou apenas três partidas.
A maneira como o Remo conduziu as tratativas para contratar William Klaus marca também uma nova postura nos bastidores. Para evitar o atravessamento de outros clubes, como foi o caso do chileno Cavalleri, contratado pelo PSC, o cuidado em evitar vazamentos passa a ser regra entre os diretores que cuidam das negociações.
Outros dois jogadores podem ser anunciados em breve. Um lateral esquerdo é a prioridade – o paraguaio Alan Martinez tem sido especulado, mas a diretoria não confirma. Há também o firme interesse em trazer mais um meio-campista.
Copa do Nordeste vai distribuir mais de R$ 50 milhões
O anúncio, pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, de que a Copa do Nordeste 2025 vai distribuir mais de R$ 50 milhões em prêmios encheu de alegria os dirigentes dos clubes da região. Não ficou claro ainda como a verba será destinada aos participantes.
O importante, porém, é que o estímulo financeiro atesta que a Copa está consolidada. Com mudanças no regulamento, reduzindo oito partidas em relação ao ano passado e com nova configuração na transmissão na TV, o torneio deve distribuir R$ 51,4 milhões aos 28 clubes disputantes.
Em sua 22ª edição, a CN finalmente supera a meta nominal da Liga do Nordeste. O interesse despertado pelos jogos do torneio junto ao público é o principal trunfo para a captação dos atuais valores. As rivalidades regionais afloram e, com isso, quem ganha é o torcedor.
Realidade muito diferente do universo cambaleante da Copa Verde, que ainda precisa de uma injeção de recursos e criatividade para finalmente cair no gosto das torcidas. Ao contrário da CN, a competição não tem nem o apelo dos clássicos regionais – o único é o Re-Pa, quando os rivais se enfrentam nas semifinais.
(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 23)
O lateral-direito Kadu foi o principal nome da estreia do Remo no Campeonato Paraense, no sábado (18), com goleada de 5 a 0 sobre o São Francisco no Mangueirão. Completamente à vontade, jogou tão bem que suscitou comparações até com um antigo ídolo azulino: Rosemiro, que defendeu o clube nos anos 70 e depois se transferiu para o Palmeiras.
A estreia no time titular do Leão representou para Kadu um rito repleto de emoção e ansiedade, mas ele resistiu bem a toda a pressão. Diante de 26 mil torcedores, jogou do mesmo jeito que costuma fazer nos treinos. Foi o primeiro ato concreto de um sonho antigo.
As primeiras jogadas ocorreram justamente pelo lado direito do ataque azulino, puxadas por Kadu, que procurou investir sobre a marcação adversária para tentar finalizações e fazer tabelas com os companheiros.
Fez um cruzamento perfeito para Maxwell logo aos 8 minutos, mas o atacante chegou atrasado. Seguiu atacando em velocidade e funcionando como um ponto de referência pelo lado direito. Os elogios do técnico Rodrigo Santana na fase de treinamentos não foram em vão.
Aos 19 anos, com bom porte físico, Kadu tem o caminho livre para evoluir na carreira, materializando planos que dividia com os companheiros de base azulina desde que era um garoto ainda.
Ao deixar o campo, aos 35 minutos do 2º tempo, já tinha participado do lance do segundo gol em tabela caprichada com Ytalo e assistência perfeita para Dodô e recebido os cumprimentos dos companheiros. Melhor ainda: os aplausos da torcida coroaram a grande apresentação.
A comparação com Rosemiro ainda é prematura, pois Kadu precisará se consolidar, mas as histórias de ambos têm muitos pontos convergentes, principalmente quanto ao talento natural para o jogo ofensivo. (Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)
Supercopa atrai torcedores até de outros Estados
Atração de abertura do calendário brasileiro do futebol, a Supercopa Rei será disputada por Botafogo e Flamengo, no próximo dia 2 de fevereiro, no estádio Jornalista Edgar Proença (Mangueirão), atraindo o interesse de torcedores da capital que mais ama futebol no Norte do Brasil e também de Estados vizinhos. O jogo deve ter mais de 40 mil pagantes.
Nas redes sociais, caravanas são organizadas por torcedores do Amapá, Amazonas e Maranhão, adeptos dos dois tradicionais clubes, que nos próximos dias desembarcam em Belém para acompanhar de perto a primeira competição da temporada.
