Rock na madrugada – Oasis, “Shock of the Lightning”

POR GERSON NOGUEIRA

Esta talvez seja a canção mais subestimada de toda a carreira do Oasis. Caso tivesse sido lançada no final dos anos 90 certamente estaria na galeria dos grandes hits da época. Atenção para o caprichado e curto solo de guitarra (de Noel Gallagher), aplaudido por fãs e não adeptos da banda, que vem logo após a explosão da bateria de Chris Sharrock. Aliás, Chris é um dos melhores bateristas que passaram pelo Oasis.

Mesmo com carreira menos gloriosa do que merecia, “Shock of the Lightning” (Choque do relâmpago) está entre as melhores canções do rock produzido na Inglaterra e é o tipo de música que honra a história vibrante do gênero. Nem precisa reafirmar aqui a brutal influência dos Beatles na obra do Oasis e a do endiabrado Keith Moon (The Who) no estilo de Chris Sharrock.

“Shock of the Lightning” pertence ao álbum Dig Out Your Soul (Desenterre sua alma), o sétimo e último disco de estúdio da banda, quando a ruptura definitiva entre os irmãos já era explícita. Foi lançado em outubro de 2008 na Inglaterra e nos Estados Unidos.

A letra é típica da produção de Noel e Liam, os encrenqueiros que de vez em quando sentavam para compor coisas legais, como gente normal:

Estou satisfeito com o desejo do meu coração/ Sinto frio, mas estou de volta ao fogo./ Fora de controle, mas estou bem amarrado/ Entre, saia esta noite/ Estou chegando de manhã cedo./ Eu sinto amor no choque do raio/ Eu caio na luz vinculativa.

O amor é uma máquina do tempo/ Na tela prateada. Está tudo na minha mente/ O amor é uma ladainha/ Um mistério mágico./ E tudo na hora certa./ Coloquei os pés na rua, mas não consigo parar de voar/ Minha cabeça está nas nuvens.

“Ainda Estou Aqui” faz história com 3 indicações ao Oscar

Pela primeira vez na história, o Brasil recebeu uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Filme. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (23), e o longa-metragem “Ainda Estou Aqui” concorrerá ao prêmio máximo da Academia, disputando com produções como “O Brutalista“, “Anora” e outros grandes concorrentes.

Confira a lista completa indicada das produções indicadas à Melhor Filme.

  • Anora
  • O Brutalista
  • Um Completo Desconhecido
  • Conclave
  • Duna: Parte 2
  • Emilia Pérez
  • Ainda Estou Aqui
  • Nickel Boys
  • A Substância
  • Wicked

O filme “O Beijo da Mulher-Aranha” já havia sido indicado à categoria Melhor Filme em 1986, mas foi uma coprodução entre Estados Unidos e Brasil, por isso a indicação desta quinta-feira (23) é tão marcante, pois “Ainda Estou Aqui” é uma produção completamente brasileira.

Além da indicação, o filme nacional também foi lembrado nas categorias de Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz com Fernanda Torres. O Oscar 2025 acontece em 2 de março.

AS PRINCIPAIS INDICAÇÕES DO CINEMA BRASILEIRO AO OSCAR

Ary Barroso, indicado à “Melhor Canção Original”

A primeira nomeação brasileira no Oscar ocorreu em 1945, quando a canção “Rio de Janeiro”, de Ary Barroso, que concorreu à categoria de “Melhor Canção Original”, pelo filme estadunidense “Brazil”. A música, no entanto, não levou a estatueta para casa, já que o prêmio ficou com “Swinging on a Star”, do filme “O Bom Pastor”.

Fernanda Montenegro, indicada à “Melhor Atriz”

A indicação brasileira mais popular foi a de Fernanda Montenegro, nomeada ao Oscar de 1999 na categoria de “Melhor Atriz” pela atuação em “Central do Brasil”. Sua derrota é considerada uma das mais injustiçadas da história da premiação. A vitória ficou com Gwyneth Paltrow, por “Shakespeare Apaixonado”.Play Video

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou nesta quinta-feira (23) a lista de indicados ao prêmio em uma live em seu canal oficial do YouTube. A apresentação dos nomeados foi feita pelos atores e comediantes Bowen Yang e Rachel Sennott.

