Luto no jornalismo paraense com a morte do repórter Dinan Laredo

Aos 58 anos, o jornalista cametaense Dinan Laredo morreu na manhã deste sábado, 23, após um longo período de convalescença. Formado em Comunicação Social pela UFPA em 1999 (Turma de 1995), foi sempre extremamente dedicado à profissão, primeiro como cinegrafista e depois como repórter. Construiu toda a carreira na RBATV, onde ficou por 36 anos. Sua morte consternou o meio jornalístico paraense.

Dinan Laredo morreu por volta das 5h, após sofrer parada respiratória no Hospital da Beneficente Portuguesa, em Belém. O jornalista lutava há anos contra um câncer de próstata com metástase, enfrentando a doença com coragem e esperança.

Nativo do Baixo Tocantins, Dinan era um amigo querido, apesar das distâncias que as atividades deste ofício impõem, mesmo trabalhando no mesmo grupo de comunicação. Nunca perdeu o jeito caipira, a simplicidade e o gosto pelos causos interioranos. Um bom humor que transparecia no sorriso sempre aberto. Era azulino de coração.

Estava na RBA desde os primórdios. Começou como auxiliar de cinegrafista – embora já tivesse sido cinegrafista na TV Guajará, no programa “TV Cidades” – e depois migrou para a função de repórter cinematográfico. Com o tempo, foi pegando gosto pelo texto e mudou para a frente das câmeras, onde atuou até precisar se afastar para tratamento.

Costumávamos conversar com frequência, nos intervalos de pautas na TV. Longos papos nos corredores e estúdios da TV, quase sempre versando sobre as histórias de origem parecida – ele cametaense da Vila do Carmo, eu baionense. Dias de muita luta e poucas glórias, mas enfrentados sempre com dedicação e amor pela profissão.

Trabalhamos juntos pela última vez em 2018, como parte da equipe chefiada pelo jornalista Anselmo Gama (já falecido) para os programas de TV do senador Jader Barbalho (MDB), em campanha para reeleição ao Senado. A produtora era a 3D, do amigo publicitário Zé Paulo. Dinan fez as matérias de rua, com a eficiência de sempre.

O escritor Salomão Laredo, primo de Dinan, postou nas redes sociais um breve comunicado sobre ele. “Dinan Laredo, jornalista, filho da prima Sime Laredo e de Tiago Moraes, faleceu na manhã deste sábado. Nasceu na Vila do Carmo cametaense e bravamente conquistou seu espaço em Belém, na área da comunicação, reconhecidamente um grande jornalista da área da televisão”.

O Sindicato de Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor-PA) também se manifestou, destacando aspectos da carreira do jornalista, como funcionário da TV RBA e em várias assessorias e agências. “Dinan será lembrado por todos os jornalistas paraenses pelo companheirismo, bom humor e profissionalismo nas pautas”.

Em nota, a Assembleia Legislativa homenageou Dinan, que foi assessor de comunicação no órgão: “Reconhecido por seu trabalho no jornalismo político, Dinan construiu uma carreira sólida e respeitada, tornando-se referência no Pará. Foram 36 anos atuando no Grupo RBA, onde começou sua trajetória como cinegrafista e, após se formar em jornalismo, consolidou-se como repórter. Sua habilidade em traduzir os bastidores da política para o público deixou uma marca inconfundível na comunicação paraense”.

O deputado estadual Francisco (Chicão) Melo, presidente da Alepa, lamentou a perda. “Dinan Laredo não era apenas um profissional qualificado, assíduo e dedicado; era um amigo, uma pessoa íntegra e honrada. Ele tinha carinho e amor pelo que fazia e isso inspirava a todos ao seu redor. Sua amizade e sua ética farão muita falta”.

O jornalista deixa esposa, filhos, irmãs e irmãos. O velório acontece a partir das 14h30, na capela Max Domini (avenida José Bonifácio, nº 1.550, no Guamá). O enterro será neste domingo (24), às 9h30, no cemitério-parque Max Domini II – rodovia BR-316, R. do Parque Verde, KM 17, Marituba.

Rivalidade sempre presente

POR GERSON NOGUEIRA

É um fato inédito no futebol paraense. Rodada final de campeonato, jogo sem valor competitivo para os dois times e o público no Mangueirão será digno de uma decisão. Até sexta-feira, a diretoria do PSC informava mais de 40 mil ingressos vendidos, o que faz prever um recorde na Série B. Dificilmente outra partida deste giro final vai superar a lotação do confronto Paysandu x Vila Nova.

Isso diz muito sobre o amor incondicional do torcedor paraense pelos seus times de coração. A massa alviceleste formou filas imensas nos últimos dias para adquirir ingresso, a fim de estar presente a um jogo de cumprimento de tabela.

