Segurança começa pela zaga

POR GERSON NOGUEIRA

O PSC está invicto há três partidas, uma situação que ganha importância após o time sofrer com o período de instabilidade que teve origem ainda no longo jejum sob o comando de Hélio dos Anjos. Depois da chegada de Márcio Fernandes, é a primeira fase de calmaria vivida na Curuzu, com méritos principalmente do sistema defensivo.

Nesse aspecto, o zagueiro Wanderson é o maior destaque, com atuações que primam pela regularidade. Foi mantido como titular, ao lado de Lucas Maia, levando a melhor temporariamente na disputa com Quintana.

Zagueiro de estilo voluntarioso e agressivo, Wanderson é um dos remanescentes da campanha do Papão na Série C do ano passado. Foi um dos jogadores mais importantes na conquista do acesso, embora tenha mantido uma relação tempestuosa com a torcida.

Mesmo agora, com a permanência na Série B praticamente encaminhada, volta e meia surgem críticas a Wanderson, principalmente quando o resultado não é favorável. Mas, considerando os três últimos confrontos (Chape, Operário e Coritiba), Wanderson foi o defensor mais regular.

Anteontem, na Curuzu, na partida contra o Coritiba, voltou a ser uma peça expressiva, sempre se lançando ao primeiro combate e vencendo todos os duelos aéreos. Levou um drible desconcertante, mas que zagueiro nunca passou por momentos incômodos diante de atacantes habilidosos?

O importante, como no samba, é levantar e dar a volta por cima. A vitória veio e o lance do drible perdeu importância. Wanderson, 30 anos, maranhense de nascimento, teve papel destacado no Parazão e já atuou em 19 jogos da Série B como titular.

Nada sinaliza para uma mudança de planos do técnico em relação à defesa. Pelo contrário até. Sempre que Márcio Fernandes mexeu na defesa, como quando deslocou Lucas Maia para o lado esquerdo, Wanderson é preservado como referência do centro da zaga. Sinal de reconhecimento. (Foto: Jorge Luís Totti/Ascom PSC)

Leão garante a primeira grande contratação

Um dos principais nomes da Série C recém-finda, o meia Jaderson foi o jogador do elenco do Remo que mais se valorizou ao longo da competição. Ganhou o respeito da torcida e dos companheiros, além de entrar na mira de outros clubes. Essa visibilidade torna ainda mais valiosa a estratégia do clube em garantir a renovação de contrato por três temporadas.

Aos 24 anos, Jaderson cumpriu uma trajetória curiosa no Evandro Almeida. Chegou no começo da temporada como uma aposta. Ainda sob a direção de Ricardo Catalá, chegou a atuar como ponta-esquerda, lateral e até volante. Custou a encontrar função no time, menos por sua culpa e muito mais pela indecisão dos treinadores.

Com Gustavo Morínigo começou a ser lançado como um meia de ligação, com liberdade para transitar de uma intermediária à outra. A evolução técnica chegou junto com um crescimento no aspecto físico.

Passou a impressionar não apenas pela habilidade na condução de bola, mas também pela capacidade de marcar e acompanhar as ações ofensivas dos adversários. Uma prova de amadurecimento está na quantidade de vezes que Jaderson apareceu atrás da linha de zagueiros para salvar situações de grande risco na baliza azulina.

Acabou consolidando a imagem de jogador multiuso, finalizador inclusive, ao se posicionar como protagonista dos momentos mais importantes da campanha, como no jogo do acesso diante do São Bernardo. Foi dele o chute que permitiu a Ytalo entrar batendo para as redes.

Desde a participação destacada nos quatro clássicos Re-Pa, logo antes do início do Campeonato Brasileiro, quando foi um dos principais nomes do Leão, Jaderson passou a ser cobiçado por outros clubes, incluindo o maior rival, que se preparava para disputar a Série B.

Optou por permanecer no Remo, a partir de algumas atitudes pontuais da diretoria, conquistando o respeito do atleta. Essa atitude foi fundamental para que Jaderson, que tinha vínculo com o Atlético-PR, optasse por permanecer como atleta do Leão para a disputa da Série B 2025.   

Savarino, o camisa 10 que encaixou como luva

O técnico Artur Jorge é hoje reverenciado como um dos responsáveis pela afinação da equipe botafoguense. Desde que assumiu o comando, o Botafogo passou a funcionar de forma organizada. Mesmo com desfalques sérios, como Eduardo, Jeffinho e Júnior Santos, o time encontrou equilíbrio e balanço necessários para atuar competitivamente.  