É preciso ressaltar que a grande expectativa pelo clássico não arrefece o impacto dos preços no bolso do torcedor, a começar pelo valor das vagas de estacionamento (R$ 70,00 para carros e R$ 40,00 para motos). Os preços das cadeiras vão de R$ 180,00 a R$ 560,00, dependendo dos setores do estádio.
A bem da verdade, não há surpresa. A CBF manteve a tradição de carregar nos preços de suas competições. O processo de gourmetização do futebol no Brasil começa justamente pela inflação nos preços, que afugenta o torcedor-raiz dos espetáculos mais importantes.
A venda dos ingressos foi dividida em etapas e começou na segunda-feira, 20. Até ontem, os ingressos eram destinados a sócios-torcedores de Botafogo e Flamengo. A partir de hoje, começa a venda para o público em geral, tanto on-line quanto em pontos físicos em Belém.
Apesar dos preços salgados, os bilhetes devem se esgotar num tapa, como se dizia antigamente. Afinal, não é todo dia que se pode ver em Belém um confronto valendo taça entre Botafogo e Flamengo.
Maior programa de patrocínio esportivo faz 20 anos
A mais nova campanha do Bolsa Atleta comemora os 20 anos de um dos maiores programas de patrocínio esportivo do mundo, destacando o conceito “Você nasceu para vencer, o Bolsa Atleta nasceu para você” e a importância do auxílio para o esporte brasileiro.
Com atletas olímpicos e paralímpicos como Vinicius Rodrigues (atletismo paralímpico), Tamires Dias (futebol feminino), Giullia Penalber (wrestling), Eduardo Silva, o “Feijão” (basquete em cadeira de rodas), Jerusa Geber (atletismo paralímpico) e seu guia Gabriel, a campanha celebra a diversidade e a determinação dos atletas brasileiros.
A campanha também convida novos talentos a se inscreverem no programa, alimentando o sonho de representar o Brasil e conquistar medalhas em competições nacionais e internacionais.
Em 2023, o Bolsa Atleta contemplou 8.292 atletas, sendo 7.887 distribuídos entre as categorias olímpica/paralímpica, internacional, nacional, de base e estudantil. Esse apoio foi essencial para o desempenho histórico do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, onde o país conquistou 205 medalhas e ficou com o 2º lugar.
Dentre os atletas da delegação, 89,75% eram bolsistas do programa, com destaque especial para as mulheres, que superaram os homens no número total de medalhas pela primeira vez.
Nos Jogos Olímpicos de Paris, 100% dos medalhistas brasileiros já haviam se beneficiado do programa. Desde que foi criado, no primeiro governo Lula, foram concedidas 105 mil bolsas, beneficiando mais de 37 milhões de atletas.
(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 22)
Ninguém bailou entre talentos com tanta elegância – e coração
Por André Forastieri
“As histórias da arte gráfica, literatura, filme e teatro exibem a marca de sua caneta, sempre reconhecível, sempre imprevisível.”
Quantas pessoas podem ser descritas com esta frase? Difícil pensar em alguém que não Jules Feiffer.
Está no obituário da National Public Radio. A autora é a especialista em HQ da NPR, Etelka Lehoczy. Justo. Foi na HQ e cartum que Feiffer burilou seu traço, estilo, encanto.
Aos 17 anos, começou pau pra toda obra no estúdio de Will Eisner, lenda que batiza o maior prêmio da HQ americana. Depois assumiu seu “Spirit”.
A partir de 1956, Feiffer tornou-se indissociável do recém nascido “Village Voice”, semanário central na cultura americana e global por cinco décadas.
Depois ficou famoso de verdade, com uma tira licenciada para centenas de jornais mundo afora. Rabiscos elegantes e expressivos, palavras ao ponto, sátiras sensíveis, personagens memoráveis – a “bailarina” é a favorita de muita gente.
Depois vieram as peças, os filmes, os prêmios a roldão. Sua influência foi enorme. A corda-bamba entre senso de absurdo, mordacidade e humanismo são reconhecíveis no melhor Woody Allen, outro judeu novaiorquino nascido na Depressão, para citar um só.
Os livros são muitos, para adultos e depois, crianças. Você pode comprar alguns por preço bom e encantar leitores de todas as idades, aqui mesmo.
