Cine Líbero Luxardo recebe Mostra de Cinema Japonês, com entrada franca

A Fundação Cultural do Pará, por meio do Cine Líbero Luxardo e em parceria com o Consulado do Japão em Belém, irá receber a Mostra de Cinema Japonês 2024. A programação começa nesta quinta-feira (28) e segue até 4 de dezembro. A entrada é franca. Durante a mostra serão exibidos quatro filmes inéditos e dois animês. Todos com áudio original em japonês e legendas em português. Os ingressos serão distribuídos na bilheteria do cinema uma hora antes do início de cada projeção.

A mostra estreia às 17h10 com o anime “Crayon Schin-chan: Bravo! Grande batalha de samurais”. Inspirada nos mangás de Yoshito Usui, Crayon Schin-chan é considerada uma das séries de animação mais longa do mundo, recordista de audiência no Japão.

O filme de Keiichi Hara conta o dia em que Shin-chan tem um sonho com uma bela moça e, de repente, encontra-se no Ano II de Era Tensho (1574) salvando de um perigo o samurai Matabei. Em agradecimento, o samurai o convida a ir ao Castelo Kasuga, onde, surpreso, Shin-chan encontra-se com a moça do sonho.

Também no primeiro dia da mostra, às 19h será exibido “The nighthawk’s first love” (O Primeiro Amor da Notívaga), uma adaptação cinematográfica do romance de Rio Shimamoto, de 2012, dirigido por Yuka Yasukawa (seu segundo longa-metragem) e escrito por Hideo Jojo (On the Edge of Their Seats).

Aiko Maeda (Matsui Rena) é uma estudante universitária que reluta em se apaixonar, por causa de uma marca de nascença no lado esquerdo do rosto. No entanto, essa situação muda, quando é entrevistada para um livro sobre “pessoas com marcas e cicatrizes no rosto”. Em função de conversas sobre a adaptação desse livro para o cinema, Aiko conhece o diretor Tobisaka Outa (Nakajima Ayumu) e, gradualmente, começa a se sentir atraída por ele.

RUPTURA

A animação “Kappa: O Duende do Rio e o Sampei”, será exibida no dia 29, às 16h20. O animê conta a aventura do jovem Sampei com o duende, um menino que vive com o avô numa tranquila aldeia. Um dia, após passar pelas correntes lamacentas do rio, ele acorda na terra dos duendes. Sampei faz amizade com um deles, Gartalow, e os dois decidem fugir juntos de volta ao vilarejo.

Em seguida, às 18h, será a vez do drama “I am what I am (Sobakasu)”, Kasumi, de 30 anos (interpretada por Toko Miura em seu primeiro papel principal após Drive My Car), trabalha em um call center e mora com a sua família, sendo bastante incomodada por sua mãe que deseja que ela se case, chegando a propor-lhe um “Omiai”, o casamento arranjado.

Na realidade, Kasumi não consegue nutrir sentimentos românticos pelos outros. Com a ajuda de sua amiga Maho, Kasumi deseja apenas viver sem os rígidos papéis de gênero e expectativas da sociedade que ditam como as jovens devem se submeter aos ideais de amor e casamento. O filme é uma libertadora ruptura perante a ideia de que o amor romântico equivale à felicidade e a uma vida plena.

Também integram a mostra “What Did You Eat Yesterday? (Kinou Nani Tabeta?)” e “Hit Me Anyone One More Time!”. O primeiro é uma adaptação de uma popular série de mangá, “Kinou Nani Tabeta?”, de Fumi Yoshinaga, estrelado por Hidetoshi Nishijima e Seiyo Uchino. Shiro, que trabalha em um escritório de advocacia, e seu namorado Kenji, cabeleireiro, estão morando juntos. E, durante uma viagem a Kyoto, para comemorar o aniversário de Kenji, Shiro levanta um certo assunto que muda o rumo da viagem.

“Hit Me Anyone One More Time!” é uma comédia que narra a história de um homem que desperta no leito do hospital, sem nenhuma lembrança de onde está ou de quem ele é. Logo, através do noticiário na TV, percebe que é ninguém menos que Keisuke Kuroda, o 127° Primeiro- Ministro do Japão, odiado pelo povo e vítima de uma pedrada na cabeça. Incapaz de se lembrar das pessoas ao seu redor, Kuroda retoma suas funções com um novo senso de altruísmo e consciência, escondendo sua perda de memória.

Após a projeção dos filmes serão sorteados, entre os que preencherem enquete, os Calendários do Japão 2025 no formato livreto (de folhear) de temas variados como arte, paisagem e arquitetura japonesa. A Mostra de Cinema Japonês é uma realização do Consulado do Japão em Belém e a Fundação Japão, em parceria com o Governo do Pará por meio da Fundação Cultural do Pará.

Confira a programação completa:

28/11
17h10: CRAYON SHINCHAN
19h: THE NIGHTTHAWK’S FIRST LOVE

29/11
16h20: KAPPA
18h: I AM WHAT I AM

30/11
16h: CRAYON SHINCHAN
17h45: WHAT DID YOU EAT YESTERDAY?

01/12
16h: KAPPA
17h40: HIT ME ANYONE ONE MORE TIME!

03/12
16h: I AM WHAT I AM
17h55: WHAT DID YOU EAT YESTERDAY?

04/12
16h: THE NIGHTTHAWK’S FIRST LOVE
17h50: HIT ME ANYONE ONE MORE TIME!