Um dos grandes acertos de AJ foi, sem dúvida, a escolha de Jefferson Savarino para ocupar a faixa criativa do Botafogo. Hábil, rápido nos deslocamentos e eficiente nas finalizações, o venezuelano caiu como luva num setor que parecia desprovido de ideias desde a lesão de Eduardo.

Nos magistrais 30 minutos da goleada sobre o Peñarol, o camisa 10 dividiu os holofotes com Luiz Henrique pelo protagonismo máximo do time. Marcou dois gols, deu duas assistências. Sempre com esmero e classe, virtudes fundamentais para reger a orquestra alvinegra.

Um marajoara reforçando a torcida botafoguense

Torcedor apaixonado do Botafogo, o amigo Paulo Vítor, prefeito eleito de Soure, foi um dos felizes 43 mil alvinegros que testemunharam in loco a espetacular vitória sobre o Peñarol na noite mágica de quarta-feira (23), no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro.

Em meio às labutas da política, Paulo Vítor, que é filho do deputado estadual Iran Lima (MDB), sempre encontrou tempo para estar junto com o Botafogo nos momentos decisivos. Agora não seria diferente.   

(Coluna publicada na edição do Bola desta sexta-feira, 25)

Antônio Cícero: verdade e coerência até na despedida

O poeta Antônio Cícero, imortal da Academia Brasileira de Letras, morreu nesta quarta-feira (23) na Suíça, e despediu-se dos amigos com uma carta reveladora de sua personalidade e da coragem que marcaram sua vida.

HOMENAGEM DE CAETANO

“Ao acordar, fiquei sabendo de Antonio Cicero. Recebi mensagem dele, onde a coerência e a lucidez, que sempre foram características do meu amigo filósofo e poeta, impressionam, mas não desfazem a tristeza que sua ausência física me causa. Cicero foi meu melhor amigo, a pessoa mais correta que conheci. O afeto de amizade mais límpido que se possa imaginar. E uma inteligência luminosa. Marcelo, seu marido de tantos anos, deve entender minha tristeza e também meu orgulho pela coerência de Cicero. Sua irmã Marina pôs música em um poema seu e dali saiu um longo e brilhante repertório de canções. Ela também deve me entender. Adoro o desaforado livro de filosofia em que Cicero louva Descartes em época pós-estruturalista. Morrer por decisão própria enfatiza seu pensamento. E sua poesia”.

Mensagem de Caetano Veloso sobre o amigo Antônio Cícero.

UM EXEMPLAR DA POESIA DE CÍCERO

Letrista de alguns dos maiores êxitos musicais dos anos 80, nas vozes da irmã Marina Lima e de cantores como Lulu Santos, o filósofo e poeta Antônio Cícero aproximou a poesia do pop.

“Tolice é viver a vida assim sem aventura” (trecho da letra de Último Romântico)

Papão bate Coxa e está quase salvo

POR GERSON NOGUEIRA

A vitória de virada sobre o Coritiba, com um homem a menos, fez o PSC alcançar 40 pontos na classificação e praticamente se garantir na Série B para 2025. Matematicamente, ainda faltam cinco pontos para sacramentar a permanência, mas animicamente o Papão já alcançou a linha invisível que permite afirmar que não haverá rebaixamento.

O jogo começou nervosamente, como ocorre quase sempre na Curuzu lotada nesta Série B, mas o PSC se movimentava com desenvoltura e tentava impor um ritmo ofensivo mais forte. O Coritiba facilitava essa tarefa, preso excessivamente ao setor de defesa.

As tentativas do PSC, mesmo pouco efetivas, eram reveladoras da intenção de conquistar a vitória. Tinha mais posse de bola e cercava a área o tempo todo, mas não conseguia ser efetivo nas finalizações. Em duas jogadas, o Coritiba foi ao ataque e estabeleceu a vantagem inicial.

Aos 19 minutos, Junior Brumado chutou forte para uma defesa difícil de Matheus Nogueira. Aos 25’, o mesmo Brumado recebeu passe de Lucas Ronier e abriu o placar, calando a Curuzu. O gol afetou o PSC, que reduziu o ritmo. Em poucos minutos, porém, voltou a pressionar e levar perigo.