Meu favorito é o livro que gentilmente me vendeu o camarada Marcelo Alencar, “Feiffer´s Album”, edição de 1963. Porque é balé entre seus variados talentos: mistura mini-peças, livro ilustrado, fábula, tira, cartum.
Pra quem vai começar, não tem erro “O Homem No Teto” e “Pequenos Assassinatos”. Você gibizeiro das antigas será feliz com “The Great Comic Book Heroes”, um dos primeiros e melhores livros a tratar super-heróis a sério.
Pfeiffer correu riscos criativos até o fim. Aos 85 anos, lançou sua primeira graphic novel, “Mate Minha Mãe”, noir e divertida.
O filme que todo mundo precisa assistir, e é a cara da sua época e de Feiffer, é “Carnal Knowledge”, aqui “Ânsia de Amar”, de 1971. Escrito por ele e dirigido por outro batuta da mesma turma e geração, e sensibilidade similar, Mike Nichols.
Pioneiro em tratar com franqueza o macho que só gosta de mulher para trepar e exibir, o filme arrisca ser ainda mais relevante em 2025 que na estreia, quando fez um barulho danado. Com Jack Nicholson, Ann Margret, Art Garfunkel e Candice Bergen.
A maior parte da sua obra está indisponível em português. Mesmo em inglês, muitos dos principais livros estão fora de catálogo. Só colecionador de bolsos fundos para adquirir o principal de seu trabalho.
A perda é do leitor contemporâneo. Mas bailemos, bailemos com Jules, nós que o amamos… Quem sabe voltará à moda no futuro, se e quando a delicadeza voltar a ser qualidade.
Campeão da Libertadores e do Brasileirão na última temporada, o Botafogo foi eleito o quinto melhor time do mundo em 2024. O ranking foi divulgado pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol) nesta segunda-feira. O Flamengo é o outro representante brasileiro no top-10, aparecendo em 8º lugar.
O melhor time do ano foi o Real Madrid, campeão europeu pela 15ª vez na temporada 2023/24. O top-5 tem outros quatro times europeus, Bayer Leverkusen, Atalanta e Liverpool, e é completado pelo alvinegro, que dominou o futebol sul-americano.
O Flamengo, campeão da Copa do Brasil, aparece em oitavo, após Manchester City e Barcelona. O Atlético-MG, em 13º, também é destaque, após ser vice da Libertadores.
Mais 10 clubes brasileiros aparecem na lista dos 100 maiores times do mundo em 2024: Atlético-MG (13º), São Paulo (29º), Corinthians (30º), Palmeiras (32º), Cruzeiro (42º), Fortaleza (43º), Bragantino (46º), Internacional (50º), Athletico-PR (50º), Fluminense (50º) e Grêmio (76º).
OS MELHORES TIMES DO MUNDO EM 2024:
Real Madrid – Espanha – 441 pontos
Bayer Leverkusen – Alemanha – 384 pontos
Atalanta – Itália – 380 pontos
Liverpool – Inglaterra – 345 pontos
Botafogo – Brasil – 339 pontos
Manchester City – Inglaterra – 327 pontos
Barcelona – Espanha – 324 pontos
Flamengo – Brasil – 308 pontos
Atlético de Madrid – Espanha – 304 pontos
Borussia Dortmund – Alemanha – 298 pontos
“Depois de um ano tão intenso e de conquistas históricas, um ano glorioso de verdade, é muito recompensador receber esta notícia logo no início de 2025. Com muito trabalho, estamos recolocando o nome do Botafogo onde merece, entre os melhores clubes de futebol do mundo”, disse Thairo Arruda, CEO do Botafogo. “Começar o ano sabendo que ficamos à frente de potências do futebol mundial é gratificante e nos motiva para continuar trabalhando forte para dar ainda mais alegrias para o torcedor alvinegro”.
No ranking sul-americano, o Botafogo foi o líder, seguido por Flamengo, Atlético-MG (288 pontos), River Plate (22º colocado, com 256) e São Paulo (29º colocado, com 238).
No dia da posse de Donald Trump para um segundo mandato na presidência dos Estados Unidos, evento que ganhou transmissão ao vivo nas emissoras de TV do Brasil, a flagrante convergência de ideias com o regime nazista foi além da simples semelhança das expressões faciais das duas figuras.
A extrema-direita que segue e idolatra Trump e que foi responsável pela vitória sobre a democrata Kamala Harris teve um convescote na véspera da solenidade, em Washington, coordenado pelo guru do trumpismo Stevie Bannon, especialista em manipulação das massas e utilização de fake news com fins eleitorais.