Serviço Cine Líbero Luxardo
Avenida Gentil Bittencourt, 650 | (Fundação Cultural do Pará) – Nazaré – Belém/Pará
A bilheteria abre uma hora antes das sessões | Lotação: 98 lugares
Não é permitido o consumo de alimentos e bebidas na sala de exibição
Realização: Fundação Cultural do Pará

Nicolas e os desafios do futebol

POR GERSON NOGUEIRA

Depois do jogo de domingo, o atacante Nicolas foi recepcionado com frieza pela torcida, recebendo aplausos e vaias quando deixava o campo no momento das substituições. Não foi a primeira vez. Ao longo do Campeonato Brasileiro, o antigo ídolo da Fiel foi apupado em várias partidas na Curuzu. Um cenário que ninguém podia prever no início da temporada.

Os problemas começaram desde que se contundiu e saiu logo no começo do jogo com o Brusque, em Santa Catarina, no 1º turno da competição. Ali, Nicolas iniciou um roteiro de incertezas e frustrações na Série B. Uma lesão persistente o afastou de várias partidas. Quando voltou, nunca mais mostrou o mesmo desempenho.

A lembrança da primeira passagem pelo clube, há dois anos, foi o tempo todo confrontada com a realidade desta temporada. É bem verdade que no Parazão e na Copa Verde, com 17 gols, a marca do artilheiro continuou em alta. Na Série B, porém, a fonte secou.

Foram apenas três gols marcados. Pior: o último foi contra o Ceará, na 15ª rodada do campeonato, na vitória do Papão por 2 a 1 na Curuzu. No fim das contas, o artilheiro igualou a quantidade de gols marcados em 2023 quando defendia o Ceará na Série B.

Para o torcedor, fica a ideia de que as dificuldades representadas pelas defesas da Segunda Divisão atrapalham a caminhada do atacante. É como se as facilidades do Parazão e da Copa Verde representassem uma espécie de propaganda enganosa.

Antes do confronto com o Vila Nova, o jogador desabafou em entrevista, reclamando do tratamento da torcida. Acostumado a ser vaiado pelas torcidas adversárias, disse que entendia como normais as críticas, mas que esperava mais respeito por parte dos bicolores.

É visível a mágoa que Nicolas carrega neste momento. Com vínculo contratual até a próxima temporada, deve continuar no Papão, apesar das desconfianças da torcida. A ascensão de Esli García, um ídolo improvável, contribuiu também para o aumento das cobranças sobre Nicolas.

Com Esli marcando gols em profusão, as expectativas do torcedor mudaram de foco. O venezuelano passou a ser aplaudido e ter o nome gritado, mesmo que os técnicos não tivessem a mesma simpatia por ele. Tanto Hélio dos Anjos quanto Márcio Fernandes fizeram questão de deixar Esli no banco de reservas.

Mesmo com poucos minutos em campo, ele superou todos os obstáculos e marcou 10 gols na Série B, apenas três a menos que o artilheiro da competição, Erick Pulga, do Ceará, que jogou 35 partidas como titular.

A comparação inevitável desfavorece Nicolas, que foi contratado como esperança de gols. Não foi trazido pela segunda vez para ser homem de apoio no meio-campo ou para fazer papel de pivô, como alguns tentam relativizar. A missão era fazer gols. Para o torcedor, ídolo é sempre aquele que balança as redes adversárias.

Sempre foi e será assim. Nicolas, por mais chateado que esteja – com razão ou não –, precisa entender que o futebol é dinâmico. A próxima temporada pode ser a oportunidade de restaurar os dias gloriosos que o tornaram ídolo da Fiel. (Foto: Ascom/PSC)

Técnicos portugueses protagonizam final antecipada

Abel Ferreira, campeão pelo Palmeiras no ano passado, e Artur Jorge, responsável pela excepcional campanha do Botafogo nesta temporada, estarão frente a frente hoje à noite, na Allianz Arena, para um jogo que tem tudo para ser a final antecipada do Brasileiro.

As forças se equivalem, são times bem treinados e com números parecidos – 70 pontos na competição. Por outro lado, algumas diferenças são visíveis. No Palmeiras, prevalece a devoção por resultados. O time não tem vergonha de jogar feio, marcando muito e cruzando 300 bolas na área.

O que vale é a extrema eficiência do sistema montado por Abel, que trabalha há pelo menos três anos com um grupo de jogadores que seguem à risca suas ideias. E sabem executar muitíssimo bem.

Não há no país um time mais eficiente e aplicado na busca por vitórias. Foi assim que conquistou quase todos os títulos que disputou desde a chegada do polêmico treinador.

O Botafogo de Artur Jorge pratica um modelo diferente, com cinco atacantes e dois jogadores de meio – Gregore e Marlon Freitas – que também se aproximam muito da linha de frente e ajudam no trabalho de cerco à área adversária.

Esse sistema funcionou bem até cinco rodadas atrás, quando começou uma sequência de tropeços contra equipes tecnicamente inferiores – Cuiabá, Criciúma e Vitória. Ainda houve um empate tumultuado no clássico com o Atlético-MG, em Belo Horizonte.

Ficou óbvio que o Botafogo de alta intensidade sofre para derrotar times que se fecham em duas linhas de marcação. O jogo de dribles e passes em velocidade do quinteto ofensivo – Luiz Henrique, Igor Jesus, Savarino, Junior Santos e Almada – murcha contra retrancas bem armadas.

O clássico desta noite, além de praticamente definir o campeão da temporada, vai colocar frente a frente duas formas diferentes de jogar. Um time mais objetivo e aplicado, emocionalmente forte, contra um visitante que só sabe atuar atacando e que às vezes fraqueja na parte anímica.

Dois jovens técnicos lideram essas grandes equipes e são responsáveis pelo melhor futebol da Série A brasileira. Um vai ficar pelo caminho, mas ambos têm muitos méritos.