Nos acréscimos, Borasi foi lançado entre os beques do Coritiba e finalizou na saída do goleiro Pedro Morisco. Depois de revisão pelo VAR, o gol foi anulado. Borasi estava adiantado por centímetros. O lance gerou muitas reclamações do Papão e inspirou até memes, com uma linha de impedimento fake circulando na internet.

Para mudar o panorama da partida, Márcio Fernandes tomou uma providência óbvia: tirou Nicolas, que não havia feito absolutamente nada na primeira etapa, colocando Ruan Ribeiro no jogo. Para desespero da Fiel torcida, aos 9 minutos, o PSC ficou com um jogador a menos: Matheus Trindade foi expulso após atingir a nuca do atacante Matheus Frizzo com um pontapé. Expulsão justíssima.

Sem ter muito a fazer além de ir ao ataque para o tudo ou nada, o PSC impôs pressão, já com Jean Dias, Netinho e Kevyn em campo. Aos 27’, uma bola cruzada na área paranaense foi cortada por Benevenuto e tocou no braço do meia Figueiredo. O VAR revisou e confirmou a penalidade, que foi cobrada por João Vieira. Empate e alívio na Curuzu.

Ainda assim, o resultado não era o melhor para as pretensões bicolores. Por isso, o time seguiu insistindo, aproveitando-se da impressionante apatia do Coritiba, que mesmo em vantagem numérica não construiu um ataque sequer e não chutou mais contra a meta de Matheus Nogueira.

Aos 49’, após uma bola roubada em seu campo de defesa, o PSC saiu rápido pela esquerda e Ruan Ribeiro cruzou rasteiro para a finalização de Jean Dias, que fechava no segundo pau. Um gol importantíssimo para pavimentar o projeto de permanência bicolor na Série B.

Com a vitória, arrancada nos acréscimos, o Papão ganha força e confiança para os dois jogos que irá fazer na sequência fora de casa, contra o Ceará Sporting e a Ponte Preta. Serão confrontos difíceis, mas o time entrará com a tranquilidade de quem está a cinco pontos de se garantir na 2ª Divisão.

Em noite mágica, Fogão passa o carro sobre o Peñarol

Foi uma das maiores atuações da história do Botafogo e, seguramente, a melhor atuação do time na Libertadores. A goleada de 5 a 0 sobre o Peñarol foi tão mágica e merecida que o torcedor botafoguense gostaria que a partida se prolongasse noite adentro. O fato é que uma alegria sem tamanho domina os corações botafoguenses desde o segundo tempo do confronto.

Com 43 mil vibrantes alvinegros no estádio Nilton Santos, o Fogão viveu momentos atrapalhados no primeiro tempo, deixando-se envolver pela catimba dos uruguaios e pela confusa arbitragem colombiana. Luiz Henrique apareceu bem em dois lances, mas Almada, Igor Jesus e Savarino foram muito bem marcados pelo Peñarol.  

A segunda etapa pareceu um jogo completamente diferente. Após inspirada troca de passes entre Luiz Henrique e Savarino, o meia venezuelano entrou livre na área e tocou rasteiro na saída do goleiro. Foi a senha para uma verdadeira aula de pura técnica.

O zagueiro Alexander Barboza marcou o segundo gol 8 minutos depois, após um toque de cabeça de Igor Jesus. Savarino voltou a balançar as redes aproveitando contra-ataque puxado por Igor. Com um leve toque de Vitinho, ele foi lançado e bateu para vencer o goleiro Aguerre.

Aos 28 minutos, o Botafogo conseguiu transformar a vitória em goleada: Savarino devolveu a gentileza de Igor Jesus, que lançou Luiz Henrique. O camisa 7 deu um tapinha na bola para encobrir Aguerre no gol mais bonito da noite. 

Logo depois, em ação coletiva, a bola sobrou para Savarino, que passou para Almada finalizar. Aguerre espalmou no susto. Igor Jesus aproveitou o rebote para mandar de cabeça para o fundo do barbante.

A decisão está marcada para quarta-feira (30), no estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu. A vantagem construída no Nilton Santos é excepcional para uma semifinal de Libertadores e deixa o Glorioso muito próximo de sua primeira decisão continental.

O mais impressionante da atuação foi a mudança radical de postura e arrumação da equipe entre o primeiro e o segundo período. Para quem havia esbarrado nas linhas de marcação do Peñarol por 45 minutos, o segundo tempo trouxe o jogo qualificado e impositivo que é marca desse Botafogo de Artur Jorge.  

