POR GERSON NOGUEIRA
Um golaço do artilheiro foi o prêmio maior para a vibrante torcida alviceleste, ontem, no estádio Jornalista Edgar Proença. O público, de 40 mil espectadores, foi o maior da última rodada da Série B. E é impressionante porque o jogo não valia rigorosamente nada, era apenas um mero cumprimento de tabela. Em campo, deu Papão, por 2 a 1, de virada.
Por esse motivo, a partida começou morna, com poucas investidas de parte a parte. A marcação prevalecia no meio-de-campo, principalmente por parte do desfalcado Vila Nova, que perdeu quase todo o time titular com as dispensas, contusões e suspensões. No banco, o time goiano trouxe apenas seis atletas.
Para piorar, perdeu dois logo nos primeiros minutos. Com lesões musculares, Elias e Guilherme tiveram que ser substituídos. O PSC tentava impor respeito. Ameaçou logo no começo em finalização de Paulinho Boia, mas não insistiu. Depois disso, só voltaria a ameaçar aos 25 minutos, em chute de Netinho, de fora da área.
O Vila Nova pouco saía de seu campo e no primeiro ataque mais organizado chegou ao gol. Aos 35’, um cruzamento da direita alcançou Du Fernandes livre entre os zagueiros. Ele só fez desviar para o fundo das redes, abrindo o placar no Mangueiro.
João Vieira, um dos mais importantes jogadores do PSC na temporada, foi substituído no intervalo por Luan Freitas. Os bicolores tentavam se organizar para buscar o empate, mas o Vila ameaçava mais. Aos 10 minutos, Luciano Naninho driblou dois na entrada da área e arrematou, quase ampliando o marcador.
No minuto seguinte, aconteceu o empate bicolor. Bryan Borges foi até a linha de fundo e deu um passe recuado para Esli García. O artilheiro arrumou a bola e bateu de curva, no canto esquerdo de Dênis Jr., fazendo a torcida explodir de alegria no Mangueirão.
Ídolo da Fiel, Esli virou titular para a partida de ontem, depois de passar todos os 13 jogos sob o comando de Márcio Fernandes ocupando a reserva e algumas vezes nem isso, mesmo com um assombroso desempenho nos poucos minutos em que entrou em campo – 10 gols no campeonato.
Ao deixar o gramado, aos 25 minutos do 2º tempo, foi demoradamente aplaudido pela torcida, enquanto Robinho e Nicolas eram saudados discretamente – o centroavante recebeu até vaias.
Depois de empatar, o PSC tentou chegar ao gol da vitória, mas o Vila se desdobrava na marcação e de vez em quando saía em contragolpes perigosos. A virada só se consumou aos 46 minutos. Val Soares disparou uma bomba da entrada da área, Dênis Jr. espalmou e Lucas Maia aproveitou o rebote, desempatando a partida.
No final, uma grande festa no Mangueirão, com os jogadores e familiares homenageados em campo pela boa temporada – títulos do Parazão e da Copa Verde, além da permanência na Série B.
O Papão encerrou sua participação na Série B 2024 com 50 pontos, ocupando a 13ª colocação. O Vila fechou em 8º, com 55 pontos.
Novorizontino dança, Ceará e Sport sobem
Um gol do paraense Paulo Baya, aos 38 minutos do 2º tempo, acabou com os sonhos de acesso do Novorizontino. O Goiás venceu a partida e, com isso, ajudou o Ceará a subir para a Série A, juntamente com o Sport, Mirassol e Santos. O Tigre passou o campeonato inteiro ocupando um lugar no G4. Saiu apenas na rodada final.
O mais impressionante é que o Novorizontino dependia exclusivamente de uma vitória para conquistar o inédito acesso à primeira divisão do futebol nacional. Cozinhou um empate que lhe era favorável até os minutos finais, mas acabou sucumbindo à pressão do Goiás.
Depois de ficar em desvantagem, completamente desesperado, o Novorizontino se lançou ao ataque e até podia ter empatado o jogo. Waguininho e Rodolfo desfrutaram de grandes oportunidades, mas pararam nas mãos do goleiro Tadeu.
A equipe de Eduardo Baptista terminou a Série B na quinta colocação, com 64 pontos. Já o Goiás, que chegou à partida já sem chances, encerrou participação na Série B logo abaixo do Tigre, ocupando a 6ª posição, com 63 pontos.
Vale lembrar que o Novorizontino começou a perder o acesso no empate diante do PSC na penúltima rodada. Esli García, sempre ele, decretou a igualdade no placar e atrapalhou a caminhada do aurinegro paulista.
Depois de muito tempo, o Nordeste deve disputar a Série A 2025 com cinco representantes: Sport, Ceará, Bahia, Fortaleza e Vitória, que ainda não está matematicamente livre do rebaixamento.
O Botafogo e a eterna mania de brincar com o perigo
Quatro resultados complicaram a vida do Botafogo neste returno da Série A: os empates com Grêmio, Cuiabá, Criciúma e Vitória. Empatou também com o Atlético-MG, mas era um clássico, disputado na casa do adversário (mesmo com portões fechados).
O mais recente tropeço do time de Artur Jorge foi no sábado à noite, no estádio Nilton Santos. Tomou um gol do Vitória no primeiro tempo e as mudanças estranhas feitas no time por Artur Jorge se encarregaram de atrapalhar a tentativa de reação.
Só nos minutos finais da partida, Tiquinho conseguiu cabecear e fazer a bola entrar, após um desvio na zaga. Perdeu ainda um gol incrível com a bola desviando em sua perna na pequena área. Depois disso, tomou um cartão vermelho em consequência de choque de cabeça com um zagueiro.
Levou o cartão porque xingou, segundo o confuso Ramon Abatti Abel. O botafoguense devia saber que a arbitragem não costuma ter complacência com o Glorioso, ainda mais na disputa direta pelo título com o Palmeiras.
Igual em pontos (70), mas com uma vitória a mais, o Palmeiras recebe o Botafogo amanhã, em São Paulo. Será a decisão antecipada.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 25)