Adeus a um repórter cametaense

Dinan Laredo nos deixou no último sábado, aos 58 anos. Precisava fazer este registro. Nativo do Baixo Tocantins, nascido na Vila do Carmo, foi um jornalista aplicado, que saltou degraus pelo esforço e dignificou a profissão com grande dose de responsabilidade, espalhando gentileza por onde passava. Um cara simples, amigo de todos e dono de um humor permanente. Trabalhamos na RBATV e em outros projetos; e foi sempre uma parceria feliz e honrosa.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 26)

Festa e consagração de Esli

POR GERSON NOGUEIRA

Um golaço do artilheiro foi o prêmio maior para a vibrante torcida alviceleste, ontem, no estádio Jornalista Edgar Proença. O público, de 40 mil espectadores, foi o maior da última rodada da Série B. E é impressionante porque o jogo não valia rigorosamente nada, era apenas um mero cumprimento de tabela. Em campo, deu Papão, por 2 a 1, de virada.

Por esse motivo, a partida começou morna, com poucas investidas de parte a parte. A marcação prevalecia no meio-de-campo, principalmente por parte do desfalcado Vila Nova, que perdeu quase todo o time titular com as dispensas, contusões e suspensões. No banco, o time goiano trouxe apenas seis atletas.

Para piorar, perdeu dois logo nos primeiros minutos. Com lesões musculares, Elias e Guilherme tiveram que ser substituídos. O PSC tentava impor respeito. Ameaçou logo no começo em finalização de Paulinho Boia, mas não insistiu. Depois disso, só voltaria a ameaçar aos 25 minutos, em chute de Netinho, de fora da área.

O Vila Nova pouco saía de seu campo e no primeiro ataque mais organizado chegou ao gol. Aos 35’, um cruzamento da direita alcançou Du Fernandes livre entre os zagueiros. Ele só fez desviar para o fundo das redes, abrindo o placar no Mangueiro.

João Vieira, um dos mais importantes jogadores do PSC na temporada, foi substituído no intervalo por Luan Freitas. Os bicolores tentavam se organizar para buscar o empate, mas o Vila ameaçava mais. Aos 10 minutos, Luciano Naninho driblou dois na entrada da área e arrematou, quase ampliando o marcador.

No minuto seguinte, aconteceu o empate bicolor. Bryan Borges foi até a linha de fundo e deu um passe recuado para Esli García. O artilheiro arrumou a bola e bateu de curva, no canto esquerdo de Dênis Jr., fazendo a torcida explodir de alegria no Mangueirão.

Ídolo da Fiel, Esli virou titular para a partida de ontem, depois de passar todos os 13 jogos sob o comando de Márcio Fernandes ocupando a reserva e algumas vezes nem isso, mesmo com um assombroso desempenho nos poucos minutos em que entrou em campo – 10 gols no campeonato.

Ao deixar o gramado, aos 25 minutos do 2º tempo, foi demoradamente aplaudido pela torcida, enquanto Robinho e Nicolas eram saudados discretamente – o centroavante recebeu até vaias.

Depois de empatar, o PSC tentou chegar ao gol da vitória, mas o Vila se desdobrava na marcação e de vez em quando saía em contragolpes perigosos. A virada só se consumou aos 46 minutos. Val Soares disparou uma bomba da entrada da área, Dênis Jr. espalmou e Lucas Maia aproveitou o rebote, desempatando a partida.

No final, uma grande festa no Mangueirão, com os jogadores e familiares homenageados em campo pela boa temporada – títulos do Parazão e da Copa Verde, além da permanência na Série B.

O Papão encerrou sua participação na Série B 2024 com 50 pontos, ocupando a 13ª colocação. O Vila fechou em 8º, com 55 pontos.

Novorizontino dança, Ceará e Sport sobem

Um gol do paraense Paulo Baya, aos 38 minutos do 2º tempo, acabou com os sonhos de acesso do Novorizontino. O Goiás venceu a partida e, com isso, ajudou o Ceará a subir para a Série A, juntamente com o Sport, Mirassol e Santos. O Tigre passou o campeonato inteiro ocupando um lugar no G4. Saiu apenas na rodada final.

O mais impressionante é que o Novorizontino dependia exclusivamente de uma vitória para conquistar o inédito acesso à primeira divisão do futebol nacional. Cozinhou um empate que lhe era favorável até os minutos finais, mas acabou sucumbindo à pressão do Goiás.

Depois de ficar em desvantagem, completamente desesperado, o Novorizontino se lançou ao ataque e até podia ter empatado o jogo. Waguininho e Rodolfo desfrutaram de grandes oportunidades, mas pararam nas mãos do goleiro Tadeu.

A equipe de Eduardo Baptista terminou a Série B na quinta colocação, com 64 pontos. Já o Goiás, que chegou à partida já sem chances, encerrou participação na Série B logo abaixo do Tigre, ocupando a 6ª posição, com 63 pontos.

Vale lembrar que o Novorizontino começou a perder o acesso no empate diante do PSC na penúltima rodada. Esli García, sempre ele, decretou a igualdade no placar e atrapalhou a caminhada do aurinegro paulista.

Depois de muito tempo, o Nordeste deve disputar a Série A 2025 com cinco representantes: Sport, Ceará, Bahia, Fortaleza e Vitória, que ainda não está matematicamente livre do rebaixamento.

O Botafogo e a eterna mania de brincar com o perigo

Quatro resultados complicaram a vida do Botafogo neste returno da Série A: os empates com Grêmio, Cuiabá, Criciúma e Vitória. Empatou também com o Atlético-MG, mas era um clássico, disputado na casa do adversário (mesmo com portões fechados).