Peças tecnicamente diferenciadas, como Luiz Henrique, Almada e Savarino, foram fundamentais na virada de chave, mas é justo reconhecer a excelente atuação de Igor Jesus, Barboza e Alex Telles. O bom funcionamento defensivo nem permitiu ao goleiro John ter grande destaque – fez apenas uma grande defesa, em cobrança de falta.

A noite foi especialmente boa porque o Botafogo honrou brilhantemente sua rica história de glórias. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quinta-feira, 24)

Quem precisa de mais um show de Paul McCartney no Brasil? Nós e ele!!!!

Por Alexandre Gliv Zampieri – Blog Popload

Em muitas das listas divertidíssimas do tipo “top 10 bandas prediletas”, várias pessoas, talvez malandramente para ter um espaço a mais no ranking mas de maneira totalmente justa e conveniente (eu inclusive), separaram os Beatles em outra categoria.

Também dá para entender que décadas desse amor intenso e máxima devoção cada vez mais tenha ajudado a esgotar a paciência de quem “só” gosta da banda ou, obviamente mais ainda, dos que não se importam e os que nem suportam.

Para muitos de nós, os quatro cabeludos de Liverpool são, de fato, incomparáveis. 

Talvez já tenha passado da hora de também isolarmos e colocarmos Paul McCartney em uma categoria bem distinta no ranking de espetáculos ao vivo.

Por já ter passado diversas vezes pelo nosso país, alguns podem questionar o que Paulo ainda tem a oferecer, a esta altura da vida dele e da nossa.

Ok, a voz do ex-beatle já não é mais a mesma de anos atrás, assim como a minha e a sua (a diferença é que a nossa nunca foi lá essas coisas). Tudo fica mais oculto especialmente em momentos mais altos como “Maybe I’m Amazed”. Porém, absolutamente nada que comprometa a experiência. E em tempos de shows cheios de auto-tunes, backingtracks ou simplesmente simplesmente dublados, essa extinta arte do cantar realmente ao vivo deve ser muito valorizada e preservada.

Do DJ de abertura com seus remixes dos Beatles, levando para a introdução nos telões de aproximadamente 30 minutos com montagens de imagens fascinantes de toda a carreira. Do momento “dancinha” do carismático baterista Abe Laboriel Jr. até a simulação de um atordoamento de Paul com os dedos nos ouvidos pós explosões da (sempre bombástica) “Live and Let Die”. Embora ainda funcione bem, muito do show é, sim, repetido, manjado e coreografado. 

Mas ainda assim, nos breves espaços de interação entre as canções, de pequenos problemas técnicos às trocas com o público, curiosamente é exatamente nesses momentos que percebemos que no coração de Paul ainda tem, bastante intacta, aquela verdadeira genialidade e uma espontaneidade que só poderia vir de alguém que ainda gosta muito do que faz.

A esta altura da carreira, um show bem mais protocolar e contido, de uma hora e meia, provavelmente já seria mais que o suficiente para ele sair ovacionado, com a sensação de serviço entregue. Mas, não! São aproximadamente duas horas e meia de apresentação com o nível lá no topo.

Com certeza, resgatar alguns dos diversos hits adorados ali dos anos 80, para outras canções convocadas do catálogo dos próprios Beatles, cairiam muito bem ao repertório. Salvo abordagens raríssimas, como a “nova” “Now and Then”, o setlist no geral é basicamente o mesmo em anos. Porém, sejamos justos. É assim também com 80% dos sets de 90% dos artistas de basicamente qualquer geração, origem e estilo.

E, para quem já viu algumas vezes, por mais homologação que esteja a sua expectativa e por mais preparado que você pense estar, não tem jeito. A aparente rasteira da turbulência emocional certamente vai te atingir a qualquer momento e, quando menos perceber, você vai acabar se pegando bem emocionado em vários momentos.

E, além da apresentação espetacular do Paul em si, ainda tem a plateia, que sempre acaba sendo um show à parte. Em sua maioria, composta pelas mais diversas gerações, famílias e amigos se abraçando, cantando, dançando e se emocionando ao som de cada uma das músicas, completando o pacote de “tal experiência”.

Quando “mais do mesmo” é dos mais altos patamares, Paul segue sendo um dos maiores e verdadeiros mestres. E, já dito antes e repetindo, o seu show segue sendo um dos melhores e mais emocionantes da história não só do rock, mas da música!!!