Diante de um grupo de seguidores e aliados, Bannon sentiu-se à vontade para erguer o braço com a mão espalmada na célebre saudação nazista, a fim de ressaltar que o próximo passo é conquistar as eleições na Alemanha – não é pura coincidência, obviamente. O gesto foi dirigido principalmente à delegação alemã presente ao festim.
Ainda teve tempo para falar a um dos filhos de Jair Bolsonaro, perguntando pelo ex-presidente e lamentando sua ausência na seleta tertúlia neonazista. Arrematou com o anúncio de que Eduardo Bolsonaro será o futuro presidente do Brasil.
Na semana passada, o deputado Nikolas Ferreira, do PL mineiro, divulgou um vídeo que viralizou distorcendo a medida que o governo Lula anunciou sobre o Pix. Foram 300 milhões de visualizações turbinadas pelas recomendações algorítmicas das redes sociais, que ajudaram a espalhar pânico e golpes sobre supostas cobranças sobre as transações.
Sem entrar em muitos detalhes sobre as trapalhadas na comunicação do governo, o caso é ilustrativo sobre o potencial das redes sociais para espalhar rapidamente narrativas da extrema direita. E das limitações dos programas que deveriam combatê-las. E tudo isso na grande trincheira das próximas eleições presidenciais: as redes.
Depois que Mark Zuckerberg saiu do armário, ficou mais fácil visualizar o papel das redes sociais na projeção de figuras como Nikolas Ferreira. O bilionário decidiu, em nome da liberdade de expressão, acabar com programas de checagem e moderação de conteúdo. Preocupante, sim, mas nada surpreendente – é uma guinada mais radical para o lado em que a rede social sempre pendeu.
É bom lembrar que, no caso de políticos de direita como Nikolas e Gustavo Gayer, deputado federal pelo PL de Goiás, a Meta inclusive monetiza os conteúdos: ou seja, lucra abertamente com eles.
As redes premiam desinformação com dinheiro e engajamento. É um bom negócio para os dois lados, e é por isso que investir uns trocados em iniciativas jornalísticas de checagem de fatos era política de relações públicas, greenwashing, maquiagem corporativa, limpeza de imagem, chame como quiser. Nunca foi uma política consistente para desarmar a indústria multimilionária de notícias falsas da extrema direita.
E não é por culpa dos profissionais. Mas porque o trabalho é basicamente enxugar gelo, com uma série de limitações e falta de transparência.
Para começar: Nikolas Ferreira é imune à checagem, segundo as próprias regras do programa da Meta. Se eu ou você postarmos, as agências de checagem podem sinalizar como desinformação e o alcance do post será reduzido. Mas se é um político com mandato, a tal liberdade de expressão prevalece.
Isso faz parte da política de fact-checking da empresa. A Meta afirma que não se aplicam à verificação de fatos “publicações e anúncios de políticos”. Destaca que “isso inclui as palavras que um político diz, seja em texto, foto, vídeo, videoclipe ou qualquer outro conteúdo que seja rotulado claramente como criado por, em nome de ou citando diretamente o político ou sua campanha”.
A definição de “político” da Meta também abrange “candidatos concorrendo a eleições, representantes eleitos e, por extensão, muitos de seus indicados, como chefes de agências governamentais, além de partidos políticos e seus líderes”.
Ao tentar explicar o motivo, a Meta diz que sua abordagem “se baseia na crença fundamental da Meta na liberdade de expressão, no respeito ao processo democrático e de que o discurso político é o mais analisado que existe, especialmente em democracias maduras com uma imprensa livre”. “Se limitássemos o discurso político, deixaríamos as pessoas menos informadas sobre o que os representantes eleitos estão dizendo e diminuiríamos a responsabilidade dos políticos por suas palavras”, disse a empresa.
Tudo isso valendo antes do anúncio de Zuckerberg.
Embora estudos mostrem que a checagem possa, sim, reduzir percepções equivocadas, seu efeito é limitado quando o assunto é polarizado (ou seja: basicamente toda discussão política). Um estudo famoso, de 2018, mostrou que notícias falsas circulam 70% mais rápido do que as verdadeiras.
A própria Meta sabia que sua plataforma privilegiava teorias conspiratórias e radicalizava os usuários, como revelaram os documentos vazados do Facebook Papers, e nada fez para agir.