O mais recente tropeço do time de Artur Jorge foi no sábado à noite, no estádio Nilton Santos. Tomou um gol do Vitória no primeiro tempo e as mudanças estranhas feitas no time por Artur Jorge se encarregaram de atrapalhar a tentativa de reação.

Só nos minutos finais da partida, Tiquinho conseguiu cabecear e fazer a bola entrar, após um desvio na zaga. Perdeu ainda um gol incrível com a bola desviando em sua perna na pequena área. Depois disso, tomou um cartão vermelho em consequência de choque de cabeça com um zagueiro.

Levou o cartão porque xingou, segundo o confuso Ramon Abatti Abel. O botafoguense devia saber que a arbitragem não costuma ter complacência com o Glorioso, ainda mais na disputa direta pelo título com o Palmeiras.

Igual em pontos (70), mas com uma vitória a mais, o Palmeiras recebe o Botafogo amanhã, em São Paulo. Será a decisão antecipada. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 25)

Basquete masculino vence o Panamá e se classifica na despedida em Belém

Brasil encerra sua passagem por Belém com chave de ouro, emplacando duas vitórias e a classificação para o AmeriCup 2025, arrancando aplausos da torcida

A Seleção Brasileira de basquete masculino se despediu de Belém na noite deste domingo, 24, com mais uma vitória. Derrotou o Panamá, em confronto válido pelas eliminatórias da AmeriCup 2025. O Brasil já estava classificado para o torneio, mas fez uma boa atuação e estabeleceu o placar de 93 a 67.

O torneio AmeriCup é considerado a principal competição do continente americano, e é realizada desde 1980. Nos dois jogos em Belém, o Brasil se classificou e agora tem vaga garantida na edição de 2025, que será realizada em agosto do ano que vem na Nicaraguá.

A Torcida do Movimento Verde e Amarelo mais uma vez se fez presente na arena Mangueirinho. Em fevereiro deste ano, o basquete já havia passado por Belém, no naipe feminino. Desta vez, cerca de 50 torcedores paraenses agitaram as arquibancadas na torcida pela Seleção Brasileira. O Movimento Verde Amarelo Brasil é uma organização criada em 2008 e o objetivo é apoiar as seleções brasileiras em diversas modalidades esportivas e os atletas.

O secretário estadual de Esporte e Lazer, Cássio Andrade, citou a importância de ter um equipamento esportivo como o Mangueirinho e o Governo do Estado poder trazer eventos de grande porte à capital paraense, para que o público local se envolva e conheça campeonatos importantes de diversas modalidades esportivas.

(Fotos: Agência Pará)

Luto no jornalismo paraense com a morte do repórter Dinan Laredo

Aos 58 anos, o jornalista cametaense Dinan Laredo morreu na manhã deste sábado, 23, após um longo período de convalescença. Formado em Comunicação Social pela UFPA em 1999 (Turma de 1995), foi sempre extremamente dedicado à profissão, primeiro como cinegrafista e depois como repórter. Construiu toda a carreira na RBATV, onde ficou por 36 anos. Sua morte consternou o meio jornalístico paraense.

Dinan Laredo morreu por volta das 5h, após sofrer parada respiratória no Hospital da Beneficente Portuguesa, em Belém. O jornalista lutava há anos contra um câncer de próstata com metástase, enfrentando a doença com coragem e esperança.

Nativo do Baixo Tocantins, Dinan era um amigo querido, apesar das distâncias que as atividades deste ofício impõem, mesmo trabalhando no mesmo grupo de comunicação. Nunca perdeu o jeito caipira, a simplicidade e o gosto pelos causos interioranos. Um bom humor que transparecia no sorriso sempre aberto. Era azulino de coração.

Estava na RBA desde os primórdios. Começou como auxiliar de cinegrafista – embora já tivesse sido cinegrafista na TV Guajará, no programa “TV Cidades” – e depois migrou para a função de repórter cinematográfico. Com o tempo, foi pegando gosto pelo texto e mudou para a frente das câmeras, onde atuou até precisar se afastar para tratamento.

Costumávamos conversar com frequência, nos intervalos de pautas na TV. Longos papos nos corredores e estúdios da TV, quase sempre versando sobre as histórias de origem parecida – ele cametaense da Vila do Carmo, eu baionense. Dias de muita luta e poucas glórias, mas enfrentados sempre com dedicação e amor pela profissão.

Trabalhamos juntos pela última vez em 2018, como parte da equipe chefiada pelo jornalista Anselmo Gama (já falecido) para os programas de TV do senador Jader Barbalho (MDB), em campanha para reeleição ao Senado. A produtora era a 3D, do amigo publicitário Zé Paulo. Dinan fez as matérias de rua, com a eficiência de sempre.

O escritor Salomão Laredo, primo de Dinan, postou nas redes sociais um breve comunicado sobre ele. “Dinan Laredo, jornalista, filho da prima Sime Laredo e de Tiago Moraes, faleceu na manhã deste sábado. Nasceu na Vila do Carmo cametaense e bravamente conquistou seu espaço em Belém, na área da comunicação, reconhecidamente um grande jornalista da área da televisão”.

O Sindicato de Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor-PA) também se manifestou, destacando aspectos da carreira do jornalista, como funcionário da TV RBA e em várias assessorias e agências. “Dinan será lembrado por todos os jornalistas paraenses pelo companheirismo, bom humor e profissionalismo nas pautas”.