É noite de pressão total

POR GERSON NOGUEIRA

Nada mudou quanto ao planejamento inicial: para se tranquilizar na tabela de classificação, o PSC vai precisar vencer todos os jogos dentro de casa. O adversário desta noite é um dos visitantes mais difíceis, o Coritiba, que vem subindo de produção e ainda luta pelo acesso.

Como ensina a regra não escrita da competição, cabe ao PSC explorar o fator campo e a pressão exercida pela torcida na Curuzu. Com 37 pontos, uma vitória é fundamental para avançar a uma posição mais segura em busca da permanência na Série B, prioridade do time neste momento.

Para que a missão seja bem executada é fundamental que o PSC tenha a mesma postura e organização da partida contra a Chapecoense, quando o time conseguiu se impor desde os primeiros movimentos, chegou ao gol e soube controlar as ações mesmo quando ficou com um jogador a menos desde o final do 1º tempo.

O triunfo foi garantido principalmente pela boa conexão entre meio-campo e ataque, com destaque para a distribuição de jogo para os atacantes de lado, Jean Silva (depois Paulinho Boia) e Borasi. Naquela noite, o Papão teve um jogador que impulsionou as ações pelo lado direito: Edilson.

De forma surpreendente, o lateral foi barrado contra o Operário-PR na rodada passada, alteração que anulou um dos pontos de destaque do PSC, a dobra de Edilson e Jean Dias. Bryan Borges correu por ali, sem funcionar como o ponto de apoio para os avanços de Paulinho Boia.

No comando do ataque, o time deve ganhar o retorno de Nicolas, que não jogou na rodada passada por estar suspenso. Sem marcar há 17 rodadas, o centroavante não faz um grande campeonato, mas é sempre uma referência ofensiva e uma esperança no jogo aéreo.

A atuação contra o Operário foi satisfatória, mesmo com as mudanças no time, incluindo a insistente e questionada escalação de Lucas Maia como lateral-esquerdo. Na parte ofensiva, o funcionamento foi quase perfeito, caindo apenas nos minutos finais, quando o time tinha um homem a mais.

Com troca de passes em velocidade, erro mínimo na conexão entre defesa e ataque e participação dos jogadores de lado, o PSC tem condições de se impor e conquistar a sonhada vitória em casa. Márcio Fernandes volta a dirigir o time depois de cumprir dois jogos de suspensão.

Sob o comando de Jorginho, o Coxa deu uma guinada e voltou a expectativas em relação ao G4. Venceu o Vila Nova por 3 a 0, no último sábado, alcançando 47 pontos. Tenta uma vitória para se aproximar do Mirassol, que é o 4º colocado, com 56 pontos após derrotar o CRB.

Vini Jr. brilha em atuação de nível “Bola de Ouro”

Favorito para levar a Bola de Ouro que será entregue em Paris na segunda-feira (28), Vini Jr. encantou a torcida do Real Madrid ontem no estádio Santiago Bernabéu, comandando a espetacular vitória de virada sobre o Borussia Dortmund. Foi uma atuação consagradora, com três gols marcados. O brasileiro deixou extasiada até a exigente mídia espanhola.

“Vinicius vai ganhar (a Bola de Ouro), mas não pelo que fez esta noite, mas pelo que fez no ano passado. Esses três gols já vão para a Bola de Ouro do próximo ano”, disse Carlo Ancelotti, após dar um abraço carinhoso no jogador ainda em campo. “É raro ver um jogador que faz um 2º tempo como o que Vinicius fez. E não pelos três gols, mas pelo caráter dele, é extraordinário”.

Quem viu a partida, vencida pelo Real por 5 a 2, sabe que Ancelotti não exagerou nos elogios. Vini estava encapetado desde os primeiros minutos. Partia com a bola para cima da marcação, quase sempre levando a melhor, mas foi o Borussia que saiu vencedor no 1º tempo, por 2 a 0.

O triunfo ganhou cores mais épicas ainda porque o Real nunca havia conseguido virar uma partida da Liga dos Campeões na qual saiu perdendo por 2 a 0 para o intervalo. Os dribles e arrancadas de Vini garantiram a vitória merengue. O Real foi todo para cima do adversário e os gols começaram a acontecer.