Após a notícia das indicações, o ator Selton Mello, que viveu Rubens Paiva no filme, fez a seguinte declaração: s”Nosso país precisava desse filme, o mundo todo precisava desse filme. Nesse exato momento três indicações ao Oscar. Com a de melhor filme nós entramos para a história. Para sempre ainda estamos aqui. Eunice, Rubens, nós & vocês.”

Em 2020, a atriz Glenn Close chegou a dizer durante sua participação no programa Good Morning America, que o prêmio tinha que ter sido de Montenegro. “Eu me lembro do ano em que Gwyneth Paltrow ganhou daquela atriz incrível em Central do Brasil. Eu pensei: ‘O que? Não faz sentido’”, relembrou ela.

Fernanda Montenegro, por sua vez, disse no Conversa com Bial que nem ela, nem Gwyneth levavam sua torcida. “Teria dado o prêmio para a [Cate] Blanchett”, opinou.

“O Beijo da Mulher-Aranha”, indicado à “Melhor Filme”

O Brasil já teve um filme indicado a principal categoria do Oscar. O ano era 1986 e “O Beijo da Mulher-Aranha”, longa américo-brasileiro recebia uma indicação a “Melhor Filme”.

O filme conta com direção do argentino naturalizado brasileiro Héctor Eduardo Babenco. O filme não chegou a vencer a categoria, mas não saiu sem uma estatueta, já que levou o prêmio pela categoria de “Melhor Ator”, pela atuação de William Hurt.

Carlos Saldanha, quatro indicações ao Oscar

Carlos Saldanha já dirigiu quatro filmes indicados ao Oscar: “A Era do Gelo” (indicado em “Melhor Animação”), “Gone Nutty” (“Melhor Curta-metragem de Animação”), “Rio” (Melhor Canção Original) e “O Touro Ferdinando” (“Melhor Animação”). O brasileiro nunca chegou a levar uma estatueta para casa.

“Democracia em Vertigem”, indicado à “Melhor Documentário”

A última nomeação do Brasil no Oscar, até o momento, é o documentário “Democracia em Vertigem”, dirigido por Petra Costa e produzido por Tiago Pavan. A estatueta de “Melhor Documentário”, no entanto, ficou com “Indústria Americana”.

Rodrigo Teixeira – EXTRA

A produção “Me Chame pelo Seu Nome”, do diretor Luca Guadadigno, tem uma “parte brasileira” significativa. Isso porque a produtora paulista RT Features, encabeçada pelo produtor Rodrigo Teixeira, financiou um terço dos 3 milhões euros dos custos da obra. O filme levou a estatueta na categoria “Melhor Roteiro” em 2019.

A frase do dia

“Trump não vai taxar importações brasileiras ou chinesas, porque se não a inflação lá sobe. Não pode tirar a nacionalidade de quem nasce em solo americano, é garantida pela Constituição. As leis de gênero são estaduais. Ou seja, muita saliva gasta”.

Marcelo Rubens Paiva, escritor

A chance que nunca chega

POR GERSON NOGUEIRA

O meia-atacante Juninho, que encheu os olhos da torcida com a grande atuação no 2º tempo do clássico com a Tuna (na Supercopa Grão Pará), tem tudo para pleitear uma vaga no time titular do PSC neste início de temporada. O grande desafio é convencer a comissão técnica de que é hoje o jogador que reúne as melhores condições de comandar o meio-campo.

É até repetitivo tocar nesse tema, mas o fato é que jogadores nativos têm uma dificuldade a mais para ocupar uma posição nos grandes da capital. Normalmente, acabam relegados a um papel de eternos coadjuvantes, tendo que esperar uma chance quando os jogadores importados sofrem lesões ou cumprem suspensão.

No ano passado, esse cenário ficou bem desenhado. Na fase inicial da Série B, quando o titular Robinho passava mais tempo no departamento médico, Juninho foi utilizado e se saiu muito bem como meia ofensivo da equipe.

