Nesta entrevista, de 2021, o cantor e guitarrista Roberto Frejat explica a opção pela carreira solo e faz uma análise interessante sobre a realidade da indústria musical no Brasil, válida até hoje.
Dia: 9 de novembro, 2024
“Ainda Estou Aqui” é dura lembrança de tudo o que a ditadura destruiu
Filme de Walter Salles, com Fernanda Torres e Selton Mello, chegou aos cinemas nacionais nesta quinta-feira (7/11)

Por Juliana Barbosa, no Metrópoles
“O passado é conservado por ele mesmo”, diz Marcelo Rubens Paiva em um trecho do livro Ainda Estou Aqui (ed. Alfaguara). Quando falamos do Brasil, os dois gols de Ronaldo Fenômeno na final da Copa do Mundo de 2002, as iguarias culinárias inestimáveis, as tantas cores do Carnaval carioca e os ícones futebolísticos criados no país não conseguem apagar os sangrentos anos de 1964 a 1985, a ditadura militar.
Com Fernanda Torres e Selton Mello, Ainda Estou Aqui, filme de Walter Salles inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, estreou nos cinemas nesta quinta-feira (7/11) para servir de dura e inesquecível lembrança do quanto a tirania – e os tiranos que a comandaram – matou, destruiu, feriu e manchou o país.
Na década de 1970, a família Paiva, formada por Eunice (Torres), Rubens (Mello) e seus cinco filhos, vive à beira da praia do Rio de Janeiro em uma casa de portas abertas para os amigos. Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece. Eunice — cuja busca pela verdade sobre o destino de seu marido se estenderia por décadas — é obrigada a se reinventar e traçar um novo futuro para si e seus filhos.
Conhecido por seu estilo sensível e poético, Walter Salles não economiza em mostrar a dor e o sofrimento de uma família destruída por um sistema político frágil, cruel e antidemocrático. Os calvários de uma esposa que não teve mais notícias do marido e dos filhos que sofreram em entender o porquê de o pai não voltar para casa são o retrato de uma família, mas que serve como um relato de um período histórico.

Fernanda Torres acertou quando disse que a premiação do Oscar “não é a medida de tudo“, e de fato a premiação não é capaz de provar ou garantir a qualidade de uma produção. Independentemente de uma estatueta dourada regida por uma academia norte-americana, Ainda Estou Aqui é incrível, realista e doloroso na mesma medida – e, em 2024, não teria produção melhor para estampar o verde e amarelo da bandeira brasileira na Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
A frase do dia
“Ainda bem que nós temos um ministro do trabalho que ainda pensa como sindicalista. O que a loira da Globonews, claro, vai achar que é um problema porque ela pensa como patroa, embora só seja uma serviçal”.
Ricardo Pereira, jornalista e professor
A melhor rota é pelos lados

