Reforços pedem passagem no Leão

POR GERSON NOGUEIRA

Torna-se quase obrigatória a entrada dos principais reforços contratados pelo Remo para a temporada. No jogo de segunda-feira (3) contra Capitão Poço, é provável que o ataque sofra pelo menos duas alterações: Felipe Vizeu no comando e Pedro Rocha pelo lado esquerdo. As mudanças devem se estender à defesa, onde o argentino Ivan Alvariño pode entrar.

O técnico Rodrigo Santana defende o critério de aproveitamento dos jogadores que estão em melhor condição física. É justo. Atletas que se apresentaram a partir de janeiro têm entrado no decorrer dos jogos, enquanto os que iniciaram a preparação em dezembro são escalados como titulares desde a estreia contra o São Francisco.

As últimas apresentações, contra o Caeté e o Águia, fora de Belém, mostraram uma evolução dos jogadores que chegaram por último. Pedro Rocha, Felipe Vizeu (foto) e Adailton foram responsáveis diretos com gols e jogadas pela reação vitoriosa da equipe em Augusto Corrêa e Marabá.

Apesar de boa presença de Dodô, os demais titulares não têm atuado no mesmo nível. Ytalo e Maxwell só renderam bem na estreia, depois caíram de rendimento. Como é apenas o começo do trabalho, as oscilações são naturais e devem ser compreendidas.

No meio-de-campo, por exemplo, é urgente devolver espaço e liberdade a Jaderson, que gosta de atuar entre uma intermediária e outra, apoiando e atacando quando necessário. Nas duas últimas partidas, ele ficou zanzando entre o lado esquerdo e o meio, quase sem função.

É um jogador tecnicamente precioso para ser desperdiçado e excluído do modelo de jogo que o Remo pratica. A linha defensiva deve ganhar qualidade de passe e antecipação com Alvariño, mas a ala direita terá que ser turbinada. Kadu tem mais força ofensiva do que Marcelinho.

Tudo, no fim das contas, é questão de ajuste às necessidades do time.

(Foto: Samara Miranda/Ascom Remo)

Mangueirão vai receber mais de 45 mil torcedores

Até a quinta-feira (30) cerca de 40 mil ingressos já tinham sido vendidos para a final da Supercopa Rei em Belém, entre Botafogo e Flamengo, no próximo domingo (2). O jogo, marcado para o Estádio Estadual Jornalista Edgar Proença, começará às 16h, logo depois de um show da cantora Joelma. Esta é a 8ª edição do torneio que abre o calendário do futebol brasileiro e público previsto é superior a 45 mil espectadores.

Segundo informações do site de vendas oficial, o Bilheteria Digital, um lote extra foi disponibilizado para a torcida do Flamengo é o Leste A, tanto para arquibancada quanto para cadeira inferior, com valores de R$ 360,00 e R$ 560,00, respectivamente, mais taxa de serviço.

A organização também abriu a venda de ingressos com open bar e food para os restaurantes do estádio. Os bilhetes são individuais, salgados e concorridos: custam R$ 1.200,00 com taxa de R$ 180,00.

Quintana está longe de ser o vilão da zaga bicolor

As falhas apresentadas pela defesa do PSC nas primeiras rodadas do Parazão têm sido atribuídas a um nome apenas: o zagueiro Quintana, remanescente da Série B 2024. Com 10 gols marcados e quatro gols sofridos em três rodadas, o time passou a sofrer cobranças da torcida.

Os erros de Quintana diante do Capitão Poço e da Tuna acabaram por concentrar as queixas, tornando o defensor uma espécie de vilão neste início de temporada. Mas, apesar das atuações pouco inspiradas, Quintana não é o único responsável pelos problemas da zaga.  

O ponto de desequilíbrio talvez esteja nas falhas de marcação à frente da linha de zagueiros. Nos três jogos do PSC, o comportamento dos volantes Leandro Vilela e Matheus Vargas ficaram abaixo do esperado, fato agravado pela baixa performance do meia Giovanni.

O fato é que a pré-temporada bicolor ainda está em andamento, o que permite entender as deficiências que o time ainda apresenta.  

Com SAFs e Neymar, Brasil rivaliza com potências do futebol  

Duas SAFs estão entre as agremiações que pagam os maiores salários do futebol brasileiro. O top 5 foi definido a partir de dados divulgados na mídia esportiva. O Santos lidera a lista com a contratação de Neymar, com salário estimado em inacreditáveis R$ 6 milhões mensais.