Perdeu espaço com a chegada do badalado Cazares, que fez duas partidas razoáveis e depois caiu de rendimento, até ser dispensado. Juninho estava no grupo, entrava sempre bem no decorrer dos jogos, mas nunca mais foi sequer cogitado para ser titular.

Para complicar, faltou a um treino por não ter sido avisado da mudança de horário e local, mas suas explicações caíram no vazio. Logo ele, que sempre foi profissional comprometido, focado e disciplinado.

O novo ano começou e Juninho teve proposta para sair, mas tomou a decisão corajosa (e temerária) de seguir buscando um espaço no PSC, seu time de coração. Futebol não lhe falta, mas não tem padrinhos ou defensores influentes. De natureza tranquila, de poucas palavras, não é de cobrar oportunidade.

Contra as equipes emergentes que disputam o Parazão, seria o melhor momento para que o meia habilidoso e rápido prove utilidade, aproveitando o fato de que os reforços contratados ainda estão em fase de adaptação.

Por isso, a próxima rodada, contra o Águia, em Marabá, surge como a ocasião ideal para Márcio Fernandes lançar Juninho na função que ele tão bem executa, a de armador de jogadas. (Foto: Matheus Vieira/Ascom PSC)

Leão surpreende com a contratação de xerife

Com Lucão, Rafael Castro, Alvariño, Reinaldo, Jonilson e Sávio, o Remo parecia bem servido para o setor defensivo, mas eis que a diretoria surpreendeu ontem com o anúncio da contratação do zagueiro William Klaus, de 31 anos. Defendia o Iraklis 1908, da Grécia. Vem para reforçar o time de Rodrigo Santana nas disputas do Parazão, Copa Verde, Copa do Brasil e Brasileiro da Série B.

O Remo teve que disputar Klaus com outros clubes que disputarão a Série B, mas levou a melhor. Pelo investimento, é um jogador que vem para ser titular e provável xerife do setor de defesa, tendo Ivan Alvariño e Lucão como prováveis companheiros de última linha.   

Cria do Juventude gaúcho, Klaus passou pelo Internacional, Ceará, Botafogo e Atlético-GO, antes de se transferir para a Bélgica e depois para a Grécia. Suas melhores fases foram como titular do Inter, entre 2017 e 2019, e do Ceará, em 2021/2022. No Botafogo jogou apenas três partidas.

A maneira como o Remo conduziu as tratativas para contratar William Klaus marca também uma nova postura nos bastidores. Para evitar o atravessamento de outros clubes, como foi o caso do chileno Cavalleri, contratado pelo PSC, o cuidado em evitar vazamentos passa a ser regra entre os diretores que cuidam das negociações.

Outros dois jogadores podem ser anunciados em breve. Um lateral esquerdo é a prioridade – o paraguaio Alan Martinez tem sido especulado, mas a diretoria não confirma. Há também o firme interesse em trazer mais um meio-campista.

Copa do Nordeste vai distribuir mais de R$ 50 milhões

O anúncio, pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, de que a Copa do Nordeste 2025 vai distribuir mais de R$ 50 milhões em prêmios encheu de alegria os dirigentes dos clubes da região. Não ficou claro ainda como a verba será destinada aos participantes.

O importante, porém, é que o estímulo financeiro atesta que a Copa está consolidada. Com mudanças no regulamento, reduzindo oito partidas em relação ao ano passado e com nova configuração na transmissão na TV, o torneio deve distribuir R$ 51,4 milhões aos 28 clubes disputantes.

Em sua 22ª edição, a CN finalmente supera a meta nominal da Liga do Nordeste. O interesse despertado pelos jogos do torneio junto ao público é o principal trunfo para a captação dos atuais valores. As rivalidades regionais afloram e, com isso, quem ganha é o torcedor.

Realidade muito diferente do universo cambaleante da Copa Verde, que ainda precisa de uma injeção de recursos e criatividade para finalmente cair no gosto das torcidas. Ao contrário da CN, a competição não tem nem o apelo dos clássicos regionais – o único é o Re-Pa, quando os rivais se enfrentam nas semifinais.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 23)