Autor do gol do título, Júnior Santos se emociona ao falar do pai: “Onde estiver, está me vendo”

A bola que decidiu o primeiro título da Conmebol Libertadores da história do Botafogo veio dos pés do atacante Júnior Santos. O gol do título alvinegro na vitória por 3 a 1 sobre o o Atlético-MG foi o 10º dele na competição, o artilheiro. Após a partida, o atacante se emocionou ao falar do pai, falecido em 2021. José Antonio não chegou a ver o filho como jogador profissional. Sofreu um AVC enquanto ele fazia testes no Ituano e perdeu a memória sem vê-lo em campo na elite do futebol brasileiro.

– Agradeço a Deus a oportunidade. Onde ele estiver, está me vendo. Vendo a pessoa que eu me tornei hoje. Quero dedicar ao meu pai. Que ele possa ver o filho dele campeão da Libertadores – afirmou à ESPN às lágrimas.

O baiano começou o ano como destaque do Botafogo. Titular na ponta-direita, chamou a responsabilidade, marcou gols e ajudou a classificar o time para a fase de grupos da competição continental. Com a chegada de Artur Jorge, migrou mais para o centro do campo, mas não mudou o protagonismo. Quando vivia o melhor momento, sofreu uma fratura na tíbia e ficou três meses longe dos gramados, voltando apenas na reta final.

Mesmo no banco de reservas, entrou e foi importante na conquista continental ao marcar o gol do título, algo que ele falou que sonhara.

– Eu sonhei com isso. Tem um vídeo meu jogando na tribo onde nasci, em Conceição do Jacuípe. Eu jogando descalço no campo de terra. Eu falava que era o Rakitic, depois o Messi. Sempre me imaginei jogando em grandes estádios. Eu falei que tinha algo reservado para mim – destacou.

(Com informações do GE)

Os campeões estão chegando

Delegação do Botafogo durante o voo de volta ao Brasil. Recepção aos campeões será na Praia de Botafogo, no Rio de Janeiro.

Um título inédito, ganho com talento, bom futebol e muita força mental

A final da Libertadores, neste sábado, em Buenos Aires, foi uma das mais importante de toda a história das equipes e do futebol brasileiro. O Galo entrou buscando seu segundo troféu após conquistar seu primeiro em 2013. Já o Glorioso deu tudo para conquistar a glória eterna pela primeira vez. E o início cumpriu à risca o roteiro de dramas da saga botafoguense, com um pesadelo materializado logo aos 37 segundos de jogo. Gregore foi expulso por atingir a cabeça de Fausto Vera com as travas da chuteira e deixou o Alvinegro com um a menos na decisão por mais de 90 minutos.

Depois disso, o Botafogo precisou ser resistente e forte. Hulk finalizou duas vezes e John defendeu. E, mesmo com um a menos, Luiz Henrique fez boa jogada pela esquerda e abriu o placar aos 34 minutos. Logo depois, o camisa 7 novamente foi protagonista: sofreu pênalti ao ser derrubado por Everson na área. Alex Telles bateu com força e ampliou para o Estrela Solitária na reta final da primeira etapa.

Com menos de 2 minutos do 2º tempo, o Galo diminuiu com Vargas, que tinha acabado de entrar. Hulk cobrou o escanteio e o camisa 11 do Galo testou para o fundo do gol. O Atlético pressionou muito após diminuiu o placar. Hulk tentou várias vezes, mas parou na defesa de John. Vargas teve duas chances claras de gol, mas não soube aproveitar.

Até que Júnior Santos entrou para ser o herói da conquista do Estrela Solitária. E, no último lance, o artilheiro da Libertadores fez uma jogada sensacional pela direita, tocou na área, a bola bateu na zaga e voltou nos pés dele para marcar o gol do título inédito do Botafogo.

Campeão da América. Enfim, a Glória Eterna!

FESTEJOS

Vai longe a comemoração do Botafogo pelo título da Libertadores, conquistado neste sábado, contra o Atlético-MG, em Buenos Aires. E é merecido. Os jogadores foram direto do Monumental para uma casa de festas em Palermo para festejar. Em evento para atletas, comissão técnica, dirigentes, familiares e amigos, o time se soltou. Luiz Henrique atacou de DJ, Júnior Santos foi rapper e vários dançaram.

LIBERTADORES: OS 12 CAMPEÕES BRASILEIROS

  • Flamengo: 3 (1981, 2019 e 2022)
  • Palmeiras: 3 (1999, 2020 e 2021)
  • São Paulo: 3 (1992, 1993 e 2005)
  • Santos: 3 (1962 , 1963 e 2011)
  • Grêmio: 3 (1983, 1995 e 2017)
  • Cruzeiro: 2 (1976 e 1997)
  • Internacional: 2 (2006 e 2010)
  • Vasco: 1 (1998)
  • Corinthians: 1 (2012)
  • Atlético-MG: 1 (2013)
  • Fluminense: 1 (2023)
  • Botafogo: 1 (2024)