Em nota, a Assembleia Legislativa homenageou Dinan, que foi assessor de comunicação no órgão: “Reconhecido por seu trabalho no jornalismo político, Dinan construiu uma carreira sólida e respeitada, tornando-se referência no Pará. Foram 36 anos atuando no Grupo RBA, onde começou sua trajetória como cinegrafista e, após se formar em jornalismo, consolidou-se como repórter. Sua habilidade em traduzir os bastidores da política para o público deixou uma marca inconfundível na comunicação paraense”.

O deputado estadual Francisco (Chicão) Melo, presidente da Alepa, lamentou a perda. “Dinan Laredo não era apenas um profissional qualificado, assíduo e dedicado; era um amigo, uma pessoa íntegra e honrada. Ele tinha carinho e amor pelo que fazia e isso inspirava a todos ao seu redor. Sua amizade e sua ética farão muita falta”.

O jornalista deixa esposa, filhos, irmãs e irmãos. O velório acontece a partir das 14h30, na capela Max Domini (avenida José Bonifácio, nº 1.550, no Guamá). O enterro será neste domingo (24), às 9h30, no cemitério-parque Max Domini II – rodovia BR-316, R. do Parque Verde, KM 17, Marituba.

Rivalidade sempre presente

POR GERSON NOGUEIRA

É um fato inédito no futebol paraense. Rodada final de campeonato, jogo sem valor competitivo para os dois times e o público no Mangueirão será digno de uma decisão. Até sexta-feira, a diretoria do PSC informava mais de 40 mil ingressos vendidos, o que faz prever um recorde na Série B. Dificilmente outra partida deste giro final vai superar a lotação do confronto Paysandu x Vila Nova.

Isso diz muito sobre o amor incondicional do torcedor paraense pelos seus times de coração. A massa alviceleste formou filas imensas nos últimos dias para adquirir ingresso, a fim de estar presente a um jogo de cumprimento de tabela.

O PSC se garantiu na Série B, afastando os riscos de queda na vitória sobre o Brusque, na 36ª rodada. Um desfecho feliz para a torcida depois de várias rodadas angustiantes, com a constante pressão e a necessidade de se afastar do Z4. Aos trancos e barrancos, o time foi pontuando e avançando até se salvar em definitivo.

Na partida deste domingo, às 16h, o PSC recebe o Vila Nova para festejar a salvação da lavoura, mas também para valorizar os feitos da temporada. É necessário dizer que o Papão teve uma jornada vitoriosa em 2024. Ganhou o Campeonato Paraense pela 50ª vez e conquistou a Copa Verde, por coincidência sobre o próprio Vila Nova, com um incrível placar agregado de 10 a 0 na decisão.

A comemoração é mais do que justa. E foi com esse mote que a diretoria espertamente badalou o jogo, atraindo as atenções da torcida. Além disso, há o fator rivalidade. PSC e Remo rivalizam até na disputa de palitinho.

Como o Remo estabeleceu um novo recorde de público no estádio Jornalista Edgar Proença, colocando 55 mil pagantes no jogo do acesso à Série B, diante do São Bernardo, o torcedor bicolor quer a todo custo superar essa marca. E é possível que isso ocorra.

Essa situação só é possível por envolver duas das maiores torcidas do país, apaixonadas por seus clubes e capazes de competir até quando os dois times não estão em campo. O jogo será contra o Vila Nova, mas a tradição do Re-Pa está em cena, na disputa entre torcidas.

Ah, será uma oportunidade preciosa para o torcedor clamar pela permanência do ídolo Esli García no clube, aumentando a pressão sobre a diretoria pelo fechamento de acordo com o atleta. E é a chance de homenagear João Vieira, o mais regular jogador da temporada, de participação fundamental em todas as competições, que está partindo para outros voos. (Foto: John Wesley/Ascom PSC)

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 22h, na RBATV. Participação de Liane Coelho e deste escriba baionense. Em pauta, um balanço da Série B e projeções para a próxima temporada. A edição é de Lino Machado e Lourdes Cezar.

Disputa pelo acesso mantém viva a emoção

A rodada da Série B tem como encanto especial a disputa pelas últimas vagas do acesso à Série A. Mirassol, Novorizontino, Ceará e Sport brigam por três vagas, com maiores chances para os três primeiros. De toda sorte, será um encerramento emocionante, mesmo que o título já tenha sido conquistado antecipadamente pelo Santos.

O Sport (63) enfrenta o próprio Peixe, no Recife, mas talvez a vitória não seja suficiente para levar a vaga. O Ceará (63), seu perseguidor direto, vai a Campinas encarar o lanterna Guarani. Já o Novorizontino (64) desafia o Goiás, já sem chances. E o Mirassol (64) pega a Chapecoense, também com permanência assegurada.

Como gostam de dizer os locutores globais, vai ter emoção até o fim.  

Sonho desfeito: Pep Guardiola renova com o City

Com a Seleção Brasileira atravessando momentos constrangedores sob a direção de Dorival Júnior, sonhadores alimentavam a ideia de ver Pep Guardiola no comando da Seleção Brasileira. É um quase delírio, pois o espanhol já deixou claro que – a exemplo de seus colegas europeus – não tem lá muito interesse em treinar seleções nacionais.

Mas, antes da Copa de 2022, Guardiola teria admitido a amigos a vontade de assumir o escrete brasileiro. Isso nunca se confirmou oficialmente, mas serviu para embalar os sonhos de muita gente. Nesta semana, porém, qualquer expectativa caiu por terra com o anúncio da renovação do técnico catalão com o Manchester City.

