
POR GERSON NOGUEIRA
Pela primeira vez, em muitas rodadas, o PSC finalmente entra em campo sem qualquer pressão por resultado. Livre da ameaça de rebaixamento, vai enfrentar o Grêmio Novorizontino, neste sábado à tarde, em Novo Horizonte (SP), preparado para explorar a ansiedade que mora do outro lado. A pressão estará toda com o dono da casa, que precisa da vitória para seguir no G4 da Série B.
Dada a importância da partida, é natural que o Novorizontino se lance ao ataque desde os primeiros minutos. Caberá ao Papão se organizar e tomar as cautelas necessárias para controlar a partida, evitando principalmente tomar gol logo de cara.
Uma boa notícia é o retorno de Lucas Maia à zaga, atuando ao lado de Quintana (ou Wanderson), tendo Edilson e Bryan Borges nas laterais. Significa a recomposição do setor defensivo titular, responsável em boa medida pelos bons resultados recentes e pelas seis vitórias que garantiram a permanência da equipe na Série B.
A presença de Maia é um fator de segurança, quando atua exclusivamente como zagueiro interno – a invenção como lateral-esquerdo não deixou saudades. O bom rendimento nas jogadas áreas é uma das virtudes de Maia, que certamente terá muito trabalho contra o ataque do Novorizontino.
Do meio em diante, o PSC repete rigorosamente o mesmo time das últimas duas partidas. João Vieira, Leandro Vilela (Luan Freitas) e Robinho; Paulinho Boia, Ruan Ribeiro e Borasi. O meia Juninho está fora da relação de atletas e dificilmente terá nova chance.
O artilheiro Esli García fica para os minutos finais, como sempre. Em situação normal, este seria um jogo sob medida para explorar a habilidade e a capacidade de definição do venezuelano. A necessidade de atacar e buscar o gol obrigará o Novorizontino a se desguarnecer no setor de defesa.
Para o mandante, a partida vale muito. Em 3º lugar no campeonato, com 63 pontos, ameaçado por Sport e Ceará, o Novorizontino faz o “jogo do acesso”, precisando vencer para encaminhar uma vaga na Série A 2025, desde que os adversários diretos não vençam na rodada.
No confronto do turno, em Belém, o Novorizontino venceu por 3 a 1, com grande atuação. Comandado por Eduardo Baptista, que treinou o Remo em 2022, o Tigre terá um retorno importante: o meia-atacante Waguininho, um dos destaques da surpreendente campanha na Série B, juntamente com Geovane, Rodolfo e Neto Pessoa, outro ex-azulino. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)
Bola na Torre
Giuseppe Tommaso apresenta o programa, a partir das 22h, na RBATV, com participações de Valmir Rodrigues e deste escriba de Baião. Em pauta, a repercussão do jogo Novorizontino x PSC e a movimentação do Remo em busca de reforços para 2025. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.
Direto do blog campeão
“Sobre o artilheiro ‘ocasional’, precisa verificar que, dos computados 36 jogos na temporada, onde ele marcou 12 gols e deu quatro assistências. Esli foi titular em cinco jogos no Campeonato Paraense. No Brasileiro fez, até agora, 8 gols, mesmo entrando no final dos jogos. Se calcular a quantidade de gols e assistências por tempo jogado, o resultado será fantástico”.
Marcos Fonteles, bicolor juramentado.
Dorival precisa dar um jeito no meio, com urgência
O empate diante da Venezuela, na quinta-feira (14), escancarou o maior problema da Seleção Brasileira atual: a ausência de qualidade e ordenamento no meio-campo. É flagrante a necessidade de um líder técnico, aquele que antigamente se chamava de camisa 10 clássico, capaz de dar ritmo e cadência à equipe.
É bom dizer que essa situação de carência criativa no setor mais estratégico da Seleção vem de longe. As últimas equipes dotadas de meias de alto rendimento foram a de 2002 (campeã mundial) e a de 2006, com Juninho Pernambucano e Ronaldinho Gaúcho, que acabou eliminada. Veio depois a era Neymar, a partir de 2014, sem maior brilho.
Hoje, reina um deserto de ideias. Desde 2022, Paquetá vem ocupando a posição de meia-armador, por falta de opções melhores. Neymar chegou a ser testado como criador, mas não tem as características de um organizador. Por força do hábito, acaba se projetando para o ataque.
Como Paquetá não convence, Raphinha tem sido testado na função por Dorival Júnior. É puro desespero. No Barcelona, onde atravessa um momento excelente, ele joga como atacante pelo lado esquerdo, entrando às vezes pelo meio.
É claramente uma improvisação, com baixa possibilidade de dar certo. Diante dos venezuelanos, Raphinha apareceu mais como atacante avançado. Marcou um bonito gol de falta, mas não lançou e nem articulou nenhuma jogada a partir da meia-cancha.
A crise técnica não ajuda, mas Dorival terá que arranjar outra solução. Rodrygo, que está lesionado, pode ser um paliativo, mas é também muito mais atacante do que um meia. Para o jogo contra o Uruguai, na terça-feira (19), Raphinha deve seguir quebrando galho por ali.
A que ponto chegamos…
(Coluna publicada na edição do Bola deste sábado/domingo, 16/17)