Mbappé cruzou para Rüdiger diminuir, aos 15 minutos. A pressão aumentou e, dois minutos depois, nova investida de Mbappé deixou a bola sobrar livre para Vinícius empatar com o gol escancarado. A virada se consumou aos 38’, em chute cruzado de Lucas Vázquez.

Veio então o show solo de Vini. Aos 41’, ele empreendeu uma arrancada impressionante, do meio-campo até a entrada da área alemã, desfechando um tiro certeiro no canto esquerdo. O gol fez a torcida explodir nas arquibancadas e aplaudir de pé o brasileiro.

Nos acréscimos, Vini fechou o placar bem ao seu estilo. Recebeu na área, driblou os marcadores e disparou um chute forte, rente ao travessão. Real 5 a 2, Vini festejado pelo estádio inteiro.

Aos poucos, Leão acerta permanências importantes

Jaderson, eleito o melhor meia-armador da Série C, acertou permanência no Remo para as próximas temporadas. Marcelo Rangel, fundamental na campanha azulina, também confirmou que segue no clube. Rafael Castro, zagueiro titular desde que chegou ao Baenão, é outro garantido para 2025. O clube ainda tem esperança de contar com o atacante Pedro Vítor, que tem pré-contrato com o Chugbuk Cheongju, da Coreia do Sul.

Outro atleta que continua nos planos do clube é o lateral-direito Diogo Batista, eleito pelo canal Nosso Futebol como o melhor da posição na Série C. Além dos jogadores que renovaram, o Remo já conta com Pavani e Ytalo, cujos contratos tinham cláusula de renovação automática.

Ao mesmo tempo, o zagueiro Ligger e o lateral-esquerdo Raimar se desligaram ontem do clube, aparentemente fora dos planos. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 23)

Empate bom, mas sem ousadia

POR GERSON NOGUEIRA

O PSC obteve o empate, mas podia ter conseguido a vitória. Foi superior no 2º tempo, teve um jogador a mais por 25 minutos e condições para sair de Ponta Grossa (PR) com os três pontos. Faltou ousadia para explorar as circunstâncias favoráveis. Ao invés de lançar Esli García para infernizar a defesa paranaense, a opção foi por Joel, praticamente um zagueiro.

Não se pode desconsiderar a importância do ponto conquistado, que permitiu recuperar o 14º lugar, mas com o cenário amplamente favorável nos minutos finais cabia utilizar um ataque mais incisivo e habilidoso.

A etapa inicial foi de maior presença do Operário, que desfrutou de três boas chances, com Vinícius Diniz, Maxuel e Ronald. O time paranaense fazia uma boa aproximação, mas falhava nas finalizações.

Mais objetivo, o PSC chegou ao gol logo na primeira subida ao ataque. Paulinho Boia cruzou da direita e Ruan Ribeiro mergulhou para marcar aos 16’. Um lance plasticamente bonito e acrobático. Naquele momento, a vantagem bicolor não era justa, mas quem disse que há justiça no futebol?

Veio o 2º tempo e o jogo mudou por interferência da arbitragem. Uma bola dividida entre Rodrigo Rodrigues e Bryan Borges deu origem a uma suspeita de pênalti, com revisão pelo VAR e confirmação pelo confuso árbitro Lucas Guimarães Horn (RS).  

À primeira vista, o contato foi normal numa disputa por espaço, mas o VAR apontou como faltoso um toque no calcanhar do atacante. Maxuel cobrou a penalidade e empatou a partida, aos 15 minutos.

Não houve muito tempo para o Operário buscar a virada. O zagueiro Willian Machado se enrolou numa disputa com Paulinho Boia e, como o atacante caiu, o árbitro aplicou o vermelho – depois de demorada revisão no VAR – no defensor, pois era o último homem. Pareceu compensação pelo penal esquisito marcado contra o PSC.  

Os minutos que se seguiram à expulsão de Willian mostraram a zaga do Operário completamente desarvorada, distribuindo chutes para o lado e errando as saídas de bola. Apesar disso, o PSC ficava tocando bola em seu campo de defesa, evitando partir para sufocar o adversário.

A saída de Paulinho Boia enfraqueceu a estrutura ofensiva, que já não contava com Ruan Ribeiro, substituído por Val Soares. Joel entrou no comando do ataque, mas não acrescentou nada. A melhor jogada, aos 34’, foi com Borasi, mas o goleiro Rafael fechou o ângulo e evitou o gol.