Empurrão na área é pênalti só para o Palmeiras

Quando o Fortaleza enfrentou o Palmeiras, há duas semanas, Ramon Abatti Abel marcou pênalti quando o zagueiro Tite encostou a mão nas costas de Flaco Lopez, salvando o time paulista de um tropeço dentro de casa. O lance gerou discussões e a marcação só teve um defensor: Paulo César Oliveira, o notório comentarista de arbitragem inventor de regras.  

Pois na sexta-feira à noite, no Maracanã, o atacante Breno Lopes é empurrado acintosamente pelo zagueiro Tiago Silva, do Fluminense, mas o árbitro Rafael Claus (sempre ele) não deu a mínima para o lance. O VAR também considerou que a jogada teria sido normal e não interferiu.

Em meio à óbvia balbúrdia de critérios que rege a arbitragem no Brasil, o lance é apenas mais um a enriquecer a galeria de erros flagrantes cometidos indiscriminadamente na Série A. Sem qualquer esperança de mudança. 

(Coluna publicada na edição do Bola deste sábado/domingo, 23/24)

A busca pelo talento externo

POR GERSON NOGUEIRA

O sucesso de Esli García deve amplificar o interesse dos clubes paraenses por atletas de outros países, preferencialmente sul-americanos, na próxima temporada. O custo relativamente mais baixo é um dos atrativos, mas o excepcional rendimento do atacante venezuelano aponta para a vantagem técnica de buscar reforços lá fora.

Esli é o que os analistas de mercado chamam de um “case de sucesso”, com ótimo retorno de performance para o PSC. Balançou as redes nove vezes na Série B e se inseriu entre os destaques da temporada nacional. Entre os atacantes estrangeiros das principais divisões do futebol brasileiro, ele aparece como o 2º que gasta menos tempo para marcar gols.

Na artilharia, Esli só está abaixo do uruguaio Fabricio Dominguez, do Sport, que fez 10 gols na Série B. O atacante bicolor está empatado com os centroavantes argentinos Pablo Vegetti, do Vasco, e Flaco Lopez, do Palmeiras, ambos também com nove gols.

Ao contrário dos hermanos, porém, Esli levou menos tempo para chegar ao número de gols na Série B. Cabe considerar ainda que ele raramente foi titular e, quando entra em campo, quase sempre é nos 20 minutos finais. Os concorrentes diretos costumam atuar por 90 minutos.

Diante da polêmica sobre sua permanência, a torcida descobriu que há um gatilho para complicar a situação. Por contrato, para ficar em definitivo com o jogador, o PSC teria que desembolsar R$ 1,7 milhão, valor alto e que tem a ver com o êxito de Esli na curta carreira em seu país.

Ao que tudo indica, o atacante deve mesmo permanecer. A torcida o adora e o futuro presidente do clube, Roger Aguilera, também. Depende, em última análise, da vontade do atleta. O jogo de domingo contra o Vila Nova deve ser marcado por manifestações de apelo do torcedor para que ele fique.

Mencionei Esli por ser um exemplo de experiência exitosa. Nas tentativas anteriores, os clubes fracassaram. Tanto PSC quanto Remo não têm um bom histórico nessa área, errando muito nas apostas.

No Leão, o mais recente foi o volante paraguaio Richard Franco, em 2023. Antes, em 2019, veio o também paraguaio Echeverría, sem maior destaque, mas a pior das experiências foi com o argentino Nano Krieger, em 2017. No total, foram apenas três gringos em sete anos.

O PSC teve pelo menos três vezes mais estrangeiros, desde que importou o zagueiro argentino Galván em 2004. Depois disso, foram várias apostas, incluindo Jimenez no ano passado e as seis apostas deste ano – Borasi, Quintana, Yony González, Joel, Juan Cazares e Esli.

Apesar de Esli ser uma saudável exceção em meio a tantos erros, a tendência óbvia é por um aumento significativo da presença de importados nos elencos da dupla Re-Pa no próximo ano.  

Fogão sofre ao enfrentar fortes bloqueios defensivos

Ninguém tem dúvida hoje quanto à qualidade do futebol praticado pelo Botafogo, tanto na Série A quanto na Copa Libertadores. É indiscutivelmente o melhor time brasileiro em atividade. Há, porém, um problema que ameaça o protagonismo botafoguense. Problema evidenciado nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro.

É simples: com um time rápido, fisicamente forte e muito ofensivo, o Botafogo costuma sufocar seus adversários. Na linguagem da arquibancada, o time de Artur Jorge amassa os oponentes. Ocorre que, ao enfrentar defesas excessivamente povoadas, o ataque alvinegro não consegue furar o bloqueio.

Foi assim contra Criciúma e Cuiabá, que seguraram heroicamente empates ao visitar o Botafogo no Rio de Janeiro. Armaram a tradicional estratégia das duas linhas de marcação, atrapalhando as ações de Luiz Henrique, Igor Jesus, Savarinho & cia. Diante do Atlético-MG, em partida realizada na quarta-feira (20), em Belo Horizonte, a situação se repetiu.

Contra um Atlético enfraquecido por desfalques e uma expulsão no primeiro tempo, o Botafogo lançou-se ao jogo de pressão, mas parou nas linhas de marcação montadas por Gabriel Milito. Foram mais de 20 finalizações, sem sucesso.

Preocupante para o Fogão é que o campeonato está na reta final e seus adversários diretos finalmente descobriram o pulo do gato para conter o poderio bélico alvinegro. Se essa dificuldade será suficiente para impedir a conquista do título já é uma outra história.   

Sobre golpes, golpistas e insanos

“Se planejaram assassinar um presidente e um vice eleitos, um ministro do Supremo… Imaginem o que fariam com quem simplesmente não aceitasse um golpe de estado, fosse pra rua protestar, escrevesse um artigo contra isso… Só imaginem”.

