Enfim, um jogo sem pressão

POR GERSON NOGUEIRA

Pela primeira vez, em muitas rodadas, o PSC finalmente entra em campo sem qualquer pressão por resultado. Livre da ameaça de rebaixamento, vai enfrentar o Grêmio Novorizontino, neste sábado à tarde, em Novo Horizonte (SP), preparado para explorar a ansiedade que mora do outro lado. A pressão estará toda com o dono da casa, que precisa da vitória para seguir no G4 da Série B.  

Dada a importância da partida, é natural que o Novorizontino se lance ao ataque desde os primeiros minutos. Caberá ao Papão se organizar e tomar as cautelas necessárias para controlar a partida, evitando principalmente tomar gol logo de cara.

Uma boa notícia é o retorno de Lucas Maia à zaga, atuando ao lado de Quintana (ou Wanderson), tendo Edilson e Bryan Borges nas laterais. Significa a recomposição do setor defensivo titular, responsável em boa medida pelos bons resultados recentes e pelas seis vitórias que garantiram a permanência da equipe na Série B.

A presença de Maia é um fator de segurança, quando atua exclusivamente como zagueiro interno – a invenção como lateral-esquerdo não deixou saudades. O bom rendimento nas jogadas áreas é uma das virtudes de Maia, que certamente terá muito trabalho contra o ataque do Novorizontino.

Do meio em diante, o PSC repete rigorosamente o mesmo time das últimas duas partidas. João Vieira, Leandro Vilela (Luan Freitas) e Robinho; Paulinho Boia, Ruan Ribeiro e Borasi. O meia Juninho está fora da relação de atletas e dificilmente terá nova chance.

O artilheiro Esli García fica para os minutos finais, como sempre. Em situação normal, este seria um jogo sob medida para explorar a habilidade e a capacidade de definição do venezuelano. A necessidade de atacar e buscar o gol obrigará o Novorizontino a se desguarnecer no setor de defesa.

Para o mandante, a partida vale muito. Em 3º lugar no campeonato, com 63 pontos, ameaçado por Sport e Ceará, o Novorizontino faz o “jogo do acesso”, precisando vencer para encaminhar uma vaga na Série A 2025, desde que os adversários diretos não vençam na rodada.

No confronto do turno, em Belém, o Novorizontino venceu por 3 a 1, com grande atuação. Comandado por Eduardo Baptista, que treinou o Remo em 2022, o Tigre terá um retorno importante: o meia-atacante Waguininho, um dos destaques da surpreendente campanha na Série B, juntamente com Geovane, Rodolfo e Neto Pessoa, outro ex-azulino. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

Bola na Torre

Giuseppe Tommaso apresenta o programa, a partir das 22h, na RBATV, com participações de Valmir Rodrigues e deste escriba de Baião. Em pauta, a repercussão do jogo Novorizontino x PSC e a movimentação do Remo em busca de reforços para 2025. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.

Direto do blog campeão

“Sobre o artilheiro ‘ocasional’, precisa verificar que, dos computados 36 jogos na temporada, onde ele marcou 12 gols e deu quatro assistências. Esli foi titular em cinco jogos no Campeonato Paraense. No Brasileiro fez, até agora, 8 gols, mesmo entrando no final dos jogos. Se calcular a quantidade de gols e assistências por tempo jogado, o resultado será fantástico”.

Marcos Fonteles, bicolor juramentado.

Dorival precisa dar um jeito no meio, com urgência

O empate diante da Venezuela, na quinta-feira (14), escancarou o maior problema da Seleção Brasileira atual: a ausência de qualidade e ordenamento no meio-campo. É flagrante a necessidade de um líder técnico, aquele que antigamente se chamava de camisa 10 clássico, capaz de dar ritmo e cadência à equipe.   

É bom dizer que essa situação de carência criativa no setor mais estratégico da Seleção vem de longe. As últimas equipes dotadas de meias de alto rendimento foram a de 2002 (campeã mundial) e a de 2006, com Juninho Pernambucano e Ronaldinho Gaúcho, que acabou eliminada. Veio depois a era Neymar, a partir de 2014, sem maior brilho.

Hoje, reina um deserto de ideias. Desde 2022, Paquetá vem ocupando a posição de meia-armador, por falta de opções melhores. Neymar chegou a ser testado como criador, mas não tem as características de um organizador. Por força do hábito, acaba se projetando para o ataque.