O Fantasma ainda assustou nos acréscimos com uma jogada perigosa, que incluiu até chute na trave de Matheus Nogueira. No fim das contas, o Papão saiu com um ponto precioso, conquistado fora de casa.   

Uma implicância boba que só prejudica o PSC

Esli Garcia deve ter comprado briga feia com gente poderosa na Curuzu. Só isso explica ele ter sido novamente preterido numa partida que se mostrava ideal para o seu estilo de dribles e finalizações certeiras. Com um jogador a mais na reta final do jogo contra o Operário, ontem, o técnico Marcinho Fernandes optou por mexer no ataque, mas preferiu trocar Paulinho Boia por Joel e Ruan Ribeiro por Val Soares.

Esli estava no banco e até as pedras do calçamento da Curuzu sabem que seria a peça perfeita para explorar a barafunda em que se transformou a zaga do Operário depois que Willian Machado foi expulso de campo.

Insinuante e habilidoso, Esli teria muito a contribuir para a consolidação do jogo ofensivo do PSC. A escolha de Val foi anterior à expulsão, mas Joel entrou quando o PSC tinha 11 contra 10. E Joel, convenhamos, não é opção confiável para quem busca fazer gols. Provou isso com dois esbarrões e um desvio de cabeça para fora.

Não há mais dúvida. Esli está mesmo fora dos planos da comissão técnica, pois só a existência de alguma restrição interna explica o fato de não entrar num jogo que poderia significar uma vitória, fundamental para o PSC no esforço para se manter na Série B.  

Artilheiro do time na competição, com 6 gols, apesar de ter sido boicotado durante a passagem de Hélio dos Anjos, o atacante venezuelano nunca mais teve uma sequência normal na equipe. Quando é lembrado, entra sempre nos minutos finais dos jogos. Ontem, nem isso.

Duas semifinais frustrantes na Copa do Brasil

A Copa do Brasil deste ano teve bons jogos ao longo das primeiras fases, mas as semifinais ficaram devendo. No sábado, Vasco e Atlético-MG se enfrentaram em campo enlameado, o que prejudicou a movimentação dos times. Ainda assim, houve emoção, transpiração e intensidade.

O Vasco conduziu bem o placar de 1 a 0 até quase ao final, mas descuidou de Hulk e acabou castigado. O ídolo do Galo disparou um chute indefensável, no ângulo da trave de Leo Jardim.

Depois de flertar com o perigo – a decisão estava indo para as penalidades –, o Atlético controlou a partida e garantiu a classificação à final. Do lado cruzmaltino, tristeza da massa que lotou São Januário e que, apesar da frustração com o resultado, aplaudiu o time em sinal de reconhecimento.

Ontem, porém, a festa foi toda rubro-negra com o 0 a 0 diante do Corinthians e a merecida conquista da vaga, mas a reação da torcida foi mais contida, até porque a partida conseguiu ser pior que a de São Januário. Um festival de passes errados, poucas chances de gol e um pontapé de Bruno Henrique na cabeça de Matheuzinho para coroar o espetáculo.

A expulsão do rubro-negro não deu ao Corinthians a superioridade esperada. Limitado, o time de Ramón Díaz se atrapalha em lances simples e a única boa oportunidade em lance aéreo foi desperdiçada por Yuri Alberto, uma espécie de Ribamar com grife.

Que a decisão entre Flamengo e Galo seja mais animada e ajude a encerrar bem o torneio que paga as melhores premiações do futebol brasileiro.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 21)

Papão conquista ponto contra o Operário e se mantém fora da zona

Poderia ter sido melhor, mas o ponto conquistado na manhã deste domingo (20) em Ponta Grossa (PR) ficou de bom tamanho para o PSC, que mantém distância segura da zona do rebaixamento da Série C. O jogo, realizado no estádio Germano Krüger, terminou empatado em 1 a 1, com Ruan Ribeiro abrindo o placar para o Papão aos 16 minutos do 1º tempo e Maxuel empatando (de pênalti) aos 15 minutos da etapa final.

O Operário dominou amplamente a primeira etapa, criando várias situações para abrir o placar, mas errando nas finalizações. Vinícius Diniz, Ronald, Maxuel e Daniel desperdiçaram oportunidades claras, resultantes da pressão que o Operário impôs desde o começo.

Apesar do predomínio do Fantasma, o primeiro gol foi do PSC, aproveitando um contra-ataque pelo lado direito. Aos 16′, Paulinho Boia cruzou com perfeição para o arrojado mergulho de Ruan Ribeiro, que se antecipou ao goleiro e abriu o placar.

