“Indo pra Brasília. Lira chamou sessão hoje. Pode votar a PEC 5 de Crivella. Essa matéria dá a grandes conglomerados religiosos a chance de reaver impostos pagos. É um tipo de cashback. Milhões devolvidos a Edir Macedo quando a Universal comprar um jatinho? Temos q denunciar isso”.
Uma deliciosa e instigante crônica de Eduardo Bueno, o Peninha, sobre o espetacular “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles. Vale a pena ouvir o que ele diz.
Dados inéditos mostram que mídia liberal, que prega cortes na saúde, educação e reajustes do BPC e Salário Mínimo, deixam de pagar milhões em impostos. Veja dados de Record, Folha/Uol, SBT e Estadão, entre outros
Da Revista Fórum
Em campanha aberta para que os cortes no orçamento sejam feitos em áreas sociais, como Saúde, Educação e reajuste real do salário-mínimo, entre outros, a Globo, da família Marinho, deixou de pagar mais de R$ 177 milhões com a isenção de impostos sobre suas empresas nos oito primeiros meses deste ano.
Os dados foram revelados pela Receita Federal que, de forma inédita, expôs os caminhos para se obter nomes e CNPJ das empresas beneficiadas pelo trem da alegria dos benefícios fiscais, que acumulam R$ 97,7 bilhões somente no período entre janeiro e agosto de 2024 – acesse os dados aqui.
Principal CNPJ do clã Marinho, a Globo Comunicação e Participações S/A, que controla as empresas de mídia do conglomerado, deixou de recolher mais R$ 150 milhões com a desoneração da folha de pagamento – outra bandeira histórica defendida pelo grupo, que segue uma política de demissões e achatamento de salários.
A isenção de impostos a CLT beneficia ainda outras empresas do grupo, como a editora Globo, que deixou de recolher R$ 19,6 milhões no período, a Globo Conde Nast S.A., com R$ 1,2 milhão, e a Rádio Globo, com R$ 228 mil em isenções na área trabalhista.
Entre os conglomerados da mídia liberal, o grupo Record, de Edir Macedo, obteve benefício de R$ 29,9 milhões com a desoneração da folha de janeiro a agosto. Afiliadas também deixaram de pagar peque3nas fortunas, com a Record Rio de Janeiro, que registrou R$ 4,7 milhões em taxas trabalhistas que não foram pagas.
A família Frias, do conglomerado Folha / Uol / PagBank, que faz coro pelos cortes sociais, também embarcou no trem da alegria. Somente a Folha da Manhã S.A., que edita o jornal do grupo, deixou de pagar R$ 6,9 milhões com a desoneração da folha no período divulgado.
A Compass.Uol Teconologia, que atua na área de Inteligência Artificial para outras empresas e que pertence à família Frias, deixou de recolher outros R$ 30 milhões.
Porta-voz dos interesses da burguesia paulista, o jornal O Estado de S.Paulo deixou em seus cofres R$ 12,7 milhões com a desoneração da Folha.
O SBT, da família Abravanel – espólio do finado Silvio Santos -, deixou de arrecadar só na matriz, em São Paulo, R$ 17,5 milhões. Na afiliada do Rio, a emissora obteve outro R$ 1 milhão em benefícios.
Até mesmo a Editora Abril, em um processo de desmonte, foi beneficiada com R$ 2,5 milhões – veja a lista por empresas.
CRÍTICAS DE HADDAD
O link para o acesso inédito ao trem da alegria da chamada Dirbi (sigla de Declaração de Incentivos, Renúncias, Benefícios e Imunidades de Natureza Tributária) foi divulgada na última quarta-feira (13) pelo site da Receita Federal – acesse aqui.
A divulgação se deu com autorização direta do ministro Fernando Haddad (Fazenda), que no mesmo dia partiu para cima da mídia liberal, que deixaram de arrecadar cerca de R$ 12,3 bilhões dos R$ 97,7 bi em desonerações entre janeiro e agosto desse ano.
