A busca pelo talento externo

POR GERSON NOGUEIRA

O sucesso de Esli García deve amplificar o interesse dos clubes paraenses por atletas de outros países, preferencialmente sul-americanos, na próxima temporada. O custo relativamente mais baixo é um dos atrativos, mas o excepcional rendimento do atacante venezuelano aponta para a vantagem técnica de buscar reforços lá fora.

Esli é o que os analistas de mercado chamam de um “case de sucesso”, com ótimo retorno de performance para o PSC. Balançou as redes nove vezes na Série B e se inseriu entre os destaques da temporada nacional. Entre os atacantes estrangeiros das principais divisões do futebol brasileiro, ele aparece como o 2º que gasta menos tempo para marcar gols.

Na artilharia, Esli só está abaixo do uruguaio Fabricio Dominguez, do Sport, que fez 10 gols na Série B. O atacante bicolor está empatado com os centroavantes argentinos Pablo Vegetti, do Vasco, e Flaco Lopez, do Palmeiras, ambos também com nove gols.

Ao contrário dos hermanos, porém, Esli levou menos tempo para chegar ao número de gols na Série B. Cabe considerar ainda que ele raramente foi titular e, quando entra em campo, quase sempre é nos 20 minutos finais. Os concorrentes diretos costumam atuar por 90 minutos.

Diante da polêmica sobre sua permanência, a torcida descobriu que há um gatilho para complicar a situação. Por contrato, para ficar em definitivo com o jogador, o PSC teria que desembolsar R$ 1,7 milhão, valor alto e que tem a ver com o êxito de Esli na curta carreira em seu país.

Ao que tudo indica, o atacante deve mesmo permanecer. A torcida o adora e o futuro presidente do clube, Roger Aguilera, também. Depende, em última análise, da vontade do atleta. O jogo de domingo contra o Vila Nova deve ser marcado por manifestações de apelo do torcedor para que ele fique.

Mencionei Esli por ser um exemplo de experiência exitosa. Nas tentativas anteriores, os clubes fracassaram. Tanto PSC quanto Remo não têm um bom histórico nessa área, errando muito nas apostas.

No Leão, o mais recente foi o volante paraguaio Richard Franco, em 2023. Antes, em 2019, veio o também paraguaio Echeverría, sem maior destaque, mas a pior das experiências foi com o argentino Nano Krieger, em 2017. No total, foram apenas três gringos em sete anos.

O PSC teve pelo menos três vezes mais estrangeiros, desde que importou o zagueiro argentino Galván em 2004. Depois disso, foram várias apostas, incluindo Jimenez no ano passado e as seis apostas deste ano – Borasi, Quintana, Yony González, Joel, Juan Cazares e Esli.

Apesar de Esli ser uma saudável exceção em meio a tantos erros, a tendência óbvia é por um aumento significativo da presença de importados nos elencos da dupla Re-Pa no próximo ano.  

Fogão sofre ao enfrentar fortes bloqueios defensivos

Ninguém tem dúvida hoje quanto à qualidade do futebol praticado pelo Botafogo, tanto na Série A quanto na Copa Libertadores. É indiscutivelmente o melhor time brasileiro em atividade. Há, porém, um problema que ameaça o protagonismo botafoguense. Problema evidenciado nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro.

É simples: com um time rápido, fisicamente forte e muito ofensivo, o Botafogo costuma sufocar seus adversários. Na linguagem da arquibancada, o time de Artur Jorge amassa os oponentes. Ocorre que, ao enfrentar defesas excessivamente povoadas, o ataque alvinegro não consegue furar o bloqueio.

Foi assim contra Criciúma e Cuiabá, que seguraram heroicamente empates ao visitar o Botafogo no Rio de Janeiro. Armaram a tradicional estratégia das duas linhas de marcação, atrapalhando as ações de Luiz Henrique, Igor Jesus, Savarinho & cia. Diante do Atlético-MG, em partida realizada na quarta-feira (20), em Belo Horizonte, a situação se repetiu.

Contra um Atlético enfraquecido por desfalques e uma expulsão no primeiro tempo, o Botafogo lançou-se ao jogo de pressão, mas parou nas linhas de marcação montadas por Gabriel Milito. Foram mais de 20 finalizações, sem sucesso.

Preocupante para o Fogão é que o campeonato está na reta final e seus adversários diretos finalmente descobriram o pulo do gato para conter o poderio bélico alvinegro. Se essa dificuldade será suficiente para impedir a conquista do título já é uma outra história.   

Sobre golpes, golpistas e insanos

“Se planejaram assassinar um presidente e um vice eleitos, um ministro do Supremo… Imaginem o que fariam com quem simplesmente não aceitasse um golpe de estado, fosse pra rua protestar, escrevesse um artigo contra isso… Só imaginem”.

André Rizek, jornalista

FPF promete VAR em todas as partidas do Parazão

A Federação Paraense de Futebol testa um sistema de VAR para uso no Campeonato Paraense de 2025. Todas as partidas devem contar com a tecnologia do árbitro de vídeo. A entidade vai implementar o sistema a partir do desenvolvimento de tecnologia própria, com a aquisição de equipamentos adquiridos necessários.

Os testes foram iniciados com a utilização do VAR no jogo entre Real Naval x Fonte Nova, no Ceju, pelo campeonato sub-17. A intenção é proporcionar mais segurança às decisões da arbitragem no Estadual. Até hoje, o Parazão só havia contado com o VAR nas finais da competição.   

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 22)