Depois do intervalo, o PSC voltou tocando mais a bola e o Operário partiu com tudo em busca do empate. Lançado na esquerda, Rodrigo Rodrigues disputou bola com Bryan Borges dentro da área o árbitro – depois de consultar o VAR – deu pênalti. Aos 15′, Maxwel cobrou e empatou o jogo.

O Operário estava melhor, mas acabou perdendo gás com a expulsão de Willian Machado após uma disputa com Paulinho Boia. Lance confuso, mas o árbitro – talvez para compensar a penalidade – expulsou o zagueiro, aos 29′.

O Papão então passou a ter a posse de bola e um Operário desarvorado, mas curiosamente ficou menos agudo no ataque. A melhor chance foi aos 34′, quando Borasi finalizou em cima do goleiro Rafael Santos. A troca de Paulinho Boia por Joel enfraqueceu ainda mais o ataque. Esli García, artilheiro da equipe, ficou no banco sem ser aproveitado.

Com o resultado, o Operário caiu para o 9º lugar, com 47 pontos, seis atrás do Mirassol, o primeiro time do G-4. Já o Paysandu voltou para a 14ª posição, agora com 37 pontos. O próximo compromisso dos bicolores será na quarta-feira, 23, na Curuzu, diante do Coritiba.

Rock na madrugada – Peter Frampton, “Do You Feel Like We Do”

POR GERSON NOGUEIRA

Um sobrevivente do rock, Peter Frampton construiu uma carreira brilhante desde que resolveu encarar um projeto solo, deixando de lado o papel de músico coadjuvante na cena inglesa. Este registro empolgante de “Do You Feel Like We Do” (Você se sente como nós) é do lendário álbum ao vivo Frampton Comes Alive!, de 1976, estouro de vendas para um artista que se lançava e não tinha uma discografia consolidada.

Para se ter uma ideia da importância desse disco, Frampton Comes Alive! é até hoje o “ao vivo” mais vendido de todos os tempos. O álbum duplo foi quase todo gravado na arena Winterland, em Londres, na turnê de 1975. Frampton havia aparecido como guitarrista do Humble Pie, mas logo investiu em trabalhos autorais, lançando quatro discos que não estouraram, entre 1972 e 1975.

O talento inquestionável, aliado a um visual caprichado, ajudou a tirar Frampton da vala comum de roqueiros que buscavam a fama e o sucesso. Com solos arrasadores, ele superou a desconfiança inicial de que fosse apenas um produto de marketing da gravadora A&M.

Um super esquema de divulgação nas rádios norte-americanas e uma esperta jogada nos preços – era a primeira vez que um disco duplo custava o mesmo que um simples – alavancaram as vendas de Frampton Comes Alive!, aproveitando um vácuo deixado pelo então recente fim dos Beatles e uma certa entressafra no rock.

Um das dobras mais cativantes do disco tinha “Lines on My Face” e “Do You Feel Like We Do”, provando que o guitarrista forjado na melhor escola roqueira inglesa podia aliar baladas de bom nível sem sacrificar suas origens clássicas. O fato é que Frampton conseguiu unir sucesso comercial e talento criativo num álbum sensacional, que até hoje pode ser ouvido com prazer.

Depois desse álbum, porém, a carreira não foi a mesma em termos de êxito nas paradas, embora com alguns bons momentos nos anos 80 e 90. Ficou famosa a sua participação na His All-Star Band, de Ringo Starr, com a participação de vários astros do rock.

Aos 74 anos, o guitarrista está se aposentando, com shows programados para os Estados Unidos ao longo deste ano. Sofre de um transtorno muscular que inviabiliza seguir manejando a guitarra com a maestria de sempre. Uma pena. Sorte que deixa um legado de grandes canções e performances impecáveis na guitarra.

Nesta noite de sábado, 19, em Cleveland (EUA), Peter Frampton foi eternizado no Hall da Fama do Rock’n’Roll. Além de solos inspirados, cantou um punhado de canções e, elegante como sempre, fez um discurso marcado pela expressão “gentileza é tudo”.

A frase do dia

“Um jovem britânico morre e o Ocidente fica em choque. Mais de 17 mil CRIANÇAS são ASSASSINADAS por Israel/EUA em Gaza e nenhuma lágrima sequer”.

Cesar Calejon, escritor