Como Paquetá não convence, Raphinha tem sido testado na função por Dorival Júnior. É puro desespero. No Barcelona, onde atravessa um momento excelente, ele joga como atacante pelo lado esquerdo, entrando às vezes pelo meio.

É claramente uma improvisação, com baixa possibilidade de dar certo. Diante dos venezuelanos, Raphinha apareceu mais como atacante avançado. Marcou um bonito gol de falta, mas não lançou e nem articulou nenhuma jogada a partir da meia-cancha.

A crise técnica não ajuda, mas Dorival terá que arranjar outra solução. Rodrygo, que está lesionado, pode ser um paliativo, mas é também muito mais atacante do que um meia. Para o jogo contra o Uruguai, na terça-feira (19), Raphinha deve seguir quebrando galho por ali.

A que ponto chegamos…

(Coluna publicada na edição do Bola deste sábado/domingo, 16/17)

Justiça da Argentina determina prisões de 61 golpistas do 8 de janeiro

Criminosos bolsonaristas condenados estão sendo procurados pela polícia do país vizinho. Audiências após detenções, caso a caso, vão definir extradições para o Brasil

A Justiça da Argentina expediu mandados de prisão contra 61 golpistas brasileiros condenados por participação nos ataques de 8 de janeiro de 2023 e que estão foragidos no país. Muitos desses criminosos bolsonaristas, que tentaram levar a cabo um golpe de Estado na primeira semana de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se esconderam na nação vizinha depois que receberam duras penas do Supremo Tribunal Federal. O despacho é de Daniel Rafecas, juiz-chefe da 3ª Vara Federal.

Segundo as autoridades locais, duas pessoas condenadas já foram localizadas e presas. Eles aguardam uma audiência para saber se serão extraditados ou não. Com a polícia nas ruas de diversas cidades argentinas para encontrar os bandidos, o mesmo ocorrerá quando os demais fugitivos forem sendo achados e presos. Segundo juristas da nação vizinha, todos ainda terão o direito de recorrer à Suprema Corte de Justiça, responsável por dar a última palavra em casos do tipo.

O governo do extremista Javier Milei, aliado ideológico de primeira hora de Jair Bolsonaro (PL), por óbvio, é totalmente contrário às detenções e extradições dos criminosos golpistas, mas desde os primeiros meses após a posse vem sinalizando que não fará qualquer tipo de objeção, muito menos de intervenção, em decisões judiciais, o que na prática deixou os condenados desemparados no território estrangeiro.

De acordo com os dados do governo argentino, desde a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023, foram 185 os cidadãos brasileiros a pedirem “refúgio” na Argentina, homens em sua imensa maioria. Não ficou claro quantos entre estes já seriam condenados pela Justiça do Brasil. (Transcrito da Revista Fórum)

A frase do dia

“Faz uma semana que o Tarcísio cometeu um crime eleitoral e a Carmen Lúcia até agora não se pronunciou. Ela espera que nós esqueçamos”.

Ricardo Pereira, jornalista e professor

Explosões em frente ao STF serão investigadas como ato terrorista, diz diretor-geral da PF

“O que justifica o inquérito para apurar o ataque terrorista é justamente o cunho político desse ato”, disse o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues

A Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito para investigar as explosões que ocorreram na noite de quarta-feira (13), em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. O caso está sendo tratado como um ato terrorista. “O que justifica o inquérito para apurar o ataque terrorista é justamente o cunho político desse ato. Já concluímos a varredura por parte da PF no local onde houve a explosão”, disse o diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, segundo o g1.

Durante a madrugada, as forças de segurança, incluindo a PF e a Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), realizaram uma varredura na área em busca de outros possíveis artefatos explosivos. As investigações preliminares indicam que o homem responsável pelas explosões, identificado como Francisco Wanderley Luiz, morreu após detonar explosivos em frente ao STF. Ele havia alugado uma casa em Ceilândia, a cerca de 30 km da Praça dos Três Poderes, onde foram encontrados mais artefatos explosivos.

As duas explosões ocorreram com um intervalo de apenas 20 segundos, sendo a primeira em um carro estacionado no Anexo IV da Câmara dos Deputados. Em seguida, o ataque se concentrou em frente ao STF, quando Francisco Wanderley Luiz tentou ingressar no prédio. De acordo com testemunhas, ele mostrou artefatos presos ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou um explosivo na nuca.