O PSC se garantiu na Série B, afastando os riscos de queda na vitória sobre o Brusque, na 36ª rodada. Um desfecho feliz para a torcida depois de várias rodadas angustiantes, com a constante pressão e a necessidade de se afastar do Z4. Aos trancos e barrancos, o time foi pontuando e avançando até se salvar em definitivo.

Na partida deste domingo, às 16h, o PSC recebe o Vila Nova para festejar a salvação da lavoura, mas também para valorizar os feitos da temporada. É necessário dizer que o Papão teve uma jornada vitoriosa em 2024. Ganhou o Campeonato Paraense pela 50ª vez e conquistou a Copa Verde, por coincidência sobre o próprio Vila Nova, com um incrível placar agregado de 10 a 0 na decisão.

A comemoração é mais do que justa. E foi com esse mote que a diretoria espertamente badalou o jogo, atraindo as atenções da torcida. Além disso, há o fator rivalidade. PSC e Remo rivalizam até na disputa de palitinho.

Como o Remo estabeleceu um novo recorde de público no estádio Jornalista Edgar Proença, colocando 55 mil pagantes no jogo do acesso à Série B, diante do São Bernardo, o torcedor bicolor quer a todo custo superar essa marca. E é possível que isso ocorra.

Essa situação só é possível por envolver duas das maiores torcidas do país, apaixonadas por seus clubes e capazes de competir até quando os dois times não estão em campo. O jogo será contra o Vila Nova, mas a tradição do Re-Pa está em cena, na disputa entre torcidas.

Ah, será uma oportunidade preciosa para o torcedor clamar pela permanência do ídolo Esli García no clube, aumentando a pressão sobre a diretoria pelo fechamento de acordo com o atleta. E é a chance de homenagear João Vieira, o mais regular jogador da temporada, de participação fundamental em todas as competições, que está partindo para outros voos. (Foto: John Wesley/Ascom PSC)

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 22h, na RBATV. Participação de Liane Coelho e deste escriba baionense. Em pauta, um balanço da Série B e projeções para a próxima temporada. A edição é de Lino Machado e Lourdes Cezar.

Disputa pelo acesso mantém viva a emoção

A rodada da Série B tem como encanto especial a disputa pelas últimas vagas do acesso à Série A. Mirassol, Novorizontino, Ceará e Sport brigam por três vagas, com maiores chances para os três primeiros. De toda sorte, será um encerramento emocionante, mesmo que o título já tenha sido conquistado antecipadamente pelo Santos.

O Sport (63) enfrenta o próprio Peixe, no Recife, mas talvez a vitória não seja suficiente para levar a vaga. O Ceará (63), seu perseguidor direto, vai a Campinas encarar o lanterna Guarani. Já o Novorizontino (64) desafia o Goiás, já sem chances. E o Mirassol (64) pega a Chapecoense, também com permanência assegurada.

Como gostam de dizer os locutores globais, vai ter emoção até o fim.  

Sonho desfeito: Pep Guardiola renova com o City

Com a Seleção Brasileira atravessando momentos constrangedores sob a direção de Dorival Júnior, sonhadores alimentavam a ideia de ver Pep Guardiola no comando da Seleção Brasileira. É um quase delírio, pois o espanhol já deixou claro que – a exemplo de seus colegas europeus – não tem lá muito interesse em treinar seleções nacionais.

Mas, antes da Copa de 2022, Guardiola teria admitido a amigos a vontade de assumir o escrete brasileiro. Isso nunca se confirmou oficialmente, mas serviu para embalar os sonhos de muita gente. Nesta semana, porém, qualquer expectativa caiu por terra com o anúncio da renovação do técnico catalão com o Manchester City.

Empurrão na área é pênalti só para o Palmeiras

Quando o Fortaleza enfrentou o Palmeiras, há duas semanas, Ramon Abatti Abel marcou pênalti quando o zagueiro Tite encostou a mão nas costas de Flaco Lopez, salvando o time paulista de um tropeço dentro de casa. O lance gerou discussões e a marcação só teve um defensor: Paulo César Oliveira, o notório comentarista de arbitragem inventor de regras.  

Pois na sexta-feira à noite, no Maracanã, o atacante Breno Lopes é empurrado acintosamente pelo zagueiro Tiago Silva, do Fluminense, mas o árbitro Rafael Claus (sempre ele) não deu a mínima para o lance. O VAR também considerou que a jogada teria sido normal e não interferiu.

Em meio à óbvia balbúrdia de critérios que rege a arbitragem no Brasil, o lance é apenas mais um a enriquecer a galeria de erros flagrantes cometidos indiscriminadamente na Série A. Sem qualquer esperança de mudança. 

(Coluna publicada na edição do Bola deste sábado/domingo, 23/24)