Sobre “chapéus” e reforços

POR GERSON NOGUEIRA

O PSC abriu finalmente a caixa de notícias sobre novos reforços. Anunciou quatro nomes em plena sexta-feira, 13, saciando parcialmente a curiosidade da torcida, sempre ávida por novidades, que cobrava providências no sentido de deixar o time competitivo para a próxima temporada.

De cara, o clube marcou posição na busca por jogadores vindos de outros países sul-americanos. Trouxe um chileno bem recomendado, que chegou a frequentar os planos do rival Remo. 

Trata-se de Matías Cavalleri, 26 anos, que passou pelo Newell’s Old Boys, Curicó Unido, Palestino e Unión de La Calera, seu último clube. Nos três últimos anos, Cavalleri fez 80 jogos e marcou 13 gols. É um atacante de lado, rápido e driblador.

Outra contratação anunciada foi a do meia-armador Giovanni Piccolomo, 30 anos, que defendeu o Avaí (SC) na Série B deste ano. Pertenceu ao elenco do Corinthians campeão mundial em 2013. Jogou também pelo Cruzeiro e esteve no futebol romeno. Pode vir a ser o meia de construção que tanta falta fez ao Papão em 2024.

Um jovem avante vindo do futebol de Mato Grosso também vai reforçar o Papão em 2025. É Marcelinho, de 25 anos, que foi revelado no União de Rondonópolis e teve boas passagens pelo Caxias-RS e pela Chapecoense. Seu último clube foi a Chapecoense, após defender o Barra, de Santa Catarina, na Série D. É outro jogador de lado, atuando mais pelo lado direito do ataque.

O primeiro pacotão alviceleste fecha com o volante Matheus Vargas, de 28 anos. Revelado na base corintiana, como Giovanni, rodou por vários clubes – Ponte Preta, Fortaleza, Atlético Goianiense, Sport (PE) e Kerkyra, da Grécia – antes de chegar ao Buriram United, da Tailândia, o seu último clube.

É importante dizer que o PSC segue na busca por mais atletas. A meta é contratar inicialmente 15 jogadores para completar um elenco que mantém 11 jogadores da campanha na Série B 2024 e jogadores oriundos do sub-20.

O anúncio dos reforços, depois de muita expectativa, deve servir para acalmar os corações bicolores, com um aspecto sempre relevante: o propalado “chapéu” nos rivais, pois Cavalleri estava praticamente acertado com o Remo e decidiu aceitar a proposta bicolor.

Outro que pode seguir a trilha de Cavalleri é o meia paraguaio Pedro Del Valle, de 30 anos, que defendia o General Caballero e teve negociações com o Remo. Jogou 21 partidas e marcou um gol. Segundo fontes do PSC, Del Valle deve ser anunciado ao longo desta semana.

Sobre “chapéus”, porém, é sempre bom ter em mente que eles só se concretizam quando os jogadores confirmam utilidade em campo. Histórias recentes mostram que alguns supostos dribles de um clube em relação a outro resultaram em fracassos monumentais.  

Leão constrói o novo elenco com segurança no gol

Um dos heróis da campanha do acesso do Remo à Série B, o goleiro Marcelo Rangel foi um dos primeiros jogadores a confirmar permanência no Evandro Almeida para a temporada 2025. Aos 36 anos, o paranaense conquistou a titularidade no gol remista com atuações seguras e muita regularidade.

Foi importantíssimo para a consolidação do setor defensivo do Leão na Série C, sob o comando de Rodrigo Santana. De estilo discreto, Marcelo Rangel teve desempenho decisivo em algumas partidas, como na importante vitória sobre o Sampaio Corrêa, em S. Luís, na estreia do novo treinador azulino.

A confiança que adquiriu junto à torcida é, seguramente, o principal trunfo do goleiro, que conquistou definitivamente o Fenômeno Azul com a milagrosa defesa no lance que deu origem ao gol sobre o S. Bernardo no “jogo do acesso”, diante de 55 mil azulinos no Mangueirão lotado.  

Marajó ganha primeiro estádio com grama sintética

O interior paraense vai ganhar, ainda neste mês, o primeiro estádio com grama sintética. São Sebastião da Boa Vista é o município que se prepara para a novidade, com a inauguração do estádio municipal.

É também o primeiro estádio do Arquipélago do Marajó a apresentar um gramado com essas características, copiando exemplos nacionais bem sucedidos, como os estádios do Botafogo e do Palmeiras.