André Rizek, jornalista

FPF promete VAR em todas as partidas do Parazão

A Federação Paraense de Futebol testa um sistema de VAR para uso no Campeonato Paraense de 2025. Todas as partidas devem contar com a tecnologia do árbitro de vídeo. A entidade vai implementar o sistema a partir do desenvolvimento de tecnologia própria, com a aquisição de equipamentos adquiridos necessários.

Os testes foram iniciados com a utilização do VAR no jogo entre Real Naval x Fonte Nova, no Ceju, pelo campeonato sub-17. A intenção é proporcionar mais segurança às decisões da arbitragem no Estadual. Até hoje, o Parazão só havia contado com o VAR nas finais da competição.   

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 22)

No dia da diplomação de Lula, vice de Bolsonaro convocou golpe e houve ataques à sede da PF

Série de ‘coincidências’ mostra que o plano do golpe de Estado não ficou apenas na tentativa

No dia 12 de dezembro de 2022, em sessão solene no TSE, o presidente do TSE ministro Alexandre de Moraes entregou os diplomas de presidente e vice-presidente da República a Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, respectivamente, eleitos no dia 30 de outubro, em segundo turno, para o mandato 2023-2026. Os documentos os habilitaram a tomar posse nos cargos no dia 1º de janeiro. 

No documento entregue a Lula está escrito:

“Pela vontade do povo brasileiro expressa nas urnas em 30 de outubro de 2022, o candidato pela coligação Brasil da Esperança, Luiz Inácio Lula da Silva, foi eleito presidente da República Federativa do Brasil. Em testemunho desse fato, a Justiça Eleitoral expediu-lhe este diploma, que o habilita à investidura no cargo perante o Congresso Nacional em 1º de janeiro de 2023, nos termos da Constituição Federal. Brasília, 12 de dezembro de 2022, no 201º ano da Independência e 134º ano da República”. 

No mesmo dia em Brasília, desprezando a vontade do povo expressa no documento, o general Braga Netto (foto acima), que ainda era ministro de Jair Bolsonaro e havia sido seu vice na chapa derrotada, reuniu um grupo de militares golpistas para colocarem em prática um golpe de Estado em que estavam previstos os assassinatos de Lula, Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.

O planejamento do golpe, realizado pelo general Mário Fernandes, havia sido impresso no Palácio do Planalto, e o general havia se encontrado com o presidente Bolsonaro, antes do encontro com Braga Netto.

O general Mário Fernandes era comandante dos kids pretos, uma equipe de elite, força especial do Exército. Ele era o homem que fazia a ligação do acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército e o presidente.

Nesse mesmo dia, à noite, não por coincidência, bolsonaristas tentaram invadir à força a sede da Polícia Federal em Brasília, provocando incêndio no local, tocando terror na cidade. Dispersos pela polícia, parte do grupo seguiu pela Asa Norte, onde realizou novos atos de vandalismo. Pelo menos um ônibus foi incendiado; botijões de gás foram espalhados em ruas da cidade.

Doze dias depois, na véspera de Natal, uma bomba foi descoberta num caminhão-tanque de combustível que se dirigia ao aeroporto de Brasília. Se não tivesse sido descoberta a explosão causaria pânico na cidade e incendiaria o país.

Preso, Alan Diego dos Santos Rodrigues confessou o crime. Ele foi localizado e preso em um apartamento no Sudoeste, na região central do DF, e confessou que tinha intenção de explodir o artefato no aeroporto. Com ele, foi apreendido um arsenal com pelo menos duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados. No apartamento, foram encontradas outras cinco emulsões explosivas.

Alan confessou à polícia que recebeu a bomba implantada no veículo no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército. Em mais uma “coincidência”. Com a prisão do grupo anteontem, dia 19, faltam pelo menos o general Braga Netto, que reuniu o grupo em casa, e o beneficiário evidente da trama, o ex-presidente Jair Bolsonaro, ambos indiciados nesta quinta-feira, 21. (Transcrito da Revista Fórum)

PF indicia Bolsonaro, Braga Neto, Heleno e mais 34 por tentativa de golpe e organização criminosa

Com informações de BBC Brasil, Revista Fórum e CNN Brasil

A Polícia Federal (PF) indiciou Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas por suspeita de uma tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente no poder após as eleições de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre os indiciados também estão o general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa derrotada com Bolsonaro em 2022, e o general Augusto Heleno, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo de Bolsonaro.

O relatório final com a conclusão da investigação foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e acusa os indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Agora, caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR), comandada por Paulo Gonet, avaliar as provas apresentadas e decidir se formaliza uma denúncia contra os acusados.

A PF diz ter obtido provas que comprovam tais crimes ao longo da investigação que já dura quase dois anos, por meio da quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário.

As investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos:

a) Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;

b) Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;

c) Núcleo Jurídico;

d) Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;

e) Núcleo de Inteligência Paralela;

f) Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas

Com a entrega do relatório, a PF encerrou as investigações do caso.