“Hoje nós demos a público pela 1ª vez na história os incentivos fiscais dados a cada empresa individualmente e aos setores, de uma forma agregada”, afirmou o ministro.
Em seguida, Haddad citou diretamente a desoneração da Folha de Pagamento, principal benefício usado pelas famílias que dominam a mídia liberal – a mesma que torce pelo corte em cima dos mais pobres.
Haddad ainda focou o chamado Perse, Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, criado por Jair Bolsonaro (PL) em 2021 e que é utilizado tanto pelos conglomerados de mídia quanto pelas igrejas.
“Vocês vão ver que aquela medida do ano passado, e foi muito questionada no final do ano passado, sobre desoneração da folha e sobre a questão do Perse, como a Receita Federal tinha razão. Nós dizíamos o que: se a Medida [Provisória] 1.202 [de 2023] for aprovada, vamos terminar 2024 com equilíbrio fiscal previsto na peça orçamentária, que todos diziam que não está equilibrada. E eu dizia: está equilibrada e, se nós aprovarmos a [MP] 1.202, se a imprensa, que é beneficiada com a desoneração da folha tiver a compreensão de que é importante acreditar no Brasil, voltar a pagar tributos sobre a Previdência de seus funcionários, nós não estaríamos passando por essa coisa”, afirmou, sobre o ajuste fiscal.
“É importante que a própria imprensa faça uma reavaliação do comportamento que ela teve no ano passado, quando a Fazenda, com razão, anunciou os números da desoneração da folha e do Perse. Fomos muito criticados porque estávamos, supostamente, exagerando nos números, e hoje o que se comprova é que estávamos certos e vocês da imprensa estavam equivocados. É importante vocês fazerem essa reflexão, porque o esforço fiscal tem que ser de todos, inclusive de vocês. Vocês têm que parar de defender interesses particulares e passarem a defender interesses gerais de toda a sociedade”, emendou.
É sempre um acontecimento interesse ver um jogo se transformar, em questão de minutos, pela ação individual de um atacante que acabara de entrar em campo, como quarta ou quinta opção de substituição. Em miúdos: Esli García só foi lançado pelo técnico, em substituição a Robinho, aos 28 minutos do segundo tempo, porque não havia rigorosamente mais ninguém para entrar.
Ao fazer o gol do Papão, Esli fez com que uma derrota praticamente certa se tornasse um resultado bastante satisfatório, levando em conta as circunstâncias. O estádio estava cheio, todos foram lá apoiar e aplaudir o Novorizontino na busca pela vitória que lhe garantiria o acesso. A vitória parecia certa até que o abusado atacante chegasse para estragar a festa.
Esta é a estranha realidade do PSC na Série B. Por mais bizarro que pareça, o melhor jogador do time não tem vez entre os titulares, nem mesmo um lugar entre os reservas preferenciais. Em suma, é um enjeitado. Para piorar, é um enjeitado entre jogadores de ataque de nível técnico inferior ao dele.
Pois o sábado à tarde em Novo Horizonte se transformou, por 21 minutos, no jogo de Esli García. Só os bons são capazes de dar ares de vitória a um jogo que terminou empatado. Com o perfil de garoto que a baixa estatura e o rosto jovial lhe conferem, o venezuelano tem remado contra a maré no PSC, transformando limão em limonada.
Aos 28’ ele entrou e no primeiro toque na bola deu um passe perfeito para Kevyn. O lateral levou uma pancada do zagueiro Luisão, que já tinha cartão amarelo e recebeu o segundo, sendo expulso de campo. No instante seguinte, na cobrança da falta, Esli García mandou um chute de curva, à meia altura, que não tocou em ninguém e foi beijar o barbante.
Em dois minutos apenas, ele mudou totalmente o cenário da partida. Não precisou de mais tempo para operar essa mudança. Cabe lembrar que, desde os 7 minutos do 2º tempo, o PSC perdia por 1 a 0, em consequência de um frango monumental do goleiro Matheus Nogueira.