A obra, viabilizada por emenda parlamentar apresentada pelo deputado federal José Priante (MDB), representa um avanço significativo para São Sebastião, que pode vir a sediar jogos de grande porte a partir de 2025.  

Uma final surpreendente para a Copa Intercontinental

Na próxima quarta-feira (18), o Real Madrid vai decidir a Copa Intercontinental de Clubes da Fifa com o surpreendente Pachuca, do México, que despachou um cansado Botafogo, campeão da América e do Brasil, estabelecendo um placar de 3 a 0.

É claro que a expectativa era por uma final entre o campeão europeu e o sul-americano, mas, por força do regulamento confuso da Fifa e do calendário imposto pela CBF em relação ao Botafogo, o Pachuca surgiu como o inesperado penetra na festa dos bacanas.

No sábado, o Pachuca venceu o Al Ahly na série de penalidades, depois de 0 a 0 nos 90 minutos. O jogo teve o equilíbrio técnico que o desgaste físico do Botafogo não permitiu no primeiro confronto do torneio. A expectativa agora é por saber o que a zebra mexicana pode aprontar na decisão.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 16)

70 a 60: Remo conquista o bicampeonato paraense de basquete

O jogo final do Campeonato Paraense de Basquete Masculino, realizado novamente na Arena Mangueirinho, foi vencido pelo Clube do Remo, que dessa forma conquistou o bicampeonato da modalidade ao superar o Paysandu por 70 a 60 pontos. Foi o 30º título estadual azulino e veio após uma recuperação impressionante dentro do campeonato.

Nos playoffs, o Papão começou impondo uma vitória, mas o Leão equilibrou a disputa e triunfou no final cravando 3 a 2 na série decisiva. A solidez defensiva e a eficiência nas ações de ataque caracterizaram o time remista, que mostrou evolução nas cinco partidas.

Neste domingo, 15, com um novo atraso de 2h, as parciais foram de 42 a 33 e 53 a 46 até o placar final. O jogador Gabriel foi o cestinha da noite, assinalando 22 pontos. “Sou remista, dediquei o meu trabalho nesses últimos meses. Comprei essa briga para lutarmos pelo título. Hoje o coletivo falou mais alto. Estou feliz em fazer parte desse time, dessa reviravolta. Foi o campeonato mais importante da minha vida”, afirmou.

(Fotos: Samara Miranda/Ascom Remo)

Rock na madrugada – Ride, “Leave them all behind”

POR GERSON NOGUEIRA

Um espantoso hit de mais de 8 minutos de duração, cuja intro dura 2 minutos, “Leave Them All Behind” (Deixe todos para trás) foi um dos maiores sucessos do subgênero shoegaze, de curtíssima duração no rock inglês, mas fundamental para a formação musical das bandas que surgiram imediatamente depois. Os responsáveis por isso são os músicos do Ride: o baixista Steve Queralt, o vocalista e guitarrista Mark Gardener, o também guitarrista Andy Bell e o baterista Laurence ‘Loz’ Colbert.

A banda, nascida em Oxford, lançou em 1990 o disco “Nowhere”, espécie de disco-manifesto do shoegaze/dreampop. Nesse período, o Ride lotava todos os locais onde se apresentava e chegou a ser apontado como “o futuro do rock”. Em seguida, saiu o álbum “Going Blank Again” (Ficando em branco novamente), que atingiu os primeiros lugares na parada britânica justamente com “Leave Them All Behind”. O terceiro trabalho foi o pouco elogiado “Carnival of Light”. Finalmente, em 1966, “Tarantula”, quando o grupo já havia se separado.

A força das melodias e a potência sonora ajudaram a catapultar o Ride ao topo da cena indie como um legítimo representante do chamado “rock de guitarras”, característica marcante do shoegaze. Depois do fim da banda, em 1996, Andy Bell foi tocar baixo no Oasis, onde ficou por 10 anos. Depois, integrou o Beady Eye, de Liam Gallagher.

Em 2015, o Ride voltou à cena, apresentando-se em festivais na Europa, Canadá e Japão. Dois anos depois, foi lançado “Weather Diaries”, quinto disco da banda e o primeiro em 21 anos. Em 2019, saiu “This Is Not A Safe Place”. Em março deste ano, o Ride deu sinais de vida: Andy Bell anunciou um novo projeto, o disco “Interplay”. Um dos pilares do shoegaze segue vivo.