Todos os indiciados

A PF confirmou indiciamento de 37 pessoas, todas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros
  • Alexandre Castilho Bittecourt da Silva
  • Alexandre Rodrigues Ramagem
  • Almir Garnier Santos
  • Amauri Feres Saad
  • Anderson Gustavo Torres
  • Anderson Lima de Moura
  • Angelo Martins Denico
  • Augusto Heleno Ribeiro Pereira
  • Bernardo Romão Correa Netto
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  • Carlos Giovani Delevati Pasini
  • Cleverson Ney Magalhães
  • Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
  • Fabrício Moreira de Bastos
  • Filipe Garcia Martins
  • Fernando Cerimedo
  • Giancarlo Gomes Rodrigues
  • Guilherme Marques de Almeida
  • Hélio Ferreira de Lima
  • Jair Messias Bolsonaro
  • José Eduardo de Oliveira e Silva
  • Laercio Vergilio
  • Marcelo Bormevet
  • Marcelo Costa Câmara
  • Mario Fernandes
  • Mauro Cesar Barbosa Cid
  • Nilton Diniz Rodrigues
  • Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
  • Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
  • Rafael Martins de Oliveira
  • Ronald Ferreira de Araujo Junior
  • Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
  • Tércio Arnaud Tomaz
  • Valdemar Costa Neto
  • Walter Souza Braga Netto
  • Wladimir Matos Soares

O indiciamento é quando a polícia formaliza, em um inquérito, que há indícios suficientes de que alguém foi autor de um crime para que a pessoa se torne réu em um processo penal.

TRAMA PREVIA GOLPE E EXECUÇÕES

Investigações da Polícia Federal revelam a gravidade da tentativa de golpe de Estado planejada em dezembro de 2022, que tinha como um de seus pilares a execução do ministro Alexandre de Moraes no dia 15 de dezembro. A operação clandestina, chamada “Copa 2022”, envolveu militares de elite e seria sucedida pela instalação de um “gabinete de crise” no dia seguinte, com o objetivo de centralizar o poder e implementar um regime autoritário.

Conforme os registros, a operação “Copa 2022” foi planejada com rigor militar e contava com a participação de ao menos seis militares especializados, utilizando codinomes como “Alemanha”, “Brasil” e “Japão” para ocultar suas identidades. O grupo utilizou técnicas avançadas de anonimização, como celulares descartáveis e linhas telefônicas registradas em nomes de terceiros, para evitar rastreamento.

O plano previa a prisão ou execução do ministro Alexandre de Moraes em Brasília, com base no monitoramento detalhado de seus deslocamentos. Mensagens trocadas no aplicativo Signal revelam que o grupo estava posicionado nas proximidades da residência funcional do ministro, localizada no final da Asa Sul, em Brasília. As comunicações indicam que o grupo aguardava ordens definitivas para realizar a ação.

Entre os recursos destacados para a operação estavam armamento pesado, como metralhadoras e explosivos, além de técnicas de camuflagem e exfiltração, usadas para garantir a retirada dos envolvidos do local sem deixar rastros. O relatório menciona ainda que havia um “ponto de resgate” pré-estabelecido para abrigar os participantes após a execução do plano.

Apesar do planejamento meticuloso, o líder da operação, identificado pelo codinome “Alemanha”, ordenou o cancelamento da ação na noite de 15 de dezembro. Mensagens no grupo indicam que a decisão foi tomada devido a complicações logísticas e à incerteza sobre o sucesso da operação.

INSTALAÇÃO DO “GABINETE DO GOLPE”

No dia 16 de dezembro, o golpe avançaria para uma nova etapa: a instalação de um “gabinete de crise”, cuja minuta foi redigida e modificada no mesmo dia do plano de execução. O gabinete seria liderado pelo general Augusto Heleno, com coordenação do general Braga Netto e apoio estratégico de outros militares de alta patente, como o general Mario Fernandes.

A estrutura do gabinete tinha como objetivo “restaurar a legalidade e estabilidade institucional”, segundo os documentos, mas seu propósito real era consolidar o controle militar sobre o país. Entre suas atribuições estava a coordenação de um novo pleito eleitoral, sob supervisão das Forças Armadas. Além disso, o Superior Tribunal Militar (STM) seria acionado para criar um “arcabouço jurídico robusto” que justificasse as ações.

Os registros indicam que o golpe também previa intervenções diretas contra outras autoridades e líderes políticos, incluindo o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin. A operação chamada “Punhal Verde e Amarelo” tinha elementos em comum com a “Copa 2022”, como a participação de forças militares de elite.

Nobel da Paz faz elogios públicos a Lula durante o G20, mas grande mídia ignora

“O senhor é o herói daqueles que lutam pela justiça social.”

Se um vencedor do Nobel falasse a um político brasileiro da direita um décimo dos elogios feitos pela Nobel da Paz Tawakkul Karman a Lula, a mídia faria quinze plantões, derrubaria as novelas, publicaria a íntegra nas capas e declararia voto no ungido. Mas o agraciado é Lula – ou seja, silêncio, omissão e menosprezo raptam o noticiário para sufocar os fatos com ódio e inveja. O desprezo ideológico ao petista tem a exata medida da miséria midiática brasileira.

“Eu tenho tanto orgulho do senhor. Eu realmente tenho muito orgulho. O senhor é o herói daqueles que lutam pela justiça social. O senhor, na minha opinião, para mim… e olha, eu nunca disse isso a nenhum presidente do mundo, hein? Mas o senhor presidente Lula… Gostaria de transmitir ao senhor os agradecimentos daquelas pessoas que lutam pela justiça social. O senhor nos representa. Então, por favor, seja forte e continue com seu compromisso com a justiça social. Continue, por favor! expressando as nossas vozes.”

“O senhor não é apenas o representante do povo brasileiro. O senhor é representante de todas as pessoas do planeta que está lutando, brigando, se sacrificando e sonhando com a igualdade e com a justiça. Ao mesmo tempo, eu quero agradecer ao senhor em nome do povo palestino e do povo árabe. Muito obrigada por ficar por trás do povo palestino, por condenar o genocídio que está ocorrendo na Palestina, o genocídio cometido por Israel. Obrigada por lutar contra o apartheid que é usado por Israel contra a Palestina”.

A grande vitória de Lula na cúpula do G20