PL aprovado prioriza exames de mamografia para mulheres com idade entre 40 e 70 anos

A Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) aprovou um projeto de lei que poderá garantir, em toda a rede de saúde pública do estado, a prioridade no exame de mamografia para mulheres com idade entre 40 e 70 anos, considerando, inclusive, o histórico de câncer de mama e/ou nódulos na família dessas pacientes. A proposta (PL nº 613/2023) foi apreciada na manhã desta terça-feira (29) e é de autoria da deputada Paula Titan (MDB).

Devido à grande procura pelo exame, as mulheres mais suscetíveis a desenvolver a doença acabam tendo que aguardar meses na fila para realizar o procedimento. No Brasil, mais de 73,6 mil novos casos de câncer de mama são diagnosticados por ano.

De acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), para o período de 2023 a 2025, este tipo da doença continuará sendo o segundo com maior incidência, com 10,5% do total de diagnósticos em mulheres (sem considerar o câncer de pele não melanoma). No Pará, assim como na estimativa nacional, a doença também é a segunda que mais atinge as mulheres, atrás do câncer de colo de útero (excetuando o câncer de pele não melanoma).  

Devido a este cenário, a deputada Paula Titan ressalta a importância da mamografia na prevenção do câncer de mama, considerando a função principal de detectar a doença ainda em fase inicial para que seja possível iniciar o tratamento logo em seguida e aumentar as chances de cura. Ou seja, diagnosticar precocemente e ter conhecimento sobre os fatores de risco, prevenção e rastreamento, são as melhores formas de diminuir a incidência do câncer de mama no Pará e demais federações.

“Os estudos mostram que as mulheres estão desenvolvendo câncer de mama mais jovens. Infelizmente, a média é de 40 a 50 anos. A proposta garante prioridade para as mulheres de 40 a 70 na execução de mamografia de rastreamento. A ideia é diminuir a faixa etária, considerando os dados do Inca. Espero que, com a aprovação deste projeto, a gente tenha ações efetivas de combate ao câncer de mama realizadas pelo governo do estado”, pontuou Paula Titan. 

A parlamentar afirma que seu anseio é pelos investimentos na compra de equipamentos de mamografia e de estrutura nos hospitais. “A população precisa de uma estrutura mínima para que as mulheres se previnam e preservem a sua saúde”, concluiu a deputada.

Metas e números
Em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu como objetivo diminuir a mortalidade global de câncer de mama em 2,5% a cada ano, no período entre 2020 e 2040. No entanto, o que se percebe é o aumento percentual, ao contrário da meta estabelecida pela OMS.

Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e publicado no International Journal Public Health (IJPH), a partir de dados do DataSUS, mostrou um aumento de 26% nos casos de câncer de mama nos estágios mais graves da doença após a pandemia da Covid-19. 

A Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) aponta que uma em cada seis mortes pela doença no Brasil é de mulheres com menos de 50 anos. A alta taxa de mortalidade é uma tendência crescente em todas as regiões do Brasil, com acentuação maior no Norte e Nordeste. Nessas regiões, as mulheres têm maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde e, consequentemente, diagnósticos tardios, além de lidarem com a falta de recursos e encaminhamento oportuno para os tratamentos.

Formas de prevenção
Diversos estudos apontam a relevância da realização anual da mamografia em mulheres a partir dos 40 anos, assintomáticas, pelo potencial que esse exame tem de identificar lesões ainda não palpáveis. Quando o câncer de mama é descoberto em um estágio muito inicial, isso pode ter um impacto de 25% a 40% na redução da mortalidade por câncer de mama.

Esse rastreamento é uma estratégia importante para reduzir a mortalidade da doença, pois permite identificar tumores em estágios iniciais, ainda assintomáticos, facilita o tratamento e aumenta as taxas de sobrevivência. As pesquisas comprovam que esse rastreamento é capaz de salvar vidas, pois assegura o diagnóstico precoce, quando as chances de cura são superiores a 90%.

Sobre o câncer de mama
O câncer de mama atinge, principalmente, mulheres acima dos 50 anos. Contudo, o aumento da incidência entre mulheres abaixo de 40 anos, vem chamando a atenção. Desde 2020, chegou a cerca de 5% dos casos – historicamente, esse percentual era de apenas 2%, segundo a SBM. 

Ainda de acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, uma em cada oito mulheres receberão o diagnóstico de um tumor nas mamas em alguma fase da vida. Quando a doença é descoberta cedo, os tratamentos podem ser menos agressivos, além de terem uma maior chance de sucesso. 

A SBM recomenda a mamografia e a consulta com o especialista anualmente e defende ainda a ampliação do acesso a diagnósticos e aprimoramento nos tratamentos no alcance do SUS, além de considerar imperativo que o Ministério da Saúde reveja o início do rastreamento da doença, com a idade mínima a partir de 40 – atualmente, o rastreamento no serviço público de saúde é feito a partir de 50 anos. 

No período de 2015 a 2022, avaliado pelo Panorama do Câncer de Mama, 30,5% dos casos de câncer de mama foram na faixa etária de 30 a 49 anos (117.984 novos casos da doença). A estatística reforça que o ‘rejuvenescimento’ do câncer de mama já é uma realidade no Brasil.

Reportagem: Andrea Santos (AID); foto: Celso Lobo (AID/Alepa)

Vini venceu sem ganhar a Bola

POR GERSON NOGUEIRA

Bola de Ouro perdeu ao premiar Rodri como o melhor jogador da temporada. Regular e fundamental no esquema do Manchester City, o volante teve participação importante na campanha vitoriosa da Espanha na Eurocopa. Ocorre que não foi o principal protagonista no City e nem na seleção de seu país. No time inglês, Phil Foden foi o melhor; na Espanha, Lamine Yamal foi a grande estrela da conquista.  