Equipes de bombeiros e militares especializados em explosivos foram acionadas e isolaram a área para realizar uma varredura. Até a última atualização, o corpo de Luiz ainda não havia sido retirado do local. Como medida de segurança, as atividades no STF e na Câmara dos Deputados foram suspensas até o meio-dia desta quinta-feira (14), enquanto o Senado optou por cancelar o expediente. A Presidência da República ainda não se manifestou sobre a manutenção da agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

RESPONSABILIZAÇÃO DOS CRIMINOSOS

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, observa que explosões na Praça dos Três Poderes não são fato isolado do contexto e que a pacificação do país só ocorrerá com a responsabilização dos criminosos, sem anistia. “Ontem é uma demonstração de que só é possível essa necessária pacificação do país com a responsabilização de todos os criminosos. Não existe a possibilidade de pacificação com anistia a criminosos”, disse.

Para Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), afirmou que “o lobo solitário é ‘apenas um maluco’ até que ele consiga assassinar uma autoridade nacional ou matar um inocente. Vivemos tempos sombrios com a cadela fascista rondando o Brasil. A segurança pública precisa ser colocada em outro patamar, principalmente no Distrito Federal”.

Desafios para a Série B 2025

POR GERSON NOGUEIRA

Os principais clubes paraenses estão novamente diante do desafio de montar elencos competitivos para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro em 2025, com a responsabilidade de não repetir erros grosseiros do passado recente. O PSC ainda tem dois jogos a cumprir na competição, mas o Remo está em recesso desde 5 de outubro. Cientes das dificuldades impostas pelo mercado, as duas gestões já se movimentam no sentido de encaminhar contratações.

Como o calendário divulgado pela CBF prevê que os estaduais irão começar em 12 de janeiro, torna-se imperioso que os clubes aproveitem bem o tempo (menos de dois meses) disponível antes do início dos torneios.

A comparação com as decisões tomadas neste ano é o passo inicial para evitar a repetição de erros sérios, como a aquisição de jogadores que não tiveram o rendimento esperado e outros que nem chegaram a atuar – como Pedro Romano, zagueiro do PSC, indicado pelo técnico Hélio dos Anjos, que não jogou e ainda teve contrato estendido até metade de 2025.

Estripulias absurdas do tipo Pedro Romano não podem ser reeditadas. Caso os clubes continuem a errar de forma tão grotesca, novos problemas surgirão no caminho dos dois clubes na disputa de um campeonato previsivelmente equilibrado e difícil.

O Remo tem viva na memória a desastrosa participação na Série B 2021, quando contratou uma enxurrada de reforços, que não impediram uma campanha errática e que culminou em rebaixamento.

Alguns jogadores remanescentes da temporada anterior foram reaproveitados, com pífios resultados, contribuindo para o fracasso. Desta vez, a diretoria optou por reduzir ao máximo a presença de jogadores da campanha do acesso no novo elenco.

Foram mantidos sete atletas – Marcelo Rangel, Léo Lang, Sávio, Rafael Castro, Jaderson, Pavani e Ytalo – e ainda persistem esforços para renovar com o ala direito Diogo Batista. Mas, depois que o executivo Sérgio Papellin alertou para o risco das especulações, surgiu a notícia de que o meia Dodô, 30 anos, que estava no futebol árabe, pode ser anunciado.

Já o PSC, que tem 19 atletas com contratos se encerrando no fim do ano, as deliberações sobre permanências e rescisões devem começar após o jogo final com o Vila Nova. Preocupa o fato de que peças importantes – como Esli García, Matheus Nogueira, João Vieira, Paulinho Boia e Jean Dias – podem deixar o clube em dezembro. Nicolas, Lucas Maia, Quintana e Borasi têm contrato até 2025. Kevyn e Juninho, este sem chances no time titular, têm vínculo até 2026.

Há, porém, um outro caso esquisito, que lembra o de Pedro Romano. O lateral-esquerdo Keffel, indicado e avalizado por Hélio dos Anjos, foi contratado junto ao Torreense de Portugal por 150 mil euros (R$ 900 mil), segundo o jornal português Record. Keffel, porém, foi pouquíssimo aproveitado na Série B e ficará no clube até novembro de 2025.

A considerar o valor desembolsado por um atleta sem utilização, o clube não deverá ter muitos problemas para bancar os custos da permanência do venezuelano Esli, simplesmente o melhor jogador do elenco.