Em segundo lugar, está o endividado Corinthians, que mantém – não se sabe como – o holandês Memphis Depay a um custo mensal de R$ 3 milhões, mais algumas mordomias dignas de super astro de rock.

O terceiro posto é da SAF Cruzeiro, que paga a Gabriel Barbosa um salário de R$ 2,4 milhões. No Flamengo, Gabigol recebia algo em torno de R$ 2 milhões. O clube carioca não se interessou em renovar contrato com ele e aproveitou para se livrar desse encargo monumental.

O meia Oscar, recentemente repatriado pelo S. Paulo, é o 4º maior salário do futebol brasileiro. Autor do único gol da Seleção na humilhação histórica dos 7 a 1 diante da Alemanha, Oscar ficou milionário na China. Vai ficar ainda mais rico com os R$ 2,3 milhões que ganha no Morumbis.

Por fim, fechando a régua, aparecem Paulinho, que trocou o Atlético-MG pelo Palmeiras para ganhar R$ 2 milhões, e o veterano Everton Ribeiro, que ganha o mesmo valor como atleta mais caro da SAF Bahia.

É um novo cenário que se impõe no futebol brasileiro: um grupo seleto de clubes tenta competir com potências do exterior. Até quando? 

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 31)

Rock na madrugada – Marianne Faithfull, “It’s All Over Now Baby Blue”

A história de amor, traições e conflitos entre Marianne Faithfull e os Stones influenciou algumas das grandes canções da banda, contribuindo também para definir a estética do Swinging London, segundo a revista Rolling Stone. A morte da cantora e atriz inglesa, aos 78 anos, anunciada nesta quinta-feira (30) reabre o interesse pela sua obra e pelo relacionamento nem sempre ameno com a dupla Jagger-Richards.

A carreira de Marianne não se resume à ligação com os Stones. Além de trabalhar em A Garota da Motocicleta (1968), protagonizou a adaptação cinematográfica de Hamlet, de William Shakespeare, dirigida por Tony Richardson. No filme, onde interpretou Ofélia, contracena com Anthony Hopkins e Nicol Williamson.

Faithfull despontou como cantora em 1964 ao lançar ‘As Tears Go By’, canção composta por Jagger, Richards e Andrew Loog Oldham especialmente para ela. Fez muito sucesso, atingindo o Top 10 das paradas britânicas e irlandesas. Um pouco mais tarde, os Rolling Stones gravaram a versão da faixa. Dois anos depois, começou um relacionamento com Mick Jagger, marcando o início de um dos romances mais emblemáticos da cultura pop dos anos 1960.

Passaram 4 anos juntos, período em que ela inspirou ou influenciou canções icônicas do grupo. “Sympathy for the Devil”, de 1968, foi baseada no livro O Mestre e Margarida, que ela deu de presente a Mick. “You Can’t Always Get What You Want” também teria sido inspirada nela, bem como “Wild Horses”, quando sugeriu ao então namorado o verso “Cavalos selvagens não conseguiriam me arrastar para longe”. “Sister Morphine” foi co-escrita por Marianne, embora só tenha recebido o devido crédito nos anos 90.

Em 1967, o casal viveu um dos escândalos mais ruidosos da época: a batida policial na casa de Keith Richards, em Sussex. Os tabloides londrinos exploraram a história, mas o prejuízo à sua imagem pessoal não comprometeu a relação com os Stones. Viajou ao Brasil com Jagger e Richards um ano depois, hospedando-se num sítio do interior de S. Paulo.

A ruptura definitiva ocorreu em 1970, após um aborto espontâneo. O trauma, associado ao desgaste emocional e ao envolvimento com drogas, causou um severo quadro depressivo. A virada profissional veio no final da década, quando lançou “Broken English” (1979), um álbum aclamado pela crítica, mas só fez as pazes com Jagger em 2007.

Dona de voz singular, que se adaptou muito bem ao rock melancólico e de raiz literária, Marianne construiu uma carreira musical respeitável, o que inclui o álbum Rich Kid Blues, de 1985, onde interpreta magistralmente “It’s All over Now Baby Blue(Está tudo acabado agora, Baby Blue), um clássico de Bob Dylan.