Só a título de comparação, o meia Robinho, a quem Esli substituiu, havia permanecido 73 minutos em campo, produzindo rigorosamente nada, a não ser a cobrança de dois escanteios e uma falta sem maior consequência. Não é novidade. Esli costuma entrar jogar por migalhas de tempo, mas, desafiando o poder dos técnicos, sempre dá um jeito de fazer gol.
Marcou nove gols na Série B. Um cálculo modesto mostra que ele colaborou diretamente com 16 pontos conquistados pelo Papão. Significa que, caso atuasse pelo menos 45 minutos por partida, teria ajudado o PSC a passar um returno de campeonato bem menos atribulado, certamente garantindo a permanência bem antes, sem atropelos.
Além dos lances cruciais da partida, Esli deu um passe perfeito para Borasi entrar livre na área. Poderia ter saído ali o gol da virada. Como também podia ter acontecido no minuto final, quando ele ia entrar de frente para o gol, mas foi atropelado por Brendon, seu companheiro de time.
Aliás, os companheiros hesitaram por alguns constrangedores minutos antes de abraçarem o artilheiro na comemoração do gol. Foi preciso o zagueiro Quintana chamar, insistentemente e com gestos largos, para que os outros se aproximassem para festejar Esli.
Passar uma campanha toda enfrentando a má vontade dos técnicos e o azedume dos companheiros, apesar dos aplausos da torcida, é prova de que o atacante é forte o suficiente para seguir evoluindo. Esli vai sair desta Série B muito maior do que entrou. E, é claro, entende mais de jogo do que imagina Márcio Fernandes.
Na moita, Leão negocia com meia e centroavante
O Remo se movimenta, da forma mais discreta possível, no sentido de fechar as primeiras contratações para 2025. Apesar do extremo cuidado dos dirigentes, vazou a informação de que Bruno Mello, lateral/zagueiro que defendeu o Coritiba na Série B deste ano e pertencente ao Fortaleza, deve ser o primeiro jogador a ser anunciado.
Além dele, há forte especulação em torno de uma negociação com Gustavo Henrique (Gustagol), 30 anos, que defendeu Corinthians, Inter e Fortaleza com sucesso, entre 2018 e 2023. Está atualmente no Shangai Sport.
Outro nome muito citado nos últimos dias é o de Dodô, meia ofensivo de 30 anos, revelado na base do Atlético-MG e que teve boas passagens pela Chapecoense, Fortaleza e Atlético-GO.
Rolam também boatos sobre o interesse em Alef Manga, atacante que teve boa passagem pelo pelo Goiás e um período discreto no Coritiba na atual Série B. Cumpriu pena de um ano fora dos gramados, por envolvimento com a máfia de manipulação de resultados. Seria uma aposta de risco.
Na festa do Peixe, torcida se irrita com time e técnico
O Santos, um gigante do futebol brasileiro, está de volta à Série A do futebol brasileiro após conquistar a Série B 2024. A campanha foi tortuosa, com atuações pouco convincentes, mas no fim das contas o time de Fábio Carille conseguiu o que buscava.
Não houve festa na partida que celebrava a conquista do título. O Peixe foi derrotado pelo CRB de Hélio dos Anjos, na Vila Belmiro, por 2 a 0. O resultado expôs a instabilidade do time santista, além de provocar uma sonora vaia ao time e a Carille durante e após a partida.
Com o triunfo, o CRB conquistou a permanência na Série B, somando 42 pontos. Em consequência, provocou o rebaixamento de Ponte Preta e Ituano – que havia obtido uma vitória miraculosa sobre o Vila Nova na véspera, por 4 a 3.
Na parte de cima, o Sport goleou (4 a 0) a Ponte Preta no sábado, chegou a 63 pontos, mas pode ser ultrapassado pelo Ceará, que joga contra o América-MG em Fortaleza. Em caso de triunfo alvinegro, ambos ficariam com 63, mas o Ceará teria uma vitória a mais, 19 a 18.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 18)