Em vez de mudanças sistêmicas na recomendação algorítmica e nos mecanismos precários de moderação de conteúdo, se limitava a parcerias com veículos para terceirizar a responsabilidade sobre o lixo em suas plataformas. Parcerias, por sua vez, que condicionam os veículos a uma relação de subserviência e pecam por falta de transparência.
Só aqui no Brasil, são pelo menos seis veículos jornalísticos que recebem dinheiro da big tech para checar notícias falsas. O valor por checagem em uma das empresas parceiras, segundo pessoas com quem conversei, era de cerca de R$ 1.800 por post, com um limite mensal de 50 por mês.
Ou seja, R$ 90 mil mensais – um dinheiro que o jornalismo, em crise financeira crônica (causada, vamos lembrar, pelas próprias mudanças causadas pelas big tech), não pode dispensar.
a isso, a Meta disponibiliza duas ferramentas para os checadores trabalharem. Uma se chama Meta Content Library, que, na prática, é um sistema de busca de conteúdos potencialmente desinformativos – mas considerado muito limitado e com problemas sérios, como um atraso de alguns dias na exibição dos posts feitos nas redes.
A outra é um robô que marca notícias e artigos com possível desinformação, que também costuma cometer muitos erros de avaliação.
Os veículos parceiros têm autonomia para escolher o que deve ser checado, de acordo com o contexto local e seus critérios editoriais. Para receber a grana da checagem, as agências precisam escolher conteúdos que possam ser encontrados no sistema.
Zuckerberg reclama do viés de esquerda dos checadores – que, de fato, checavam muito mais conteúdos de extrema direita do que de esquerda. Mas, segundo pesquisadores, a razão é simples: os conteúdos conservadores se espalham mais.
A checagem não remove conteúdo. Ou seja, não tem nada a ver com censura. Na prática, funciona assim: jornalistas classificam o conteúdo (como falso, parcialmente falso, sem contexto etc) e a Meta, a partir disso, reduz o alcance da publicação e inclui um aviso de que o conteúdo foi checado.
Só que os parceiros não têm acesso a relatórios ou dados de como – e se – aquele conteúdo específico realmente teve seu alcance reduzido.
Para piorar, a gestão do programa é (ou era) feita diretamente nos Estados Unidos. Isso significa que, por mais que a Meta não tenha cancelado as iniciativas em cada país, como afirmou em resposta à AGU no Brasil, o fato de ela desestruturar o programa em seu país-sede impacta diretamente os parceiros no mundo todo.
É claro que a Meta chegou a tirar do ar perfis como o do Trump. Mas em outros casos, especialmente no Brasil, isso só se deu por conta de ordens judiciais. É verdade, também, que o programa de verificação de fatos da Meta contribuiu em casos como a covid-19, emergências globais e outras questões específicas.
Mas, ao ter seu alcance restrito no mundo político desde o seu nascimento, jamais foi capaz de frear a ascensão de políticos de extrema direita que mentem descaradamente. Na verdade, sempre os protegeu.
Agora, adotando o sistema de notas de comunidade, Zuckerberg repete a fórmula de Musk no modelo que usa as estruturas de governança do discurso digital para ativamente reforçar visões e regras autoritárias, como explicou o pesquisador João C. Guimarães, do Weizenbaum Institute for the Networked Society.
Nas eleições de 2026, a tendência é que os candidatos tenham ainda mais caminho livre para mentir e desinformar. A empresa que controla o que 90% da população brasileira vê abraçou a extrema direita com afinco, e são poucas as alternativas de regulação e reação diante do cenário assombroso.
E não é apenas a exigência da checagem – que é importante – que resolveremos o problema com a urgência necessária. O tempo é curto e as possibilidades são poucas.
Há a possibilidade de resgatar o PL das Fake News, além da discussão sobre a responsabilidade das plataformas, que está no STF. 2026 já está aí.
E, nas próximas eleições, Nunes Marques, indicado por Bolsonaro, é quem assumirá a presidência do TSE – ou seja, não vai ter Xandão para salvar ninguém.
Na foto superior, imagem de Tel Aviv à noite. É para onde irão os reféns libertados pelo Hamas. Na foto inferior, os prédios destruídos na Faixa de Gaza devastada, para onde irão os reféns libertados por Israel.