Sugestão para reforma e ampliação da Curuzu

O amigo Aldo Valente, torcedor do PSC e velho colaborador da coluna, elaborou uma sugestão para a revitalização do estádio da Curuzu pelas mãos da futura gestão de Roger Aguilera. Transcrevo na íntegra:

“O Roger fala da reforma e ampliação da Curuzu e ela vem passando por melhoramentos em todos estes últimos 10 anos, mas não vejo um projeto continuado de ampliação, apenas um remendo aqui, outro ali. A dimensão restrita é limitante, mas um projeto arquitetônico arrojado e moderno poderia compensar essas limitações.

A Europa está cheia destes estádios com áreas reduzidas, mas de capacidade de 30 a 35 mil torcedores. Minhas sugestões:

1 Demolir as arquibancadas das travessas Chaco e Curuzu e ali construir três andares de arquibancadas sobrepostas.

2 Na arquibancada que dá para a Almirante Barroso, fazer um reforço de estrutura na fundação que permita a construção de mais dois novos vãos superiores de arquibancadas.

3 Na parte de fundo, reforço de estrutura na fundação e acima dos camarotes, construir um grande vão de arquibancada.

Todas as arquibancadas cobertas, drenagem do gramado e infraestrutura para receber shows e grandes eventos. Aí, sim, teríamos o dobro da atual capacidade do estádio.

É claro que uma obra dessa envergadura levaria algum tempo, mas ter um projeto arquitetônico bem estruturado e as obras feitas por etapas, em algum momento será concluída. Pensar numa ampliação reduzida é pensar pequeno, sem pragmatismo e com pouco futuro”.

Seleção pode pular para a vice-liderança

Depois de três dias de treinamentos em Belém, finalizados ontem, a Seleção Brasileira enfrenta hoje (17h, horário de Brasília) a Venezuela, em Maturín, pelas Eliminatórias Sul-Americanas à Copa de 2026. Um jogo que pode comprovar a ascensão do Brasil nesta etapa da competição.

Em quarto lugar, com 16 pontos, a Seleção pode ultrapassar a Colômbia (19), alcançando a vice-liderança em caso de vitória. Seria uma recuperação expressiva sob o comando de Dorival Júnior, cujo trabalho foi muito criticado nas primeiras partidas.

Para começar o jogo, a novidade é a nova formação de meio-de-campo, com Gerson, Bruno Guimarães e Raphinha. Boa providência de Dorival, apesar de derramar elogios ao fraco Paquetá, cuja presença repetida na Seleção gera muita desconfiança. Questiono até como reserva.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 14)

Bomba explode e mata bolsonarista de Santa Catarina após tentativa de ataque ao STF

O carro que explodiu na Praça dos Três Poderes na noite desta quarta-feira, 13, pertencia a Francisco Wanderley Luiz, natural de Santa Catarina. Uma hora antes da explosão, ele fez uma publicação nas redes sociais com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos presidentes das duas Casas do Congresso Nacional.

Em seu perfil no Facebook, Luiz reproduzia teorias conspiratórias anticomunistas como o QAnon, populares na extrema direita americana. Em 2020, Luiz foi candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL, partido hoje do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A série de explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), mobilizou forças de segurança e autoridades do governo. Segundo a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, o responsável pelo ataque tentou invadir o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) logo após a primeira explosão, mas foi impedido. “Logo após a explosão, ele tentou entrar, mas não conseguiu”, informou Celina em coletiva de imprensa.

O ataque consistiu em duas explosões com um intervalo de cerca de 20 segundos, e o suspeito morreu no local. Seu corpo, que foi encontrado junto a artefatos explosivos, permaneceu em frente ao STF enquanto a equipe antibombas realizava uma varredura. As investigações buscam identificar o suspeito e entender suas motivações. A primeira hipótese, segundo a vice-governadora, é de que se trate de um “lobo solitário” em uma ação suicida.

O STF, em nota oficial, relatou que “dois fortes estrondos foram ouvidos” após o término da sessão, e por segurança, ministros, servidores e demais colaboradores foram evacuados do prédio. “A Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF”, acrescentou o comunicado.

ALVOS POLÍTICOS

O homem que morreu após jogar uma bomba no STF, Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, postou em suas redes sociais uma mensagem em que anuncia o ataque que iria cometer. Em comentário a uma mensagem no Facebook, Francisco Wanderley menciona a data e horário, 13 de novembro, de um “grande acontecimento”.

Francisco Wanderley Luiz usava o codinome Tiu França nas redes sociais. Foi candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul (SC) em 2020, mas não conseguiu se eleger. Bolsonarista, Francisco escrevia mensagens sugerindo um ataque com bombas contra alvos políticos que ele chama de “comunistas de merda”.

“Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda”, diz um dos textos reproduzidos em prints de mensagens de WhatsApp enviadas para ele mesmo.

Francisco Wanderley também postou em suas redes uma foto no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) e escreveu que “deixaram a raposa entrar no galinheiro”. Ele também afirma: “’vocês’ foram ‘avisados’”.

Em outro print, ele escreve: “Cuidado ao abrir gavetas, armários, estantes, depósito de materiais etc. Início: 17h48 do dia 13/11/2024. O jogo acaba dia 16/11/2024. Boa sorte!”.

VESTIDO DE CORINGA

O carro de Francisco Wanderley Luiz, com placa de Santa Catarina, que explodiu na Praça dos Três Poderes na noite desta quarta-feira (13) foi encontrado com artefatos explosivos e tijolos no porta-malas.

Francisco morreu após arremessar um explosivo na estátua da Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele teria jogado duas bombas, mas foi atingido por uma delas.

O bolsonarista perpetrou o ataque ao STF vestido com um terno os símbolos dos naipes de baralho, num alusão ao vilão Coringa, adversário do Batman.

(Com informações do ICL Notícias, O Globo e g1)

A frase do dia

“Enquanto Jair Bolsonaro não for preso – negacionista, propagador do ódio, responsável por centenas de milhares de mortes durante a pandemia, grosseiro, rude, violento -, o gado continuará agindo sem medo da repressão legal do Estado”.

Edu Goldenberg, jornalista e cronista

A permanência tem um herói

POR GERSON NOGUEIRA

Pelo que foi possível acompanhar, pelo menos nas situações públicas, só os técnicos não irão gostar de uma constatação óbvia e eloquente: Esli García é o grande herói da campanha de permanência do Paysandu na Série B. Da metade do campeonato em diante, o time travou uma luta difícil, angustiante e às vezes sofrida para evitar o rebaixamento.

Gostem ou não seus comandantes, o atacante venezuelano de 24 anos desempenhou um papel fundamental na trajetória do PSC: marcou oito gols, mais de um quinto dos 38 marcados pelo time em 36 rodadas.  

Um aspecto valoriza ainda mais essa façanha. Ele fez gols mesmo jogando apenas os trechos finais das partidas. Raras foram as ocasiões em que foi escalado como titular e, quando isso aconteceu, simplesmente arrebentou em campo. Como na vitória de 5 a 3 sobre o Ituano, quando deu passes preciosos e assinalou um golaço, com classe e precisão.

Aliás, Esli só fez gols bonitos. Não há um gol de bola rebatida, de sururu na área ou de lances acidentais. Seu papel na missão de manter o Papão na Série B veio emoldurado por jogadas de categoria explícita.

Foi esse talento que o torcedor enxergou ainda nos jogos do Campeonato Paraense. Sempre que entrava em campo, tornava-se sensação instantânea, pelos dribles e finalizações. A sabedoria da torcida não pode ser menosprezada. É uma das lições mais certeiras do futebol.

Apesar de todo o sucesso junto à Fiel bicolor, Esli não encontrou jeito de agradar seus superiores imediatos. Primeiro a expor uma antipatia explícita, Hélio dos Anjos chegou a defini-lo como um jogador de “lances ocasionais”, de baixa estatura e resistência insuficiente.

Esli respondeu sempre em campo, marcando gols e dando à torcida o espetáculo que ela mais gosta. Como no lance magistral contra o Botafogo-SP, no Mangueirão. Fintou dois marcadores e encobriu o goleiro.

Depois que Hélio foi demitido esperava-se que a vida melhorasse para ele. Ledo engano. Márcio Fernandes assumiu e logo repetiu a estratégia de barrar Esli. O ponto mais absurdo foram os quatro jogos de castigo, antes da partida com a Ponte Preta, em momento delicado da competição.

Apesar dos riscos óbvios de insistir na exclusão do atacante, as diversas combinações ofensivas sempre deixavam Esli de lado. Mas, contra a Ponte, após entrar aos 25 minutos do 2º tempo, o baixinho abusado entrou e decidiu a parada, após bela jogada de Borasi.

O PSC estava com um jogador a mais desde o final do 1º tempo, mas não saía de um empate em 1 a 1. Esli, objetivo e letal, mudou esse panorama com o gol que verdadeiramente garantiu o Papão na competição.