Vinícius Jr., dado como favorito para levantar o troféu que é dado pela revista France Football e a Uefa, acabou em segundo lugar, mas saiu maior do episódio, com a ruidosa reação internacional ao resultado da premiação.

Nas próprias cercanias do teatro onde se realizou a festa da Bola de Ouro, em Paris, torcedores se reuniram para gritar o nome de Vini Jr. e vaiar a chegada de Rodri. Dentro do recinto, quando o vencedor foi anunciado, novos gritos saudando Vini foram ouvidos, atestando a recusa pública em aceitar a escolha dos jornalistas que elegeram Rodri.

É impossível não associar o resultado, como no ano passado, quando Vini já fazia por merecer a distinção, a outros interesses e influências extracampo. O atacante brasileiro é indiscutivelmente o principal astro das ligas europeias há pelo menos três anos. Ao mesmo tempo, ficou conhecido pela batalha pessoal contra o racismo das torcidas espanholas.

Vini foi alvo de cânticos xenofóbicos nos estádios, mas resistiu bravamente, sem se deixar amofinar ou recuar. Enfrentou seus algozes, o que para muitos pareceu uma provocação. Na realidade, o provocado sempre foi Vini. Ao contrário de muitos outros atletas negros, ele se recusou a aceitar o papel de vítima silenciosa.

Denunciou seus detratores, apontou os racistas e exigiu das autoridades providências para o crime de que foi vítima. O Real Madrid de início não tomou atitudes claras, mas, diante da escalada de ataques, partiu para defender seu principal jogador. Para isso, contribuiu muito a atitude pessoal do técnico Carlo Ancelotti, que várias vezes se manifestou repudiando a criminosa e covarde campanha contra Vini.

Ancelotti e os jogadores não foram à solenidade de premiação, por decisão formal do clube, para quem “a Bola de Ouro não respeitou o Real”. A decisão altiva foi do presidente Florentino Perez. Do alto da grandeza do Real Madrid, ele apontou a injustiça de que Vinícius foi vítima. A repercussão mundial mostra que o Florentino, o Real e Vini saíram engrandecidos. Azar da Bola de Ouro.

Leão reinicia os trabalhos já em dezembro

O Remo já se movimenta na busca por reforços para a próxima temporada. Não faz alarde, nem deveria, mas já tem contatos iniciados com atletas que interessam à comissão técnica chefiada por Rodrigo Santana. Alguns contratados virão do exterior, possivelmente Colômbia, Uruguai e Argentina.

Em entrevista à Remo TV, ontem, o técnico afirmou que 2025 já começou para o Leão, buscando as melhores peças para compor o elenco. Disse que o clube quer jogadores de força e intensidade, com DNA vitorioso. As primeiras aquisições devem vir de times que disputam as Séries A e B.  

A preocupação do treinador é com as exigências do calendário, principalmente da Série B, que tem mais de um jogo por semana e requer preparo e condicionamento das equipes em função da logística desafiadora.

Por isso, Santana revelou que já na primeira semana de dezembro recomeçam os trabalhos no estádio Evandro Almeida, para a recepção aos atletas e início dos treinos.

Atletas da UsiPaz disputam os Jogos da Juventude

Dez atletas atendidos pela Usina da Paz Professor Amintas Pinheiro, do Icuí-Guajará, em Ananindeua, foram classificados para os Jogos da Juventude. O evento, que reúne competidores de todo o país, será realizado em novembro, em João Pessoa (PB).

Os adolescentes atendidos pelas turmas esportivas da Usina da Paz vão disputar a competição nas modalidades atletismo, judô e taekwondo, contando com a estrutura e a equipe técnica do Complexo de Cidadania do Governo do Pará para garantir a melhor preparação.

A coordenadora de Esporte na UsiPaz de Ananindeua, Déborah Valente, destaca o papel do complexo para a mudança na vida de jovens que sonham em ser atletas: “Levar esses atletas para as competições, com o apoio do governo do Estado, é essencial para manter o trabalho e incentivar que outras crianças e jovens venham participar do esporte nas Usinas”.

As Usinas da Paz representam uma importante ferramenta de inclusão social através do esporte. Em todos os Complexos de Cidadania há infraestrutura e aulas gratuitas, em diversas modalidades esportivas, contribuindo para a descoberta e o desenvolvimento de jovens talentos.

Além de atletismo, judô e taekwondo, os adolescentes também podem praticar nas UsiPaz esgrima, basquete, muay thai, vôlei de quadra, futebol de areia, handebol, boxe, natação, vôlei de areia e futsal. A disponibilidade de vagas é informada nas recepções de cada Usina.

Os Jogos da Juventude reúnem os melhores atletas de até 17 anos do Brasil, oriundos de escolas públicas e privadas, para a disputa de 18 modalidades. São mais de 4 mil atletas participantes e mais de 6 mil pessoas envolvidas na organização do evento.

O evento multiesportivo é organizado pela área de Desenvolvimento Esportivo do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), e visa oferecer suporte para as modalidades olímpicas por meio de ações que buscam a formação de atletas jovens e profissionais do esporte.

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 30)

A frase do dia

“Os bolsonaristas do 8 de janeiro ROUBARAM ARMAS letais e não-letais do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) quando invadiram o Palácio do Planalto. Anistia para esses ladrões? NUNCA!”.

Bohn Gass, deputado federal (PT) e vice-líder do governo Lula