POR GERSON NOGUEIRA
O confronto do PSC contra o Ceará era previsivelmente difícil. O time paraense enfrentaria um adversário que está em ascensão no campeonato e que tentaria vencer a qualquer custo. O jogo confirmou isso: os donos da casa venceram por 2 a 1, mas a arbitragem não deu um pênalti para o Papão e poderia ter expulsado um atacante alvinegro. Por sorte, o time segue em 13º e a quatro pontos do Z4.
A partida começou com um erro do goleiro Matheus Nogueira, que quase entregou a bola ao ataque do Ceará quando tentava fazer a reposição. Logo depois, outra lambança deixou o PSC em desvantagem. O zagueiro Wanderson, elogiado recentemente aqui na coluna, aplicou uma cotovelada no atacante Aylon, aos 16 minutos. Pênalti e gol do Ceará. Ninguém entendeu a atitude do defensor.
O Ceará foi mais presente ofensivamente no primeiro tempo, principalmente pela empolgação da torcida – 40 mil pessoas na Arena Castelão. Teve algumas chances em lances agudos com Erick Pulga, Saulo Mineiro e Aylon, mas não ampliou a vantagem.
No PSC, o time tinha dificuldades no setor de criação, entregue a João Vieira em função da ausência do titular Robinho. O ataque incomodava quando a bola chegava a Paulinho Boia e Borasi, principalmente. De maneira geral, o Ceará foi dominante nos primeiros 45 minutos.
Depois do intervalo, o Papão respondeu rápido. Logo a um minuto, Ruan Ribeiro fez boa jogada pelo lado direito e cruzou rasteiro em direção a Borasi, que fechava pelo meio. O zagueiro Rafael Ramos se antecipou ao atacante e desviou para as próprias redes, concedendo o empate ao PSC.
Aos 9 minutos, o Ceará avançou rápido pela direita, com Rafael Ramos. Ele chegou à área e cruzou. Quintana errou a passada e não cortou a bola, que sobrou livre para o artilheiro Erick Pulga no segundo pau. Ele só teve o trabalho de empurrar para o fundo do barbante.
O confronto ficou então marcado pelo equilíbrio. O Ceará tentava aumentar a pressão e o PSC aumentava a marcação no meio. Juninho havia entrado no lugar de Leandro Vilela, assumindo a armação, mas inesperadamente o técnico Márcio Fernandes resolveu substituí-lo por Jean Dias.
A mudança configurou um gesto deselegante com Juninho, que certamente o técnico não faria isso com um jogador mais experiente ou badalado. Biel ainda entrou no lugar de Luan Freitas e Nicolas substituiu Ruan Ribeiro. Esli García, artilheiro e melhor atacante do time, acompanhou o jogo todo do banco de reservas. Normal.
Dois lances revoltaram os bicolores. Borasi foi atingido por um zagueiro e o árbitro Sávio Pereira Sampaio ignorou o lance. É verdade que o atacante esperou o contato, mas a falta ocorreu. Além disso, Saulo Mineiro (já amarelado) tocou a bola com a mão e teria que receber o segundo cartão.
Como observou o goleiro Matheus Nogueira, em postagem na internet, as arbitragens nunca dão ao PSC o benefício da dúvida.
CBF põe árbitros trapalhões na “geladeira”
A CBF anunciou ontem o afastamento de seis árbitros que atuaram em campo e no VAR nos jogos Palmeiras x Fortaleza, Vitória x Fluminense e Flamengo x Juventude. Estão no gancho Bráulio Machado e Diego Pombo Lopes (VAR), que trabalharam no Maracanã; José Claudio e Rodrigo Guarizo do Amaral (VAR), no Barradão; e Ramon Abatti Abel e Pablo Ramon (VAR), no Allianz Parque.
Erros graves foram cometidos nas três partidas com ação e omissão dos árbitros de campo, anuência e revisão dos árbitros de vídeo. Os punidos iriam atuar em jogos da Série B nesta semana, mas foram substituídos, a título de serem submetidos a uma “reavaliação de desempenho técnico” por tempo indeterminado.
Curiosamente, a Comissão de Arbitragem da CBF enche-se de melindres para não assumir as punições. De início, saíram apenas os avisos em relação aos árbitros dos jogos do Flamengo e do Vitória, que realmente cometeram falhas que comprometeram o resultado dos jogos. No Maracanã, o meia Gerson empurrou um zagueiro e ganhou um pênalti. Um erro tão grave quanto ridículo.
Felizmente, ainda ontem foi anunciada a punição aos árbitros de campo e vídeo do jogo do Palmeiras. Aliás, nas três últimas rodadas da Série A, o Palmeiras desfrutou de pelo menos quatro pênaltis, três deles inexistentes. No sábado, contra o Fortaleza, foram mais duas penalidades fictícias.
A primeira marcação puniu um choque normal entre o atacante Flaco Lopez e a zaga cearense. No segundo, o penal foi assinalado após um chute contra o paraense Pikachu, que claramente fez o movimento de recolher os braços para proteger o rosto.
Ainda no mesmo jogo, Pikachu foi empurrado pelo goleiro Weverton dentro da baliza palmeirense e foi de encontro à câmera localizada junto às redes. Uma agressão digna de cartão vermelho que Ramon Abel fingiu ignorar – como ocorre sempre em situações que envolvem o Palmeiras.
Só faltou punir árbitros de vídeo e de campo no jogo Ceará x Paysandu. Mereciam estar junto com esses seis agressores das regras do futebol.
Bola de Ouro pode ser entregue hoje a Vini Jr.
A segunda-feira é de expectativa geral pelo anúncio do craque Bola de Ouro da temporada. O nome mais cotado para levar a premiação, favorito da imprensa europeia, é o brasileiro Vinícius Jr., protagonista do Real Madrid nos torneios espanhóis e na Liga dos Campeões da Europa.
O único aspecto que pode conspirar contra o brasileiro é a indisfarçável antipatia que de técnicos e jogadores, principalmente os seus adversários diretos na Espanha. Como se sabe, Vini foi alvo de uma das campanhas racistas mais sórdidas e infames que o futebol mundial já viu.
O Brasil não tem um jogador eleito melhor do mundo desde 2007, quando o meia-atacante Kaká levou o troféu.
(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 28)