Na segunda-feira, 11, a história se repetiu – não como farsa, mas como realidade óbvia. Esli García, cujo nome foi cantado pela torcida nas arquibancadas da Curuzu, entrou naquele momento que os locutores costumam chamar de crepúsculo da partida.

Borasi foi novamente o garçom que contribuiu para o goleador deixar sua marca, aos 35 minutos, quebrando outra vez a monotonia de um empate quase certo. Esli foi abraçado e aclamado, mas as imagens da TV revelaram alguns companheiros seus de expressão fechada no banco de reservas, aparentemente insatisfeitos com aquele instante de glória.

A saga do artilheiro em desgraça – não se sabe bem porquê – dentro de seu próprio time ainda aguarda por detalhes mais precisos, mas quem acompanha futebol sabe que é inaceitável brigar com os fatos. Um bom jogador, artilheiro ainda por cima, não pode jamais ser boicotado. Por sorte, deu tudo certo, mas a lição está aí, aos olhos de todos. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

Belém e o Novo Mangueirão abraçam a Seleção

A Seleção Brasileira faz hoje, no estádio Jornalista Edgar Proença, seu treino final para o jogo com a Venezuela – quarta-feira, em Maturin, pelas Eliminatórias Sul-Americanas. O palco não poderia ser outro. E não apenas pela logística que oportunizou a nova passagem por Belém. Há na escolha uma indisfarçada preocupação em desfrutar do alto astral que a apaixonada torcida paraense passa ao escrete. (Além das instalações modernas da arena Fifa que é o nosso Mangueirão hoje).

Os mais desavisados irão perguntar qual é mesmo a importância de treinos que não contou nem com a presença da torcida. Ora, é simples explicar. Para Belém, é fundamental ser reconhecida como rota oficial da Seleção Brasileira, depois de anos de distanciamento – o que era plenamente justificável pela falta de um estádio apropriado.

Há, ainda, a dívida com a capital paraense, criminosamente alijada de sediar jogos da Copa do Mundo de 2014, por obra e graça da pilantropia que então dominava a CBF de Ricardo Teixeira e a Fifa de Joseph Blatter.  

Para a Seleção, o reencontro, mesmo fugidio de agora, é um carimbo da sorte. Belém faz bem à Seleção. A estreia aqui, em setembro do ano passado, contra a Bolívia é reveladora desse positivismo. Goleada de 5 a 1 e última apresentação decente de Neymar com a camisa canarinho.

Que o jogo de amanhã reflita as vibrações desta breve visita. E que logo a Seleção esteja de volta, para um jogo de verdade aqui.

Punição dura e à altura das arruaças na Arena MRV

Caso sejam mantidas as primeiras sanções aplicadas pelo STJD, estamos diante de uma nova postura dos órgãos competentes em relação à violência desmedida que certas torcidas praticam nos estádios e em torno deles. O que rolou domingo, na Arena MRV, do Atlético-MG, foi inaceitável.

Aconteceram explosões de bombas no gramado, houve hostilidade aos torcedores visitantes e ficou demonstrada explicitamente a falta de esportividade (aspecto mais grave de todos) diante da derrota. Não se pode conceber que torcedores não aceitem perder. Perder é do jogo. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 13)

Rock na madrugada – Neil Young, “Old Man”

O clássico “Old Man” (álbum Harvest, 1972), de Neil Young, é sobre o zelador do Broken Arrow Ranch, no norte da Califórnia. Young comprou o rancho de 140 acres em 1970 por apenas 350 mil dólares. Na gravação original, no vídeo acima, duas presenças estelares: James Taylor tocou banjo e Linda Ronstadt participou dos vocais.

O nome do zelador era Louis Avila, e no filme “Heart of Gold”, Young contou toda a história sobre a composição deste clássico setentista:

“Havia um velho jipe ​​azul lá, e Louis me levou para um passeio neste jipe ​​azul. Ele me levou até lá em cima, no topo do lugar, e havia um lago lá em cima que alimentava todos os pastos, e ele disse: ‘Bem, me diga, como um jovem como você tem dinheiro suficiente para comprar um lugar como este?’. E eu disse: ‘Bem, que sorte, Louie, que sorte mesmo’. E ele disse: ‘Bem, essa é a coisa mais estranha que já ouvi’. E eu escrevi esta música para ele”.

Pesquei esse episódio de uma postagem no Instagram. Não sabia do motivo simplório que inspirou Neil Young, mas “Old Man” (Velho) é uma de minhas canções preferidas do bardo canadense, que completou 79 primaveras ontem (12).