POR GERSON NOGUEIRA
Para um time que explora muito o avanço dos alas, a recuperação de Bryan Borges, lateral polivalente, foi um achado para o sistema utilizado por Márcio Fernandes desde que assumiu o comando do PSC. A participação dos homens de lado é uma das bases de sustentação da equipe, responsável pelas cinco vitórias obtidas até agora e que estão garantindo a permanência na Série B.
Bryan, Edilson e Kevyn têm sido peças fundamentais nesse processo, juntando-se a Borasi, Paulinho Boia, Jean Dias (foto) e Esli García, este último de presença bem menos frequente. Com dobras afiadas pelos lados, aliando velocidade e habilidade, o PSC tem conseguido superar adversários que têm o mesmo porte e a mesma dose de ambição.
Caso dependesse do jogo sustentado nas ações pelo meio, a equipe dificilmente teria alcançado os resultados necessários para alcançar os 43 pontos atuais. É bom lembrar que, quando Márcio substituiu Hélio dos Anjos, o PSC estava há nove rodadas sem vencer.
Há mérito, portanto, no trabalho do novo técnico. Teve o discernimento de observar que não podia depender de um centroavante para ganhar os jogos. Nicolas não atravessa boa fase, inseguro nas finalizações e pouco efetivo como parte da estrutura ofensiva. Ruan Ribeiro até tem atuado bem, mas o fato é que o PSC de Márcio abraçou o jogo pelas pontas como melhor estratégia para chegar ao gol.
Como se vê, nada de novo sob o sol. Explorar os lados do campo será sempre o atalho ideal para golpear adversários. Todos os mestres do ofício ensinam isso, de Aimoré Moreira a Telê Santana.
A questão é que, apesar de a lição ser conhecida há décadas, de vez em quando aparece alguém disposto a reinventar a roda, complicando as coisas. É claro que a situação favorável na tabela decorre dos resultados obtidos com atuações seguras e boa dose de comprometimento.
Afinal, o futebol se tornou profissional ao extremo, mas ainda é movido por uma estranha e maravilhosa conexão com o primitivo, fator muitas vezes decisivo em competições tão equilibradas. Raça, gana, suor e esforço não fazem mal a ninguém. Pelo contrário, ajudam muito.
Existem alguns pontos dignos de crítica no PSC atual, mas o importante é entender que a nova gestão do futebol chegou à Curuzu com a missão precípua de salvar a temporada, evitando o rebaixamento, que chegou a ser uma ameaça real até a 30ª rodada. Isso é o que importa. O jogo desta segunda-feira, contra o Brusque, vai garantir o cumprimento da missão. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)
Bola na Torre
O programa começa às 22h, na RBATV, com apresentação de Guilherme Guerreiro e participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, a expectativa para o jogo PSC x Brusque, pela Série B, e o planejamento do Remo para a próxima temporada. A edição é de Lourdes Cezar e Lino Machado.
Favoritismo difícil de ser quebrado
Com dois gols de vantagem na decisão, o Flamengo entra na Arena MRV neste domingo como favorito para decidir o título da Copa do Brasil. Não é um favoritismo qualquer. Começar uma final vencendo por 3 a 1 é um tremendo trunfo, pois permite executar a melhor estratégia e obriga o oponente a agir de forma mais previsível.
O Atlético-MG, precisando reduzir a diferença de gols, terá que obrigatoriamente partir para o ataque desde os primeiros minutos, expondo-se às investidas do Flamengo em contragolpe. Nos últimos dias, ficou praticamente definido que Alan Kardec (autor do gol no Rio) deverá se juntar a Hulk e Paulinho no ataque.
O time de Gabriel Milito tem no meio-campo um ponto destacado, tanto para bloquear a passagem dos atacantes adversários como para robustecer a preparação de ataques a partir da utilização de homens de lado, como Scarpa e Arana, para municiar a linha de frente.
Já o Flamengo de Filipe Luís usa a intensidade e a aceleração para se diferenciar do time atrapalhado dos tempos de Tite. Com Gerson e Arrascaeta insinuando-se pelo meio, o ataque vai depender da inspiração de Gabriel Barbosa em momentos decisivos.
Belém hospeda a Seleção a partir deste domingo
Parte dos jogadores da Seleção Brasileira chega neste domingo a Belém, para iniciar treinamentos para o jogo contra a Venezuela, pelas Eliminatórias Sul-Americanas, no próximo dia 14.
Dorival Júnior e a comissão técnica comandam treino já na segunda-feira, no estádio Mangueirão, com expectativa de que seja concedida uma janela para que a imprensa acompanhe 15 minutos da prática.
O grupo só deve estar completo na terça-feira, 12, com a chegada de atletas que disputam competições europeias, como Rodrygo e Vinícius Jr.
Até sexta-feira, a CBF não havia informado sobre treinos abertos para a torcida de Belém, como havia pedido o governador Helder Barbalho em conversa com o presidente Ednaldo Rodrigues.
Em 4º lugar na classificação, o Brasil tem a chance de chegar à terceira posição nas Eliminatórias, caso consiga superar a seleção venezuela, em Maturin. Belém costuma dar sorte ao escrete. Que seja assim novamente.
(Coluna publicada na edição do Bola deste sábado/domingo, 09/10)